Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 5 de julho de 2007

1169. Garcia Pereira tem razão


Garcia Pereira, o eterno candidato do MRPP a todas as eleições que vêm decorrendo no País e por quem, sem esforço e não obstante não perfilhar os ideais, tenho consideração pessoal e política que que não consigo ter pela maioria dos figurões idiotas que por aí andam, estava há pouco, na Revista de Imprensa da Sic Notícias, a perorar acerca da "indecência" que é não se dar a todos os partidos concorrentes às eleições autárquicas de Lisboa o mesmo tratamento.

Dizia ele que, sendo 12 os concorrentes, apenas a 5 era dado quase todo o destaque e, depois, havia mais 2 a que era dado algum. Para os restantes cinco, nada, absolutamente nada. Acrescentava que isto não estava certo e que num estado democrático não se admitia semelhante tal.

Não posso concordar com ele mais do que, na verdade, concordo. E podia, com a maior das facilidades, trazer à colação inúmeras razões que, com solidez indestrutível, fundamentariam esta posição.

Não vou dar-me, porém a tal canseira. Primeiro, porque todos temos consciência dessa indecente discriminação, pelo que nem é preciso "bater mais no ceguinho"; depois, porque basta que anote aqui uma, para que a relembre a todos Vocências:

Se por outros motivos não fora, os pequeninos, os "sem voz", têm todo o direito a maior visibilidade e, portanto, a tratamento equânime relativamente aos maiores. Isto, não porque sejam melhores do que os outros, não. Nem sequer sabemos se são. Nunca tiveram oportunidade de o comprovar.

Tão simplesmente, porém, porque Garcia Pereira e outros que tal nunca nos fizeram mal, nem tão pouco têm a mínima responsabilidade no facto de termos sido trazidos a esta vileza em que nos afogaram e persistem em manter.


Entretanto, os outros, os col blancs, esses, sim, têm toda essa responsabilidade. E, no entanto, continuam a ser bajulados e positivamente discriminados.

Mundo cão! Portugal de cães!


Ora, deixem lá que os pequeninos mostrem o que valem. Quanto mais não seja, apresentando as suas propostas em termos que a gente possa entender.


Sim, eles estão livres de pecado, na sua atribulada existência; os outros, bem os outros - que pelos diversos cadeirões do Poder têm andado a esfregar o cu deslavado e malcheiroso - não merecem ser privilegiados. Muito pelo contrário...


Faça-se, pois, justiça!

A Garcia o que de Garcia tem que ser e aos trampolineiros o que a eles cabe. Nem mais a uns nem menos a outros. A cada qual segundo os seus méritos, até que provem não os ter. Como muitos, tantos, toneladas deles já mostraram! À saciedade.

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