Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 12 de abril de 2011

2775. Mais efeitos da "governança"...


Mais efeitos da governança
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O
s efeitos da governança idiota e assassina de consciências que temos tido chegam cada vez mais fundo. Os beijinhos nas beiças entre o vilarista e o condescendente Zapatero, além de muito vistosos em "dapper parades" fazem escola. De mentecaptos, evidentemente.


Imagine-se que ontem foi divulgado um "estudo", alegadamente das Universidades de Madrid, de Salamanca e de Lisboa em que se descobriu que 46% dos portugueses e 40% dos espanhóis querem a União Ibérica.

A reportagem chegou mesmo a pontos de apresentar entrevistas de rua, em que uma série de palermas, sem qualquer espécie de sentido crítico, por ignorantes, de ambos os lados da fronteira, se dizia muito concordante com tal idiotia.

Que os espanhóis o queiram, até se compreende, embora com alguma dificuldade, pois que o aumento de território que tal solução lhes possibilitaria certamente não compensaria a carga de trabalhos daí resultante. E nem o aumento demográfico de 10 milhões e suas consequências práticas, que os levaria para uma quase igualdade com italianos e grande proximidade dos franceses, seria compensador q.b..

Se eles já não conseguem dominar os sonhos separatistas de bascos, de galegos e, pior, de catalães, juntar a esses mais os dos portugueses, porque seria nisso que tudo acabaria, é de rematada palermice.

Recuperariam o que nunca foi seu, porque apenas Leão e Castela o tiveram, desde há cerca de 900 anos, por variadíssimas ocasiões tentaram dominar, por vezes com sucesso temporário, a maior parte delas sem qualquer êxito e com umas quantas humilhações, é certo, mas ganhariam uma enorme dor de cabeça.

Iriam, finalmente, ver o que era bom, ou seja, governar quem não se governa nem se deixa governar. Mas, enfim, até poderia acontecer que tirassem algum proveito da tal solução federativa, muito embora, quanto a mim, tenham muito mais vantagens na situação como está, pois que economicamente têm-nos já na mão, com a vantagem não nos aturarem as caturrices. Pelos vistos, há 40% de espanhóis que também não mostram muitos sinais de inteligência.

Que haja portugueses "miguéis de vasconcelos" é que me custa a ter que admitir.

Quem, de entre nós pensa na foderação (!!!) ou é burro chapado ou não sabe História ou é totalmente ignorante em termos sócio-económicos, geográficos, políticos e até idiossincráticos ou é tudo isso a um tempo só.

Então, andamos nós há 900 anos, com tantos custos, a sacudir os gajos e agora aparecem uns parvalhões a deitar todo esse esforço, de quase um milénio, pela borda fora?

Mesmo dando de barato tudo o que são sentimentos de orgulho nacional, de dignidade de um povo com características muito marcadas de personalidade, caldeadas ao longo de um longo milénio e de tudo o mais com carácter subjectivo, que evidentemente perderíamos, objectivamente, que ganharíamos com o negócio?

Repare-se neste pormenor:

Diverso, muito diverso, é integrar um espaço alargado de nações e povos, onde há países muito maiores e poderosos do que nós, mas onde igualmente os há do nosso tamanho e mais pequenos e onde a Espanha é um entre muitos, apenas com a particularidade de ser o que está mais perto. Portanto e como dizia, diverso, muito diverso é integrar a UE, com o poderio de Espanha muito diluído e, portanto, controlado. Mas... mesmo assim, veja-se os problemas que temos! E que causamos...

Como querem, esses apologistas de uma cana, burros chapados, da União Ibérica que a gente se amanhe com os gajos, uma vez debaixo da pata rubro-amarela?

Se ao menos tivessem umas luzes de História pátria, certamente que a lição de Luísa de Gusmão, duquesa de Bragança, mulher do futuro D.João IV, que, sem hesitação, preferiu ser "rainha por um dia a duquesa toda a vida", os faria parar para meditar e, de imediato, recuar.

Sim, antes remediado ou pobre, mas livre, senhor do meu destino, do que imensamente rico - o que nem seria o caso... - mas tutelado por descendentes de Pizarro e Cortez.

Isto nada tem que ver com sentimentos anti-Espanha ou anti-espanhóis. Gosto deles, sempre que posso vou até lá, conheço toda a Espanha desde Irún até Cádis, desde Corunha, Tordesilhas, Badajoz, Ayamonte até Girona, na Catalunha, e sempre fui tratado de modo muito cortês. Em toda a Espanha, salvo uma vez em Donostia (S.Sebastián), certamente por um etarra radical. Portanto, afavelmente tratado, como disse. Ao contrário do que por cá me acontece frequentemente. E considero a Espanha um país muito sedutor, grandioso, monumentalmente impossível de copiar, com uma profundidade espacial que é um sonho de alma. Como diria o inigualável poeta Reinaldo Ferreira, "... como a grandeza de Espanha com Granada e o Escorial".

Portanto, gosto deles. E delas, pois claro! Mas, quero-os lá e vindo cá de passeio ou em negócios ou até mesmo para apanharem uma abada da nossa selecção. Ou para irmos nós lá, nas mesmas condições. E... chega!

E até a Península Ibérica ficaria a perder... Perderia a face. Que nós somos. Já olhou, com olhos de ver, para um mapa da Peninsula?

Queremos lá estragar o que tanto custou a compor - e a descompor - e tão bem "não está" como presentemente!... Somos parvalhões ou quê?

Só podiam ser mais ideias cretinas da cambada (Mário Lino foi apenas um afloramento mais aberrante) que por aí anda a dizer que nos governa, que parecem estar a fazer escola. De "novos oportunismos", como não podia deixar de ser!

Ruben Valle Santos
12 Abril 2011
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