Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 4 de maio de 2007

1047. Então e o outro?

Foi recentemente noticiado que a Procuradoria Geral da República dera instruções ao Ministério Público no sentido de que se averiguasse a fundo tudo o que passou e passa na Universidade Independente, a fim de atribuir responsabilidades e fazer julgar os responsáveis por eventuais desmandos.

É certo que por aqueles lados, as coisas andam a passo de caracol. Parece, contudo, que, depois de muita negação, resultante certamente de muita falta de vista, de muita falta de
audição e de muita falta de busca na papelada que chega diariamente (nada vi, nada ouvi, nada disse...), as coisas começam a levar um certo caminho. Esperemos que esse caminho não seja mais uma vereda do esquecimento e da desacreditação.

* * *

Outrotanto, porém, não há meio de acontecer relativamente ao caso José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, lui même. O que está a passar-se é um escândalo!

Nada se faz, parece que tudo vai para o esquecimento e, por mão dos habituais comissários políticos infiltrados nos "media" (e tanto que eles se esfalfaram e alguns ainda esfalfam, os rapazes!, como BR, AJT e outros), quem praticou aqueles ilícitos todos ainda acaba impune, incensado quiçá beatificado.


E, contudo, há, pelo menos algumas coisas que estão mais do que provadas, apenas faltando que a Justiça cumpra o seu dever, ou seja, oficialize as provas já evidenciadas e acuse quem deve ser acusado, a fim de que, em julgamento, lhe sejam atribuídas ou não as responsabilidades que tem ou não.

E, no caso de as ter, que seja obrigado a assumi-las e a cumprir a sanção penalmente prevista. Mais simples do que isto, o quê?...


Não estou a dizer que o responsável por tudo quanto se passou com Sócrates seja ele
próprio.

Não posso dizer tal, porque não presenciei os factos nem vi mais do que reproduções de alguns documentos. A experiência que tenho em assuntos de tal natureza dita-me um sentido, um caminho. Mas dita-me também a mesma experiência que só após sentença passada em julgado é que alguém pode ser publicamente considerado culpado.

Claro que, mesmo antes, e porque se deixa que as coisas se enrolem da forma que enrolam - o que só costuma aproveitar a quem efectivamente tem grossas culpas no cartório (caso contrário ser-se-ia o primeiro a, com justa e aplaudida indignação, querer ver tudo esclarecido e o bom nome reposto de imediato e sem lugar para a mínima reticência) -, autoriza-se a que se elaborem todas as especulações possíveis e imaginárias.

Por mim, elaboro-as, claro. De mim para mim, evidentemente. Até que me seja provado que as coisas são de uma forma e não de outra, conjecturo o que me parece mais evidente e justo.

Mas isso, apenas para mim.
Para o exterior, limito-me a insistir, insistir, insistir para que, sem mais demoras e atitudes dúbias, que não podem ser toleradas, se averigue ao menos isto:

- Quem inseriu, ou fez que se inserisse, verdadeiras falsidades em documentos oficiais do Estado Português, designadamente da Presidência, da Assembleia e do Governo, todos da República Portuguesa, durante tantos anos e com tanta falta de vergonha e desprezo pelos valores éticos e morais de um Estado de Direito? Quem é que assim revelou tamanha falha de carácter, espírito delituoso de tamanha gravidade?

É urgente e imperioso que se averigue e puna o responsável (seja quem for) por tais acontecimentos, sob pena de a República Portuguesa, esta III em que vegetamos, perder a pouca dignidade que ainda lhe resta e nós com ela, de tal modo que se mostrará indispensavel o seu encerramento e a inauguração de uma IV, mais consentânea com o que a comunidade portuguesa mais deseja e a que faz jus, que nos liberte destas amarras de ignomínia, numa era que não nos amesquinhe como Povo, como esta, que nos tem vilipendiado, perante o Mundo, sim, mas, principalmente, perante nós próprios, rubros de vergonha, a cada dia que passa, em frente do espelho.

...

5 comentários:

Marco Valle disse...

Esqueci-me de dizer que uma diferença de 60€ pode não parecer muito, mas ao fim do ano são 720€ a mais...juntando à subida das taxas de juro, do IVA e restantes impostos, o desgraçado que recebe 600€ mensais, na verdade vive com menos do que o salário mínimo. Claro está, que estou a falar de profissionais liberais, gente que prefere trabalhar do que ir para a mama dos rendimentos sociais. Vamos lá ver se não chegam à conclusão que mais vale estar desempregado às custas do estado,... sempre recebem mais.

Ruvasa disse...

Infelizmente isto cada vez mais parece um estado "Nottingham Xerife"... rouba aos pobres para dar aos ricos.

Bem se sabe que os pobres são muitos e os ricos poucos, mas a verdade é que esse poucos detêm quase 70% da riqueza do País, e pelos vistos querem chegar aos 100%.

Basta pensar no seguinte, quando o governos «SOCIALISTA» (será que sabem o que quer dizer isto?)subiu ao poder, uma das 1ªs acções foi subir o valor mínimo da prestação da seg. social. Ou seja quem recebe mais de 600€ mensais, passou a ter de descontar mensalmente 150€ em vez dos cerca de 90€ que vigoravam.
O desgraçado fica com 450€ mensais para a sua vidinha e é bom que não lhe aconteça nada de mal, pois neste escalão tem direito a nada ou quase nada.

McValle

Ruvasa disse...

Viva, Macvalle!

Tive que dar um toque no primeiro dos comentários, porque tinha lá duas coisas que estavam mesmo mal, por te terem passado despercebidas.

Não adulterei nada. Apenas emendei duas palavras.

Quanto ao fundo da questão, pois é...

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

Já não posso ver eo outro à minha frente!!!


...suspiro!

Bjs

Ruvasa disse...

Viva, MJoão!

Pois eu cá não posso vê-lo é... à minha trás!

Beijinho

Ruben