Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 13 de março de 2009

2040. Crimes violentos - 67 por dia

Criminalidade atinge a maior subida de sempre
Valentina Marcelino

Insegurança. O DN teve acesso a dados oficiais que fazem parte do Relatório de Segurança Interna de 2008 e estes confirmam as piores expectativas. No ano passado o crime violento aumentou 10,7% e a criminalidade geral subiu 7,5%. O que significa o maior crescimento dos últimos dez anos em Portugal

O tabu do ministro da Administração Interna, sobre as estatísticas da criminalidade de 2008, está prestes a terminar e Rui Pereira vai ter de reconhecer as piores previsões. O DN teve acesso a dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) e estes confirmam uma subida quer da criminalidade geral quer dos crimes mais violentos e graves. A maior, desde que há registo oficial destes dados, nos últimos dez anos. As forças de segurança registaram um total de 421 037 crimes - mais de 1100 por dia - dos quais 24 313 foram graves e violentos. Por dia houve, em média, 67 crimes violentos.

Dentro destes últimos, destacam--se, com resultados já definitivos a 31 de Dezembro, os aumentos brutais dos assaltos a bancos e às bombas de gasolina, praticamente para o dobro.

Houve 230 roubos a bancos, contra 108 de 2007 e 468 assaltos a postos de abastecimento de combustível, contra 241 no ano anterior. Em ambos os casos, que se enquadram nas estatísticas do crime violento, o ano de 2008 foi o pior de sempre.

Outros resultados a que o DN teve acesso foram os relativos aos homicídios e às ofensas à integridade física graves (agressões com muita violência), ambos com recrudescimento. Foram assassinadas 143 pessoas em 2008, mais dez que em 2007 (aumentou 7,5% ) e 761 foram agredidas violentamente, mais 99 que no ano anterior (uma subida de 15%).

Nos gráficos de variação mensal do RASI é notório o pico no 3.º trimestre do ano, relativo aos meses de Verão, período em que a criminalidade violenta atingiu uma subida de 16,84% e a geral chegou aos 11% de aumento.

Estes valores assustadores e a insegurança que então varria o País - recorde-se o assalto ao BES, os roubos a ourivesarias (um dos quais resultou na morte de um proprietário, em Setúbal) ou os dois homicídios, numa só noite, de Alexandra Neno e Diogo Ferreira - obrigaram o ministro Rui Pereira a ordenar a maior mobilização de sempre das polícias.

Em apenas oito dias, na última semana de Agosto, quando já era conhecida internamente esta evolução dramática, a GNR, a PSP e o SEF realizaram 147 operações especiais de prevenção criminal, cujo alvo foi, principalmente, as zonas mais problemáticas. Foram detidos 686 suspeitos e apreendidas 46 armas de fogo ilegais.

Esta reacção em força e musculada, que se manteve, embora com menos visibilidade, até ao final do ano, teve resultados muito positivos. A partir do último trimestre do ano, a subida da criminalidade violenta ficou nos 5,8%, contra os quase 17 do trimestre anterior.

Esta inversão de tendência de subida, que se estava a verificar desde o início do ano, vai ser um dos argumentos que o ministro Rui Pereira deverá usar, em defesa da sua estratégia e das medidas tomadas a partir de Setembro.

Conforme o DN já noticiou, o RASI só ainda não foi entregue à Assembleia da República porque o Ministério da Educação está em falta na entrega dos dados da Escola Segura. No entanto, segundo o DN apurou, estes números não devem alterar substancialmente os resultados já consolidados. O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, quer concluir o documento até ao final da próxima semana.

Possivelmente, o documento será entregue aos deputados antes do prazo legal previsto, que é 31 de Março. Nesse dia, o juiz-conselheiro estará lado a lado com o ministro da Administração Interna a explicar os dados que constam do relatório.
DN 2009.03.13


* * *


Compreende-se agora o silêncio que o ministro da administração interna tem guardado acerca do assunto. Está comprometido com tal falhanço e receia apresentar-se perante o eleitorado em vésperas do início de um período eleitoral francamente desgastante.

Mas assim não pode continuar. Ele ou o próprio primeiro-ministro - e os números verdadeiramente inusitados da hecatombe verificada apontam no sentido de que seja o chefe a vir dar a cara por resultados tão preocupantes - têm que rapidamente justificar tal estatística e apresentar medidas correctoras de tão grande e tão grave criminalidade.

Este, sim, é assunto com dignidade mais do que suficiente para que o governo que nos calhou em desdita preste rapidamente contas do trabalho que tem desenvolvido ou descurado. Este, sim, não a fantochada em que se transformou o coitado do "magalhães" a que todos os promotores insistem em criar condições para que se tenha já tornado numa das provas mais conseguidas da socrática incompetência.

A este assunto da criminalidade violenta me referi já em anterior post: criminalidade violenta em Portugal.
...

3 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Só o desgoverno sócretino continua 'desconhecedor' do assunto.

Uns verdadeiros autistas.


[]

I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Autistas e "artistas"

[]

Ruben

Ashera disse...

Olá Isabel
Olá Ruben
Concordo com a Isabel
Até esta data o Crime aumentou visto no INE?
Seja como for hoje e a esta hora, já nos perdemos nos aumentos tanto de crimes, como de fome,como de exaustão!
ABAIXO ESTE GOVERNO
VAMOS APELAR À IDA AS URNAS E AO VOTO NULO!
Mais beijos

OBS: Agora nos comentarios não posso colocar o link para o meu site, que é hospedado com wordpress mas do meu dominio :-(
Configura sim?
GRAZIE