Sócrates corrige rendimentos
José Sócrates corrigiu este ano quatro das suas declarações de rendimentos entregues no Tribunal Constitucional como ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território e como deputado, em 1999, 2000 e 2001.
Os aditamentos, assinados pelo primeiro-ministro a 24 de Março deste ano, revelam o montante do seu rendimento anual como trabalhador dependente em cada um daqueles anos: o valor, que era omisso nas declarações daqueles anos, oscila entre 79 302 euros, em 2000, e 82 045 euros, em 2001.
As correcções deram entrada no Tribunal Constitucional a 2 de Abril passado e estão acompanhadas de uma carta do chefe de Gabinete do primeiro-ministro, Pedro Lourtie, dirigida à secretária-geral da instituição presidida por Rui Moura Ramos.
"Tendo o senhor primeiro-ministro constatado a falta de indicação, por lapso, em declarações anteriores, de rendimentos do trabalho dependente relativos a vencimentos como ministro e deputado, junto envio (...) aditamentos a essas declarações anteriormente apresentadas, respeitantes à renovação anual daquelas declarações como ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, em 22 de Novembro de 2000 e 12 de Dezembro de 2001, à cessação de funções como ministro, em 6 de Abril de 2002, e ao início de funções como deputado da Assembleia da República, na mesma data."
Com esta correcção, Sócrates revela os seus rendimentos anuais: 79 384 euros (1999); 79 302 euros (2000) e 82 045 euros (2001).
CM 2009.06.13
(negrito nosso)
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Está a ver como a liberdade de expressão, que ainda se vai tendo, sempre serve para alguma coisa?
Quanto mais não seja para alertar o primeiro para um trilapso seu cometido em 1999, 2000 e 2001 e de que nem se apercebera ou notara e que agora, 10, 9, 8 anos depois, se apressou a corrigir.
É certo que, pelo que se lê na carta do seu chefe de gabinete, foi o próprio primeiro que "constatou" a falta.
No entanto, manda a verdade que se diga que, não fora a expressão livre do pensamento, que ainda vamos tendo, e dificilmente o senhor primeiro teria constatado existência de tais lapsos, pelo que não os poderia ter corrigido tão voluntariamente quanto com a máxima prestreza.
Na verdade, quem é que subitamente se iria lembrar de pormenores ocorridos há uma década, há quase uma década e há pouco menos do que uma década, se não tivesse um anjo da guarda a velar por que nada lhe falte?
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