Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 2 de maio de 2011

2788. As três maiores crises portuguesas


As crises que puseram a independência, a soberania, a integridade do País e a dignidade individual do seu povo em grave perigo

Esta é, de longe, a pior crise que uma nação de mais de oito séculos e meio sofre nos nervos e, principalmente, no espírito!

É que esta é, além do mais, uma crise de valores, de postura perante a vida, de dignidade de carácter individual e de integridade nacional.

Refiro-me apenas às crises mais graves, evidentemente.

Vamos por partes:

* A primeira crise de que há registo é a de 1383-1385.

É certo que ela constituiu período de guerra civil e anarquia. E deu-se porque não havia rei. O poder estava na rua. Começou com a morte do rei Fernando, sem herdeiros masculinos.

Não foi, portanto, causada por qualquer português. Nem causada voluntariamente. Foi, pois uma crise normal. Das que acontecem a qualquer país, por muito prevenido que esteja.

Os portugueses, contudo, souberam como pôr-lhe termo. Com coragem, determinação e, acima de tudo, com gente capaz de os orientar. João das Regras, João, Mestre da Ordem de Avis e filho bastardo de Pedro I, e Nuno Álvares Pereira foram os homens que serviram a causa portuguesa como só verdadeiros portugueses são capazes.

E dois de nós, então, foram homens suficientes para cortar o mal pela raiz, ferindo de morte Juan Hernandez Andeiro, o galego que nos queria subjugar a Castela.

* A segunda, foi a crise de sucessão no trono português surgida com a morte súbita do rei Sebastião, em Alcácer-Quibir.

Claro que esta foi causada pela imprevidência de um jovem rei, inexperiente, assomadiço, com a desculpa de não se encontrar de posse de todas as faculdades necessárias ao exercício do cargo, por força de doença de origem sexual grave de que padecia e que, à época, era dificilmente curável.

Não se tratou, pois, igualmente de acto premeditado e friamente consumado.

Os Portugueses, contudo, souberam como pôr-lhe termo. Com coragem, determinação e, acima de tudo, com gente capaz de os orientar. Henrique, Prior do Crato, João de Bragança e sua mulher, Filipa de Vilhena, foram os homens e a mulher que serviram a causa portuguesa como só verdadeiros portugueses são capazes.

E quarenta de nós, então, foram homens suficientes para cortar o mal pela raiz e, de caminho, oferecerem ao traidor Miguel o prémio merecido.

* A terceira é a actual.

Foi, esta sim, causada por portugueses. Deliberada e voluntariamente. Não é, pois, uma crise normal.

E o que se impõe que se questione é o seguinte:

Não saberão os Portugueses como pôr-lhe termo? Faltar-lhes-ão a coragem – e nem é precisa muita… – a determinação, a determinação e, acima de tudo, gente capaz de os orientar?

A avaliar pelo que se viu no último 25 de Abril, falta-nos mesmo gente com o tal rasgo, com o tal golpe de asa que tudo leve à frente, de escantilhão, e tudo modifique, levando-nos a recuperarmos a dignidade de carácter individual e a integridade nacional perdidas!

Mas será que ninguém de entre nós será homem ou mulher suficiente para cortar o mal pela raiz e, de caminho, oferecerem o “prémio” a quem o merece?

Com urbanidade, com democraticidade, mas com firmeza, sem deixar lugar a quaisquer dúvidas?

Será que ainda teremos de passar pela ignomínia de constatarmos que efectivamente não há?

Ruben Valle Santos

2 Maio 2011

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3 comentários:

Al Cardoso disse...

Quero querer, que havera de aparecer gente capaz e disposta, a resolver esta crise!
Como sou optimista ainda continuo a acreditar!

Um abraco dalgodrense.

Ruvasa disse...

Viva, Al!

Por via de regra e filosofia de vida, sou optimista igualmente.

Confesso, porém, que cada vez menois... cada vez menos...

Deve ser da idade. Só pode!

Abraço

Ruben

ARFERLANDIA disse...

SÓ quando não houver "migalhas" para sacudir da toalha da abastança.
Os poderes constituídos auto regulam-se e produze "LEIS" á medida e por encomenda e assim as benesses, comendas, cunhas e DESVIOS, continuam até ao dia da implosão...
Faz bem falar do tema, num país (ainda)politicamente analfabeto.
~
ARFER