Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 14 de junho de 2007

1126. Uma proposta consensual

O que devia estar neste momento, a meu ver, a preocupar os candidatos à Câmara de Lisboa é o modo como os futuros comboios TGV irão atravessar o Tejo e entrar na cidade.

A proposta do Governo, a avaliar pelas informações mais recentes, é a da construção de uma ponte para o Barreiro para os comboios provenientes de Badajoz e do Algarve que seguirão para uma estação terminal em Chelas. Os comboios para o Porto, no entanto, não utilizarão esta ponte e entrarão em Lisboa pelo Lumiar.

O que estrá previsto, assim, além da ponte para o Barreiro, é uma entrada em Lisboa pelo Norte destinada aos comboios para o Porto e a navetes para o aeroporto da Ota.

Esta solução, com custos financeiros e ambientais gigantescos, parece-me inviável.

As possibilidades de travessia do Tejo pelos comboios TGV destinados a Badajoz que devem, a meu ver, ser estudadas são 4: a da ponte para o Barreiro, a da ponte ou tunel para o Montijo, e as travessias antes e depois de Vila Franca. Os estudos necessários para avaliar as dificuldades técnicas destas diferentes soluções e quantificar os seus custos, não estão minimamente iniciados.

Em Novembro vamos ter uma Cimeira Ibérica. Penso que nesta Cimeira Portugal pode apresentar uma proposta que os espanhois certamente aceitarão: a de construir, com grande prioridade, uma linha de bitola europeia que permita o trânsito de comboios TGV, de Badajoz ao Pinhal Novo, onde há uma estação de FERTAGUS.

Esta linha, particularmente facil de construir, que poderá estar pronta, talvez, dentro de 4 ou 5 anos, e que na totalidade, ou pelo menos em grande parte, será integravel na futura linha de Lisboa a Madrid, tem para nós o interesse gigantesco de, a muito curto prazo, ligar as nossas indústrias da Península de Setrubal à rede internacional de bitola europeia, o que é fundamental para a sua sobrevivência.
Penso que, neste contexto, os candidatos à Câmara de Lisboa devem:
  1. Apoiar calorosamente a construção urgente da linha de Badajoz ao Pinhal Novo.
  2. Propor que, nos dois anos a seguir, se estudem seriamente as diferentes possibilidades dos comboios TGV atravessarem o Tejo, a ligação ferroviária ao futuro aeroporto de Lisboa cuja localização será entretanto definida, e, ainda, a chegada a Lisboa dos futuros TGV para o Porto, cuja linha será construida quando for considerado conveniente.
António Brotas
Prof. Jubilado do IST
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2 comentários:

Vladimir disse...

Acima de tudo há que analisar com cabeça fria as diversas hipóteses, não decidindo em função de determinados interesses pessoais, mas do interesse comum.....

Ruvasa disse...

Viva, Vladimir!

Absolutamente de acordo.

Nem com interesses meramente pessoais nem - muito menos - com birras patetas.

Abraço

Ruben