É de todos conhecido que a nossa aliança com os "beefs" vem desde a Idade Média, mais propriamente desde 1386, altura em que, em Windsor, se deu existência formal a algo que já vinha de 1373. Fará em 2009, portanto, 623 ou 636 anos, como se queira, que se encontra em vigor. É o mais antigo tratado diplomático de assistência e defesa celebrado entre duas nações que se conhece.
Como normalmente acontece em casos semelhantes, há opiniões discordantes quanto à Alta Parte contratante que mais terá beneficiado com semelhante acordo. Sou de opinião de que, em relação a um tratado destes, é mais ou menos jacobino estar-se a medir as vantagens de um lado e de outro. Acho que, se o tratado foi celebrado e até hoje, com idade tão provecta, ainda não foi denunciado, o facto apenas se pode atribuir à circunstância de ambas as partes sentirem conveniência em mantê-lo.
De qualquer modo, se houvesse que colocar no prato da balança as vantagens que tenham resultado para "eles" e para "nós" - e pondo de parte os ganhos estritamente económicos, como os que resultaram do tratado de Methween, no início do Séc XVIII - haveria que não esquecer que:
* em Aljubarrota fomos beneficiados,
* mas no ultimato de 1890 fortemente lesados,
* com Napoleão houve como que um empate técnico, já que furámos o bloqueio continental em favor dos ingleses o que provocou as invasões do Junot, do Soult e do Massena, mas,
* em contrapartida, foram os ingleses, com particular destaque para Arthur Wellesley, duque de Wellington que nos ajudou a correr com o franciú até dentro do seu território, onde, em Toulose, levou a tareia última, que pôs termo à guerra Peninsular,
* na I Grande Guerra Mundial fomos fortemente tramados, uma vez que, a pedido dos ingleses, enviámos um Corpo Expedicionário que foi integrado no Exército inglês da Flandres, e os patifórios não tiveram pejo de nos mandar aguentar em La Lys, tentando travar o bruto alemão, à custa de uma sangria tremenda, enquanto eles se piravam de fininho.
Há mais alguns episódios que podiam ser trazidos à colação, mas fiquemos por aqui.
Verificam-se, portanto, prós e contras (arrepio-me só de escrever isto, pois que de imediato me vem à memória o infelicíssimo programa da RTP das segundas à noite, também conhecido pelo adequado "pós e tontas"...) para ambos os lados. Como, aliás, deve acontecer em todos os tratados celebrados de boa fé.
Mas esta "contabilidade" acaba de receber mais um contributo.
É que, não fossem os "beefs", com as suas impertinências de coca-bichinhos extravagantes, ainda por cima com a mania de que dão lições de democracia, tudo por aqui estaria, sem qualquer sobressalto, na paz do Senhor, Ámen! Assim, é o que se vê...
Raios os partam!
...
4 comentários:
Ruben;
Uma boa 'recolha' de factos históricos.
Quanto ao FREEPORT, continuo na minha; apesar de a teia se estar a alaaaaargar vai ficar tudo em 'Santas Águas de Bacalhau', um prato muito típico da nossa Gastronomia. ;)
Abraço
I.
Viva, Isabel!
Pelo menos uns quantas cólicas intestinais vão ter muitos deles e não apenas um...
E o descrédito total, a nível internacional, é certo, também.
No entanto, acredito agora mais numa maioria abolsutamente absoluta.
Sabe porquê?
Como povo, massa bruta, sempre estivémos do lado da prevaricação. da chico-espertice, da infracção.
A única excepção até hoje foi o caso Vale e Azecedo.
Essa é a verdade que ninguém de boa fé desmentirá.
Abraço
Ruben
Ruben;
Sem dúvida que haverá muitos - como é que se diz em 'francês'? - 'a la rasque'!
O caso do João Vale é outra história; disse-me um benfiquista que o prenderam para ele não se recanditar à presidência do SLB. ;)
Abraço
I.
Viva, Isabel!
"À la rasque" estamos nós... porque eles estão sempre na maior.
E os parvos que continuarão a dar-lhes os votos só têm o que merecem.
Abraço
Ruben
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