Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 25 de fevereiro de 2007

902. Sócrates assusta-se e Correia Campos recua

Sob o título de capa

CORREIA DE CAMPOS
RECUA NAS URGÊNCIAS


publica o Diário de Notícias de hoje, a seguinte "cacha":


Recuo do ministro deixa autarcas a clamar vitória

Pedro Correia

No mesmo dia em que se reuniu com um "preocupado" José Sócrates para analisar a escalada de protestos contra o encerramento de serviços hospitalares de urgência a nível nacional, o ministro da Saúde, Correia de Campos, fechou negociações para a celebração de protocolos com os presidentes de seis municípios afectados. O protocolo, ontem assinado em Lisboa, deixou os seis autarcas "muito satisfeitos", conforme confessaram aos jornalistas. E parecem ter boas razões para isso: não só as urgências não encerram em Cantanhede, Espinho, Fafe, Macedo de Cavaleiros, Montijo e Santo Tirso como o Ministério da Saúde acaba de dar ainda mais garantias do que os autarcas esperavam à partida: além de se manterem as urgências, ampliam-se os horários de funcionamento dos centros de saúde e colocam-se viaturas especializadas em atendimento urgente à disposição dos municípios.

Em declarações ao DN, Correia de Campos confirmou ter estado reunido com o primeiro-ministro, entre o meio-dia e as 13 horas de sexta-feira, para debater a questão dos protestos, admitindo que o assunto "preocupa genericamente" não só José Sócrates como a ele próprio. Mas o ministro desmentiu que o chefe do Governo tenha assumido directamente o controlo da situação, como ontem noticiava o Público: "Estou tranquilo. A questão da confiança política não se põe."
(...)
(Diário de Notícias)
...
* * *
...
Talvez que, finalmente, o noss'primêro comece a convencer-se - e convença os respectivos ajudantes - de que Portugal e os portugueses não são chão vindimado que possa ser atravessado à Lagardère.

E, menos ainda, couto privado, em que o proprietário faz o que muito bem entende, achando que não tem quaisquer contas a prestar seja a quem for.

Talvez que, finalmente, comecem a convencer-se de que as pessoas são indivíduos com direitos, que é preciso respeitar, não podendo ser tratadas como coisas inanimadas, sem alma e sem vontade.

Parece começarem a compreender, mas apenas depois de terem sido empreendidas iniciativas populares mais firmes e de real ameaça.

Infelizmente, em Portugal é assim. Só à bruta as coisas são compreendidas e interiorizadas pelas "altas instâncias". Até esse ponto, vão palpando o pulso e, enquanto sentem apenas matéria glútea, sem nervo, vão avançando, pelo que se torna sempre indispensável o arregaçar de mangas e o mostrar de músculo.

Infelizmente, em Portugal, cerca de 33 anos após, ainda é assim.

...

Sem comentários: