Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

878. Se o Estado é rico e pode para uns…



Campanha no sentido de ser proposta a atribuição, às mulheres que optem por ter os seus filhos, em vez de abortarem, de uma retribuição de igual montante ao custo de um aborto livre (500€).

Esta ideia foi-me hoje referida, pela primeira vez, por António Balbino Caldeira, do
Portugal Profundo, em resposta a comentário que no referido blog inseri. Ficou a convicção de que dera a entender tê-la bebido de outro blog, que, na ocasião, não consegui apurar qual.

Surfando na Web, porém, eis que encontrei o blog
O Profano que, por sua vez, transcrevia uma frase apanhada ainda noutro blog, desta vez A Caverna Obscura que transcrevia a seguinte frase atribuída a João Paulo Malta:


Por cada aborto que o Estado pagar,
deverá subsidiar, com o mesmo montante,
uma mulher que pretenda levar até ao fim a sua gravidez.


Acrescenta o autor da frase que lhe custa pensar numa melhor. Frase, claro.

Pois bem: dir-lhe-ei, caro João Paulo Malta, que não precisa de se esforçar em busca de outra frase que melhor se adeque à situação que vivemos.
Esta sua frase contém todos os ingredientes necessários. E contém, acima de tudo, um elemento essencial à prossecução de um ideal de justiça, qual seja, o da preocupação de conferir a todos os cidadãos igualdade perante a lei.
Por isso, aplaudo a ideia e lhe digo que conte comigo para a divulgar, o que estou já a fazer, ajudando a que vingue. Bastará que se me dirija e diga o que se pretende que se faça mais, o que é necessário que se faça mais.

É que, embora a atribuição, pelo Estado, a cada mãe que decida ter o seu filho, de importância de montante igual ao custo de um aborto, também pago pelo Estado, não se mostre completamente justa – já que ter um filho resulta muitíssimo mais oneroso do que abortá-lo, para além de se revestir de dignidade incomparável – este, não obstante, é um passo no sentido de reparar uma ignomínia que acabou de ser perpetrada na sociedade portuguesa, por iniciativa de quem detém as rédeas do poder do Estado e, por isso mesmo, deveria evitar a criação de situações similares.

Ora, se o Estado pode afectar recursos à morte de nascituros, também é bom que os tenha para que os afecte – e aqui com maior razão de ser – à consequência natural inerente a qualquer nascituro, ou seja, vir para a vida.

E profundamente imoral e revelador de que o Estado, e de quem conjunturalmente o comanda, não agem de boa fé será a tal obrigação se escusarem. Porque não dispõem de argumentos válidos que possam esgrimir, no sentido de às responsabilidades que assumiram se eximirem, preservando a honra e a dignidade tão necessárias ao Estado e a quem o giverna.

Teorias mal digeridas e acções imponderadas e que não se conformam com a Ética e a Moral, acabam sempre por dar lugar a reacções, essas, sim, justificadas no campo da honra das instituições e dos seres humanos que as regem.

10 comentários:

Anónimo disse...

«Por cada aborto que o Estado pagar,
deverá subsidiar, com o mesmo montante,
uma mulher que pretenda levar até ao fim a sua gravidez.»

Fabulástico!!!

:-)

Beijinho

Anónimo disse...

«O aborto é de facto uma barbárie que se comete contra um ser indefeso.
Uma prática indigna do Homem do século XXI.
Parecendo progressista revela em realidade uma atitude retrógrada perante a vida e a sociedade.»


http://www.caisdalinha.com/2007/02/propsito-da-vitria-do-sim.html

Antonio disse...

Caro Ruben

Grato pela referência Do Portugal Profundo. O subsídio às mulheres que não abortem foi referido realmente por João Paulo Malta - não me lembro se foi ele que referiu os 500 euros que o Governo considera o custo do abortamento no SNS...

Quanto ao que sucedeu, cabe-nos enfrentar a nova realidade com o dever da pedagogia da família e da comunidade pelo Não ao aborto, defendendo e promovendo a cultura da vida.

Ruvasa disse...

Viva, António!

Nada tem que agradecer.
As refer~encias fazem-se a quem a elas faz jus. Tout simplement.

Concordo com o seu último parágrafo. No entanto, sinto-me já cansado, cansaço esse que aumenta na proporção do desânimo resultante de constatar que parece cada vez valer menos a pena.

Com governantes do quilate que temos visto, alguns dos quais, a começar pelo topo, revelando uma falta de preparação intelectual e de conhecimentos nitidamente insuficientes, torna-se muito dufícil não entender que, contrariamente ao que pensava Camões, nada vale a pena...

Abraço

Ruben

Agnelo Figueiredo disse...

Aplaudi quando ouvi o João Mata dizê-lo na declaração da plataforma do NÃO na noite de Domingo.
Aplaudi e apoio!

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

Não ouvi nada disso, porque o mweu trauma fopi tal com o que sucedeu no diada votação do referendo, que não vi mais do que trinta minutos "daquilo".

Essa a razão por que, só quando o Balbino Caldeira mo referiu tive conhecimento.

Isso, no entanto, não tem qualquer importância. Tem-na , sim, a ideia expressa na declaração. E será bom que não seja deixada cair.

Porque não sou o "pai", fico à espera demais desenvolvimentos,na esperança de que, muito em breve, se avance.

Há que urgentemente cobrir com um pano escuro a vergonha geral que constitui o resultado do referendo.

Abraço

Ruben

carneiro disse...

Na alemanha o equivalente é de 25.000. Talvez a proporção de 500 para 25 mil traduza alguma diferença.

pelo menos ao nível de quem governa....

Conheço pessoalmente JPMalta, (tivémos filhos na mesma sala de aula).

É um homem de enorme competencia médica, aliás, como o respectivo Pai e meu amigo pessoal - foi este que pôs cá fora os meus 3 filhos.

E é possuidor de enorme inteligência e sensibilidade profissionais.

É daquelas pessoas que enobrecem quem com elas se dá.

Ruvasa disse...

Viva, Carneiro!

Confesso que, com o assoberbamento em que estive durante a campanha do referendo, produzindo textos, na tentativa de convencer uns quantos de que nada é mais decente do que dar vida, não tirá-la, os integrantes dos diversos movimentos, tanto do Não como do Sim, pasasaram-me ao lado.

Essa a razão, certamente, por que não me apercebi de João Paulo Malta, de que somente agora tomei conhecimento.

Vou ficar à espera que avance, para aderir de imediato a qualquer movimento nesse sentido.

Abraço

Ruben

Isabel Filipe disse...

... absolutamente de acordo ...
mas , sinceramente , não acredito que vá resultar ... devem contrapor que pagam uns "brutos" abonos de família ....

no entanto ... caso se venha a fazer alguma coisa ... conta comigo ...

Bjs

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

A ver vamos...

Se der, claro que conto contigo.

Beijinhos

Ruben