Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 18 de setembro de 2012

2985. Camilo Lourenço revisitado?



José Gomes Ferreira, jornalista de economia da SIC, foi, até há cerca de 10 dias, forte apoiante da actuação do Governo, tendo afirmado sempre que o executivo estava no bom caminho e as medidas que  tomava eram absolutamente indispensáveis para que o resgate do País fosse levado a bom porto. Sem elas, o País não recuperaria.

Era dos pouquíssimos jornalistas a falarem desassombradamente, contrariando o "status quo" vigente na Comunicação Social em geral, na SIC em particular.

Houve até quem, nas redes sociais, lhe profetizasse algum azar, "não tarda nada".

Subitamente, há coisa de 10 dias, tudo mudou.

Para José Gomes Ferreira o que antes era bom e correcto,  é agora execrável e obra de uma cambada.

Uma tão insólita mudança de rumo de 180º graus não surge de improviso. A menos que o utente da mudança se tenha "passado da cuca". Tão repentina inversão de marcha só pode, pois, significar uma certa "madness".

Poderá ser alegado que foi a TSU que o deixou fora de propósito. É, porém, justificação para quem não tem justificação aceitável para apresentar.

O caso da TSU, uma simples medida entre tantas outras, que nem sequer está já decidida, não tem assim tanto poder que dê a volta à cabeça a quem tinha a posição de Gomes Ferreira.

Agitará as massas - que se convenceram de que o corte dos subsídios aos funcionários e pensionistas era mais do que suficiente para pagar 78 mil milhões de euros de dívida, pelo que se podia deixar todos os restantes cidadãos em paz e sossego a apreciar o panorama, lá de cima do balcão - e quem sempre esteve no "contra", que aproveitará o ensejo para ganhar uns pontos.  JGF, porém, só agora aparece nessa barricada. E com uma virulência de espanto!

Tudo visto, resta, pois, outra hipótese:

Será que está a acontecer ao jornalista de economia, José Gomes Ferreira, uma revisitação ao jornalista de economia, Camilo Lourenço, aqui há anos atrás, curiosamente na área do mesmo grupo de interesses?

É que, como sabemos, as pessoas precisam de viver e bem assim de alimentar, vestir e calçar a família. Camilo não recuou, mas nem todos são camilos...

Cabe, pois, a JGF esclarecer o caso. O jornalista transformou-se, por si próprio - voluntariamente, portanto - pelas posturas que assumiu antes e assume agora, em figura pública de grande relevo na conjuntura actual. Ora, as figuras públicas devem explicações ao... público. Noblèsse oblige.

A menos que esteja efectivamente impedido de explicar, ainda que o queira fazer. Aí, o caso muda de figura.

Ninguém tem o direito de exigir seja de quem for que meta a cabeça no cepo, à espera do cutelo do carrasco. Conhecido.

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