Não concorda?
Então, vejamos:
1 - O led da notícia reza assim:
TGV Lisboa e Madrid não se entendem sobre a velocidade dos comboios; Cavaco manda recado dos EUA; PS sofre de "síndroma" da Ota.
2 - Na notícia acrescenta-se que, enquanto a Espanha quer que o TGV entre Lisboa e Madrid circule a 250 km/hora, Portugal prefere os 350.
3 - Se fosse ao contrário, percebia-se. Mas não, é assim mesmo. Vejamos mais:
Arriscamo-nos a uma situação de verdadeira caricatura, qual seja a de, em Portugal, país miniatura, os comboios de alta velocidade circularem a 350km/h e, ao cruzar a fronteira com um país territorialmente enorme, passarem a andar a passo de alfa pendular...
Como é que um país com a nossa dimensão, sem profundidade (pelos vistos não apenas territorial...), se mete nestas encrencas estúpidas?
Então, nos 300km entre Lisboa e Porto, com não sei quantas paragens pelo meio, circularemos a 350km/h (claro que se trata de apenas bravatas inconsequentes, mais próprias de juventude inexperiente mas convencida de que tudo sabe, porque a vida há-de abrir os olhos e as mentes e acabar-se-á por cair da realidade...) ao mesmo tempo que, numa viagem de 600km, os primeiros duzentos serão feitos a 350 e os restantes quatrocentos a 250!
Mas quem foi que ensandeceu?
Claro que se percebe bem a resistência à realista "vontade" espanhola.
Se se vai aceitar que, na linha Lisboa Madrid se circule a 250km/h, como é que, óspois, se justifica, perante o "respeitável público", a cega teimosia nos 350km/h que se pretende "meter" à força entre Lisboa e Porto?
Pois...
Mas mais:
E se assim for, isto é, se se constatar que não há razão de razoável razoabilidade para que os comboios circulem entre Lisboa e Porto a mais de 250Km/h, onde fica a argumentação para criar o TGV entre as duas cidades? Como tem sido dito à saciedade, o Alfa pendular é mais do que suficiente, com a sua velocidade de 220km/h.
E aqui bate o ponto de toda esta incongruência, deste estúpido esbanjar de recursos.
Para além da evidência dos enormes e escusados encargos que se estão a criar para o país (não pára o sorvedouro de recursos, por manifesta incompetência... e oxalá seja apenas por incompetência...), a única consolação que nos resta é que, de ridículo em ridículo, acabaremos por ser deixados em paz e sossego. Queiram eles, eles não queiram...
Em resumo, para além dos ridículos: Portugal apenas "necessita" de uma linha de TGV. Entre Lisboa e Madrid. E isto apenas para não destoarmos da Europa.
Dentro do país, a opção Alfa Pendular é mais do que suficiente.
Para se ter uma ideia, bastará que se anote que, no Alfa, se sairmos de Faro às 10 da manhã, poderemos almoçar em Vigo, lá pela 1 da tarde.
Fica tudo dito, não?
Acabem, pois, com essa marmelada de pouco siso e com as triste figuras de teimosia insensatas! Só vos colocam mal e envergonham-nos imenso, porque lá fora são capazes de pensar que somos como vocês... E disso, Deus nos livre, porra!
...
É que, de tanto rir, com estas anedotas, já me dói a pança, carago!
...
14 comentários:
Só vem confirmar a imperiosidade que estes tipos têm de lançar obras públicas que os sustentem - também no poder- durante muitos anos. E nós a pagar...
Tens razão, caro Ruben. Por que razão que se entenda pretendem pôr um novo comboio a circular sem antes esgotar as potencialidades do Alfa? Este já só tem muito poucas paragens para não se atrasar. Arranques e paragens podem reduzir bastante a velocidade média. E o TGV? Só teria duas paragens, Lisboa e Porto?
Até se chegou a aldrabar com velocidades de quase 500 km/h. Tudo mentira e não é só incompetência.
Abraços
Caro Ruben;
Em
http://socialdemocracia.blogspot.com/2007/06/opinies.html
há uns comentários, que considero muito bons, escritos pelo autor do blog e pelo Boavida Pires do 'Cu de oeiras'.
Bom fim de semana.
Um abraço.
I.
Viva, Azurara!
Caramba! Isso é que é acertar na "mouche". Mesmo no centro... "também no poder".
Eu não diria melhor.
Abraço
Ruben
Viva, Henrique!
A falta de ética é coisa tramada, amigo.
Abraço
Ruben
Viva, Isabel!
Vou lá ver, sim. Obrigado.
Abraço
Ruben
Caro Ruben
Para mim o maior problema político da nossa época não é o TGV (este não se vai concretizar como o governo diz), mas a necessidade de organizar o País de um modo natural. Isto de confiar nos nossos actuais governantes as grandes
decisões sem uma discussão séria na AR ou em consulta referendária, em
casos mais complexos, como o TGV, seria extremamente perigoso, uma vez que tais senhores não têm capacidade para se defenderem de possíveis acordos entre certos interesses organizados.
Estamos a atravessar tempos complicados que ensombram o futuro próximo e, consequentemente as futuras gerações. A vida no seu conjunto está cada vez mais incerta e esta rapaziada da governação só pensa em gastar.
São os vendilhões do templo. Alguém tem de correr com eles...!
Um abraço
AAlves
Viva, Alves!
É. Alguém tem que assumir o papel de Jesus Cristo e... escorraçá-los do Templo.
Se há perto de 2000 anos foi feito, por que não fazê-lo novamente?
Como não pode ser de forma Divina, façamo-lo à nossa maneira.
Abraço
Ruben
Cá vou de novo para a faca a 25.
Conto com a leitura inspiradora que o meu ilustre amigo me proporciona para aligeirar as horas ...
E logo que voltar a poder sentar-me, iremos a eles!
abraço
dp
Viva, DP!
Força e volte depressa que ir-lhes - salvo seja, claro! - é uma pressa, uma premência, um dever de consciência, uma inevitabilidade, portanto.
Abraço enorme
Ruben
Viva Ruvasa,
Estou de acordo que este processo ameaça ser peculiar, como tudo em Portugal.
Mas não percebi esta frase: "Para se ter uma ideia, bastará que se anote que, no Alfa, se sairmos de Faro às 10 da manhã, poderemos almoçar em Vigo, lá pela 1 da tarde."
De certeza?
Abraço,
Viva, Ricardo!
Mais coisa menos coisa.
De Faro a Vigo são cerca de 750km. Se o Alfa viajar a 220km/h (que nem é coisa por aí além, uma vez que pode chegar aos 250, dependendo do estado dos carris e do traçado da linha...) levará menos de 3h e 20m. Logo, saindo de Faro às 10, pelas 13,20 estará em Vigo.
Por acaso, os galegos, tal como todos os outros espanhóis, aliás, até almoçam mais tarde...
O que importa realçar é, uma vez mais, o enorme embuste em preparação. Sucedem-se sucessivamente sem cessar...
Abraço, amigo.
Ruben
Amigo Ruben,
De acordo. Nos moldes actuais sou muito céptico da necessidade do investimento no TGV, o que não é o mesmo que defender não investir, até na valência transporte de mercadorias. Mas, com ou sem TGV, de Faro a Vigo, para sair às 10, se quisermos almoçar em Vigo, mesmo com horários tardios de almoço, é melhor irmos de avião ;)
Abraço,
Viva, Ricardo!
Tudo bem.
Não sou contra o TGV. Daqui para a Europa... para não perdermos o "comboio" europeu.
Cá dentro, é ridículo.
Imagina, caro amigo, que vieram com esta ideia peregrina, para "taparem" o ridículo de entre Lisboa e Porto o TGV andar de apeadeiro em apeadeiro. É que a coisa processa-se da seguinte foma: o primeiro TGV a sair de Lisboa para o Porto, só pára na Ota; o segundo, só pára em Leiria, o terceiro, só pára em Coimbra; o quarto só pára em Aveiro. Depois, volta-se à primeira forma. Do Porto para Lisboa, idem, idem, aspas, aspas.
Será que o País está a ser transformado num imenso Júlio de Matos?
Abraço
Ruben
Enviar um comentário