Alberto João Jardim é um político truculento.
Mas sério.
Alberto João Jardim é trabalhador e competente.
Fez pela Madeira o que gerações de políticos não fizeram pelo Continente.
Alberto João Jardim é um político incómodo.
Mas com razão para o ser. Quase sempre.
Alberto João Jardim diz alto aquilo que os restantes políticos pensam mas não são capazes de dizer.
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Desta vez e uma vez mais, tem toda a razão. E actuou em conformidade.
Tem tanta razão que, desta vez, até o PCP e o BE vieram reconhecer a razão que lhe assistia, porque o que o governo da república fez é simplesmente um escândalo.
Para o PCP e o BE virem reconhecer que Alberto João tem razão, imagine-se a razão que o homem não terá!...
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Para mim existe apenas um senão em Alberto João.
Para se ter razão e evidenciar essa razão perante todos e de forma conclusiva, não é preciso gritar nem insultar seja quem for.
Ao actuar-se desse modo, perde-se um pouco da razão que se tem.
Embora permaneça intocada toda a restante!...
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6 comentários:
Ruben,
Sendo fiel à sinceridade com que tratamos as nossas divergências não podia achar este texto mais deslocado e descolado da realidade regional.
Respeito a tua opinião com a certeza que é dada por quem não conhece a inevitabilidade deste dia, antes ou depois da lei que agora chamo de expiatória, dada a situação a que a espiral de dívidas afogava a região. Já o anterior Governo, sem coragem para colocar um travão ao abismo orçamental da região, deu um pontapé para a frente ao fazer uma lei que só punia futuros endividamentos directos ou indirectos. As contas da região mostraram ter os mesmos vícios de sempre com a agravante da contratualização de empréstimos (directos e indirectos) e a antecipação de receitas paralisarem qualquer investimento na região mesmo antes da intervenção do Governo. Essa realidade era tão mais preocupante como era a impossibilidade de continuar a construír mais marinas e zonas balneares para as eleições seguintes.
Não é que então cai do céu uma lei que serve de bode expiatório da inevitável crise que já se vivia e, então, arranja-se uma fuga para a frente na forma de vitimização perante os crueis homens da capital.
E o pior é que a artimanha cola... chegamos ao grau zero da seriedade política.
Abraço,
Viva, Ricardo!
Também eu respeito a tua opinião, claro. Também melhor seria que o não fizesse!
É claro que o homem estava à espera de um pretexto. Ele é mesmo dos que precisam de esperar por pretextos para seja lá o que for...
Estava, pois, à espera de um pretextozito. Exactamente como o estavam todos os outros que por aí reclamam com as benesses que têm vindo a receber, com o encerramento de centros de saáde, com o encerramento de urgências, com o encerramento de maternidades, com o encerramento do país, enfim, com a governação de gente que acha normal que as mães que não abortam os filhos os vão ter a Badajoz ou até mais longe - talvez Olivença! Não querem que os putos nasçam em Portugal, que está afogado de gente. Ora, se não querem isso, aconselham às mães que os não tenham. E, se mesmo assim, elas os quiserem ter, então mandam-nas para Espanha.
Este país está transformado numa anedota.
Sabes, Ricardo? Esta história faz-me lembrar a do condutor artolas que segue em contra-mão pela auto-estrada e se queixa de que todos são incumpridores, porque ele é o único que cumpre.
Mas deixa-me cá acabar os posts que estava a inserir hoje, tarefa que não acabei por ter tido um problema no computador que apenas agora se resolveu. É que o post que faltava, o último por hoje, é o melhor e mais elucidativo. A anedota final.
Abraço
Ruben
Prezado Ruben Santos :
Tendo descoberto através do Google o seu artigo sobre a co-incineração ( guerra em que estou envolvido desde há 6 anos ) vim parar a este seu comentário a propósito do Dr. Alberto João Jardim .
Como é raro encontrar alguém que tenha sabido resistir à campanha de intoxicação lançada desde há décadas contra a Madeira e contra o Dr. João Jardim, quiçá por razões da concorência turística que a Madeira faz a Lisboa e ao Algarve, por inveja face à obra constante e continuada do Dr. Jardim e obviamente também por razões políticas , não resisti a deixar aqui o meu comentário . Conheço a Madeira como as minhas próprias mãos e por isso estou de acordo consigo .
Conheço pessoalmente o Dr. João Jardim desde 1989 .
Concordo plenamente consigo de que o Dr. Jardim é um político sério, trabalhador e competente, que « Fez pela Madeira o que gerações de políticos não fizeram pelo Continente » e que « diz alto aquilo que os restantes políticos pensam mas não são capazes de dizer » .
Julgo que quando o define como um político « truculento » o Ruben Santos estará a querer dizer « turbulento » .
É que truculento significa cruel, feroz ( o que, em meu entender se não aplica ao Dr. Jardim ), enquanto que turbulento é sinónimo de irrequieto, buliçoso ( o que se molda perfeitamente ao Presidente do Governo Regional da Madeira ) .
Se estiver bem atento irá poder verificar também que o Dr. Alberto João Jardim não insulta: chama é os bois pelos nomes .
Quem conhece bem o Dr. João Jardim sabe que se trata de uma pessoa de trato elegante, com um invulgar sentido de humor e que não tem tempo a perder com fait divers, pois pauta a sua conduta por um elevadíssimo sentido de empreendedorismo .
Como o comum dos madeirenses o Dr. Jardim é pacífico e hospitaleiro, mas perante a provocação ferve em pouca água, sobretudo quando são postos em causa valores da comunidade madeirense que tão bem tem sabido defender .
Bem precisamos de um Alberto João aqui no Continente .
Receba um cordial abraço do :
Castanheira Barros
Ruben,
Quando falo da realidade regional falo duma situação concreta. Misturar os ovos da governação socialista que têm causado polémica no rectângulo com os ovos regionais parece-me uma forma de escapar ao cerne da discussão, ou seja, que neste caso concreto tem-se tido uma política financeira insustentável. Se fosse só dívida directa já seria o suficiente para estrangular a Madeira mas criar inúmeras sociedades para possibilitar endividamento indirecto já que estas sociedades são de capital público e o aval dos empréstimos é dado pelo próprio Governo Regional foi mais um ónus que ninguém sabe quem vai pagar. Também anteciparam-se receitas via concessão das estradas para pagar inaugurações à boca das eleições - sabias que o contrato prevê compensações anuais às empresas que ultrapassam em muito o custo previsto da manutenção das mesmas. Para quem critica tanto as SCUT´s o que foi feito na RAM é ainda pior porque não antecipa obras, é apenas um empréstimo.
O Governo Nacional podia ter feito o mesmo que Guterres fez, ou seja, assumir as dívidas com a promessa que a situação não se repetia. Ou podia fazer o mesmo que Barroso fez que foi ignorar as dívidas e criar leis que penalizassem as transferências perante futuros empréstimos. Não o fez. Achas que devia ter feito? Perante um cenário em que finalmente a região tem que viver com o que produz, Jardim sobe a parada e veste a pele da vítima.
O país pode parecer uma anedota mas não devia parecer. Se realmente concordas com a coragem deste político então que tal defender que Sócrates faça exactamente o mesmo que Guterres fez, ou seja, vamos transferir mais fundos, assumir as dívidas e esperar que, desta vez, os limites sejam cumpridos. Ou então assumir que a RAM tem direito a um regime excepcional em que sempre que contrair dívidas Portugal as deve assumir na totalidade.
O que defendes para a RAM? Pessoalmente defendo que a região aprenda a viver com os recursos que tem e que seja mais exigente nos investimentos que faz - depois de uma vaga de infraestruturas importantes para a região (estradas, aeroporto) os recursos estão a ser desviados para marinas, centros balneares e parques temáticos que, por mau planeamento e execução, ou estão encerrados ou estão a gerar prejuízos operacionais. A Marina do Lugar de Baixo precisa do dobro do investimento inicial porque não estava preparada para as ondas da localização, há centros balneares gigantescos cuja construção foi interrompida logo após as eleições e agora até o que já estava construído está degradado, há praias artificiais que precisam de areia nova em cada trimestre porque não estava previsto que as marés as esvaziassem tão depressa, há parques temáticos que desde a abertura baixam os preços por metade a cada dois meses e agora já se oferecem os bilhetes... é assim que queres ver o teu dinheiro gasto?
Abraço,
Viva, Ricardo!
Para desenvolver a região que governa, Alberto João teria sempre que contrair dívidas. Era inevitável.
Tal como os governos da república relativamente ao país.
Só que com uma diferença.
Lá vês obra feita e sabe-se onde os dinheiros foram aplicados.
Na saúde, nas infraestruturas de todo o tipo, nas rodovias, etc, etc, etc.
E cá tens os mesmos resultados? Sabes onde páram os milhões e milhões de euros em dívidas contraídas e em doações a fundo perdido?
Como vês, amigo, a diferença é substancial.
Conheço bem a Madeira. Gostaria que Portugal lhe seguisse o exemplo. A única coisa que gostaria que fosse diferente é que os dirigentes portugueses fossem menos truculentos do que Alberto João e sus muchachos. Gosto de um registo um tudo nada mais baixo.
Mas, se tivesse que escolher entre o registo sonoro e a seriedade de propósitos, bem, aí, não duvides. Optaria de caras pela "malta" da Madeira.
Lá, ao menos, sabia onde o dinheiro que devo está aplicado. Em investimentos em favor do território. E cá? Onde é que ele pára?
Abraço
Ruben
Viva, Jorge Castanheira de Barros!
Bem, no meu caso, nem se trata de resistir à CIEC (campanha de intoxicação em curso) contra Alberto João Jardim.
É que sei bem como as coisas se processam. Sou militante social-democrata de longa data e vivo em Setúbal. Claro que não me ensaio absolutamente nada para "bater" nos "meus" e com mais força se possível, pois que entendo que os "meus" têm que ser diferentes, para melhor, dos restantes. Essa circunstância, a de bater forte e feio nos "meus" está, aliás, bem documentada nos blogs que tenho tido. Ainda não neste, porque é muito recente. Mas lá virá o dia.
Conheço também a Madeira. Certamente que não como a palma das mãos, mas razoavelmente. Conheci-a muito antes de Alberto João a ter recebido em mãos. Revi-a, já, depois (ou durante) Alberto João, ou seja, em 2000, tendo-a percorrido de ponta a ponta, demorada e impressionadamente.
Quanto àquilo em que concordamos, nada mais vou dizer, uma vez que concordamos e... pronto! Afinal, ambos concordamos com a realidade. Por muito que isso doa a alguma gente, alguma também da qual - nem toda, felizmente - que revela dificuldades notórias de sentido crítico, necessariamente fundamentado, o que a leva a ver erro onde, afinal, existe acerto. Mas isso não é culpa de Jardim.
Quanto ao termo "truculento", concedo que possa tê-lo achado duro e não merecido, isto não obstante a intenção com que foi utilizado não seja a de que Jardim seja cruel, ou sequer feroz, aqui no sentido literal do termo. Claro que não.
O que quis dizer e disse, até porque o termo pode, como sabe, ser aplicado num sentido mais lato, não tão restritivo, é que Alberto João Jardim é "feroz" no modo como ataca, "feroz" no modo como se defende. E, decididamente, é muito mais do que turbulento e ultrapassa - e muito - tudo o que seja irrequietude e bulício. E, claro que insulta. Já o ouvi insultar - em abstracto, claro - os "filhos da puta", a corja que, do "contenente" o "chateia" e coisas no género. E, como todos sabemos, há momentos em que as coisas lhe brotam mais fluentemente do que noutros.
Ora, se aquilo não é insulto, ainda que não directamente dirigido a alguém em particular, não sei o que seja, muito embora o Jorge, advogado que é, esteja em melhores condições de tal valorar do que eu, mero cidadão comum.
De qualquer modo, esses são pecadilhos que, levados à coluna do "deve", no dia do Juízo Final, facilmente serão subsumidos no que de bom o homem tem feito.
Renovo que ele tem razão, ainda desta vez. E mais: razão, desassombro e coragem. E muito incomoda todos os acantonados no "politicamente correcto" que receiam que o mundo se desconjunte e lhes caia em cima se...
No entanto, gosto de um registo mais sereno. E continuo a pensar que, para se ter razão, não é forçoso que se grite, muito menos que se vocifere. Um desabafo mais forte, de vez em quando, até é salutar e alivia que se farta. Alivia e exprime melhor a revolta que nos enche. Mas tudo o que é demais constitui exagero e passa a ser olhado de modo desconfiado... E corre-se o grave risco de alguma razão se perder. Como jurista que é, certamente que estará de acordo.
Foi um prazer trocar impressões consigo, Jorge Castanheira de Barros. Muito apreciaria se o visse por cá mais vezes. Talvez até a moderar alguns excessos que certamente também eu cometo. Por mim, passarei, com todo o prazer, a visitar o seu blog, que, confesso, desconhecia.
Ex corde também, um abraço para si.
Ruben Valle Santos
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