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segunda-feira, 16 de abril de 2012

2933. A Segurança Social e o “plafonamento” – 2



Mas, por uma questão de compreensão imediata – pois que se não uso o celerado “plafonamento” corro o risco de não ser compreendido, pois que o portuga de Lineu, sem conhecimentos suficientes para ajuizar criticamente seja o que for, vai sempre atrás das maiores barbaridades que as “cabessinhas pinsantes” descobrem com a sua estupidez ingente – vou usar a parvoíce do termo.

A ideia do “plafonamento” será, pois, a de oficialmente, nos ordenados da malta, se descontar, contando para a aposentação ou reforma, apenas até determinado montante do ordenado, por exemplo, até 2.500 euros.

Quem ganhe acima daquela quantia, se quiser vir a ter uma pensão de maior valor, terá que constituir, por si próprio e de acordo com seguradoras ou outros agentes, planos de reforma, independentes da pensão que oficialmente receberão.

Pessoalmente, tenho sérias dúvidas de que isto funcione. E até hoje ninguém me provou, com contas feitas, que a coisa funciona.

E por que razão duvido? Porque a importância que oficialmente se desconta é sempre inferior – muitíssimo inferior – ao que mais tarde se vai receber, isto é, a Segurança Social vai ter sempre déficit.

Só não terá déficit se, aberta ou encapotadamente, alguém se lembrar de começar a aplicar a célebre solução final nazi…

O modo de resolver, mas apenas no imediato, o problema, seria, quanto a mim, deixar de chamar ao desconto “para a aposentação ou reforma”, rebaptizando-o de “desconto social” e a ele obrigando todos, incluindo os aposentados e reformados.

Entrar na aposentação ou na reforma passaria, deste modo, a significar apenas e tão só deixar de ir ao emprego e passar a jogar à bisca lambida em bancos de jardim. Quanto ao resto, manter-se-ia tudo igual.

Repare-se que só o deixar de ter a obrigação de se deslocar diariamente para o emprego é, sob o ponto de vista de economia pessoal ou familiar, um ganho muito significativo, com as despesas a que se estava obrigado com as deslocações, as refeições tomadas fora, o vestuário e calçado que se é obrigado a ter, etc., etc..

Uma tal medida, impõe-se, portanto, à evidência.

No entanto, também ela seria, como digo acima, solução muito transitória, porque a única real, excluindo a do homenzinho do bigodinho ridículo e dos gritos histéricos, por razões óbvias, será a de mais difícil concretização, haja em vista o que por aí se constata.

E o que é que por aí se constata? Constata-se que os portugas usam muito frequentemente o órgão errado na recíproca fecundação. E qual é esse órgão errado? A língua, que não serve para isso. E mesmo que usem o órgão adequado, há cada vez mais quem o faça na pessoa do género errado.

Dito de outra maneira, sem arcas encoiradas. Enquanto os portugas não se decidirem a fecundar-se uns às outras, e ficarem à espera de que o vizinho do lado lhes faça o servicinho, o que não acontecerá porque o vizinho espera o mesmo dele… estaremos feitos ao bife!

É só fazer contas. Rápidas e perfeitamente perceptíveis.

Um tipo desconta para a reforma dos 30 aos 65 anos (35 anos, portanto) 10% do que ganha; depois vive outros 35 anos a receber o correspondente a 80% do que ganhava. Onde se vão buscar os 70% de diferença? Ao Totta?

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