A pergunta crucial, que ninguém faz e, claro, a quem ninguém responde:
No tribunal da localidade X, que vai ser encerrado,
e onde trabalham um juiz e um magistrado do MºPº, mais 4 ou 5 oficiais de justiça,
VERDADEIRAMENTE quantos processos são registados por ano?
VERDADEIRAMENTE quantos processos são registados por ano?
A questão da reforma judiciária levanta uma vez mais o problema da informação deturpada ou incompleta, propositadamente para deturpar e aldrabar os pressupostos.
Qualquer pessoa que esteja a assistir ao noticiário das
TVs o que vê e ouve são queixumes e olhares cretinos e de carneiro mal morto do
pivot do noticiário, como que a dizer "pois é, os patifórios do governo
uma vez mais a fazer das suas.
Que o zé povinho diga cobras e lagartos acerca do
assunto, ainda se compreende. Claro que toda a gente de qualquer povoado, ainda
que de apenas 200 pessoas, 10 cães, 15 gatos e 2 periquitos gostaria de ter
três farmácias, um hospital, 30 médicos, 70 enfermeiros, 6 escolas primárias e
3 secundárias, 1 conservatória do registo civil, 1 tribunal de competência
genérica e 1 de família, 1 criminal, 1 de competência cível e ainda 1 de
jurisdição de menores.
E nem se pode levar a mal que queiram isso e mais um
frasco de água de colónia para lavar sabe-se lá o quê. E também não se leva a
mal que queiram tudo isso e que não lhe cause insónia o tentar saber onde ir
custar dinheiro para satisfazer os compromissos que haverá que assumir com tais
bizarrias.
O povoléu é assim e... pronto! Não atinge mais longe.
Poderia dizer-se que quem não quer pagar impostos e a
eles foge sempre que pode, nada disso merece. Mas enfim!... Demos tudo isso de
barato. É povo, quer as coisas, não as quer pagar, pronto!, fica-se com o
querer e já está com muita sorte.
O que se leva a mal é a cambada que faz o escarcéu que
faz, alguma da qual esteve no governo anos e anos a fio e nada resolveu, muito
pelo contrário. De tal modo que chegámos a 2011 no estado em que chegámos...
E leva-se a mal também à outra cambada, que vem para as
TVs barafustar, sabendo que essa atitude é de uma enorme hipocrisia.
Esta última cambada é composta principalmente pelos
jornalistas de caca e ordinarice que vão pululando por ai.
Porquê?
Porque todos eles sabem que as notícias que vão
"fabricando", são hipócritas e não curam de saber se actuam com
verdade e no interesse do país e dos seus cidadãos.
Nesta coisa da reforma judiciária então, tem sido um
festival. Para se avaliar bem do enorme embuste que por aí vai, bastaria que,
relativamente a qualquer dos tribunais que estão a ser encerrados, se pusesse a
questão, simples de responder e de resposta bem elucidativa, que acabaria com
toda a celeuma:
- No tribunal da localidade X, que vai ser encerrado, e
onde trabalham um juiz e um magistrado do MºPº, mais 4 ou 5 oficiais de
justiça, VERDADEIRAMENTE quantos processos são registados por ano?
A resposta a esta inocente e "simplérrima"
pergunta ---- que nunca é feita mas obrigatoriamente o deveria ser se houvesse
honestidade na intenção de noticiar e não apenas intentos de baixíssima
política ---- deixaria o simples cidadão de boca completamente escancarada
de... pasmo! "Como é possível?!, como é possível uma escandaleira
destas?!"
Dou-lhe apenas uma pista. Presentemente não sei como
estará, mas... havia até há poucos anos atrás um tribunal nos Açores, com juiz,
magistrado do MºPº e três oficiais de justiça, ou seja, um secretário judicial,
um escrivão de direito e um escriturário, para gerir um movimento processual de
2 (dois!!!) processos por ano!
Claro que este era um caso extremo. Mas inúmeros havia em
que a desproporção entre o número de agentes afectos a determinado tribunal e o
real movimento desse tribunal, não andava muito longe disto.
E... quem paga todo este festival? Nós. Sim, nós que
somos avesssos a pagar impostos, que servem para alimentar estas bizarrias.
Está a ver como é a realidade das coisas e como é a
aldrabice que todos os dias lhe entra pela casa dentro, veiculada pela porcaria
de Com. Social que temos?
rvs
2014Ago29
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