Um voo cego a nada
Eu, Rosie, eu se falasse eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos; dancemos
Já que temos
A valsa começada
e o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
De um par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que eu penso e tu sentes
A ponte que nos une é estar ausentes.
Reinaldo Ferreira
Barcelona 1922 - L.Marques 1959
Post que participa na Tertúlia Virtual, ideia conjunta de Varal de Ideias e Expresso da Linha
40 comentários:
Grande poema, pleno de virtualidade. Parabéns pela escolha.
Bonito, bonito ...
Viva, Jorge!
Obrigado.
Reinaldo Ferreira foi um grande poeta, infelizmente falecido prematuramente, o que o impediu de produzir obra bem mais vasta.
Era filho do célebre jornalista do mesmo nome, Reinaldo Ferreira, que ficou conhecido por Repórter X.
Abraço
Ruben
Viva, Peri!
Obrigado, amigo. Como disse atrás, Reinaldo Ferreira foi um grande poeta português que produziu e viu publicada toda a sua obra, após a morte, em Moçambique, onde era Secretário do quadro da Administração Civil do território.
Um dia destes trago aqui mais alguns de seus poemas.
Abraço
Ruben
Bonito o seu poema; vou continuar voando...
Abracos
Olá Ruben,
Não conhecia este poema, deste poeta que considero da minha Terra ... foi lá que ele escreveu a maioria dos poemas dele ... este é simplesmente maravilhoso e maravilhosa foi a tua escolha para este tema ...
poucos sabem que a letra da nossa música "Uma Casa Portuguesa" é dele ... e que essa casa portuguesa tem cheiro completo a Moçambique, pois a música é do maestro Artur Fonseca ... enfim ... recordações ...
tb participei da Tertúlia ....
beijinhos para ti e tem um bom dia
Viva, Georgia!
Mas nesse voo, vá passando por aqui, porque será sempre bem-vinda.
Abraço
Ruben
Viva, Isabel!
Reinaldo Ferreira é o meu poeta de eleição. Cinheci a sua obra, em 1964, em Lourenço Marques. De então para cá nunca me abandonou.
Sim, como dizes, pouca gente sabe disso. No entanto, tenho sido surpreendido ultimamente. Há cada vez mais pessoas a conhecê-lo e a dele gostar... e muito.
Já vi que participaste. Como sempre. E, como sempre também, despojaste-me da capacidade de dar largas à imaginação...
Beijinho
Ruben
Grande poema. A voar alto...
Que beleza de escolha...não conhecia
Reinaldo Ferreira,assim como pouco conhecia Eduardo White....a maravilha desta tertúlia é que te proporciona se encantar com tanta arte ainda não vista ou lida.Vou ir atrás de obras de Reinaldo para conhecê-lo melhor...Obrigada linda postagem!
Com este poema, de grande VOO, marcas aqui sua participação nesta REVOADA de gente que certamente tem ASAS!
Parabéns amigo Ruben, e obrigado por estar voando com a gente!
Ruben
O que importa mesmo, é que Ícaro pelo menos sonhou e sonhou alto.
Voar faz parte de nossos sonhos, pois acredito que eles nos levam a grandes alturas, situações às vezes impossíveis de alcançar não fosse pelo sonho.
Obrigada pela visita.
Abçs
Sobre Reinaldo Ferreira, ele que sonhou muito.
“Deixem que eu parta, agora, já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sózinho
Sem um cavalo de várias cores?”
Ruben que belo poema!
A casa portuguesa ouví desde
menina cantada pela minha avó.
Quanto ao último voo do padre, foi mesmo.
Este sonhador subiu aos céus com
1000 balões de festa cheios de gás.
Pensou sair do Paraná e chegar ao Mato Grosso. O vento mudou e o levou para o mar.Resultado foi pro céu!
Um beijo. lili
Olá Ruben
Um maravilhoso poema, que nos faz voar com muita leveza. Agradeço a gentil visita.
Abraços, Denise
Enquanto voava sobre as participações na Tertúlia aterrei aqui... Fiquei presa, mas com a alma liberta. Muito bonito. Óptima escolha.
Abraço
Poema duma musicalidade enorme.
Tanta gente se encontra pelos caminhos da vida e para quem a única ponte é a ausência...
Muito belas as palavras que já imprimi para juntar a outras que vou encontrando e me tocam.
Abraço
Viva, Al Kantara!
Sim, vivendo tão pouco, Reinaldo Ferreira voou muito alto. Que obra nos deixaria se tivesse vivido mas tempo?!
Abraço
Ruben
Olá, Vi!
Reinaldo Ferreira foi, na verdade, um grande poeta.
Hei-de trazer aqui mais poemas dele.
Por agora, fique com este:
O PONTO
Mínimo sou,
mas quando ao Nada empresto
A minha elementar realidade
o Nada é só o resto.
Abraço grande
Ruben
Viva, Eduardo!
É sempre um prazer estar em iniciativas vossas, que o são de qualidade. E sucesso pela certa.
Abraço transatlântico, quiçá galáctico.
Ruben
Viva, Elma!
Sim, como dizia o outro poeta português
"o sonho comanda a vida"
e
"sempre que o Homem sonha,
o mundo pula a avança,
como bola colorida
nas mãos de uma criança".
* * *
O cavalo de várias cores é um poema extraordinário de Reinaldo. Mas eu sou um tanto suspeito, pois que, desde que do poeta tomei conhecimento, em Setembro de 1964, em L.Marques, 5 anos após a sua morte, elegi-o o poeta de minha preferência, tornando- até talvez injusto para muitos outros. Coisas!
Abraço
Ruben
Viva, Lizete!
Sim, "A casa portuguesa" tem lírica do Reinaldo Ferreira. A música é do maestro português, então residente em Moçambique, Artur Fonseca.
Quanto ao último voo de padre, confesso que desconhecia o evento. Certamente, como diz, voou para o Céu, de onde agora nos contempla.
Abraço
Ruben
Viva, Denise!
Nada tem, que agradecer. Para mnim foi um prazer grande. Só suplantado pelo da sua visita aqui.
Abraço e volte sempre.
Ruben
Viva, Sara!
Ainda bem que gostou. Hei-de trazer mais poemas do Reinaldo aqui.
Gostei muito de a ter por cá. Volte mais, ok?
Abraço
Ruben
Viva, Ana!
É a musicalidade que emprestou a toda a sua obra, mais autêntica porque espontânea. A musicalidade que escorre a l+irica da canção "Uma casa portuguesa", também dele.
Fez bem em recolher a frase.Presumo que seja a "a ponte que nos une é estar ausentes", uma frase cheia de força e significado.
Abraço, Ana.
Ruben
Vivaaaaaaaa!!
Olá querido?! Espero que tenha um dia livre e leve como um vôo!!
Lindo poema...
Parabéns pela postagem!
Um super beijo
viva
bom poema e boa orientação
gostei
Lindo poema. Bem escolhido para ilustrar o tema. Parabéns
Viva, querida Francine!
Sempre que os amigos vêm ao blog e deixam mensagens de cordialidade eu tenho dias livres e leves como um voo.
Continua a ser um prazer enorme visitar os seus blogs e tê-la a encher de luz este meu.
Um beijo igual para si.
Ruben
Viva, Francisco!
Obrigado pela visita e pelas palavras.
Efectivamente, Reinaldo ferreira foi um poeta de uma extrema sensibilidade e capaz de dar às palavras o sentido mais adequado.
Abraço
Ruben
Viva, Jorge Reis!
Obrigado.
Que é um belo poema, sem dúvida.
Que tenha sido bem escolhido para ilustrar o tema, disso já duvido mais. Mas se o Jorge o diz, terei que aceitá-lo e com isso ficar bastante agradado.
Abraço e volte sempre.
Ruben
Poema entregue, como um presente! Um presente num dia lindo como esses, e que eu agradeco.
Muitos abracos!
Viva, Alice!
Não tem que agradecer. Foi oferecido com o maior dos prazeres.
Abraço grande
Ruben
Alô Ruvasa, da que pensar e que sentir
beijinho
Belíssimo poema, é verdade que às vezes pensamos dominar nosso vôo mas na verdade voamos às cegas.
Gostei de conhecer este poeta.
Abraços.
Viva, Claire!
Sem dúvida. Hei-de postar aqui outros belos poemas do Reinaldo.
Beijinho igual
Ruben
Viva, Maria Augusta!
A maior parte das vezes é mesmo um voo cego.
Como disse atrás, hei-de trazer cá mais poemas de RF.
Pensei que estivesse de férias, pois passei pelo seu blog e não vi qualquer post. Vou lá de seguida novamente.
Abraço grande
Ruben
O Fausto canta isto.
Voei por aqui.
Viva, José Louro!
Sim, parece-me ter já ouvido.
Abraço
Ruben
Passei por aqui e deixo-lhe um abraço e parabéns pelo poema
Viva, Mikasmi!
Obrigado e volte sempre, ok?
Uma admiradora de Manuel Maria é sempre bem-vinda.
Abraço
Ruben
Enviar um comentário