Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 7 de junho de 2007

1114. Alegre o seu dia!

Sente-se moralmente em baixo com tudo o que tem de suportar actualmente neste pobre País? Bastante deprimido mesmo?

Como eu compreendo o seu estado de espírito!...

Por isso... Quer uma dica, para amenizar um pouco a sua triste e desolada vida?

* * *

Então, siga estes pequenos e simples passos:

1. Crie um ficheiro (word, excel... qualquer)


2. Grave-o com um nome qualquer, por exemplo... sei lá... Januário, ou Pancrácio até talvez - e por que não? - Sócrates.


3. Mande o ficheiro para a reciclagem ou recycle bin


4. Click em Esvaziar Reciclagem ou Empty recycle bin


5. No ecrã, vai aparecer uma mensagem de confirmação, com a seguinte pergunta: Delete "Sócrates"? ou Deseja eliminar "Sócrates"?


6. Responda:
sim... sim... oh! sim!... por favor!... JÁ!...

... e
click com toda a gana!...

* * *

Bem, para ser correcto, tenho que honestamente dizer-lhe que não tem qualquer efeito prático assinalável, mas - caramba! - sempre aleveia um pouco a depressão!

Se, no fim, chegar à conclusão de que não foi suficiente, repita a dose ou faça o mesmo com outros nomes... sei lá, talvez Lino... sei lá... Pinho... sei lá, tantos outros nomes engraçados e fictícios...

...
gentileza do A.Alves
...

14 comentários:

Marco Valle disse...

Oi tio, cuidado com o que dizes... ainda te eliminam o blog, reduzem ou retiram a reforma e se reclamares ainda te mandam para o Gulag que agora o Sócrates tá muito amiguinho do Putin. Pois que está de volta algo que não se pensava ser possivel que voltasse. Temos de aprender novamente a escrever nas entrelinhas. Aqui vai o nome dessa coisa nojenta de forma a que a que não seja percebida pela inteligencia governamental. Começa por "C", acaba em "A" e no meio tem "ENSUR".

Ruvasa disse...

Viva, Mac!

Vivi quase 32 anos debaixo da ditadura do Estado Novo. Nunca deixei de dizer o que pensava, tanto aqui como em África (Angola e Moçambique).

Em 1958, aos 16 anos, enquanto tudo andava atrás do Humberto Delgado, de quem eu sempre desconfiei, por ser afecto ao regime e ter aparecido, de um momento para o outro, como o salvador da pátria - uma treta, que foi o que foi e ainda bem que não foi eleito presidente da república, porque teria sido uma desgraça para o país ... - eu andei a assistir aos comícios do candidato do PC, Arlindo Vicente, e a fugir à GNR a cavalo, a entrar por pastelarias e a escaqueirar tudo e todos.

Aos 17 anos, durante uma visita da então célebre Sarita Montiel, na rua do Carmo, em Lisboa, fui detido por um tipo da PIDE/DGS que me quis levar por eu ter dito, num amontoado de gente, que o regime era uma porcaria, porque nem sequer deixava que as pessoas pudessem juntar-se pacificamente para pedirem autógrafos à vedeta. Tive a sorte de uns quantos outros logo ali barafustarem e o homem ter visto que o melhor seria estar quieto. Largou-me.

Ainda por cá, com 18 anos, criei um forum político com vários amigos, em Queluz, onde reflectíamos e debatíamos a situação política.

Isso terminou quando, aos 20 anos, fui para África. Lá, continuei a agir da mesma forma, ou seja, a falar sobre política como melhor entendia.

Andei no Norte de Moçambique, na guerra, passei aos 15 dias em pleno mato, a comer ração de combate ou até apenas pêssegos, porque nem rações já havia, sofri uma série de emboscadas, vi camaradas de armas serem mortos nessas emboscadas, ali ao meu lado, e eu próprio fui atingido num tornozelo, de que ainda guardo recordação. E nunca sofri de traumatismo post-guerra nem essas tretas tão em voga por aí.

Ainda em Moçambique, na Beira, seis dias antes da independência do país, ou seja, em 19 de Junho de 1975, fui preso pela Frelimo, no emprego, às 3 da tarde, por ter sido denunciado como anti-frelimista e outras tretas. Denunciado por portugueses (!!!) e não protegido pela Judiciária portuguesa, que bem sabia que eu nada havia feito. Tive a sorte de dar com vários tipos da Frelimo que me interrogaram durante cerca de quatro horas, após o que chegaram à conclusão de que era tudo uma patetice e me mandaram embora.

Tive medo - muito medo mesmo - foi uns dias após, em 1 de Julho de 1975, em Tete, onde, um puto de 13/14 anos, armado de Kalashnikov, ma apontou à barriga, na rua, quando eu - que estava a cumprir acordo celebrado com o Estado de Moçambique - regressava ao hotel onde estava hospedado, cerca das 19 horas, já noite bem cerrada, vindo do trabalho. O tipo achava que eu tinha, à viva força, que ser um bandido que estava ali para derrubar a revolução. E assim estive com a Kalash a empurrar-me o umbigo, com verdadeiro medo, pois que o magano não atendia a qualquer tipo de argumentação razoável ou explicação que eu lhe quisesse dar - e era um puto, sem a noção das coisas... - por mais de hora e meia, até que me lembrei de dizer que exigia que ele chamasse o comandante da Frelimo em Tete, de nome Aleixo. Quando lhe falei no comandante, perguntou-me se eu o conhecia. Respondi-lhe que sim e que queria falar com ele. Foi então que tipo abrandou, falou com um camarada e, depois, me deixou seguir para o hotel, onde passei a noite sem dormir, com a excitação do medo por que passara.

Em 1977, Setembro, vim para cá, aderi ao PSD e, aqui em Setúbal, estive, em tempo de campanha eleitoral, com mais meia dúzia de pessoas, cercado por turbas ululantes e agressivas do PC, a arremessarem-nos com tudo o que lhes vinha à mão.

Em 1979, em Dezembro, porque mais ninguém se aprestou a isso, encabecei uma lista de órgãos sociais da Misericórdia de Setúbal, que ganhou as eleições, provocando a primeira derrota do PC em todo o distrito. Eleições que deram em fortíssima pancadaria, a que se seguiu um período conturbado de litígio judicial e em que foi preciso ir a uma assembleia geral da Misericórdia, afrontar os tipos e os meus amigos me deixaram sozinho...

Achas que, depois de tudo isto, é aos 65 anos (quase...) que me vou acagaçar?

Para isso, seria preciso que os tipos fossem outra gente, que não são.

Abraço

Alexandre

Isabel Filipe disse...

Gostei muito de ler este testemunho que deixaste aqui nos comentários ....

sabes tb não tenho medo ... um dia destes o meu Blog vira tb politico ...tal a raiva com que ando ....

beijinhos

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Sim, temos que não ter medo... mas sm cometer loucuras.

Beijinhos para ti, minha amiga.

Ruben

Marco Valle disse...

Gostei muito de ler o que escreveste e que me transmitiu muitas coisas que desconhecia.
No entanto na minha última mensagem não quis de forma alguma que alterasses a tua maneira de ser ou de te expressares, pelo contrário o que queria era apontar a forma risivel com que estes pseudo fascistas metidos a ditadores se tem comportado. Isso sim é que devemos combater, todos juntos.

Anónimo disse...

Belas, se não fossem trágicas, histórias, essas sua! Vou fazer a listinha e ver se funciona além mar!

Ruvasa disse...

Viva, Mac!

Eu sei.

Aproveitei para desabafar. Coisas de que nem os meus filhos têm conhecimento. Por não achar grande utilidade em andar a apregoá-las. Mas há momentos em que dá vontade de desabafar. E Portugal está, de novo, a atingir um patamar perigoso, mais ainda agora, porque sob a capa da democracia.

Sabes, a (des)vantagem de se ser velho é ter-se passado já por umas quantas coisas e visto e sofrido outras, que, todas juntas, nos mostram como realmente a vida e os homens são.

Dou-te um exemplo. Incensa-se muito por aí o Zeca Afonso. Nunca o respeitei nem respeito. Fez por aqui coisas que fazem com que não possa respeitá-lo. E, enquanto estive na Misericórdia, muito sofri, para tentar endireitar a Instituição, que encontrámos (eu e quem me acompanhava), numa situação altamente deprimente para os idosos internados, para o pessoal, tudo como resultado do assalto que, com os compagnons de route lhe fez durante o PREC, levando a Instituição à pura desgraça.

Foram, tempos vergonhosos, esses. Miseráveis mesmo.

Mas há outros. Se há.

Um deles é um célebre Maputino a quem eu nunca tive oportunidade de confrontar com um discurso que fez na Beira, em que levou ao engano milhares de pessoas, algumas das quais mais tarde perderam tudo ou morreram antecipadamente ou pura e simplesmente desapareceram (na altura em que em Moçambique se sa
ia de casa, de manhã, sem se saber quando (e se) voltaria a ver a família, tudo isso enquanto ele punha os bens próprios a bom recato e dava conselho de fuga a amigos.

Vergonhas.

Abraço

Alexandre

Ruvasa disse...

Viva, Eduardo!

Tem que funcionar, porque os homens são iguais em todo o lado. Com grandezas e misérias.

Por aqui já tivemos e tudo. E continuaremos a ter. Vocês aí, tanto quanto recordo, também já passaram por boas.

Mas nunca se deve perder o sonho.

Abraço grande

Ruben

Anónimo disse...

É pra já!! pró lixo, já!!!!!


:-D

Beijinho Grande****

Ruvasa disse...

Viva, MJoão!

Força nisso, antes de que se faça tarde.

Beijinho

Ruben

Anónimo disse...

Ruben, adorei a objetividade da Sulista! Lixo já!

Ruvasa disse...

Viva, Eduardo!

É. As mulheres costumam ser mais objectivas e directas do que nós. Não em tudo, mas em muitas coisas.

Mas eu desobedeço. Coitado do lixo. Será que ele me fez algum mal assim tão terrível, para que eu, de vingança, lhe dê tão inadequada companhia?

Abraço

Ruben

H. Sousa disse...

Caro Ruben, obrigado por seres a pessoa que és, e pelos exemplos, impulsos e coragem que nos transmites.
Um abraço

Ruvasa disse...

Viva, Henrique!

Nada a agradecer.

Para coisas destas, sempre às ordens!...

;-)

Abraço

Ruben