Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sábado, 21 de abril de 2007

1011. O anonimato na Blogosfera

(…) Este choque tecnológico (a existência da blogosfera) supõe a existência de um choque de natureza mais vasta, que pode passar pela chamada participação dos cidadãos. Não se pode querer uma coisa e limitar a outra. Por mim, aceito a ideia (indiscutível) de um código de conduta; aceito a (discutível) ideia do fim do anonimato. Mas não acho aceitável que a blogosfera seja tratada como um todo, em que, naturalmente, cabe o melhor e o pior da natureza humana. Como em tudo.

A Origem das Espécies é um dos blogs que visito. Não diariamente, mas com boa regularidade.

À parte aquelas saídas “hooliganístico-fcpeanas”, afinal desculpáveis, pois que há que dar escape à "selva" que todos trazemos cá por dentro,, Francisco José Viegas é autor que se lê com agrado e tenho dado por mim a concordar muito com o que escreve. Isto, não obstante o faça em textos muito curtos, apenas pequenos salpicos que não dão para grandes apreciações da capacidade do autor. Textos curtos que, in the other hand, são pequenos salpicos que não deixam de, aqui e ali, ir mostrando uns laivos da personalidade e pensamento do jornalista.

Aliás, conheci-o inicialmente, pelas crónicas na revista “A volta ao Mundo”. As suas digressões pelo Sul do continente sul-americano, que visitei razoavelmente também, incluindo Ushuaia, na Argentina, e Puerto Williams, no Chile, são bem conhecidas dos leitores da revista.

É, pois, com agrado, que o vou lendo.

E também desta vez, no post Código de conduta, de que acima transcrevo um extracto. Apenas discordo quanto à questão de considerar discutível a ideia do fim do anonimato na Blogosfera.

Sem necessidade de muitos considerandos, talvez agora um pouco ao estilo de FJV, apenas direi que sou decididamente pelo fim do anonimato na Blogosfera e, relativamente a essa questão, nem sequer admito discussão, embora reconheça que poderá haver quem lhe ponha alguns óbices, por motivos sérios e devidamente ponderados.

É que entendo que tudo aquilo que não posso (ou não sou capaz de) escrever de cara destapada, certamente que não merece ser escrito. E, assim sendo, não existe razão invocável para que seja publicitado fora da esfera privada.

10 comentários:

Anónimo disse...

Vou lá espreitar esse blog :-)

Quanto ao Código de Conduta
já não vai haver, por ora, pois os criadores da ideia desistiram.

(Ler no Público de hoje, na separata da informática - o Google...)


Beijinho

Ruvasa disse...

Viva, MJoão!

Não consegui ler, pois não tenho o jornal.

Quanto ao FJViegas, vale a pena, sim.

Beijinho

Ruben

isabel mendes ferreira disse...

obrigada.R.





_______________---como vê voltei...


como não?


:)))))))))))))))

bom fim de semana.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

E fez muito bem.

Bom fim de semana também para si.

Ruben

Agnelo Figueiredo disse...

Estou consigo, Ruben.
O anonimato apenas serve os cobardes e os mal intencionados.
Mas, como é politicamente correcto, ninguém vai ter coragem de mexer na coisa.

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

No país do faz-de-conta é assim... que se há-de fazer?

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

Caro Ruben, o anonimato é deploravel por todas as razões conhecidas e citadas, mas acredito que sempre será considerado politicamente correto mante-lo, para garantir o direito das "minorias".
Abraços, e boa semana!

Ruvasa disse...

Viva, Eduardo!

Quando não admito discussão acerca da questão, é apenas no que me diz respeito. Quem sou eu para ajuizar das razões dos outros?

Mas que tenho muito mais à vontade e disponibilidade para contactar com quem se mostra como eu, quanto a isso não há dúvida.

No post reconheço que possa haver quem ponha óbices ao fim do anonimato e óbices por motivos sérios.

Eu é que - para mim - não acolho tais óbices. Por duas razões: a primeira é a que já apontei na parte final do post, ou seja, se não posso (ou não tenho coragem para) dizer ou escrever de cara descoberta, então o que tenho para dizer ou escrever não tem valor suficiente para ser publicitado fora do âmbito privado; a segunda, porque entendo que tudo - TUDO - pode ser dito escrito, desde que se saiba como dizer e como escrever.

No fim de contas, o alvo que quero atingir não é, evidentemente, quem, embora anónimo, se contém dentro de limites da razoabilidade de terminologia e, principalmente, de respeito pela dignidade alheia, mas sim os outros.

Ora, meu caro Eduardo, o que vemos por aí, em caixas de comentários e até em autoria de blogs, é autêntica selvajaria. Atenta-se contra a honorabilidade das pessoas da forma mais abjecta. E bem sabemos que, mesmo que o que se propala não seja verdade e acabe desmentido, algo fica sempre... De forma irremediável.

É dos livros e da experiência que a vida fornece.

Abraço grande

Ruben

Imagens disse...

Concordo contigo! Quem tem opinião e quer dividí-la com outros, deverá assumir suas idéias! É que nem o velho ditado "Dá o tapa e esconde a mão"? Isto a meu ver é muito feio! Horrendo! Outra coisa que não concordo, e meio parecido é com isso, é que muitas pessoas, nos seus telefones celulares, deixam o número que os identificam em "restrito", ou seja, ficas sem saber quem está te ligando! Acho falta de personalidade!!!
parabéns pelo teu blog! Escreves sobre assuntos sérios! És muito inteligente! Beijos!!!
Leila Bosquerolli

Ruvasa disse...

Viva, Leila!

Grato pelo teu comentário agradável. E, se não fosse tão agradável como foi, eu gostaria também! É que sou de opinião de que digas bem ou digas mal, o que interessa é que digas algo, seja o que for!...

;-)

Ainda bem que concordas comigo. Sinto-me mais acompanhado. Aliás, o Eduardo também concorda, apenas - pelo que deduzi - levantou a possibilidade de haver quem não "possa" mesmo "descobrir-se", sob pena de vir a ter dissabores.

Quanto à questão dos celulares (nós dizemos telemóveis...) que aqui fazem aparecer o número do chamador não como "restrito", mas como "desconhecido", pura e simplesmente não atendo. Parto do princípio de que, se não está disponível para me dar a saber quem me chama, também eu não estou disponível para atender. Fácil, não?

Abraço, amiga.

Ruben