Esta história do corte nos ordenados é um embuste. Só atinge funcionários públicos e, pelos vistos, nem todos. Além disso, levanta problemas de inconstitucionalidade.
A solução que teria revelado equanimidade e honradez teria sido a da criação de um imposto extraordinário, o "IMPOSTO DE CRISE", a abranger a universalidade dos cidadãos, com as únicas excepções a contemplar quem não disponha de rendimentos mínimos suficientes para uma subsistência digna.
Tal imposto vigoraria temporariamente, até que se mostrasse necessário, devendo de tempos a tempos, ser avaliada em termos públicos a necessidade de continuar em vigor ou não.
Tudo isto precedido de uma explicação completa e cabal ao País. Claro, seria a forma de actuação correcta e democrática de um governo decente.
Quando a necessidade de sacrifício é aberta e lealmente exposta, ao mesmo tempo que fixado o horizonte de localização do final do aperto, a generalidade dos cidadãos aceita de boa mente sacrificar o seu bem-estar em prol do bem comum.
O que não aceita, de forma nenhuma, é o embuste. E a actuação dos vilaristas governos tem-se pautado pela mentira descarada e o mais indecente dos embustes.
Por outro lado, os juros da dívida pública continuam em alta, ultrapassando constantemente a barreira dos 7%. Aliás, nem outra coisa seria expectável.
Quanto mais tempo demorar a chamada do FMI pior será. Poderá não vir cá fazer muita coisa, mas uma fará certamente e dela muito necessitados estamos: evitar mais mentiras e embustes, que a bandalheira prossiga.
O vilarista tenta fugir a essa inevitabilidade a todo o custo, porque, logo que o FMI chegue, acabam-se as sinecuras dos boys que por aí se alapardam na mesa do Orçamento. Pior do que isso, fora do Orçamento, pela calada da noite!
Ora, perdidas as sinecuras, lá se vai o poder do vilarista pelo esgoto. Esta a dura realidade com que estamos confrontados. Tudo o mais apenas serve para engrolar o zé pagode.
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