Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

880. Ora,




AQUI ESTÁ
O
ABORTO
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em todo o seu esplendor, como era de esperar, pelo que não constitui surpresa para ninguém.
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O governo do senhor acima retratado, ou seja, do noss'primêro, nada tinha preparado e em condições, para a hipótese de as suas propostas vingarem no referendo, como vingaram.
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Então, vai daí, logo na noite da vitória, começaram a desdizer-se, em sucessão sucedida sucessivamente sem cessar tão rápida que deixaram toda a gente boquiaberta, pensando e dizendo entre si:
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- Mas, então estes senhores é assim que preparam os assuntos de governo e de interesse nacional?
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Parece que é mesmo. E, curioso, até hoje, ainda não pararam. Parece que não houve ainda tempo para reunirem e acertarem agulhas... Cada um que fala dá a sua versão de como as coisas se vão processar. E nenhuma delas condiz com qualquer das anteriores.
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Vem o noss'primêro e diz que não vai haver consulta de aconselhamento; vem a seguir o ministro da saúde (não foi qualquer outro, foi logo o da saúde, grande autoridade, portanto, no tema!) e diz que sim, vai haver obrigatoriamente consulta de aconselhamento e de planeamento familiar.
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Depois, no dia seguinte, vieram mais uns quantos, uns dizendo que sim e outros dizendo que não, outros que talvez sim, talvez não, e mais assim e menos assado... Para todos os gostos, que assim é que é lindo! Contentam-se todos... os tolos. Até que aparece de novo o ministro da saúde a dizer que, afinal, vai haver consulta de aconselhamento mas não é obrigatório o período de reflexão. Muito embora ele mesmo tivesse dito umas horas antes que sim, seria obrigatório...
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Mas, claro! Isso já todos sabíamos. Que não havia reflexão ali para os lados do governo, já não constitui segredo para ninguém, nem sequer para os nascituros que, agora legalmente, vão passar a morituros. Ave, (deixo-lhe, leitor, a possibilidade de aqui colocar o nome que quiser...), morituri te salutant.
Bem, que não é segredo para ninguém também não é bem assim. É-o para os tolos, mas esses não contam, porque apenas servem para bater palmas, rirem-se muito, de satisfação e embevecimento, e não usarem a própria inteligência nem a suposta capacidade para sentirem, quando se trate de dirimir conflitos de consciência, esperando que as dos seus gurus o façam. Ora, como estes estão muito assoberbados com o dize tu, direi eu, o que sabes não sei eu, não estão para aí muito virados, vê-se no que dá.
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Aquilo não é um governo, senhores! É um albergue espanhol e, ainda por cima, uns falam catalão, outros castelhano, outros basco, outros galego e até parece que há uns quantos que dão uns toques no mirandês!... Resultado: como não sabem os outros "dialectos", não se entendem... dizendo cada qual o que entende. Pelo que se tem visto, não se consegue saber o que entendem... se é que entendem.
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Foi tudo pensado e organizado em cima do joelho, comme d'habitude, aliás.
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É que estudar dossiers custa que se farta. Já o sabia o senhor Mário Alberto. E nada mudou para melhor, "aperès lui" (sim, eu sei que é "après"; quem não sabe é ele...). Mas, também, para que serve estudar seja o que for, se os diplomas de bom aproveitamento escolar são entregues a qualquer um, por "escolas" que também não têm currícula que se veja, como é a esmagadora maioria do eleitorado?
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E, assim, cá continuamos, cantando e rindo, levados, levados, sim, pelas veredas do aborto que 27% de nós votaram, para valer para 100% de nós e mais 100% dos que ainda hão de ser como nós, quando chegarem à idade legal... se os deixarem lá chegar, claro!
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Não conseguimos sair do aborto. Deste aborto que se vê e em que nos vemos. Está aqui e vai ser difícil dar a volta ao texto. Vamos ter que aguentar com ele. A menos que os tais senhores, que agora se desdizem de duas em duas horas, se atrapalhem tanto todos uns aos outros que a coisa acabe por não passar daquilo mesmo, ou seja, um aborto... abortado. Ou um abortado aborto? Olhe, tanto faz. Vai dar no mesmo...
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