Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 22 de março de 2007

950. Aldeia global portuguesa (5) – Hoi An (Vietname)

Ponte japonesa em Hoi An

Localizada a sul de Danang, Hoi An era conhecida como Faifo, quando, no séc. XVI, navegadores putao-nhá (portugueses) foram os primeiros europeus a chegar ao Vietname.

A chegada dos portugueses deu-se no ano de 1516. Seguiram-se os missionários dominicanos, igualmente portugueses. Em 1525.

O primeiro entreposto comercial luso foi estabelecido, em 1535, pelo capitão António Faria.

Até ao séc. XIX, Hoi An foi um dos mais importantes portos do sudoeste da Ásia.

Embora a primeira missão católica portuguesa tivesse sido estabelecida em 1596, só em 1615 o cristianismo começou verdadeiramente a ganhar raízes, com os padres jesuítas, que, expulsos do Japão, tiveram guarida nestas paragens.

Após a chegada dos primeiros navegadores, outros portugueses foram arribando às costas do Vietname, designadamente missionários, como ficou dito acima. Aos portugueses seguiram-se espanhóis e também italianos e franceses. Mais tarde, vieram outros, como indianos, filipinos, indonésios e povos do Sião (actual Tailândia).

Vicissitudes várias levaram a que os europeus se fossem afastando dos contactos com os vietnamitas, de tal forma que, no princípio do séc. XVIII apenas os portugueses mantinham relações comerciais com os locais, contactos que, por força do desmanchar do império português, iniciado com a ocupação espanhola e continuado depois, se foram perdendo também.

Posteriormente, em meados do séc. XIX, os franceses colonizaram o território, que até aí havia sido independente. O domínio francês só terminou com a primeira guerra vietnamita (Dezembro de 1946 a Agosto de 1954) que foi decidida com a derrota desastrosa dos franceses, na decisiva batalha de Dien Bien Phu.

A memória da tradição oral dos locais e também algumas igrejas atestam ainda hoje a presença portuguesa em terras vietnamitas.
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4 comentários:

Ruvasa disse...

Amigo Ruben

É assim a vida. Depois de ao longo de séculos se andar pelo mundo a
estabelecer relações amigáveis, eis-nos reduzidos a este pequeno e bonito recanto da Europa, a ouvir as petas e o mau feitio do senhor P.Ministro, numa casa respeitável como é a AR.

AAlves

Ruvasa disse...

Viva, António Alves!

Como dizia Guterres:

- É a vida!...

Um dia destes, meto mais um recanto desta aldeia global portuguesa. Não houve sítio neste globo onde a malta não pusesse os pés... Que fura-vias éramos!... Que parvos estamos... (parvos de pequenos em latim, claro!)

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

O termo putao-nhá é a designação actual de Portugal em mandarim. É uma designação fonética.

No século XVI os chineses designavam Portugal por outro termo, o reino do grande oceano se não estou em erro. Mais tarde quando outros europeus lá chegaram e descobriram que vinham todos do grande oceano a designação mudou.

Claro que em vietnamita, uma língua muito diferente do chinês, a designação é diferente.

Ruvasa disse...

Viva, Raio!

Obrigado pela achega.

Claro que tirei esta informação de duas fontes: escrita, das consultas que fiz, e oral, de amigos que
vivendo em Macau há cerca de 20 anos fazem férias regularmente no sudoeste asiático, incluindo o Vietname.

De qualquer modo, não posso, com firmeza afirmar se é assim ou não.

Tenciono, em Setembro, tirar dúvidas, uma vez que eu próprio irei ao Vietname e ao Cambodja.

Do que encontrar darei notícias.

Já agora, Portugal em caracteres chineses será algo como 葡萄牙 e português, qualquer coisa como 葡萄牙人

Abraço

Ruben