Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 12 de abril de 2007

979. As alegações já provadas e outras coisas...

Há visível em todo este processo e a partir de certa altura muita árvore e pouca floresta, porque o que na verdade interessa no caso é saber quem é que, pelas informações que terá prestado a algumas instâncias, ao mais alto nível, designadamente a todos os Órgãos de Soberania, ou seja, a Presidência da República, a Assembleia da República e o Governo, informações que levaram a que documentos oficiais do Estado Português, deles emanados, se mostrassem, e mostrem ainda, feridos de evidente e inescamoteável falsidade.

É o caso de

* DECRETO PRESIDENCIAL que dá publicidade à tomada de posse do Governo;
* ACTA da tomada de posse do primeiro-ministro (esta ainda a verificar)
* conteúdo do PORTAL DO GOVERNO na Web, que se manteve com indicações falsas por cerca de dois anos; e
* brochura "Biografia dos Deputados - VI Legislatura", referente ao ano de 1993, EDIÇÃO OFICIAL DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.

O que interessa saber é se quem pratica actos de tal gravidade, seja lá quem for, pode sair incólume e serafínico como se nada tivesse acontecido.

Isto é o que verdadeiramente interessa em todo o caso, constituindo a raiz do problema, a questão fundamental, por, além de poder revestir um sério problema de carácter a que há que estar especialmente atento em casos que envolvam titulares de altos cargos públicos e políticos, poder ainda constituir ilícito criminal suficientemente tipificado e penalizado, na previsão da lei penal portuguesa.

O resto são meros instrumentos para que a esta conclusão se chegue.

Acontece que o que temos visto é uma abordagem apenas virada para os instrumentos e pura e simplesmente ignorando o essencial, o que realmente é prejudicial para a credibilidade do Estado Português.

Por isso, a minha extrema surpresa. E desânimo também, confesso.

António Balbino Caldeira, em Do Portugal Profundo, trouxe tudo isto à superfície. No entanto, mais ninguém pegou no assunto como me parece que deveria ter sido feito.

Tratei-o nestas páginas. Fui manifestamente insuficiente.

Talvez por isso, após a entrevista desta noite, tenha vislumbrado sorrisos onde não haveria razão alguma para que eles se mostrassem.

Resta a esperança de que o assunto não fique por aqui. Para bem do Estado Português, para bem do país que temos, para bem do Povo que somos.

* * *

Já agora…

Deixou-me siderado a afirmação de que o “desconsolo” revelado no fax se
devia ao facto de não poder leccionar na Independente, para o que fora
gentilmente convidado, por causa da questão das incompatibilidades.
Ora, acontece que o Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos
dos Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos prevê, no nº 2
do artº 7º que “As actividades de docência no ensino superior e
de investigação NÃO SÃO INCOMPATÍVEIS com a titularidade de altos
cargos públicos, bem como as inerências a título gratuito
”.
( cfr. http://www.cne.pt/dl/1incompatibilidades2002.pdf )

* * *

Entretanto, José Sócrates afirmou ontem na RTP, suficientemente audível para que todos pudessem anotar, que não conhecia O Prof. António José Morais, antes de ter passado para a UnI. Isto, entre as 21 e as 22horas.

Pelas 22,57h, no blog Do Portugal Profundo, António Balbino Caldeira publicou um post em que afirma:

António José Morais foi o professor da cadeira de Geologia e Geotecnia Aplicadas do 1.º semestre do 1.º ano do CESE em Engenharia Civil no perfil Transportes e Vias de Comunicação do ISEL em 1994/95 no ano em que José Sócrates foi aluno desse curso.” - fim de citação.

Nem me atrevo a comentar...

...

9 comentários:

Isabel Filipe disse...

... sem palavras ???

ou melhor ...palavras para quê???

Bjs

H. Sousa disse...

De facto, muito ruído que fez baralhar tudo e as atenções foram desviadas apenas para aquelas questões que foram, com perícia indescritível, chutadas para o canto.
Abraços e vigilância.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Sim, palavras para quê?

Não sei se te lembras de um anúncio que corria na televisão, em 1977, quando cá cheguei, em que aparecia um jovem de raça negra, que pegava numa cadeira com os dentes e com ela assim presa dava umas voltas em torno de si próprio.

Lembras-te do texto do anúncio? Vá lá... começava assim:

- Palavras para quê?!?!

E depois continuava. Não me recordo do raio do resto do texto do anúncio... :-)

Beijinho

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Henrique!

Pois, o ruído tem essa característica. Normalmente serve como manobra de diversão. Distrai as atenções.

Abraço

Ruben

carneiro disse...

"...é um artista português e só usa Pasta Medicinal Couto."

Ruvasa disse...

Viva, Carneiro!

;-)

Eu lembrava-me. Estava era a desviar as atenções, com algum ruído...

;-)

Obrigado na mesma pela sua atenção constante aos assuntos.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Amigo Ruben

Quem liga ao que diz o POVO? Ninguém. E onde estão as elites, que não aparecem para dignificar a vida política do País? Estão resguardados da chuva?

E os senhores jornalistas de que estão á espera?

Mãos á obra.

AA

Ruvasa disse...

Viva, Alves!

Pois...

E onde é que está a PGR?

Um delito contra o Estado é sempre público. Portanto não depende de apresentação de queixa.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Alves, novamente!

Aliás, o sr, Procurador Geral já disse perante as câmaras de televisão que não vê qualquer ilícito!...

Não vê?!?! Prontossss... não vê!...

Abraço

Ruben