Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 4 de março de 2007

923. O TGV não pode sofrer concorrência...

A TSF tem vindo a noticiar toda a tarde esta coisa espantosa:

Desde Agosto de 2006, a CP fez já 9-tentativas-9 de pôr em funcionamento os alfa-pendulares entre o Porto e Faro, com passagem por Lisboa, à velocidade que os referidos comboios permitem e permitem igualmente as linhas, depois dos melhoramentos introduzidos e que custaram milhões.

Para melhor se apreciar a questão, bastará um exemplo:

O percurso Lisboa-Porto ou vice-versa demora actualmente, entre 2,55 e 3,00 horas. No modelo que a CP quer introduzir e está pronto, a duração desse percurso é reduzida em 35 minutos, pelo que ficará em cerca de 2,25horas.

Outro exemplo: o percurso entre o Porto e Faro reduzir-se-á a 5,50horas.

Está, pois, tudo pronto a funcionar.

- Então, por que razão não funciona? – perguntará quem me lê.

Segundo a mesma TSF, apenas porque a Refer, entidade que superintende e autoriza os horários, tal não permite. A CP pede autorização para o efeito e, a cada pedido efectuado, lá vem uma nega da Refer.

Acontece até que, no percurso Lisboa-Porto, os comboios acabam por ficar em várias estações bastante mais tempo do que seria necessário, precisamente para que os actuais horários se cumpram.

Ora, ambas, CP e Refer, são empresas públicas, portanto sob a tutela do governo de que padecemos.

- Mais uma razão para não se perceber que as coisas não se componham! – espantar-se-á quem, lá em cima, já manifestara a sua incredulidade, sob a forma da pergunta que ficou exarada.

Parece difícil de perceber, não? Mas olhe que não é bem assim. E vai já entender "a razão da razão" de quem impede que as coisas funcionem e se evidencie a sem razão da razão.

Ora, pense lá um bocadinho, está bem?

Então, que me diz?

Não acha que é lógico que, permitindo que uma solução destas exiba as virtualidades inerentes, os defensores do TGV à outrance ficariam numa situação extremamente incómoda? Não é que pormenores desses os impeçam seja do que for. Mas sempre é incómodo...

Ora aí tem! Fácil de compreender, não?
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