Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

2994. "Guente" ignara, mas que vota

Outra esquisitice que muito se ouve aí pelas TVs de quintal de traseiras que temos.

A “história” da letra G.

Qualquer dicionário decente, embora pequeno e limitado, informa que foneticamente pode soar como “” ou como “guê”.
O que é verdade.

Se precede “ e” ou “i”, soa “”; se, pelo contrário, precede “a”, “o” ou “u”, soa “guê”.

Então, não é que a cambada de ignorantes a quem é posto um microfone na frente, de repente desatou a dizer “ guê” e não “”?

Ora, “ guê” pronunciou-se sempre apenas na escola primária, para que os meninos não confundissem o “g” com o “j”, porque as professoras ensinavam ambos como sendo “”, por ser mais fácil para cérebros de gente muito pequenina e com muito reduzida informação ainda.

No entanto, o verdadeiro fonema é “ ” e não “guê

A partir de determinado grau de ensino - no terceiro ano do básico... -, contudo, já não se admite que o aluno mediano confunda o “ g” (gê) com o “j” (jota), pelo que o “g” passa definitivamente a “” e o “j” a “jota”.

E espera-se que não haja mais confusões, porque é suposto as “pessoínhas” terem entretanto passado a pessoas e as mentes terem acompanhado o desenvolvimento. Infelizmente, porém, muitas ficam pela pré-primária…

Nas outras línguas, também o “ g” é sempre “” ou “gi”, embora umas vezes soe como “” e em outras como “guê”.

* * *

O resultado da parvoíce é que, nas transmissões de “fórmula 1” ou de motociclismo ou de atletismo ou sei lá de que mais, ouve-se, para a frente para trás, que se trata do “ Guê Pê daqui e dali”, quando se quer referir o “Gê Pê daqui e dali”, para referir o Grande Prémio, isto é o GP das várias localidades em que vão sendo disputados.

Trata-se de uma perfeita parvoíce. Cuspida para o microfone!...

Vai uma aposta em como um dia destes, ainda um pateta qualquer aparecerá com a moda:

- A “ Guê Nê Rê” investiu sobre os manifestantes, atirando-lhes com doces de “gueleia” para lhes adoçar as beiças…

E logo pallettes de “marias a irem c’as outras” lhes copiam a inovação!

Espere só uns tempinhos. À velocidade em que as coisas andam, deve ser já para antes do Natal…

Que “ guente” mais… mais…, olhe, nem sei que lhe chamar!

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