Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

868. “P’ra pior, já basta assim…”


O noss’primêro, em reunião de apoiantes do Sim, ontem à noite, botou falação.

E que disse o noss’primêro?

Apenas isto:

Portugal tem que se alinhar pelo grupo de países que já liberalizaram o aborto. Não pode, em resumo, deixar de entrar na “modernidade”.

Magnífico discurso! Muito digno.

Se nos detivermos a analisar serenamente as palavras de tão ilustre governante, uma primeira conclusão temos que retirar:

Sua excelência não diz que a legalização do aborto seja uma coisa digna, não! D
iz, isso sim, que temos que copiar outros. Como no "reisinho mandado", talvez, digo eu...

Significa isto que, de novo, não se trata de pensarmos pela nossa cabeça. Devemos, pelo contrário e uma vez mais, imitar outros, independentemente da bondade ou maldade da acção que esses outros praticaram. Se eles um dia se lembrarem de ir... lamber sabão, digamos, lá teremos que ir também. E, alerto para a circunstância de lamber sabão não ser assim tão gravoso para quem não gosta. Há coisas bem piores. Se há!...

Ou seja, o noss’primêro ficará todo catita, feliz e contente se nos convencer a reduzirmo-nos a macaquinhos de imitação. Fazemos as coisas, não pelo seu real e intrínseco valor, mas porque os outros o fizeram também. Inconscientemente, sem o mais ligeiro pensamento próprio, sem o mais leve juízo crítico, portanto. Devemos actuar por cópia, como os macaquinhos de circo. Ora toma!

Elucidativo!

Continuando a analisar as palavras do noss’primêro - que nos calhou em sorte, claro! - poderemos concluir que ele acha que, legalizar a possibilidade de uma mãe, discricionariamente, se desfazer do filho que traz no ventre e que, não em todas, mas na maior parte das circunstâncias, concebeu porque assim quis ou porque foi descuidada – há tantos meios de prevenção que a dificuldade é quase só a de escolher qual o mais adequado… – é entrar na “modernidade”. Na "modernidade", tome bem nota!...

Não vale a pena acrescentar seja o que for. O noss’primêro bateu no ponto e bateu todos os pontos. Em cheio. Na mouche. Calou bem fundo.


Grande e insubstituível, o noss’primêro! Que Deus o proteja e guarde por muitos anos, entre nós, embora lá distante da turba, no assento etéreo onde o alcandoraram. Por mim, não quero outro. Este chega-me. E sobeja!

Como é que cantava o Sérgio Godinho? Ah, pois! “P’ra pior já basta assim…”

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