Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

1922. Os impertinentes "bifes"



É de todos conhecido que a nossa aliança com os "beefs" vem desde a Idade Média, mais propriamente desde 1386, altura em que, em Windsor, se deu existência formal a algo que já vinha de 1373. Fará em 2009, portanto, 623 ou 636 anos, como se queira, que se encontra em vigor. É o mais antigo tratado diplomático de assistência e defesa celebrado entre duas nações que se conhece.

Como normalmente acontece em casos semelhantes, há opiniões discordantes quanto à Alta Parte contratante que mais terá beneficiado com semelhante acordo. Sou de opinião de que, em relação a um tratado destes, é mais ou menos jacobino estar-se a medir as vantagens de um lado e de outro. Acho que, se o tratado foi celebrado e até hoje, com idade tão provecta, ainda não foi denunciado, o facto apenas se pode atribuir à circunstância de ambas as partes sentirem conveniência em mantê-lo.

De qualquer modo, se houvesse que colocar no prato da balança as vantagens que tenham resultado para "eles" e para "nós" - e pondo de parte os ganhos estritamente económicos, como os que resultaram do tratado de Methween, no início do Séc XVIII - haveria que não esquecer que:

* em Aljubarrota fomos beneficiados,

* mas no ultimato de 1890 fortemente lesados,

* com Napoleão houve como que um empate técnico, já que furámos o bloqueio continental em favor dos ingleses o que provocou as invasões do Junot, do Soult e do Massena, mas,

* em contrapartida, foram os ingleses, com particular destaque para Arthur Wellesley, duque de Wellington que nos ajudou a correr com o franciú até dentro do seu território, onde, em Toulose, levou a tareia última, que pôs termo à guerra Peninsular,

* na I Grande Guerra Mundial fomos fortemente tramados, uma vez que, a pedido dos ingleses, enviámos um Corpo Expedicionário que foi integrado no Exército inglês da Flandres, e os patifórios não tiveram pejo de nos mandar aguentar em La Lys, tentando travar o bruto alemão, à custa de uma sangria tremenda, enquanto eles se piravam de fininho.

Há mais alguns episódios que podiam ser trazidos à colação, mas fiquemos por aqui.

Verificam-se, portanto, prós e contras (arrepio-me só de escrever isto, pois que de imediato me vem à memória o infelicíssimo programa da RTP das segundas à noite, também conhecido pelo adequado "pós e tontas"...) para ambos os lados. Como, aliás, deve acontecer em todos os tratados celebrados de boa fé.

Mas esta "contabilidade" acaba de receber mais um contributo.

É que, não fossem os "beefs", com as suas impertinências de coca-bichinhos extravagantes, ainda por cima com a mania de que dão lições de democracia, tudo por aqui estaria, sem qualquer sobressalto, na paz do Senhor, Ámen! Assim, é o que se vê...

Raios os partam!

...

4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Ruben;

Uma boa 'recolha' de factos históricos.

Quanto ao FREEPORT, continuo na minha; apesar de a teia se estar a alaaaaargar vai ficar tudo em 'Santas Águas de Bacalhau', um prato muito típico da nossa Gastronomia. ;)

Abraço

I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Pelo menos uns quantas cólicas intestinais vão ter muitos deles e não apenas um...

E o descrédito total, a nível internacional, é certo, também.

No entanto, acredito agora mais numa maioria abolsutamente absoluta.

Sabe porquê?

Como povo, massa bruta, sempre estivémos do lado da prevaricação. da chico-espertice, da infracção.
A única excepção até hoje foi o caso Vale e Azecedo.

Essa é a verdade que ninguém de boa fé desmentirá.

Abraço

Ruben

Isabel Magalhães disse...

Ruben;

Sem dúvida que haverá muitos - como é que se diz em 'francês'? - 'a la rasque'!

O caso do João Vale é outra história; disse-me um benfiquista que o prenderam para ele não se recanditar à presidência do SLB. ;)


Abraço

I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

"À la rasque" estamos nós... porque eles estão sempre na maior.

E os parvos que continuarão a dar-lhes os votos só têm o que merecem.

Abraço

Ruben