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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

845. A “ética” do Sim…

No blog Sim no Referendo, em que, entre outros, colaboram José Miguel Júdice, Maria Belo e Pedro Mendonça, lê-se a determinada altura de 30 de Janeiro último, o seguinte post da autoria de LA:

Acima da lei

O Dr. Gentil Martins considera que os médicos podem estar acima da lei, da actual ou da futura:

«
Defendendo que primeiro que a lei têm que estar os direitos humanos e a ética, Gentil Martins considerou que os médicos apenas deverão praticar os chamado «abortos terapêuticos», ou seja, quando está «em jogo» a vida da mãe. «A lei só por si não ultrapassa a ética (...), não é a ética que se tem de conformar à lei», sublinhou, fazendo votos para que se o "sim" vencer no referendo sobre a despenalização do aborto «a maioria dos médicos recuse essa situação».

Curiosamente, não se diz aqui nenhuma mentira. No entanto, veja-se a “habilidade” do parágrafo da introdução.

Eles são mesmo assim. Capazes de todas as “habilidades”.


E, ao contrário do que era suposto, o desespero não embota; parece, sim, dar asas à “criação” intelectual.

Dizer-se que Gentil Martins considera que os médicos podem estar acima da lei, da actual e da futura, é abusivo, é mesmo mentiroso, e induz ideias que o clínico não expressou. O que o antigo bastonário disse foi esperar "que a esmagadora maioria dos médicos seja objectora de consciência".


E referiu a questão da objecção de consciência porquê?

Porque partiu de premissa absolutamente correcta, ou seja, de que antes de qualquer lei estão os direitos humanos e a Ética, sobrepondo-se a qualquer lei estão os direitos humanos e a Ética.


Uma disposição pode ser muito legal e, contudo, não ser legítima, por lhe falecer toda a ética, sem a qual não pode nem deve subsistir, em sociedade humana que se preze. Ora, as leis existem precisamente para defender e fazer observar escrupulosamente a Ética e os direitos humanos.

No fundo, explícita e implicitamente – e de forma muito clara – foi o que Gentil Martins afirmou. Deturpar o que ele disse, ainda que com subtileza aldeã, no parágrafo introdutório da peça inscrita no "Sim no Referendo", e com o cuidado de, depois, transcrever correctamente o que o homem disse, é habilidade canhestra, própria de quem sabe estar a defender o indefensável e, então, resolve servir-se de todos os meios, lícitos ou não, para deturpar afirmações de quem não pertence à sua capelinha.

Ora, limite-se cada qual a argumentar com as suas ideias, de forma límpida e ética. Sem espertezas da Malveira (com vénia aos malveirenses que não têm qualquer culpa), que não c
olhem.

É que esta questão do aborto é coisa mesmo séria e não se compadece com espertezas burras e menos ainda com clubites sem sentido e redutoras da condição humana.
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