Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal
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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

3205. Balcanizar a Europa é estupidez crassa!

Os "sins" escoceses nem se apercebem da facada que pretendiam dar em si próprios. Na fase em que o Mundo está, balcanizar a Europa é suicídio.

* * *

O referendo na Escócia veio evidenciar algo que parece não ter vindo a ser bem equacionado: o interesse dos povos europeus no actual contexto mundial.

Na verdade, o mundo vive dias de grande agitação e incerteza.

A Europa, em particular, debate-se com um problema de extrema dificuldade de resolução. Nem sequer me refiro aos aspectos económicos, em que a situação do continente europeu é a da noz entalada nos braços da tenaz que são o poderio económico americano a ocidente e asiático a oriente.

Ou se fortalece e resiste ou será definitivamente esmagada, porque desta vez não poderá contar com o prestimoso e salvífico auxílio do amigo americano, que muito terá que labutar para resistir, ele também, ao inevitável avanço asiático.

Não, não me refiro, pois, aos aspectos económicos, embora estes sejam de extrema gravidade, aumentada a cada ano que passa.

Refiro-me, isso sim, desta vez, à questão geo-estratégica.

E nem será preciso elaborar muito sobre o assunto para que toda a gente minimamente informada compreenda a gravidade da situação e o caminho do suicídio que muitos europeus parecem estar a ensaiar que só pode levá-los a meta da sua própria desgraça, por incapacidade de resistência.

Tal como, sob o ponto de vista económico, a Europa terá de ser forte e, a cada dia, fortalecer-se mais, sem tréguas, também do ponto de vista geo-estratégico e por maioria de razão, assim terá de ser.

Economicamente, a ameaça, como foi dito e é pacificamente reconhecido, vem de Ocidente e de Oriente. Geoestrategicamente vem do Médio oriente e do Norte de África.

A Europa tem, pois, de ser forte. E ser forte, neste caso, é constituir um bloco homogéneo e decidido a defender-se. Em conjunto.

Ora, tal desiderato não pode compaginar-se com fragmentações sem sentido, consubstanciados em orgulhos inconscientes e auto-suficiências... insuficientes.

Vejamos: em caso de agressão, seja de que tipo for, como se auto-defenderia a Escócia, pequeníssimo país com pouco menos de cinco milhões de cidadãos e sem profundidade espacial? E o mesmo se diga da Catalunha (7,2 milhões) e do País Basco (menos de 2,2 milhões).

Será preciso acrescentar seja o que for para evidenciar que balcanizar a Europa é sentenciá-la, mais tarde ou mais cedo, à mais indignificante das servidões?


rvs
2014Set19

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

domingo, 16 de dezembro de 2007

1310. Sai cavacada

Cavaco avisa que políticos têm de ouvir o povo

(...)

O recado foi claro em democracia, quem decide tem de estar preparado para ouvir "a voz do povo". A circunstância era a educação e as palavras as do presidente da República, alusivas ao diálogo do Governo com os professores. E o contexto foi a assinatura de um protocolo para combater o insucesso escolar em Matosinhos, rubricado por autarcas, empresários e escolas. (...)
JN 16Dez2007

* * *


Eu não digo que sempre que este homem abre a boca eu entro em estado de choque? Siderado! Completamente siderado! Incapaz de reagir, é como fico.

E o contexto foi a assinatura de um protocolo para combater o insucesso escolar em Matosinhos... porque se fosse a realização do referendo para a ratificação, ou não, de um Tratado que nos afecta a todos e não somente os escolares de Matosinhos, então, o discurso seria já outro. Este: quem decide tem de estar preparado para não ouvir "a voz do povo", que é o que este ilustre senhor tem andado a defender.

A coerência destes senhores baseia-se tão somente nesta postura de grande porte senhorial e digno: se convier, ouve-se os parvónios; se não convier, não se lhes dá troco. A coerência destes senhores é, como dizia o Jô Soares, "um espanto"! E dizem destas e nem sequer coram de vergonha. A tal ponto chegámos!

Este senhor é, nem mais nem menos, o actual presidente da república que temos que aguentar. O presidente da república que tem que zelar pelo regular funcionamento das instituições e pelo bem-estar dos Portugueses, garantindo o respeito que lhes é devido.

E o zé povinho, idiota como sempre, alarve como nunca, cretino como ninguém jamais, aplaude SExa, que tão expeditamente o vexa. E lá irá, pressuroso e fervoroso, atento e venerador, obrigado e prostrado, oferecer-lhes o voto - e por que não o traseiro, já agora? - na primeira oportunidade que surgir.

Povo burro, estúpido, alarve! Ao menos que estudasse e aprendesse História, se mais nada lhe apetece ou não é capaz!

***

Diga-me lá qual a razão que existe para que, nas próximas eleições e nas seguintes, até que eles aprendam, não se lhes dê apenas o voto que se ajusta àquilo a que eles, com a sua nulidade mais do que comprovada, realmente fazem jus: o NULO rotundo e bem chapado?
...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

1159. O Tratado que não pode passar

As minhas divergências relativamente às opções políticas de Francisco Louçã e do seu Bloco de Esquerda mantêm-se.

Reconheço, porém, que estou em perfeita sintonia com tudo quanto afirma na intervenção que teve ontem em S. Bento, na parte que ao Tratado da União se refere.

Também eu sou do entendimento de que um Tratado que diminua a Europa não pode passar.

Mais:

temos pela frente uma luta sem tréguas. Porque, ao deixarmos passar em claro uma enormidade destas, que nos afronta, perderemos o direito de a nós próprios considerarmos cidadãos de corpo inteiro.

Há, pois, que lutar;
há, pois, que não fugir do combate.


* * *

Pode ler aqui o texto da intervenção de Francisco Louçã, ontem, em S. Bento. Ou vê-lo e ouvi-lo aqui (link para o site do BE).

Sugiro-lhe que, em nome dos interesse geral do País e dos seus cidadãos, o divulgue tão amplamente quanto lhe seja possível.

Para que a Europa não deixe de ser um espaço democrático, pertença dos seus cidadãos, para se transformar num feudo de eurocratas sem senso comum e principalmente sem alma, com tendências cada vez mais acentuadamente autocráticas. De regresso talvez possível, mas de percurso com escolhos cuja transposição poderá assumir foros de esforço incomportável e custos assassinos.

Está cada vez mais nas nossas mãos - e apenas nas nossas mãos - evitar uma tal tragédia.

"Eles" não têm ponta razão. E estão em vias de, novamente, nos tramarem. Consentirmos que o façam é criminoso.
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1158. "Acha honesto" ?

No encerramento do debate parlamentar sobre os objectivos da presidência portuguesa da União Europeia no segundo semestre deste ano, o deputado do PSD Mário David recuperou as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros holandês que, após um encontro com o seu homólogo português, admitiu que o novo Tratado da União Europeia não seja referendado no seu país.

"Não penso que irá haver referendo. Respeitamos os desejos dos holandeses", declarou Maxime Verhagen, considerando que os resultados alcançados na Cimeira de Bruxelas respondem às questões levantadas pelos holandeses, quando chumbaram o projecto anterior.

"Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Holanda já há conteúdo suficiente para se decidir", salientou o deputado social-democrata Mário David, considerando que esta posição do Governo holandês "deita por terra" o argumento do executivo português de que "não há ainda o conteúdo" do novo Tratado da União Europeia.

"Para a Holanda já há conteúdo e isso é verdade", acrescentou Mário David, reiterando que "80 a 90 por cento do antigo Tratado foi recuperado".

Na resposta, o primeiro-ministro acusou os sociais-democratas de desonestidade, salientando que "há uma diferença entre admitir e dizer que não vai ser referendado". (Nota do blog - Anotou o preciosismo?)

"Acham isto honesto? Com sinceridade, eu não acho", disse, referindo-se ao facto do PSD ter dado como certo que a Holanda não irá referendar o futuro Tratado da União Europeia.

Em tom irónico, o primeiro-ministro pediu ainda aos partidos que já conhecem o texto do futuro Tratado para o enviarem ao Governo, pois assim o executivo poupará trabalho.

"Os partidos que já conhecem o novo texto, enviem-no ao Governo, assim poupam-nos trabalho. Se algum gabinete de estudos já tiver o Tratado, envie-o ao Governo", disse.

RTP online (bolds e outros realces da responsabilidade do Blog)

* * *

Resta saber quem está a ser verdadeiro e quem, pelo contrário, está a - usando um eufemismo - esquivar-se à verdade, ou seja, a faltar às suas responsabilidades, à ética de Estado a que está obrigado.

Se Maxime Verhagen, ministro dos negócios estrangeiros holandês (que, afirmando o que afirmou corre o risco de ser acusado pelos eleitores holandeses de os estar a defraudar, pelo que a sua atitude, além de gratuita, por sem motivo, é completamente desprovida de sensatez política e honorabilidade pessoal)

ou se, pelo contrário, José Sócrates.

Para falar com franqueza, não sei quem, na verdade, estará a querer ludibriar a opinião pública do seu próprio país.

À primeira vista, tudo indica que o ministro holandês não tem qualquer interesse em afirmar algo que, não correspondendo à verdade, muito o irá penalizar - e ao seu governo -, quando, daqui por algum tempo, se constatar que mentiu ao povo que representa.

Claro que tenho a minha opinião. No entanto, não a vou expender por ora, ficando na expectativa. Prometo, no entanto e desde já, não me calar, se aquilo que antecipo vier mesmo a acontecer...

E, você que me lê, que opina? Isso, opine, mas com cuidado... É que, como bem sabe, está visto que já chegámos à encruzilhada do demo, onde o "chifrudo" tem por hábito aparecer travestido de "cabrão", de pata fendida e rabo alçado. Atenção, portanto!...

Numa coisa estou completamente de acordo com o primeiro-ministro. Com ele cerro fileiras, pois, quando afirma, em jeito de pergunta: Acham isto honesto? Tem vocelência toda a razão, senhor Sócrates. Na verdade, "isto" não é honesto. Nada mesmo! Estamos em perfeita sintonia.

* * *

De qualquer modo e para já, de uma coisa estou certo e posso garantir a todos que me lêem: o executivo português, a começar pelo primeiro-ministro, não parece estar a conformar-se com a verdade quando, para justificar que não se fale nem trate do referendo, afirma que não há ainda o conteúdo (do Tratado).

É evidente para todos quantos não são lélés da cuca que há mesmo conteúdo. Se o não houvesse, o senhor Sócrates teria sido mandatado para redigir o quê?

Os restantes 26 países da UE estariam dispostos a entregar-se, de mãos atadas, nas do senhor Sócrates, ou seja, a deixar que o referido senhor metesse no Tratado o conteúdo que bem entendesse?!?!

Evidentemente que não. Não estão todos chanfrados! Definiram o conteúdo, redigiram as directivas e "pediram" ao senhor Sócrates:

- Caro amigo, agora que tem ai as nossas orientações, faça o favor de mandar que os seus serviços (ou quem entender) redijam um documento que não atraiçoe o espírito do que aqui deixamos decidido e de, no prazo x, nos apresentar o resultado do seu esforço, para que o possamos conferir, para se ver se está em conformidade, sem adulteração da nossa comum vontade e, por conseguinte, capaz de ser adoptado.

Ah! E não se esqueça: o trabalho tem que vir redigido em todas as línguas oficiais dos países integrantes, ok? Sim, sim. Na do seu também.

Foi isto o que se passou. É isto o que se passa. Será isto que se vai passar. Tudo o mais que se diga para lá do que dito fica, é material de enchimento de balões em quermesse de feira. Dura a eternidade inerente a qualquer balão de feira.

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