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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

1971. Freeport - Arguidos constituídos

Ministério Público constitui arguidos no caso Freeport

Charles Smith e Manuel Pedro, intermediários no negócio do centro comercial Freeport, em Alcochete foram constituídos arguidos. Procurador-geral da República confirma arguidos no processo, mas não adiantou nomes.

Charles Smith, o escocês que vive em Portugal há cerca de 20 anos, foi ouvido ontem no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público, em Lisboa, e Manuel Pedro já tinha sido ouvido no Tribunal do Montijo, também por elementos do DCIAP. A TVI falou num terceiro arguido, mas a informação não foi confirmada.

Os dois empresários foram sócios da empresa Smith&Pedro que intermediou o negócio do outlet de Alcochete. Ambos ficaram com termo de identidade e residência, a única que pode ser aplicada pelo Ministério Público ou por um órgão de polícia criminal. Medida superior apenas pode ser determinada por um juiz. Por vezes, são os próprios inquiridos a solicitarem a condição de arguidos para poderem remeter-se ao silêncio e assim recusar-se a responder a perguntas.

Charles Smith foi ouvido pelos procuradores Vítor Magalhães e Paes Faria e, segundo a procuradora-geral adjunta, Cândida Almeida, foi o cidadão escocês que solicitou a audição em Lisboa e não na sua área de residência, no caso, em Loulé.

O interrogatório ocorreu depois de ter sido ouvido quarta-feira, pelos mesmos magistrados, o empresário Júlio Monteiro, tio do primeiro-ministro, José Sócrates. No Tribunal de Cascais, Júlio Monteiro depôs na condição de testemunha e reiterou estar de "consciência tranquila".

Entretanto, o procurador-geral da República confirmou a existência de arguidos no "caso Freeport", mas escusou-se a adiantar nomes. "Sempre que há ilícitos tem que haver suspeitos", realçou Pinto Monteiro.

PSP ameaça deter jornalistas

Charles Smith chegou ao DCIAP pelas 14.30 horas. Sem palavras, mas sorridente, entrou no edifício, para, sensivelmente cinco horas depois, sair de cara fechada. O empresário seguia ao lado do condutor de um veículo oficial e tentou esconder o rosto com o auxílio de um cachecol. Uma saída organizada pela PSP, que durante a tarde foi também responsável pelo afastamento dos profissionais de Comunicação Social da entrada das instalações judiciais. "Se continuam aqui vou ter de deter alguém", ameaçou um subcomissário de serviço, que não hesitou em chamar reforços.

Uma equipa do serviço de intervenção rápida foi, entretanto, deslocada para o local, sendo, mais tarde, alegado pela PSP que tal aparato policial se justificou com a necessidade de preservar o anonimato de funcionários e cidadãos.

JN - 2009Fev20

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