2806. $ versus €
(rvs 14 Novembro 2011 - 1,35h)
Com uma frase de Marcelo Rebelo de Sousa, horas atrás na TVI, concordo sem reticências. Poucas vezes isso acontece, mas... vai acontecendo, de quando em vez.
Quando afirma que aquilo a que assistimos a nível económico em todo o mundo, mas com especial relevância na Europa do euro, mais não é do que uma guerra surda da moeda americana face à sua rival europeia.
E, concomitantemente -- acrescentaria eu -- a uma por demais evidente incapacidade dos líderes europeus em fazer face ao ataque do dólar ao euro, ataque esse que é de vida ou de morte, porque, de ambos, o que fraquejar estará arrumado. De vez.
Efectivamente, o dólar estava a cair, a perder a enorme hegemonia que detinha há muitas dezenas de anos, sem contestação, até que apareceu o euro que, desde logo, se mostrou forte e muito difícil adversário. Perante esta situação que lhe era cada vez mais desfavorável, o dólar tinha que fazer pela vida. E começou a fazer, com algumas medidas preventivas e que logo se tornaram mais do que isso, por força das circunstâncias.
Os fracos, incompetentes e permissivos líderes europeus, porém, não estavam preparados para tal embate e, arrogante e estupidamente, deixaram-se ficar no dolce far niente, até que o ataque se tornou irreversível e imparável.
Foi, então, o acordar estremunhado europeu, mas já atrasado. O ataque americano, iniciado a coberto de uma falência que deu brado e servindo-se de armas como, por exemplo, as agências de rating, foi forte e sem piedade a países mais fracos da zona euro que, com a verdadeira incompetência e estúpida arrogância dos seus idiotas líderes, em breve se viram de cara no chão, completamente prostrados.
Claro que, com o ataque aos elos mais fracos da cadeia europeia, os americanos dispunham-se a dar uma espadeirada na coesão -- apenas nominal -- da UE. E, derrubados os pequenos, vai inexoravelmente aproximar-se a hora dos maiores que, queira-se ou não, sem esses pequenotes, presa fácil constituirão também.
Por outro lado, a espadeirada será tanto mais decepadora quanto mais tempo o francês Sarkosy leve a perceber que está mal aliado, pois que os amigos e conterrâneos de Merkel, sendo uns tipos porreiros, são igualmente aqueles que, por duas vezes no século passado, não hesitaram em pôr a Europa a ferro e fogo.
E, curiosamente ou talvez não, o seu país -- o de Sarkosy, claro -- lá teve que ser salvo in extremis...
Não pretendo ser émulo de Nostradamus e menos ainda dos antigos maias, mas...
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