Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal
Mostrar mensagens com a etiqueta António Brotas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta António Brotas. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

1391. Aeroporto de Lisboa: a vitória dos cidadãos

Sabe-se já que a Portela (um simples aeroporto doméstico) não vai ser substituído pela Ota (mero apeadeiro aéreo, quase submarino...), mas sim e a seu tempo por uma plataforma aérea intercontinental, excelentemente situada, tanto em termos de região do país, como, principalmente, de região europeia.

A sua localização pode, efectivamente, trazer muitos "dissabores" a Madrid (Barajas), que hoje quase monopoliza o tráfego aéreo entre a Europa e a América do Sul, como de e para a própria África.

Para além das circunstâncias relativas àqueles continentes e à própria Europa, há que não esquecer outras mais regionais, digamos assim, mas que conferem à localização em Alcochete excelentes - únicas mesmo - condições.


É que, ali a dois passos, está toda a Extremadura espanhola (que ficará a distar de Alcochete menos de 200kms, enquanto que para Madrid terá que percorrer 400) mas igualmente toda a Andaluzia (que ficará, também ela, muito mais próxima de Alcochete que de Madrid). E é bom que não se esqueça que a Andaluzia tem fortíssimos laços com a América do Sul, especialmente a Argentina, onde vive e trabalha uma enorme comunidade andaluza.


Estes os factores que me levaram à convicção de que a "teima" do governo na solução Ota se devia a pressão espanhola, mais do que qualquer outro factor. E ainda cá estaremos para ver se não terá sido assim...


De qualquer modo, certamente que agora não se voltará atrás.


Entendo que Portugal está de parabéns.

Por variadíssimos motivos. Porque, finalmente, vai ter um aeroporto e não um simples apeadeiro aéreo e porque verá uma das suas regiões mais desfavorecidas finalmente a poder usufruir de desenvolvimento capaz, em primeiro lugar. Mas também outros sobre os quais nesta oportunidade não irei debruçar-me.

Mas Portugal está de parabéns também e principalmente por outras razões, essas de cariz mais subjectivo mas, talvez por isso mesmo, mais difíceis de ver contempladas, razão por que causam satisfação maior quando se verificam.

Para lá do reconhecimento do papel fundamental do presidente da república (que momentaneamente lá saiu do seu papel de Elizabeth II...) neste processo, travando o que ia já em rota de colisão inevitável com os interesses do País e da muito meritória colaboração da CIP (até que enfim, faz algo que se veja!...), há uma outra vertente que a todos muito dignifica. A quem dignifica, claro! Porque nem todos emergem limpos dos "charcos" da Ota em que se pretendia afundar o aeroporto...

É ela a vertente da cidadania, a vertente da democracia directa!

Toda a volta que o assunto levou (a começar pela intervenção do PR) se deveu à enorme pressão exercida pelos cidadãos, individualmente considerados, entre os quais permitam que destaque, por ser inteiramente justo e impostergável, uma pessoa:

O Professor jubilado do Instituto Superior Técnico, António Brotas, figura de saber e de antes quebrar do que torcer, que terçou armas desde o princípio e jamais baixou braços em defesa do que sabia ser justo e melhor para o País. Honra lhe seja, caro Professor! O País está-lhe grato, creia. E bem necessitado está de mais "Antónios Brotas".


Depois, a Blogosfera.

O cidadão anónimo que, como em outros casos - infelizmente ainda não vencidos - não enjeitou a oportunidade de contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento do país, liberto de capelas escusas ou, pelo menos, muito deficientemente iluminadas.

A cidadania activa e responsável é um bem inestimável e a preservar a todo o custo. Se de demonstração esta asserção necessitasse, ela ai estava, pujante e inafastável. E o que é nem precisa de demonstração. Impõe-se per se.

Quanto às tristes figuras do Governo, dos seus ministros "jamais" - ou "jamé" ou lá o que é... -, e do próprio senhor Sousa, não causam qualquer embaraço. Pelo contrário, até proporcionam refinado gozo. Quando se verificam "cá dentro". Lá por fora... bem, aí já a coisa muda de figura.

Mas, esqueçamos tristezas e desfrutemos este momento deveres marcante. Mesmo quem dele, da sua importância não se apercebe agora, não tardará a apreendê-la também.

Ruben Valle Santos

...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

1126. Uma proposta consensual

O que devia estar neste momento, a meu ver, a preocupar os candidatos à Câmara de Lisboa é o modo como os futuros comboios TGV irão atravessar o Tejo e entrar na cidade.

A proposta do Governo, a avaliar pelas informações mais recentes, é a da construção de uma ponte para o Barreiro para os comboios provenientes de Badajoz e do Algarve que seguirão para uma estação terminal em Chelas. Os comboios para o Porto, no entanto, não utilizarão esta ponte e entrarão em Lisboa pelo Lumiar.

O que estrá previsto, assim, além da ponte para o Barreiro, é uma entrada em Lisboa pelo Norte destinada aos comboios para o Porto e a navetes para o aeroporto da Ota.

Esta solução, com custos financeiros e ambientais gigantescos, parece-me inviável.

As possibilidades de travessia do Tejo pelos comboios TGV destinados a Badajoz que devem, a meu ver, ser estudadas são 4: a da ponte para o Barreiro, a da ponte ou tunel para o Montijo, e as travessias antes e depois de Vila Franca. Os estudos necessários para avaliar as dificuldades técnicas destas diferentes soluções e quantificar os seus custos, não estão minimamente iniciados.

Em Novembro vamos ter uma Cimeira Ibérica. Penso que nesta Cimeira Portugal pode apresentar uma proposta que os espanhois certamente aceitarão: a de construir, com grande prioridade, uma linha de bitola europeia que permita o trânsito de comboios TGV, de Badajoz ao Pinhal Novo, onde há uma estação de FERTAGUS.

Esta linha, particularmente facil de construir, que poderá estar pronta, talvez, dentro de 4 ou 5 anos, e que na totalidade, ou pelo menos em grande parte, será integravel na futura linha de Lisboa a Madrid, tem para nós o interesse gigantesco de, a muito curto prazo, ligar as nossas indústrias da Península de Setrubal à rede internacional de bitola europeia, o que é fundamental para a sua sobrevivência.
Penso que, neste contexto, os candidatos à Câmara de Lisboa devem:
  1. Apoiar calorosamente a construção urgente da linha de Badajoz ao Pinhal Novo.
  2. Propor que, nos dois anos a seguir, se estudem seriamente as diferentes possibilidades dos comboios TGV atravessarem o Tejo, a ligação ferroviária ao futuro aeroporto de Lisboa cuja localização será entretanto definida, e, ainda, a chegada a Lisboa dos futuros TGV para o Porto, cuja linha será construida quando for considerado conveniente.
António Brotas
Prof. Jubilado do IST
...