Se é verdade que a "campanha" Allgarve custou ao erário público 9 milhões de euros, bem pode o governo fazê-la inscrever no Guinness Book of Records.
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Em que categoria? Na de mais rendoso plágio da História da Humanidade.Na verdade, a ideia não é original e, pelos vistos, nem semi-original.
Se V. inserir o url http://www.allgarve.nl/ (holandês, portanto), embora já não encontrando o site que foi notícia televisiva esta manhã, encontrará a página que, curiosamente, agora está em construção.No entanto, o endereço continua a existir, pelo que parece não constituir ligeireza pensar-se que o detentor do site se apressou a retirar o respectivo
conteúdo do ar, não fosse provocar aborrecimentos a alguém, especialmente a... si próprio.
Ora veja:
O mais interessante, porém, é que, se digitar http://www.allgarve.com/ vai encontrar:
Depois disto, caberá perguntar: E quantos mais haverá?
Nove milhões de euros por uma ideia já velha e relha, sem, portanto, nada de original, e que lesa a imagem do Algarve que tem vindo a ser laboriosamente construída de há quatro décadas a esta parte?
Quem fica a ganhar? Francamente, não sei, mas talvez que todos nós, porque o anedotário luso vai ficar mais rico. É caso para rematar com um obrigado muito sentido ao excelente governo de que padecemos. Sem ele, andaríamos muito mais bisonhos.
Mais palavras para quê? ...
Ora diga lá: acha que ainda há dúvidas? Não?
Claro! Tem toda a razão!...
Não restam dúvidas: All... parvo!Explicava assim o sôr ministro:- "All" é uma palavra que significa "tudo" - e nem se deu ao cuidado de dizer em que língua, certamente porque partiu do princípio de que toda a gente que assistia às suas open mind sentences conhece a língua de que se trata e a que se referia, sem o mencionar, o sôr ministro.
Ora, se é como o sôr ministro afirma, o nosso Algarve, cuja designação até agora provinha do árabe al-Gharb al-Ândalus, ou seja, o ocidente de Andaluz, mais explicitamente, a parte ocidental de uma Andaluzia, que constituía o centro islâmico da cultura, da ciência e da tecnologia da Península Ibérica, portanto, Al-Gharb, Algarve, agora deixou de ser o que sermpre foi. Por obra e graça do sôr ministro e de outras iluminações que por aí peripateticam.
Pois bem, sigamos, então, o brilhante raciocínio do sôr ministro que, certamente não por desconhecimento, menos ainda por desleixo, mas vá lá saber-se porquê!, resolveu que se deixasse passar à desfilada sobre estas coisas, como cão por vinha vindimada.
Se Algarve significa originalmente "o ocidente", e o sôr ministro, do alto da sua cátedra, afirma que "all" significa "tudo", digamos que daí se retira que Allgarve, passará a significar "tudo-ocidente", o que, assim à primeira vista, parece coisa estranhíssima... sem sentido nenhum... aberrante, não?Dando der barato que nós, portugueses, temos que os sofrer, somos obrigados a padecer da maleita atroz que se revela este governo a cada cavadela que dá, pergunto:
- Mas... e os árabes? Que andaram os homens dos turbantes a fazer por cá, para, "all" fim, nos deixarem uma herança de raiz não árabe mas inglesa, precisamente numa época em que de ingleses e aparentados nem cheiro?Allgarve = tudo ocidente!... Não será antes tudo-acidente?
Acidente o sofrermos as dores das chagas que este governo nos inflinge quase diariamente?ALLPARVO, sem dúvida! Ou seja, nas palavras do próprio sôr ministro - sim, que eu jamais me atreveria a não seguir rigorosamente a pisadas ministeriais - TUDO PARVO!
Eu, pelo menos, estou. Palavra! Raios me partam se esta alguma vez me passou pelo bestunto! Nem a Belzebu tal lembraria.
Numa coisa estamos todos de acordo, creio:
Há, na verdade, experiências que marcam. Como ferrete. Esta é seguramente uma delas.
Porra, minha gente! Tem que haver um limite para tudo. Até para... ...