Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sábado, 14 de abril de 2007

988. É assunto que não devo comentar...


"- É assunto que não devo comentar. E mais, é assunto que não devo comentar aqui."

Cavaco Silva, entrevistado pela TSF e outras órgãos de Com. Social, hoje, durante o intervalo para almoço, na Conferência integrada no "Roteiro da Inclusão", em Santarém, a propósito da insistência da jornalista da TSF acerca da questão da licenciatura do primeiro-ministro.

* * *

A citação acima é feita de memória, por tê-la ouvido na TSF esta tarde. Apenas não garanto a fidelidade da expressão "E mais". Tudo o resto é fidedigno e ipsis verbis.

Como Cavaco Silva não comenta, quem sou eu para comentar também? Muito embora entenda que ali, naquela circunstância, na verdade, não deveria ter comentado, não comento eu também, pois.

Apenas deixo uma pergunta:

- Trata-se de um caso muito controverso (em alguns aspectos - como seja o da falsidade em documentos oficiais do Estado Português - já nada controverso, por não subsistir a mínima dúvida quanto à verificação do ilícito, apenas faltando atribuí-lo a alguém) passado com o primeiro-ministro da Albânia, pelo que o Presidente da República Portuguesa não deve nele interferir?

E acabou-se aquela pergunta e não faço comentário, como já acima me comprometi.

Formulo, apenas outra pergunta:

- A estas horas não estará o actual PR saudoso dos tempos em que o primeiro-ministro era Pedro Santana Lopes e nele batia sem dó, piedade, sequer justificação?

* * *

Mudando de assunto:

Curiosamente, aquelas declarações transmitidas esta tarde através dos microfones da TSF, não foram reproduzidas por nenhum dos seguintes órgãos de Comunicação Social, nas suas versões online:

01. TSF (nem se refere ao assunto)
02. TVI (refere-se, mas sem transcrever a frase nem a mencionar)
03. SIC
(idem)
04. RTP (idem)
05. RR
(idem)
06. Público
(idem)
07. JN
(idem)
08. DN
(idem)
09. EXPRESSO (idem)
10. SOL (idem)

Sintomático, não?

* * *

Outro tema:

Cavaco em processo de auto-esvaziamento político

Apesar das recomendações de Cavaco Silva sobre a lei do aborto, o PS não vai alterar uma linha ao texto definitivo do diploma. O Presidente da República parece cada vez mais refém do conceito de cooperação estratégica que o assessor político, Joaquim Aguiar, construiu para ele. Esta semana, depois de propor que o tratado constitucional europeu deve ser ratificado na Assembleia da República, sem necessidade de referendo, Cavaco também viu os dois maiores partidos, PS e PSD, darem sinais de manter as suas posições, favoráveis à realização da consulta popular. O que também acaba por reflectir o pouco peso político com que Cavaco começa a ser encarado.
Semanário

* * *

Aqui, estou desobrigado de não comentar. Portanto, aí vai:

Quando para agradar a todos (ou, em primeiro lugar aos adversários), se força a nota e se despreza a própria base social de apoio, perde-se esta sem se ter ganho a outra.

É dos livros, caro senhor, é dos livros.

Fora dos livros, diz o povo: quem tudo quer, tudo perde.

Nem sabem quanto pessoalmente lamento esta perda de peso de Cavaco!... Com tal desgosto, desconfio que hoje nem janto...
...

6 comentários:

Camilo disse...

Hoje, eu jantei...!
Porque hoje, já estou "vacinado" contra o..."cabaquismo"(!)...
Mas não jantei em 1992...
Quando, após as Eleições em Angola o ouvi dizer que as mesmas "tinham sido livres e justas"...
Isso é que me tirou o apetite!
A mim, e a milhares de angolanos!!!
Porque, nós, no terreno, assistimos "na pele" à maior fraude eleitoral de que há memória (ao tempo).
Como empresário em Luanda, com 30 anos de Angola, e simpatizante da UNITA (desde Dezembro 1966)!... tive de ser evacuado com a minha mulher e filho, pela Cruz Vermelha para Portugal, pelo "Gabinete de Emergência", criado pelo então primeiro ministro "Cabaco".
"Recambiados" para Brazaville e trazidos para Lisboa, Voo Tap, juntamente com centenas de angolanos que nunca deviam ter sido evacuados da sua terra, porque não eram portugueses, imediatamente foi extinto o "tal" gabinete. E os angolanos transportados, de novo, para Angola.
O sr. "Cabaco" colocou um tampão neste assunto.
Para não ter chatices!
Igual ao que neste momento quer colocar no "Diploma" do sr. Sócrates que há-de ser engenheiro... se estudar para isso.
Portanto, ontem e hoje jantei.
Por acaso jantei!...
O Amigo Ruvasa também há-de jantar
quando apanhar a "vacina".
"CABACO? -Obrigado, já estou servido!"
www.broncasdocamilo.blogspot.com

Ruvasa disse...

Viva, Camilo!

Sabe, nem sei que lhe diga.

Mas eu também estou vacinado. E bem, meu amigo! Não tive problemas em Angola, porque de lá saí bons anos antes.

Sou militante do PSD desde 1978, data em que cheguei, vindo de Moçambique, e em 1989, afastei-me, muito embora continue a pagar quotas.

E afastei-me precisamente por causa desse senhor e de outros parecidos que por lá andavam.

Como nos outros partidos, como se trem visto, não há melhor, afastei-me de todos... até que passem a actuar decentemente. Ora, está visto que tal não vai acontecer, pelo que jamais me aproximarei seja de qual for.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Esta, está boa!

Beijinhos grandes

L. Rebelo

Ruvasa disse...

Viva, Lena!

Está, não está?

Como dizia o Guterres: - É a vida!...

Beijinho

Ruben

Ruvasa disse...

Amigo Ruben

Como é que se pode evitar a esclerose vertiginosa em que repetidamente se deixam enredar os consensos da democracia? A resposta está na Páscoa da Cidadania. As oligarquias instaladas e as burocracias que lhe dão suporte só
podem ser combatidas com a participação democrática.

Vamos a eles.

Um abraço

AAlves

Ruvasa disse...

Viva, Alves!

O problema é que certas pessoas - não vou ao ponto de indicar quais, mas toda a gente as conhece - que não são capazes de destrinçar entre o que é consenso democrático e o que é permissividade autocrática e até anárquica.

Isto, na hipótese mais benigna...

Abraço

Ruben