Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

2986. Há 25 anos...



H á 25 anos…

* menos de 40% das famílias portuguesas tinha carro;
. hoje, quase 25% tem não uma mas no mínimo duas viaturas.

* todas as médias e grandes cidades portuguesas estavam rodeadas de barracas;
. hoje, todas desapareceram.

* mais de 60% das famílias portuguesas não tinha casa própria;
. hoje, mais de 70% tem e cerca de 15% tem segunda habitação.

* todas as lixeiras eram a céu aberto;
. hoje, é o que se sabe.

* 20% das famílias não tinham televisor, nem telefone, nem frigorífico, menos ainda computador e acesso à Internet;
. hoje, só não tem quase quem não quis e 2 e 3 televisores, plasma, LCD ou LED por família é algo de corriqueiro;

* as estradas portuguesas eram verdadeiros “caminhos de cabras”. Auto-estradas havia três bocaditos, num total de 45 km (25 na actual A1 até Vila Franca de Xira, 15 na actual A2, até ao Fogueteiro, e 5 na actual A5, até ao alto da Boa Viagem);
. hoje, temos 48 auto-estradas (não contam aqui os IPs), num total de bem mais de 2.000 km. Percentualmente, temos a 2ª rede de auto-estradas da União Europeia. As auto-estradas dos Estados Unidos da América, nem por sombras chegam aos calcanhares das nossas.

Estes são apenas alguns exemplos muito concretos e fáceis de constatar à vista desarmada.

* * *

Foi demasiado para a parola mentalidade do portuga chico-esperto!

Sonhou que o Céu se lhe abrira de par em par e que Deus, portuga também, apenas estava, por interpostos cidadãos europeus, a pagar o muito que lhes devia!

* * *

Quem acha V. que pagou estas e outras “mordomias” que agora por aí vemos?
V. com o suor do seu trabalho? Mas… acredita mesmo nisso?
Pensa mesmo que, com os níveis de produtividade de que sempre demos mostra, teríamos conseguido o equivalente a 10% de um desenvolvimento destes? Está mesmo bem da cabeça ou precisa de tratamento urgente?

Desengane-se de uma vez por todas e deixe de fazer figuras tristes. De que, na arrogância que exibe, nem se dá conta

Quem efectivamente pagou tudo isto foram os nossos parceiros europeus, com o dinheiro retirado dos seus impostos, pagos com o suor do seu trabalho e que foi retirado à herança dos seus herdeiros. Rios de dinheiro alheio que, a partir de 1986 e durante 25 anos (um quarto de século!) seguidos, inundaram o país com “milhões de milhões” de euros de borla, a fundo perdido, a título de solidariedade e coesão europeia. E nós a vê-los (aos euros dos outros feitos nossos, claro!) chegar e a malbaratá-los! Indecentemente a malbaratá-los!

Pois bem. Anote o que segue, porque é de toda a importância que perceba e se deixe de patetices, que só o colocam mal a si e aos seus concidadãos.

Os 78 mil milhões que tivemos de pedir á troika, não fazem parte da história de cima.
A realidade é que esses “milhões de milhões” que os cidadãos nossos parceiros europeus nos ofereceram a titulo de esmola, não nos bastaram, tal foi a nossa sofreguidão, a nossa voracidade.

Assim, esses tais 78 mil milhões – que não são apenas esses, porque há mais – correspondem ao endividamento que fizemos PARA ALÉM dos outros que recebemos “à borliú”, para estoirarmos.

Nestas condições, na verdade o melhor é não pagar e mandar os credores dar uma curva e… que não tivessem sido tolos!

Confesso que me encho de vergonha sempre que abordo este assunto.

2012 Setembro 24

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