Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

884. Co-incineração e outros crimes



Providência cautelar pede suspensão das licenças da Sécil

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As câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra entregaram hoje no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada mais uma providência cautelar contra a co-incineração, desta vez para suspender os licenciamentos atribuídos à Secil pelos Institutos do Ambiente e dos Resíduos.

"Esta acção cautelar é o encerramento de um ciclo de acções que nós movemos contra a co-incineração", disse o advogado Castanheira Barros, que representa as três autarquias da área do Parque Natural da Arrábida, que se opõem à queima de resíduos perigosos na cimenteira do Outão.

"Trata-se de uma providência cautelar que visa obter a suspensão dos licenciamentos concedidos à Sécil - licença ambiental, licença de instalação e licença de exploração - pelo Instituto do Ambiente e pelo Instituto de Resíduos", acrescentou Castanheira Barros.
RTP online
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As câmaras municipais e outros cidadãos abrangidos pela "zona de intervenção" da Sécil - e seus efeitos -, andam numa roda-viva, tentando obstaculizar, impedir mesmo, de vez, a co-incineração na Sécil do Outão.
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Desejo-lhes as maiores felicidades em todo o processo, pois que também eu sou contra este crime que José Sócrates em devido tempo prometeu/ameaçou que cometeria e está efectivamente a levar a efeito.
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E desejo-lhes e a todos os cidadãos - principalmente aos de Setúbal, que, muito embora, sabendo da ameaça que o noss'primêro fizera, não cuidaram de se precatar e foram (também na cidade do Sado) a correr para as urnas, oferecendo-lhe de mão beijada uma maioria bem maior até do que no resto do País. Estavam, pois, a pedi-las. E aí as estão a levar. O que talvez não seja mal feito.
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O problema é que eu - e outros como eu - que já sabíamos como iria ser e não alinhámos - não alinhamos nem alinharemos - com S.Exª, também apanhamos. Por tabela, claro!
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Assim, oxalá que os movimentos que se geraram contra o crime ambiental - mas não apenas ambiental - sejam bem sucedidos. Do que duvido, mas enfim...
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Mas a Secil não deve ser confrontada com as suas responsabilidades apenas na questão da queima dos resíduos, negócio chorudo que faz mexer muitos interesses.

É que a cimenteira tem andado, de há muitos anos a esta parte, a arruinar a Serra da Arrábida de forma irremediável, transformando num enorme buraco sem vida o que antes era um dos mais belos hinos à natureza selvagem existentes no nosso País.
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Bem se esfalfa a cimenteira por propagandear que, para compensar os estragos provocados, já plantou - em reflorestação - milhões de árvores.
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É isso o que os responsáveis pela Sécil dizem. O que diz a realidade - documentada também por fotografia de satélite que vai aqui reproduzida - porém, é bem diverso. Como se pode constatar, a devastação causada já não tem remédio em boa parte da serra. E das árvores plantadas pela Sécil, nem rasto visível!...
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Ora, se assim é com a actividade normal da cimenteira, é de deixar que tudo se agrave, agora com a co-incineração? Evidentemente que não.
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Mas que a maioria dos eleitores setubalenses merecem o que está a passar-se ou venha ainda a acontecer, lá isso...
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4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Excelente em todos os aspectos.
Também eu estou solidária com a Serra da Arrábida, e contra todos os crimes ecológicos que lá se praticam há decadas.

Resta-me convidar, os que não conhecem a zona, a fazer a curta viagem de barco Setúbal - Tróia - Serúbal, e ver in-loco o que acabaram de ver na imagem por satélite.

Um [].
I.

Agnelo Figueiredo disse...

Olá Ruben
Essa enorme ferida na serra é causada pela cimenteira? Matéria prima, talvez, não?
Mas, se for o caso, como me parece, não se liga com a co-incineração. São problemas diferentes, não?

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

Sim, è a matéria prima para a produção de cimento, Claro que nada tem que ver com a co-incineração.

Mas, para desgraça da serra, com vegetação única - do período jurássico - já basta o que ali se vê, que é um buracão enorme.

Com a co-incineração vai ser pior em termos ambientais e humanos. Mas não só por isso. É que a concessão da Sécil, que era de 99 anos e vinha já tempo do bacalhau a pataco, estava a terminar e, agora, foi alargado, nem sei por quanto tempo.

Imagine, Agnelo, que a Direcção do Parque não deixa construir NADA, nem uma pousada, nem uma casa, nem uma casota para cão, precisamente para preservar a serra. No entanto, a Sécil pode fazer todo aquele estrago irremediável.

É Portugal no seu melhor...

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Isso é que é um convite de amiga - tanto da Arrábida, como dos possíveis visitantes - já que a Arrábida deve ser conhecida, porque quanto mais conhecida, talvez mais defendida e porque quem um dia a percorreu jamais a esqueceu. É mesmo única.

Beijinho

Ruben