Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 23 de março de 2009

2065. "Eu não vê", ó Lucílio ?!

Lucílio Baptista, o árbitro, foi à SIC explicar-se, mas mais lhe valeria lá não ter ido.

Na verdade, cometeu um erro de palmatória ao contrapor às afirmações dos jogadores do Sporting - que terão ouvido pelo intercomunicador que José Cardinal teria dito a Lucílio Baptista que "não é" (penalty, claro!) - que o que o homem teria dito é que "não vê"!

E repetiu isto à saciedade, caramba!

De tal forma que, a cada repetição, mais deixava no espírito de quem o ouvia - e via... - a "certeza" de que José Cardinal lhe terá dito mesmo que "não é" (penalty, claro!).

É que ou José Cardinal é completamente desprovido de capacidade de falar direito ou jamais poderia ter dito "não", quando quereria dizer "não vi".

A terceira pessoa do singular utilizada com tanto empenho por Lucílio Baptista na explicação que deu na TV, parece ter surgido, como rima de pé quebrado, para caber no verso, ou seja, justificar o injustificável. Mas verso de pé quebrado e rima forçada é de poeta menor, como se sabe.


É curioso que Lucílio Baptista tenha tido tanto cuidado em aplicar, mesmo no decurso da explanação da explicação (disse bem, da explanação da explicação, tal a atrapalhação na justificação do que não tinha justificação possível...) não o pretérito perfeito simples (1ª pessoa do singular), como se justificava, mas sempre o presente do indicativo (3ª pessoa do mesmo singular), excepção feita, salvo erro, a uma ocasião - por lapso, certamente - em que referiu o seu colega "não viu". Mas foi uma única vez, talvez um lapsus linguae. De resto, referiu sempre "não vê". A lição parecia ter sido estudada à vol d'oiseau.

Em aparte: Curiosa a postura de Maria João Ruela. Estava com uma enorme vontade de rir e parece ter sido com alguma dificuldade que conseguiu sustar uma sonora gargalhada.

E por que terá sido que o Lucílio arranjou tal justificação de pé quebrado? Talvez porque "não vi" não é confundível com "não é", mas "não vê", sim, já o é. E, deste modo, os jogadores do SCP nunca poderiam ter ouvido dizer "não vi" e confundir com "não é", mas, para o efeito, já seria admissível que tivessem ouvido "não vê".

Hai capito?

Ah, futebolês luso! Cada vez mais na mesma!

* * *

Tudo isto. porém, não justifica a vergonhosa campanha que o Sporting vem fazendo de há muito tempo para cá. São, pelo que afirmam, os "coitadinhos" do futebol indígena. Ora, quantas vezes foi já o clube indecentemente beneficiado com erros escandalosos dos árbitros? Só para falar da presente época. Quantas?! Nem eles se lembram!

Se está tão incomodado com a falta de transparência no futebol, a única atitude que tem que tomar é exigir a introdução:

- de meios electrónicos para avaliação destes casos;

E, já agora,

- do controlo anti-doping em cada jornada da Liga.

Alguma vez o SCP ou alguém por ele o fez? Como, por exemplo, o SLB e dirigentes seus o têm feito? E por que será que o não fez nem faz? Tal como não o fez - nem faz nem jamais fará - o FCP?

Toda a choradeira é, assim, apenas treta para engrolar parvos. E parece que tem engrolado uns quantos, muito embora nada ganhe com isso, o clube-choramingas (entenda-se clube dos dirigentes choramingas, já que o clube é mesmo grande e não chorão).

Se o SL Benfica tivesse a mesma atitude, por certo que ainda hoje andaria a lamuriar-se da "roubalheira" de que foi alvo no jogo contra o FC Porto, nas Antas, que lhe tirou dois pontos e deu um ao adversário, o que, não tendo acontecido, faria com que, neste momento, o Benfica fosse o segundo classificado, a dois pontos dos portistas e à frente do SCP. Como aconteceu, está em terceiro, a cinco pontos do FCP e atrás do SCP. E uma coisa é estar em segundo a dois pontos do 1º lugar, nesta altura do campeonato, e outra, bem diferente, é estar a cinco e em terceiro.

É bem certo que, para se ser grande é preciso estofo... Por outro lado, não é também verdade que "é feio um homem choramingar"? Para mais em público!?...
...

2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

;)





Um abraço, Ruben!
I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

;-)

Abraço igual, sem tirar nem pôr.

Ruben