Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 24 de julho de 2007

1193. Duas notas sobre a questão do aborto


Deixo aqui, sem comentários - até porque são desnecessários... - duas notas sobre a questão do aborto, a fim de que quem isto ler ajuize por si:


1ª questão
, que já tem uma ou duas semanas:

Foi superiormente decidido que o limite máximo de gravidez verificada, que permite que se proceda ao aborto, suave e capciosamente chamado de interrupção voluntária da gravidez, é de 9 semanas e 6 dias.

Foi ainda decidido que, após se verificar que aquele prazo não está excedido, pelo que o aborto pode ser feito, é dada à mulher - obrigatoriamente - um período de reflexão de 3 dias e, só depois desse período e se ela persistir na vontade de abortar, se procederá ao aborto.
Portanto, a mulher pode ir ate às 9 semanas e 6 dias, prazo limite para a verificação da gravidez e das condições para abortar.
Sem comentários, como prometido, mas com contas -

9 semanas e 6 dias + 3 dias = 10 semanas e 2 dias
ou seja,
neste caso o aborto será praticado
nunca antes das 10 semanas... e 2 dias,
quando o objecto do referendo e o que está vertido na lei
refere expressamente o limite das 10 semanas para a prática do aborto.

* * *

2ª questão, que é de hoje:

A Ordem dos Médicos, através do respectivo bastonário, veio dizer que médico que se declare objector de consciência para não realizar abortos no serviço público será sancionado no caso de o vir a fazer no sector privado.
E lamentou que o Governo não tivesse solicitado, como devia, à Ordem a tarefa de listar os médicos objectores, para controlo efectivo.
Questionado sobre o assunto, o ministro da saúde afirmou que esse é um problema da Ordem dos Médicos e que

ao Governo apenas interessa saber quais os médicos que,
em determinado hospital são objectores,
para "ali" não fazerem abortos.

...

10 comentários:

Marco Valle disse...

Só sei que o governo pró-aborto agora vem apresentar políticas de incentivo à natalidade. Bem, verdade seja dita que com o que eles dão mais valia estar quieto, ou então abortar, por se ver a desgraça que é este estado.
Mais... e agora sejamos directos, os incentivos são principalmente para as familias númerosas desfavorecidas...
Mas que raio!!!! Querem aumentar os desgraçados e subsidiários? ...Em vez de ajudarem a classe média que faz andar este país, a terem crianças funcionais e produtivas, investimos nos párias, degenerados e marginais. Para este país andar deviam favorecer, a sério, a natalidade nas classes média e baixa produtivas e fumentar o controlo de natalidade nas famílias carenciadas. É responsabilidade do estado pensar pelos que não o sabem fazer, porque o dinheiro para os manter vem dos bolsos de todos. Eu não sou nem Fascista, nem Nazi, nem xenófobo, nem nada disso, só estou farto de pagar impostos para ver desgraças.

Agnelo Figueiredo disse...

E disse muito bem, isto é, no sentido dos superiores interesses do governo.
Imaginemos que um um ilustre clínico se declara objector. Vamos erradicá-lo de sopetão? Claro que não. Pode ser que, noutro contexto, o homem até se preste à função. E essa, essa sim, é que é necessário garantir!!!

Agnelo Figueiredo disse...

Não apresentei os parabéns lá em baixo, mas faço-o aqui.
Força!

Ruvasa disse...

Viva, Mac!

Se não te conhecesse, diria que hoje estás muito radical, caramba!

Tens razão em muito do que dizes, mas desta vez a coisa saiu um tanto radical de mais, não concordas?

Não significa que se queira investir nos párias, degenerados e marginais, embora possa parecer que sim.

A política de incentivo à natalidade tem que ser generalizada e ninguém pode ser dela discriminado. Nem a Constituição o permitiria.

Agora que toda esta política é uma chachada e profundamente demagógica, lá nisso tens razão.

Por exemplo, não concordo, de forma alguma, com o subsídio à gravidez. Concordo, isso sim, com o subsidio à maternidade. Que não são a mesma coisa, nem representam os mesmos valores, nem têm necessariamente te o mesmo desfecho.

Enfim!

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

Nem mais! A hipocrisia chegou ali e parou... ela própria estupefacta com tanta... hipocrisia!

Perderam-se os valores éticos da política, a governação está pelas ruas da desvergonha. Está mais do que visto.

E ainda nem falei - por que tenho estado a retrair-me por questão de decoro - da sujeira que foi ter contratado crianças para figurantes de uma peça teatralizada e mal desempenhada pelo próprio primeiro-ministro. Portugal está, nas mãos destes senhores, que abandalharam a ética e, com isso, "apontaram caminhos", podre e mal-cheiroso.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

Obrigado pelos parabéns.

Um grande abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Amigo Ruben

O melhor é mesmo não se fazerem comentários, senão acabamos por perder as estribeiras e insultar estes "filhos de quatro pais".

Um abraço
AAlves

Ruvasa disse...

Viva, Alves!

Na verdade, isto ultrapassa tudo quanto a "antiga musa cantava". É que nem ela tem coragem para tanto!

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

Primeiro temos de cair no erro de confundir as políticas de aborto e de natalidade.
São completamente independentes, não há correlação entre a liberalização do aborto e o aumento da natalidade ou vice-versa.
A França tem a taxa de natalidade mais elevada da Europa e, no entanto, o aborto está relativamente liberalizado.
Aliás, o país da Europa com o aborto mais liberalizado é o Reino Unido onde a taxa de natalidade também é, em termos europeus, elevada.
Em compensação, a Polónia, onde o aborto é totalmente proibido tem uma das taxas de natalidade mais baixas da UE.
Ser contra o aborto porque o país precisa de crianças é despromover um debate ideológico e moral a uma mera discussão economicista que despromove quem a faz.

Quanto a políticas de promoção de natalidade que o país precisa como de pão para a boca, a medida que o governo anunciou é um bom exemplo do que não se deve fazer.

Tem de haver incentivos financeiros à natalidade, estes incentivos podem e devem, abranger o período da gravidez mas não podem ser descriminatórios e ser só para os mais desfavorecidos.

Estes incentivos devem ser considerados um direito e, portanto, todos terem direito a eles.

Ruvasa disse...

Viva, Raio!

Ainda que o tema do post não tenha sido esse, estou absolutamente de acordo.

Abraço

Ruben