Como ficou prometido e sem comentários, por desnecessários, aqui fica, dividido em quatro partes atendendo à sua extensão, o esboço/resumo de uma intervenção do Professor António Brotas, em 25 de Janeiro de 2005, no “Clube Setubalense”, acerca do
LIVRO NEGRO
DO AEROPORTO DA OTA
Antecedentes:
1997/98. O governo decidiu que o NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) seria na Ota ou no Rio Frio e criou uma entidade a NAER para estudar o assunto. (Estas duas hipóteses teriam sido escolhidas após estudos anteriores, que nunca tive ocasião de apreciar, que teriam levado à eliminação de todas as outras hipóteses. De facto, o governo de Marcelo Caetano já tinha escolhido o Rio Frio. O que o governo de Guterres fez foi voltar a considerar a hipótese da Ota inicialmente posta de lado).
Os encontros promovidos pelo Técnico e pela SGL
1997/98. O governo decidiu que o NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) seria na Ota ou no Rio Frio e criou uma entidade a NAER para estudar o assunto. (Estas duas hipóteses teriam sido escolhidas após estudos anteriores, que nunca tive ocasião de apreciar, que teriam levado à eliminação de todas as outras hipóteses. De facto, o governo de Marcelo Caetano já tinha escolhido o Rio Frio. O que o governo de Guterres fez foi voltar a considerar a hipótese da Ota inicialmente posta de lado).
Os encontros promovidos pelo Técnico e pela SGL
Num dia de 1997, num encontro no Técnico, sentei-me ao lado do Eng. Nuno Pedro da Silva, Secretário da Sociedade de Geografia de Lisboa, que não conhecia. Comentámos o assunto e considerámos que a escolha da localização do NAL era, exactamente, o tipo de assunto em que a Universidade, no caso o Técnico, e a SGL podiam dizer uma palavra. Contámos com o apoio do então Presidente do Técnico, Professor Diamantino Durão, e do Presidente da SGL, Almirante Sousa Leitão, de quem me lembro ter ouvido dizer que "a aventura da Geografia tinha deixado de ser a da descoberta geográfica para passar ser a da Organização do Território".
Organizamos, assim, em 1998 e 1999, três encontros, em que participaram várias dezenas de técnicos, que foram muito interessantes e tiveram bastante impacto (no primeiro encontro, que durou dois dias na sala Portugal da SGL, estiveram cerca de 250 pessoas) mas a que a imprensa praticamente não se referiu e a que não compareceu nenhum deputado.
Nestes encontros, não foram votadas conclusões, mas foi neles mais do que evidente que a Ota era uma hipótese liminarmente a pôr de lado e que, se viessem a surgir elementos contra Rio Frio, que parecia uma aceitável solução, o NAL seria na margem esquerda.
Assim, numa carta aberta ao Eng. Guterres publicada no jornal "Público", em 26/6/99, escrevi: "Acho que lhe devo dizer que a construção do futuro aeroporto na Ota é uma decisão em absoluto errada, altamente gravosa para o país, o que com o tempo se tornará cada vez mais evidente".
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