Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 15 de julho de 2009

2437. Tertúlia Virtual - 15 Julho 2009


A minha pátria é a língua portuguesa

Fernando Pessoa



* * *


A frase de Pessoa, nascida de um incontível impulso, decorrência longínqua da leitura de um dos magnificentes textos de Vieira, o jesuíta que manipulava a língua mãe como ninguém mais após si, resume bem todo o sentimento que a bela língua portuguesa desperta em quem a conhece, a cultiva, tenta que não seja deturpada.


Porque deturpar não é acrescentar-lhe novos termos, novas cambiantes, novos significados e amplitudes, novas profundidades espacial e temporal, o que só a enriquece. Deturpá-la é pretender, consciente ou inconscientemente, amputá-la da sua riqueza, da sua tremenda expressividade, do seu inigualável humanismo.


Não será da Terra o império que sucederá ao dos Assírios, dos Persas, dos Gregos e dos Romanos, que esses o foram da matéria. Por isso, chegada a sua hora, todos tiveram fim. O Quinto Império será, como preconiza Vieira, o de Cristo e dos Cristãos e não da terra, mas sim do reino dos Céus e, também contrariamente aos outros, eterno.


Porém, haverá um Quinto Império terreno. Há-de ser o da Língua Portuguesa. O império a que comummente nos referimos e bem demonstrativo da capacidade de miscigenação, do cosmopolitismo dos portugueses e seus descendentes e derivados.


Quanto mais e maior consciência da enorme força da Língua Portuguesa houver mais rapidamente ela se afirmará em todo o mundo e se tornará a língua do Quinto Império, o definitivo em termos terrenos.


Porque só a Língua Portuguesa dispõe das características necessárias e suficientes para assumir tal papel de supremacia, com plena aceitação tanto por elites como por camadas mais populares.


Trata-se de uma língua complexa, sim, mas a que, talvez por isso mesmo, não faltam expressões para descrever em termos justos e precisos, qualquer situação de vida, qualquer sentimento, qualquer pensamento, qualquer imaterialidade.


Na verdade, não há língua que se lhe iguale. E essa sua tremenda vitalidade, deve-a, em primeiro lugar, à etimologia latina, a língua das línguas, a língua que, ainda que morta, perdura ad saecula saeculorum. Outras, como o espanhol, o francês, o italiano e o romeno têm também essa derivação, mas a faltou-lhes sempre a disponibilidade, a vontade, a humildade, o cosmopolitismo para se enriquecerem com novos termos e até construções frásicas recolhidas de outras proveniências, bebidas, sem complexos, de até meros dialectos.


São essas suas capacidades de absorção e de subsequente disseminação, aliadas às restantes características anteriormente apontadas, que dela fazem única no mundo, ainda que a não mais falada entre os povos. Por enquanto...


Não tem a capacidade de síntese da língua inglesa em uso americano ou australiano, mas tem, a título de compensação altamente mais favorável, a ductilidade que a torna tão generalizadamente aceitável e de uma riqueza absolutamente inigualável. Não haverá língua no mundo com tamanha diversidade de descrições atinentes a um facto, a uma situação, a uma qualidade, a um sentimento.


No entanto, a Língua Portuguesa só terá toda essa pujança, enquanto for uma forma de expressão livre, não sujeita a baias e regras estultas que apenas terão como resultado amputarem-na de toda a sua inconfundível vitalidade.


Pretender domesticá-la, uniformizá-la, torná-la como as restantes, incapaz de responder às necessidades, anseios e idiossincrasias dos povos que dela se servem para se exprimirem acerca dos mais variados assuntos, é, para além de criminoso, acto de completa estultícia. E mais ainda se a versão que à força se pretende fazer vingar é das que mais – se não mesmo a que mais – se afastam do seu devir etimológico.


O Português que se fala em Lisboa não é precisamente o mesmo que se fala no Brasil, nem o mesmo que se fala em Angola, em Moçambique, em Cabo Verde, na Guiné, em S. Tomé e Príncipe, em Timor, em Macau, no Sudoeste da Índia, no Sudeste Asiático, nas diversas comunidades de falantes da língua portuguesa das mais remotas partes do mundo. Não é, sequer, o mesmo português que se fala no Alentejo ou em Trás-os-Montes ou em Coimbra ou em Faro. Nem o Português do Rio de Janeiro o mesmo que se fala em Fortaleza ou em Porto Alegre ou na Baía ou em Campo Grande ou em Manaus. E, no entanto, nessa diversidade de "Português", se expressam, se explicam, se entendem e até se desentendem entre si inúmeros povos e comunidades disseminados por esta bola em perpétuo movimento em que vivemos.


Todos são a Língua Portuguesa na sua expressão mais universalista. A Língua Portuguesa na sua máxima ductilidade, com o objectivo de servir os povos. E é aí, principalmente aí, que ela é imbatível, não tendo concorrentes à altura. Assemelha-se-lhe um pouco o Espanhol, ou melhor, o Castelhano - já que o Espanhol é língua que não existe ou existiu - mas nem de perto nem de longe com as mesmas características e versatilidade.


E a que se devem essas suas características? Muitos serão os factores que as determinam, certamente, mas despicienda não será a circunstância de o povo que a disseminou pelos quatro cantos do globo ter sido capaz de se integrar tão profundamente com os outros povos que foi encontrando e a que foi aderindo sem complexos e sem peias, par inter pares, como nenhum outro povo "descobridor" o foi. E, por isso, o aforismo de que, tendo Deus criado brancos e pretos, amarelos e vermelhos, o português completou a obra miscigenando o mestiço que está a caminho de se tornar a etnia dominante, por recolher, em si, as características gerais dos povos do globo, em ordem a uma harmonia que se pretende universal.


Na verdade, Pessoa estava certo quando descobriu o belíssimo conceito de que a sua pátria - a nossa pátria - é a Língua Portuguesa.


Pode, a um primeiro e apressado relance, pensar-se que não é assim. Mas bastará um instante de reflexão para, de imediato, se concluir que efectivamente o é e nem de outro modo poderia ser.


Quem é que, vivendo no estrangeiro da Língua Portuguesa ou lá estando de passagem acidental, não teve ainda a percepção de tudo quanto fica dito e mais ainda das potencialidades congregadoras da sua língua materna? Bastará que se passe uma semana sem falar português, sentindo-se efectivamente no estrangeiro, para que, subitamente ouvindo alguém articular a nossa língua, se regressar, de supetão e com uma sensação de indizível aprazimento e conforto, à pátria que nos abençoa.


Na verdade, apenas quem, lá por fora e quanto mais longinquamente melhor, rodeado de gente de outras falas, subitamente ouve linguajar em português, com ou sem sotaque, consegue, em toda a sua extensão, aperceber-se dessa força de união indestrutível que só a língua comum pode proporcionar. Por sentir o recuperar do seu próprio “eu”, da sua intransmissível personalidade, da sua bem marcada identidade face ao mundo em redor. Por regressar à pátria tão amada e protectora, a Língua Portuguesa.


É certo que bandeiras, hinos e outros símbolos artificialmente criados, pretendem materializar uma ideia de nação que se pretende um todo indivisível, uma casa em que todos sentem ter lugar próprio.


No entanto, a nossa pátria, a nossa verdadeira pátria, que ninguém jamais poderá impor e muito menos algum dia destruir, é a Língua Portuguesa. Tudo o mais, embora muito respeitável e de acarinhar sem tibiezas, são meros adereços que nada mais podem fazer do que reforçar a identidade principal.


* * *


O tema mereceria outro tratamento que, todavia, não teria cabimento neste espaço e nesta hora em que apenas se pretende alertar para uma realidade que à generalidade de quem este laudo ler afecta e certamente interessa. Em outra oportunidade tê-lo-á.


* * *


Entretanto, enquanto a hora não chega, veja mais aqui


________________________

(O texto foi actualizado, pelas 10,15 de 16 Julho 2009, com a introdução do parágrafo que tem início em "E a que se devem essas suas características?", que constava do borrão inicial, mas que, por lapso, não foi incluído na versão original do post)

...

35 comentários:

Teresa Diniz disse...

Viva, Ruben
Não sou uma adepta do Quinto Império, mas sou uma indefectível defensora desse valor imaterial que é a Língua Portuguesa. Só pela sua tremenda expressividade podemos ser um país de poetas.
Parabéns pelo texto.
Um abraço

Anónimo disse...

Ruben,

não perdemos por esperar um texto como o seu, sobre esse tema tão caro e defendido por você para a nossa finada Tertúlia! Realmente um tema instigante e com várias vertentes! Melhor do que ninguém soube desenvolve-lo e nos agraciar com lições da história Portuguesa!
Peço desculpas pela massada causada pelo Mister Linky´s que por conta de ganancia de seus mentores não quis ver o fim da Tertúlia em grande estilo! Mas não há de ser nada!

Forte abraço

FaBiaNa GuaRaNHo disse...

Tens toda razão, a língua portuguesa é merecedora de muito mais do que lhes dão.
Como pode em toda Europa, os encartes de museus,teatros, pontos turísticos, etc, não a terem?
Não faz Portugal parte da União Européia?
Como ignorar uma língua tão falada?
Respeito é necessário a tal língua.
Concordo com você.

Nanda Botelho disse...

Ainda precisamos (brasileiros), talvez, aprender a apreciar e usar bem a língua portuguesa!


Obrigada pela visita!!!

Viva a tertúlia!

Bjs!

Ruvasa disse...

Viva, Teresa!

O Império que interessa é o da Língua Portuguesa. Porque nele, afinal, se contém igualmente o da mais profunda idiossincrasia dos Portugueses e seus descendentes. Tudo o resto é efémero.

Obrigado.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Eduardo!

Bem, não serão propriamente lições da História Portuguesa, como amavelmente lhe chamou. Primeiro, porque, efectivamente não são nem pretendem, ser lições de História; depois, porque seriam, quando muito da Língua Portuguesa e essa não é só portuguesa.

Exactamente como o Latim não era só dos antigos romanos.

Abraço transatlântico

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Fabiana!

Tem-no, só que não na medida justa. Mas tê-lo-á. O caminho faz-se caminhando. É precisa muita poresistência, mas "eles" render-se-ão.

Quando perceberem que a Língua Portuguesa é a mais diversificada e rica de quantas se conhecem. Por alguma razºao, nós, os falantes da Línguia Portuguesa, temos tanta facilidade no domínio de outras línguas línguas e eles tanta dificuldade em chegar à nossa. E também quando intuírem que não é possível que uma língua vingue e perdure se não for analítica como a portuiguesa é, na sequência, afinal, do próprio Latim. E se nºao for capaz de abserver outar«ras e por elas ser absorvida, em troca constante de vivências.

Abraço

Ruben

Maria Augusta disse...

Ruben, você tem razão sobre a riqueza da língua portuguesa e da alegria que sentimos ao ouvi-la quando estamos longe dos paises que a praticam. E não havia pensado nisto, que esta riqueza deve vir da maleabilidade com a qual ela acolheu as várias influências que sofreu. Aqui na França eles dizem que falo "brasileiro", e eu os corrijo, dizendo que falo português, pois prezo muito este elo que une todos os paises que falam minha língua...que é a sua, a nossa, e a de todos os paises que citou no mapa acima.
Abraços e parabéns pelo post.

P.S.: Escrevi um post a este respeito ha algum tempo, com material do Museu da Lingua Portuguesa de São Paulo. O link é http://cotecourcotejardin.blogspot.com/2009/04/portugues-ou-brasileiro.html

Ruvasa disse...

Viva, Nanda!

Não. Creio que não. Do que precisam é de continuar a ser verdadeiros, vós mesmos.

Uma língua que não recolhe e acolhe outras experiências, não é língua que se preze, porque chegou ali e... parou, marreu.

Cada vertente da Língua Portuguesa não a diminui; engrandece-a. O que é preciso é que não se pretenda aprisionar cada uma das vertentes ao império da outra.

Assim como não gostaria de ver o Portugês de Portugal ser subjugado pelo do Brasil e dos outros paises e regiões do globo, também não gostaria que o Português do Brasil - e bem assim os de Angola, Moçambique, etc.. - fossem subjugados pelo de Portugal.

É coisa contra-natura, é completa estultícia e não acabará bem.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Maria Augusta!

É isso tudo que disse, amiga. Para quê acrescentar mais o que quer que seja?

Quem melhor do que a Maria Augusta, a quem nem a experiência falta, para falar do assunto?

Vou ver esse seu post.

Abraço

Ruben

Isabel Magalhães disse...

Ruben;

Gostei de ler.

Deixo um abraço.

I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

E ele cá fica.

Abraço

Ruben

Compondo o olhar ... disse...

sempre fernando pessoa...
a lingua portuguesa é linda, nós brasileiros q não damos o seu devo valor... mas com certeza, naõo tem nada mais gostoso q vc estar fora de seu país e ouvir ao longe, que alguém fala a sua lingua... é como se voltassemos a nossa patria mãe gentil!!!


bjocas

bela participação nesta última tertulia... ja estou com saudades

Ashera disse...

Meu querido amigo Rubén!
Nem de propósito....Se não couber nesta janela passa para outra a continuação.
cá vai:
"Eu também seria um defensor de todos os acordos ortográficos se não tivesse escolhido este país (Brasil), abençoado por Deus e bonito por natureza com seu povo maravilhoso, de coração doce e hospitaleiro, para minha segunda pátria onde vivo a maior parte do ano.
Mas, porque o fiz, porque me sinto um brasileiro, quase tanto como o português que muito me orgulho de ser por nascimento, não posso defendê-lo.
Porque desde Fevereiro de 2004 tenho o privilégio de desfrutar tudo quanto este povo e esta terra, de bom (e também algumas coisas más) me proporcionam, posso também constatar que não falamos a mesma língua, ou se falamos, será em dialectos bem diferentes e cada dia que passa mais argumentos se vão juntando para corroborar esta minha tese.
As diferenças são abundantíssimas, a mesma palavra tem significados completamente diferentes e por vezes antagónicos. Com a pronúncia passa-se o mesmo, o brasileiro “abre” onde nós “fechamos” (exemplo: assembléia) e “fecha” onde nós “abrimos” (exemplo: Antônio).
E se nós não encontramos grandes dificuldades de adaptação pois toda a vida contactamos com a audição e grafia brasileiras, eu lembro que logo em criança (completo 62 anos em Abril próximo) os “documentários” a que assistia antes do “filme principal”, quando ia ao cinema, eram apresentados com locução de sotaque brasileiro. As revistas do Walt Disney eram legendadas em “brasileiro”, as selecções do Readers Digest também eram impressas no Brasil. Mas o inverso não se aplica, pelo que experimentem falar com o nosso sotaque e na nossa cadência normal aqui no Brasil e constatarão que a maioria não entenderá metade do que disserem e se escreverem, a situação melhorará, mas não muito.
O acordo ortográfico, resultado de uma discussão de, pelo que nos diz a Margarida, vinte anos, não colmatou nem vinte por cento dessas dificuldades. Poderá ter resolvido o problema de um estrato culto das nações luso falantes, mas eu entendo que a língua, na sua forma oral e escrita, existe para servir toda a nação que a adopta e não só uma elite.
Além disso houve opções, por exemplo: acabaram com o trema sinal gráfico que nunca se usou em Portugal, pelo menos durante a minha existência. Nunca me foi ensinado nos bancos de escola, e na minha opinião pessoal é um sinal gráfico de uma utilidade enorme, pois nós vamos decorando, desde o momento em que aprendemos a falar, quando a vogal u é muda e quando ela deve ser lida, mas para um estrangeiro que queira aprender a nossa língua, essa é mais uma dificuldade. Mas este é um mero pormenor e uma opinião pessoal que até pode estar completamente errada
Como diz a Margarida a língua é um património vivo e, porque vivo, está em constante evolução. Só que a evolução, por motivos óbvios, é influenciada pelo meio onde acontece. Ora, Angola, Timor, Brasil, Macau, Portugal, etc. são realidades completamente díspares entre si e querer que a evolução da língua aí utilizada se dê uniformemente é uma completa utopia. Então vamos ter de fazer acordos ortográficos quase semestrais com todo o trabalho e despesas (renovação de dicionários, etc.) que eles vão acarretar para todos esses povos.
Países separados por milhares de quilómetros, grandes oceanos, com a influência de povos com línguas e culturas que nada têm a ver entre si, logicamente vão ter uma evolução de linguagem e por consequência de escrita completamente díspar da original aqui no nosso cantinho à beira-mar plantado, diferença a que não vai haver acordo ortográfico que resista.
Para que seja exequível uma língua padrão a ser adoptada como língua oficial por diversos países, não se pode andar com esses “devaneios”.

Parte1

Ashera disse...

Parte 2
Senão reparem: nós não somos os únicos a usar uma língua em comum com outros povos espalhados pelo planeta azul... Com os ingleses, os espanhóis, os franceses isso também acontece. Já ouviram falar em acordo ortográfico com alguma dessas línguas?
Porque será? Serão burros, cegos ou insensíveis que ainda não conseguiram aperceber-se dessa necessidade?
As línguas deles estagnaram num ponto e deixaram de evoluir (morreram)? Ou será que eles conseguiram que elas evoluam de uma forma exactamente igual em todos os países que as adoptaram?
Ou já terão concluído que isso só acarreta trabalho, despesas, discussões estéreis e mal-estar entre povos irmãos sem que a retribuição seja compensatória?
Pois os povos que as repartem são tão ou mais importantes na história da humanidade (USA., Canadá, Austrália, México, Índia, etc.) como aqueles que repartem o português connosco e no que concerne a número também não haverá grandes diferenças nas nossas realidades.
Se os países querem afirmar que a sua língua oficial é o português, tem de tomar como referência uma matriz que será “o Português” (como acontece com o inglês, o francês ou o castelhano). Se não quiserem, paciência, fazer o quê?
Eu penso que com os acordos ortográficos só se tem conseguido mutilar a natural evolução do português (língua) que, por definição, é a língua falada em Portugal, um país geograficamente situado na Europa, planeta Terra, pelos portugueses, povo daí natural e que aí habita.
Porque temos de ser diferentes dos outros povos que repartem a sua língua? É para sermos “bonzinhos”? Ou será porque somos mais avançados? Ou porque somos um povo que não tem coluna vertebral (já anda muita gente a querer adquirir a nacionalidade espanhola...)?
Eu quero dizer-vos que eu acreditei (e lutei por isso) num Portugal pluri-continental e pluri-racial. Nesse tempo, nesses países, os portugueses como eu (eu assim acreditava) aprendiam exactamente o mesmo português. Chamaram-me (e chamam, entre outros nomes bem mais feios) utópico.
E agora, o que são os senhores que defendem os acordos ortográficos?
Deixo-vos com a pergunta."
-Este é um Texto do meu amigo Zé Bento , em resposta a um Tópico de uma membro amiga, na minha Rede Social sedrul.ning.com.

Gostaria ainda de te dizer, que, vim aqui na esperança de ver um Site wordpress :-))

Não tenhas receio porque podes importar este e todos os teus blogs para lá com comentários e tudo :-))

Olha eu aqui a mastigar batata frita ahahahahah

Gosto tanto de você Leãozinho...lembras?

Beijos e abraços da tua amiga, que já tem Net em Casa .

Ashera

Jorge Pinheiro disse...

Um post extraordinário e um texto de pessoa que, confesso, nunca tinha lido na integra. Aprende-se muito nos blogues. E aprende-se acima de tudo a estimar as pessoas, a repeitar as suas ideias e conhecer as suas expectativas. A lígua é um dos factores de criação nacional. Talvez o nº 1. No nosso caso foi conseguido por D. Dinis. Agora do que aqui se fala é da língua como pátria e não da pátria com língua. Não posso estar mais de acordo consigo. Tenho cá em casa um primo da minha mulher que já está na Suécia vai para vinte e tal anos. A ânsia em compreender o "novo" português é impresionante. Só passaram vinte anos e a língua já mudou. Obrigado pela participação.

sonia a. mascaro disse...

Um excelente texto! Concordo com o Jorge, aprende-se muito visitando blogs interessantes, como o seu.

Obrigada por sua visita!
Um abraço.

Ruvasa disse...

Viva, Ivany (Compondo o olhar)!

Se que saber, amiga, eu entendo que sim. Dão o devido valor, sim. Mesmo que haja brasileiros que entendam que não falam português mas brasileiro. Assim como um americano não fala inglês, mas americano... Mas esses são casos irrelevantes e que nem sequer contam para as estatísticas.

Portanto, sou de opinião que dão o devido valor. E tanto que lho dão que contribuem decisivamente para a sua expansão e diversidade. A tal diversidade que dele faz uma língua incomensurável, como nenhuma outra.

Os falantes de inglês, os de francês, os de castelhano, estão amarrados às baias das versões originais (no caso do castelhano, menos do que nos outros). Por isso eu digo que o português vai evoluir e muito, tendo virtualidades (as que apontei no post) que lhe permitirão tornar-se a língua mais falada do globo, a língua das línguas, a língua do Quinto Império, o definitivo.

E vocês, brasileiros, serão decisivos. Como todos os outros. Talvez mesmo mais, porque em muito maior número.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Lurdes!

Caramba! De início parecia que ia sair dali uma apologia ao "brasileiro" como língua. E se, vindo de uma brasileiro seria uma aberração, vindo de ium português, nem saberia que chamar-lhe.

Mas lá descansei. A deriva foi no sentido correcto, no sentido, aliás, que não pode deixar de ser. Estamos completamente em sintonia, eu e o teu amigo Zé Bento, autor do texto.

Beijos

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Jorge!

Aconteceu-lhe o contrário do que me acontece. Leio-o sempre com muita atenção. A atenção que o Jorge merece, pelo que escreve, mesmo quando o que escreve não cabe na esfera das minhas preferências.

Reconheço, porém, que teria alguma dificuldade em seguir-lhe os passos, ou seja, confessar que nunca o tinha lido na íntegra. Tiro-lhe, pois, o chapéu.

Isso, essa confissão tem mesmo o condão de tornar mais credível, se tal fosse necessário, o que a seguir afirma.

Vislumbro mesmo, quiçá sem razão, o reconhecimento do valor de um tema que não foi considerado para a Tertúlia, muito embora eu próprio compreenda os reticências do Eduardo Lunardelli, não só por força da descendência italiana, como ainda pela existência de brasileiros defendendo à outrance a língua "brasileira", como se pode constatar no link deixado acima pela amiga Maria Augusta, que, aliás, pessoalmente não alinha nessa toleima.

Obrigado.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Sonia!

Obrigado. Aorende-se muito voiostando todos os blogs. Nuns, umas coisas., noutros, outras. É o somat+orio de todas que constituem o acervo que dá ex+eroºencia de vida e conhecimentos variados.

Confesso sem recuço que, de há cinco anos para cá (entrei na Blogosfera em 23 Julho 2004) estou muito mais rico de conhecimentos e experiência. E confio em ter contribuído para que outros sintam algo semelhante.

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

Com ou sem o paragrafo introduzido, o espirito da postagem estava claro e completo. Faço coro aos que aqui disseram tratar-se de uma verdadeira aula!
Mais uma vez, obrigado!
Forte abraço

João Menéres disse...

Caro Amigo RUBEN

Antes de tudo, muito grato pela atenção de me ter enviado o parágrafo que estava omisso.
Este tema é deveras interessante. Melhor dizendo, é dos mais importantes que se pode trazer para cima de uma mesa preocupada com assuntos nucleares.
Tenho vários artigos e matérias sobre esta "minha pátria", tanto de consagrados de cá, como da outra banda deste nosso Atlântico.
Não tive ainda oportunidade de lhes dedicar um tempo.
O tempo que for preciso, naturalmente.
O RUBEN veio agitar o lodo (para empregar um termo que a ROSEROUGE ontem aplicou a propósito da T.V. e dos comentários que surgem como SPAM...).
Por isso, estou muito grato e felicito-o por ter eleito a Língua como tema da última edição da T.V.
Termina com a Língua Portuguesa para a ter sempre à tona das nossas mentes.

Grande abraço e com particular estima.

Ruvasa disse...

Viva, Eduardo!

Pois, talvez não fizesse falta, mas o que é certo é que ele integrava o texto. Por isso, não faria sentido que não o desse a conhecer.

Obrigado e abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, João!

Com toda a sinceridade, julgo que é tema que não poderia ter faltado numa tertúlia em que sempre dominou a presença de brasileiros e portugueses. Até mesmo que causasse algum atrito, porque, afinal, é do atrito, da discussão civilizada que vem a luz.

E a uma qualquer tertúlia, ainda que muito bem sucedida como esta foi - e outras poderão vir a ser - certamente não bastará o ámen geral e repetitivo, muitas vezes talvez não completamente sentido, porque nem sequer lido.

Cai-lhe bem, efectivamente, um pouco de agitação, de discussão, de aprendizagem mútua, que fortalecem laços, porque fortalecem o conhecimento mútuo.

Como posso apreciar alguém se não lhe conheço mais do que o que dele me chega amortecido pelas versões que até mim vão chegando?

Preciso mesmo do conhecimento em primeira mão, não concorda?

Abraço e obrigado pela atenção dispensada.

Ruben

peri s.c. disse...

Caro Ruben
Eu estava com 3 amigos em Peruggia, tomando o último espresso da noite no bar do hotel. Conversávamos em voz baixa, quando um elegante casal de franceses ao nosso lado nos interrompeu, e em excelente italiano nos perguntou que língua estávamos falando. Respondi que éramos brasileiros e óbvio , falávamos em português. Perguntei então o que lhes tinha chamado a atenção.
Sorriram e disseram que ficaram impressionados com a beleza da sonoridade, com a entonação das palavras.
Nossa língua comum, e suas derivações regionais, tem uma "musicalidade" única.

abraço

Serena Flor disse...

Belo e inteligente texto meu caro.
Soube expor muito bem sua opnião...parabéns!
Um forte abraço e parabéns pela participação nesta derradeira tertúlia.

Eduardo Santos disse...

Olá caro amigo. Como sempre, brindou-nos com um excelente trabalho, obrigado por isso. A curiosidade "obrigou-me" a ir ler o texto na origem, escolha cinco estrelas. Um abraço e até breve.

Ashera disse...

Pois....
E aqui o Je moi je que faz parte da Tertúlia Virtual, nem tempo tem para participar, e outros que mais....

Trespasso: Ashera Papelaria!
Se te apetecer divulga aos quatro ventos, até tem site próprio, valor a combinar.

Beijos e abrações
Da tua amiga que aqui se apresenta cansada e a trabalhar...

Mírian Mondon disse...

Olá Ruben!
Estou te visitando com atraso porque tive problemas com a net onotem. Mas valeu a pena insistir e hoje e conhecer seu blog e suas ideias.
Nossa língua portuguesa é um tesouro incalculavel e merece todo nosso nosso respeito e carinho!
Parabens por seu texto e participação!

Abraço e venha tomar um café conosco! :)

Ruvasa disse...

Viva, Peri!

Sem dúvida que sim. E só quem for muito duro de ouvido não reconhece que a vossa musicalidade de brasileiros - e bem assim, se bem que não tão notória, a dos africanos falantes do português - confere à Língua Portuguesa uma sonoridade que considero apenas igualável pelo italiano.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Serena Flor!

Obrigado pelo cumprimento amável.

Abraço transatlântico

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Eduardo Santos!

Ainda bem que gostou. Vindo de um homem que trabalha com a palavra e com a informação, é cumprimento com grande força mesmo

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Lurdes!

Já? Teve que ser?

Beijos

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Miriam!

Também eu ando atrasado... e muito. Por ouyro lado, julgo que nestas coisas nunbca se anda atrasado. O que é preciso é vir, aparecer.

Vou ver se já apareci no seu blog, não vá ter-me atrasado também.

Abraço

Ruben