Desta vez, Marques Mendes portou-se bem. Fez o que devia. Haja Deus!
Perante os sucessivos desenvolvimentos na Câmara Municipal de Lisboa, tomou a única decisão que deveria ter tomado. E mais: na medida certa, com o quantum salis indispensável. Nem a mais nem a menos.
Em face da situação no executivo da autarquia lisboeta, havia que - até por posições que anteriormente assumira - pôr cobro àquela fantochada, sem demora e sem esperar que o empurrassem. Fê-lo, de modo sereno, sem gritarias histéricas nem hesitações.
Em face da situação que se verifica na Assembleia Municipal, havia que mantê-la, porque uma coisa é o executivo, outra, bem diferente, a Assembleia. A legitimidade de uma não afecta a da outra. Querer que assim seja é pura tolice.
Vir-se dizer, como têm vindo as Oposições, que uma coisa leva à outra, é patetice de uns e má fé de outros
Uns e outros que, aliás e vergonhosamente, ainda não foram capazes de tomar idêntica atitude em situações semelhantes. No entanto, logo moralistas de ma figa podre, querem apresentar-se como santos de altar. Carunchoso, só pode; cheio de bicho, claro. Mas sem pingo de vergonha na cara.
Aponto casos concretos e que não deixam dúvidas:
Felgueiras (Fátima), Oeiras (Isaltino), Salvaterra de Magos (BE), Setúbal (PC), e outros ainda de maior gravidade que apenas não estão mais avançados, porque há muita gente a tentar encobrir a todo o custo e a contar com a tradicional falta de memoria dos portugueses.
Mas não esquecemos, não.
Enquanto casos como o de José Sócrates não forem devidamente esclarecidos numas circunstâncias e punido em outras - aquelas em que está provado, sem sombra de dúvida, que houve ilícito criminal - não esqueceremos.
E continuaremos indignados. E envergonhados. E quando, em Julho, tivermos cá os representantes da UE, por força da presidência portuguesa, ainda mais envergonhados nos sentiremos. E mais indignados. É justa ou não a nossa indignação, Sr. Mário Soares? Que me diz?
Há, ainda, o papel do presidente da república em todo este processo. Fica, contudo, para outra oportunidade, que esta coisa de "rainhas de inglaterra", titulares inimputáveis de cargos públicos, em república de regime semi-presidencialista, tem muito que se lhe diga! Olá se tem!...
Há, todavia, outras marés...
Desta vez, o elogio vai para Marques Mendes, cuja actuação não tem sido, nada mesmo, do meu agrado. O que é justo é justo. E, assim, não posso deixar de referir que, neste caso, ao menos neste caso, andou muito bem.
Não que seja caso para aplauso. Quando se faz o que deve ser feito, não há lugar a aplauso, porque apenas se cumpriu o dever, a razão, afinal, por que se está no lugar em que se está.
...
8 comentários:
concordo. Depois da afirmação repetida do princípio, MM mesmo que quisesse não tinha alternativa.
Se fosse comigo, teria acontecido de outra maneira:
Carmona renunciava, os restantes vereadores do PSD renunciavam.
Só mais tarde MM, à laia de comentário, é que vinha assumir que estivera por detrás de tal situação.
Privilegiava-se a iniciativa dos eleitos e não do aparelho partidário.
Viva, Carneiro!
Viva por dupla razão: pela de sempre e por estar de volta. Caramba! Deixou por aí muita gente preocupada e em correrias. Eu não. Calculei logo que tivesse ido à casinha e demorado um pouco mais... ;-)
Quanto a MM acho que teve que ser assim. Teve que empurrar. Eles não saíam assim com essa facilidade. Já o anteriores foram empurrados...
Abraço
Ruben
Pois é...ao contrário dos eleitos, M.M. portou-se com integridade. Por isso é que nunca vai chegar a grande político!
...piada sarcástica ;-)
Beijinhos Muitos!
... não o tenho em grande conta...
mas com esta atitude sem dúvida que subiu uns pontos na minha consideração.
bjs para ti Ruben
Viva, Maria João!
Piada com que eu concordo em absoluto.
Beijinho para a "post-balzaquiana".
Ruben
Viva, Isabel!
Parece que há muitos de nós, embora de tendência muito diferentes, que neste assunto estamos de perfeita sintonia.
Beijinho para ti.
Ruben
Neste mundo ilusório e imperfeito, alguns políticos atingem outra dimensão quando são coerentes. Na verdade tudo tem o seu tempo de acontecer.
MM cumpriu a sua palavra o que registo com muito agrado; só que ele deu a mão e toda a "gentinha" já lhe está pedindo o pé e tudo o mais.
Um abraço
AAlves
Viva, António Alves!
Já se sabia que era assim. E, por via de regra, quem mais exige é precisamente quem menos tem legitimidade para tal.
Abraço
Ruben
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