Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 12 de abril de 2009

2107. Guerra médicos+governo vs farmácias

Nesta guerrinha de idiotas, que tem de um lado da barricada os médicos e o governo e do outro as farmácias, há alguém que nenhum dos assanhados ainda teve a decência de chamar à demanda, ou seja, os verdadeiros interessados, isto é os cidadãos comuns, depois de inteiramente esclarecidos sobre todos os aspectos da questão.

Sim, porque nessa altura, cada cidadão estaria em condições de sentenciar mais ou menos o seguinte:


- Estou-me positivamente marimbando para que as farmácias e os farmacêuticos ganhem muito ou pouco com o negócio dos genéricos, porque nem sou contra quem ganha dinheiro com limpeza, nem invejoso.
O que quero apenas é ser decentemente servido e com menos custos para mim e para o Estado. Se os genéricos, seguindo o critério do princípio activo, nada ficam a dever a qualquer medicamento de marca, pois muito bem, quero genéricos, porque não há razão alguma - a não ser a estupidez mais profunda ou
má fé evidente - para que eu e o Estado paguemos por um medicamento uma importância que, em boa parte dos casos, custa quase o dobro do que custa o genérico.

E mais - acrescento, já agora - o Estado que obrigue os médicos a receitarem genéricos e não apenas os medicamentos que mais lhe interesse receitar, por motivos óbvios.

Ou, então, obrigue-os a perguntar ao doente que tipo de medicamento quer.
Que essa coisa de virem para a praça pública enxovalhar os farmacêuticos, acusando-os de quererem ganhar mais dinheiro, a vender medicamentos mais baratos, é sujeira mesmo, se atentarmos que a receita pelos medicamentos mais caros - embora, repito, baseados no mesmo princípio activo - é, muitas vezes, ditada por interesses comerciais (e nenhuns mais) dos médicos.

Bem, também digo isto com este à vontade todo, porque o meu médico, que é homem decente, ao receitar-me qualquer medicamento, pergunta-me se quero de marca ou genérico, após o que me explica quais são as características de um e de outro dos que me pode receitar.


Em face disto, respondo-lhe eu:

- Atão, se vocemecê me garante - como acabou de garantir - que o A (genérico) é igualzinho ao B (de marca), eu quero que me receite o A, não é verdade? Burro é que eu não sou, não senhor, muito agardecido!...

* * *

E você que me lê, tem médico decente ou vigarista? É que, sabe?, destes últimos há por aí palettes deles... Esteja atento, hein?!

NB.-
Por outro lado, não sei por que razão os médicos trafulhas estão tão preocupados com este assunto. Então, não é verdade que se se for para os genéricos, os delegados de informação médica continuarão a visitá-los regularmente?...
Então, que mais querem, porra? Podem ganhar mais devagar, mas, afinal, ganham na mesma.
...

2 comentários:

forteifeio disse...

Os interesses não lhes permitem têr esta clarividência. Para se sentaremà mesa e resolverem da melhor forma. A diferença de preço um genérico para um de marca é enorme. E o principio acivo é o mesmo logo, é igual.
Se está no mercado é porque o genérico cumpre os tais requesitos.

Ruvasa disse...

Viva, forteifeio!

O problema aqui na verdade não é um mas dois:

1 - as visitas dos delegados de informação médica aos clínicos e, bem, os folhetos que lhes oferecem;

1 - o corporativismo que, durante a 2ª República ou Estado Novo - o tal Estado corporativo - nunca foi tão infame como é agora.

Abraço

Ruben