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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

2863. Aldeia Global Portuguesa (15) – Magalhães, Gama, Cabral e Colombo


Aldeia Global Portuguesa (15) –
Magalhães, Gama, Cabral e Colombo


I mediatamente após Henrique, o Navegador, a cuja visão estratégica de eleição ficámos a dever a nossa projecção no mundo dos sécs XV e XVI, estes são os homens que nos deixaram – e a toda a Humanidade – um legado inigualável: o conceito e sua tradução palpável de aldeia global que desembocou, cinco séculos após, no de “globalização”, hoje em dia tão esgrimido como se de proeza só possível devido aos grandes avanços tecnológicos do séc. XX se tratasse.

De facto e por ordem de grandeza de realização, de espírito de intrepidez e missão sem igual, com repercussões em todo o planeta e para todo o sempre, Fernão de Magalhães, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Cristóvão Colombo podem, sem exagero, ser considerados os nomes maiores da epopeia marítimo-planetária do povo afirmativo que fomos e que não podemos deixar que tenha perecido.

Cada qual com as suas motivações pessoais, mas um desígnio nacional comum, com a sua idiossincrasia individual, mas imbuído do espírito de
procura de maior conhecimento e reconhecimento do seus país, contribuíram de forma decisiva, impossível de igualar, para que o nome de Portugal e a força e tenacidade dos Portugueses ficassem para sempre ligados a uma proeza humana só igualada pela conquista do espaço sideral e, mesmo assim, esta talvez menos arriscada e certamente menos imprevisível, em busca e derrota do Desconhecido, do que a de quinhentos.

A proeza de Fernão de Magalhães, nascido na transmontana Sabrosa, é mesmo única e jamais sequer replicada. A viagem de circum-navegação, exploratória do globo terrestre é uma epopeia ainda hoje sem par. Arrostou com o desconhecido mais desconhecido, vencendo-o, apenas se deixando derrotar, já com todo o perímetro do globo explorado, em batalha inglória e escusada.

Vasco da Gama, de Sines, o herói ocasional, venturoso como o rei que serviu, já que terá substituído o irmão mais velho, Paulo da Gama, no comando da armada saída de Belém a caminho de Calecute, trouxe, com a sua odisseia, uma prosperidade jamais sonhada a Lisboa que a fez tornar-se o burgo mais importante da Europa, apenas rivalizado por Sevilha e, por extensão, a toda a Europa.

Pedro Álvares Cabral, natural de Belmonte, chegou às que baptizou como Terras de Vera Cruz, que iriam trazer ao País riquezas que só não foram infindas porque mal geridas, desaproveitadas e muito malbaratadas, e ao mundo um novo país que está fadado para dar muitas cartas ao mundo.

Finalmente, Cristóvão Colombo, considerado natural de Génova, Polónia, Galiza e sabe-se lá de que mais, é provável e prosaicamente natural de Cuba, no Baixo Alentejo. Independentemente, porém, do local de nascimento, o que é certo é que a sua formação como marinheiro e explorador de continentes é feita em Portugal e apenas ocasionalmente se pôs ao serviço dos Reis Católicos, por não ter conseguido em Portugal recolher o apoio de que necessitava para a empresa a que pretendia meter ombros: chegar a continente americano, por alturas da Ilha de Hispaniola (Cuba, em muito possível e natural homenagem á terra que o terá visto nascer, como era hábito à data), quando procurava forma de chegar às especiarias da Índia navegando para Ocidente.
Admite-se, porém, que o mais provável é que é que Cristóvão Colombo fosse Salvador Gonçalves Zarco, filho de João Gonçalves Zarco, navegador português que, com Tristão Vaz Teixeira, foi o primeiro a chegar ao arquipélago da Madeira.


Estes, pois, os quatro grandes heróis da epopeia marítima portuguesa de quinhentos. Outros houve, de valia muito semelhante, mas realizações destes sobrepuseram-se às de todos os demais.

São eles, com a figura de Henrique, o Navegador, seu mentor e patrocinador, os mais representativos nomes do início da actual tão celebrada globalização, então apenas e somente Aldeia Global Portuguesa, inspiradora da aldeia global planetária.

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