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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

3198. Reforma judiciária


A pergunta crucial, que ninguém faz e, claro, a quem ninguém responde:

No tribunal da localidade X, que vai ser encerrado,
e onde trabalham um juiz e um magistrado do MºPº, mais 4 ou 5 oficiais de justiça,
VERDADEIRAMENTE quantos processos são registados por ano?

 

A questão da reforma judiciária levanta uma vez mais o problema da informação deturpada ou incompleta, propositadamente para deturpar e aldrabar os pressupostos.


Qualquer pessoa que esteja a assistir ao noticiário das TVs o que vê e ouve são queixumes e olhares cretinos e de carneiro mal morto do pivot do noticiário, como que a dizer "pois é, os patifórios do governo uma vez mais a fazer das suas.

Que o zé povinho diga cobras e lagartos acerca do assunto, ainda se compreende. Claro que toda a gente de qualquer povoado, ainda que de apenas 200 pessoas, 10 cães, 15 gatos e 2 periquitos gostaria de ter três farmácias, um hospital, 30 médicos, 70 enfermeiros, 6 escolas primárias e 3 secundárias, 1 conservatória do registo civil, 1 tribunal de competência genérica e 1 de família, 1 criminal, 1 de competência cível e ainda 1 de jurisdição de menores.

E nem se pode levar a mal que queiram isso e mais um frasco de água de colónia para lavar sabe-se lá o quê. E também não se leva a mal que queiram tudo isso e que não lhe cause insónia o tentar saber onde ir custar dinheiro para satisfazer os compromissos que haverá que assumir com tais bizarrias.

O povoléu é assim e... pronto! Não atinge mais longe.

Poderia dizer-se que quem não quer pagar impostos e a eles foge sempre que pode, nada disso merece. Mas enfim!... Demos tudo isso de barato. É povo, quer as coisas, não as quer pagar, pronto!, fica-se com o querer e já está com muita sorte.

O que se leva a mal é a cambada que faz o escarcéu que faz, alguma da qual esteve no governo anos e anos a fio e nada resolveu, muito pelo contrário. De tal modo que chegámos a 2011 no estado em que chegámos...

E leva-se a mal também à outra cambada, que vem para as TVs barafustar, sabendo que essa atitude é de uma enorme hipocrisia.

Esta última cambada é composta principalmente pelos jornalistas de caca e ordinarice que vão pululando por ai.

Porquê?

Porque todos eles sabem que as notícias que vão "fabricando", são hipócritas e não curam de saber se actuam com verdade e no interesse do país e dos seus cidadãos.

Nesta coisa da reforma judiciária então, tem sido um festival. Para se avaliar bem do enorme embuste que por aí vai, bastaria que, relativamente a qualquer dos tribunais que estão a ser encerrados, se pusesse a questão, simples de responder e de resposta bem elucidativa, que acabaria com toda a celeuma:

- No tribunal da localidade X, que vai ser encerrado, e onde trabalham um juiz e um magistrado do MºPº, mais 4 ou 5 oficiais de justiça, VERDADEIRAMENTE quantos processos são registados por ano?

A resposta a esta inocente e "simplérrima" pergunta ---- que nunca é feita mas obrigatoriamente o deveria ser se houvesse honestidade na intenção de noticiar e não apenas intentos de baixíssima política ---- deixaria o simples cidadão de boca completamente escancarada de... pasmo! "Como é possível?!, como é possível uma escandaleira destas?!"

Dou-lhe apenas uma pista. Presentemente não sei como estará, mas... havia até há poucos anos atrás um tribunal nos Açores, com juiz, magistrado do MºPº e três oficiais de justiça, ou seja, um secretário judicial, um escrivão de direito e um escriturário, para gerir um movimento processual de 2 (dois!!!) processos por ano!

Claro que este era um caso extremo. Mas inúmeros havia em que a desproporção entre o número de agentes afectos a determinado tribunal e o real movimento desse tribunal, não andava muito longe disto.

E... quem paga todo este festival? Nós. Sim, nós que somos avesssos a pagar impostos, que servem para alimentar estas bizarrias.

Está a ver como é a realidade das coisas e como é a aldrabice que todos os dias lhe entra pela casa dentro, veiculada pela porcaria de Com. Social que temos?

rvs

2014Ago29

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