Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

2969. Tchan... tchan... tchan... tchan...

E eis que, de REPENTEMENTE, o milagre aconteceu !...

Tchan... tchan... tachan... tchan...

A RTP começou a dar lucro, como água a jorrar de penedo ressequido que a Senhora de Fátima tivesse divinamente tocado.
ÁMEN !

Nota: -
Se começou de repente a dar lucro, cadeia com quem geria e apenas obtinha prejuízos como resultado. Havia manigância! Só pode!

RE-ÁMEN !

Alto aí e pára o baile!
Será que isso se deve ao facto de a Judite e o Carvalho e respectivos ordenados astronómicos terem saído de lá, hã?

!!!!!

2968. Vai uma aposta?

Vai uma aposta em como, logo que este governo seja substituído, de imediato se voltará ao regabofe anterior?

As declarações de Seguro relativamente à RTP são muito significativas, mas apenas um pequeno afloramento do que está por baixo e virá à superfície mal voltem a São Bento.

Todo o trabalho de agora, todos os sacrifícios por que estamos a passar terão sido em vão logo que o Poder regresse aos que nos atiraram para esta situação.

Mas que não haja ilusões! Não falo apenas dos socialistas. Social-democratas igualmente.

Bem confirmativa desta previsão é a constatação da guerra que no PSD tem sido movida pelos “barões” de sempre contra o actual governo, que lhes vai tirando as sinecuras.

Mas igualmente os dos restantes partidos.

Que ninguém tenha dúvidas!

Já antes apontei as razões por que apoio o actual governo. Porque, para além de o primeiro-ministro e os ministros e secretários de estado terem chegado ao Poder com as mãos limpas, uma vez que, à excepção de Paulo Portas, nenhum deles exercera antes funções governativas de nível executivo, tem estado a esforçar-se por cumprir o mandato a que se obrigou e lhe foi conferido.

Pois bem, uma das provas – talvez a mais concludente – de que o governo está a actuar como deve é a gana que no interior do próprio PSD há contra si. Gana que é assanhada pelos que têm vivido à sombra da mesa do orçamento, quase tanto com os do PS, que conseguem levar a dianteira. Com um avanço considerável.

Nem preciso de dar nomes aos bois, pois não?

Vou guardar este post, “ad perpetuam rei memoriam”, na expressão original, ou seja, “para memória futura”, em português corrente.

2967. O combate é necessário...


Tenho de confessar que constitui para mim um alívio ver que começam finalmente a surgir vozes que se opõem à prática do deita abaixo, da acusação infundada, da mentira descabelada muito em uso de há um ano para cá pela cambada de sempre.

Cambada dos tachistas habituais, que não querendo perder as regalias usam de todos os meios ilícitos para subverter a realidade dos factos, no que são acompanhados pelos tais idiotas úteis de que tenho falado – os tais que, embora não estando ao lado dos patifes – são mentalmente limitados, pelo que não são capazes de ver a verdade por detrás da patifaria hipócrita que grassa por todo o País, o que os faz ajudar à festa, mas apenas como “trolhas”, apanhando as canas dos foguetes que os malvados elevam aos ares.

E digo que é um alívio porque na verdade o é. Creiam.

Sem pretender colher louvores para qualidades que não tenho e para acções de que não sou agente, em abono da verdade devo dizer que me tenho sentido bastante só, numa batalha extremamente difícil e desgastante. Tudo, porque quem pensa como eu – e é a maioria dos portugueses, estou crente – tem tido por lema manter-se mudo e quedo à espera de "melhores dias" ou que outros façam o que apenas a si compete.

Ora, essa atitude não é a mais aconselhável, porque propicia à cambada e aos seus ajudantes (os idiotas úteis, não esquecer) um "tempo de antena" desproporcionado relativamente àquilo que efectivamente representam no conjunto da sociedade portuguesa.

E, proporcionando essa audiência, garantem-lhes também a possibilidade de intoxicarem cada vez mais o conjunto dos cidadãos comuns que, à força de ouvirem as mentiras que propalam como se de realidade fossem, acabam, mais tarde ou mais cedo, por sucumbir ao “diktat” desinformativo e malvado que tudo subverte. É sabido que uma mentira mil vezes repetida, sem que alguém com o sentido da decência se levante a desmascará-la, acaba por "tornar-se verdade indesmentível". Mais ainda se essa mentira descabelada “veio nos jornais e foi dada pelas TVs e rádios”. Como cada vez mais acontece. Impunemente.

É forçoso que as pessoas com algum sentido de honra, se convençam de que é imprescindível combater quem actua com a indignidade da mentira, com a indecência da falta de vergonha na cara. Se tal não for feito, os mentirosos, os pulhas acabarão por levar a cabo com êxito a sua acção de continuação da destruição do País.

Cada mentira, cada indignidade tem de ser denunciada e combatida até completamente desmontada. Ora, é nisto que – salvo em casos muito raros e honrosos – me tenho visto mais desacompanhado do que seria aconselhável.

É evidente que pessoalmente não temo estar só, desde que a verdade e a razão me acolitem. Mas temo, isso sim, pelo País e pelos cidadãos decentes que, a não actuarem a tempo e horas, de forma a não deixarem dúvidas quanto às suas intenções de preservar a dignidade nacional, a decência da sociedade portuguesa, estão a colocar todos os trunfos nas mãos dos irresponsáveis que bem conhecemos.

E, a cada passo que dão, sem que alguém lhes saia ao caminho mostrando a todos o que são e o que querem, mais eles avançam no atrevimento das atitudes, nas malfeitorias que pretendem levar a cabo.

Os exemplos que ilustram esta afirmação são já inúmeros, mas deixo aqui apenas um, por invulgarmente representativo:

Se as pessoas de bem não deixassem que eles avancem, como se estivessem em coutada própria, jamais se teria chegado ao ponto inimaginável de ouvir António José Seguro dizer alto e bom som, aos gritos comicieiros mesmo, que, se chegar ao governo, desfaz o que este tiver feito no que respeita à RTP.

E por "o que este tiver feito no que respeita à RTP" entenda-se, o cumprimento de uma promessa eleitoral que foi sufragada nas últimas legislativas por corresponder ao que a generalidade dos cidadãos eleitores – e não só, pois que a grande maioria da população nesse sentido se manifestava – de há muito reclamava, ou seja, dar um fim definitivo ao descalabro financeiro e à enorme mentira que constitui o serviço público que a RTP “presta”.

Se não se sentisse com as costas quentes, pelo facto de os aldrabões terem campo aberto e as pessoas decentes os deixarem campear à vontade, certamente que Seguro jamais teria o atrevimento, o desplante de tão irresponsável afirmação, bem reveladora, afinal, do seu sentido de Estado e de que, tanto ele como os que o rodeiam não são melhores nem mais confiáveis do que os que os antecederam. Para a confirmação, é só dar-lhes a hipótese de ascenderem ao Poder. Aliás, muitos deles, imensos deles mesmo,  que por lá andam, numa conspiração sem fim, são exactamente os mesmos que, até Junho de 2011, há pouco mais de um ano, portanto, tudo fizeram para nos trazer à vilania actual, de que o actual governo tenta desesperadamente resgatar-nos, sendo alvo, por isso, de inúmeras incompreensões e afrontas.

Verifico, todavia, que finalmente começam a aparecer umas quantas vozes. Ainda muito poucas para cobrir as necessidades, mas já vão aparecendo, o que não aconteceu em todo último longo ano.

É um começo. Muito tímido, mas um começo. Que é preciso que cresça. Há que combater a sério quem nos quer fazer regressar à anterior porcaria de vida, alimentada por falsidades e poucas-vergonhas. Ou combatemos as nossas justas batalhas ou soçobraremos, pois que por nós ninguém combate. Nem queremos que combata, porque somos capazes por nós próprios.

Não basta ter razão. É preciso dar-lhe força, levá-la à vitória. Para tal, o combate é necessário é há que não lhe fugir.

30 Agosto 2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

2966. Não sou Seguro... nem confiável!


Há uns quinze dias ou três semanas atrás, alertei aqui e em outras plataformas para a forte possibilidade de o trabalho que está a ser levado a cabo pelo actual governo vir a ser miseravelmente atirado para o lixo, mal outro seja eleito, perdendo-se todo o trabalho e bem assim os sacrifícios que estão a ser feitos em prol do bem-estar da comunidade portuguesa e da dignidade nacional.

Não o escrevi por ter uma bola de cristal ou cartas de Tarot onde consulte o porvir, mas tão somente por ter vindo a constatar que os senhoritos não têm emenda e tudo têm feito no sentido de originar um levantamento de rancho de tal forma que durante muito tempo não haverá comida para ninguém.

Atente-se nas declarações do Tozé acerca do serviço público de televisão.

Diz ele, cada vez mais jovem – os anos por ele não passam pelo que o que com eles costuma vir não passa também… – que, se chegar ao governo e logo que chegue, o serviço público será reposto com antes. Significa isto que a bandalheira vai regressar com “Segur…ança”! Mais claro não podia o Tozé ser…

Conjugue-se agora com esta intenção de uma vez mais desbaratar esforços no sentido de trazer o País ao bom caminho, com a posição de radicalismo total na defesa dos desmandos que nos trouxeram à actual miserável situação.

É o mesmo sentido de Estado e irresponsabilidade de gente imatura que o leva a opor-se a que se inscreva na Constituição ou em lei com semelhante força, o princípio da impossibilidade de os órgãos do Estado e empresas, institutos e organismos de si dependentes e bem assim os das autarquias, contraírem compromissos que levem a dívidas cuja liquidação não esteja garantida desde o início.

Esta é a regra de ouro, a única que pode evitar que o País volte a ser profundamente lesado por patifaria – ou mesmo apenas negligência – de governantes a todos os níveis. E esta é a regra que Seguro e seus “mininos” não aceitam e não se conseguirá levar por diante, porque para tal são necessários os votos do PS que os nega. Estes é que são factos objectivos e não “patuá” para entreter idiotas úteis..

 Isto também responde àqueles que acusam o governo de nada estar a fazer. Na verdade, melhor resposta não parece haver… Pense-se bem no assunto e logo se verá a que conclusão se chega. Se o governo nada estivesse a fazer, a zanga das comadres e dos alapados à mesa do Orçamento não existiria. Não haveria revoltas nem Seguro seria levado a dizer barbaridades perigosíssimas.

É que, ao fazê-lo está a prometer coisas que sabe que não pode fazer, sem comprometer, agora sim de forma irremediável – tão irremediável que nem a Troika nos pode valer – os destinos do País. O sr Seguro está a ameaçar levar-nos para caminhos piores do que os da Grécia e que ele nem faz uma pequena ideia do que sejam e onde terminarão.

Quem é que quer entrar nessa aventura de meninos rabinos, já não pintores de paredes, como eram os do MRPP, mas com a mesma irresponsabilidade, que causará ao País danos bem mais graves do que aqueles que estamos tentar reparar com  tantas dificuldades e até incompreensões dos principais destinatários?

27 Agosto 2012

PS.- Se chegar e quando chegar a altura dos queixumes habituais, que ninguém diga que não foi avisado...

sábado, 25 de agosto de 2012

2965. À sombra da Constituiçã...ã...ão !


J á algum dia se meteu a pensar maduramente em quantos crimes se cometeram no País, desde 1976, à sombra da Constituição?

Ora experimente lá cantar a quadra abaixo, com a música de “Grândola, vila morenaça”.


E, quando estiver afinado(a), ensine-a às suas criancinhas, para que, ao menos elas, não venham a ser também idiotas úteis e menos ainda cretinos inúteis.


Olhe que será uma obra de misericórdia!

2964. Intoxicação da opinião pública?

Todos sabemos – estamos cansados de saber, aliás – que a RTP tem dado, de há pelo menos 20 anos para cá, prejuízos de raiz ciclópica, sem que a sua programação mostre sinais evidentes de que o serviço público que deverá prestar, em obediência constitucional, é realmente relevante ou minimamente se contém nas balizas que lhe deram forma.

Muito pelo contrário, a RTP, designadamente o Canal 1, tem-se limitado a seguir os passos eminentemente comerciais de SIC e TVI, na maior parte dos casos com gastos muito mais avultados e resultados muitíssimo piores. Mesmo no famigerado serviço público em que as outras duas frequentemente a ultrapassam de largo.

Para além do que fica dito, em termos de pessoal a RTP tem-se revelado, aos olhos da opinião pública, um “mare magnum” onde tudo cabe, inclusivamente na concepção e divulgação de programas de lamentável nível cultural e social que me abstenho de nomear para não ser acusado de destruição de reputações, mas que, na verdade, nem precisam de ser nomeados, tal a falta de um mínimo de substrato e decência cultural, bem do conhecimento da generalidade dos portugueses menos alienados.

Pois bem, após a entrevista televisiva de António Borges, em que se aventou – meramente se aventou – como uma das possíveis soluções para o ruinoso, lamentável e escandaloso (sob todos os pontos de vista que se queira apreciar) caso da RTP, logo um coro imenso dos “habitués” se levantou.

Claro que era de esperar. Ninguém gosta de perder prebendas, sinecuras ou conezias assim do pé para a mão…

O que talvez – seguramente mesmo – ninguém ou muito poucos esperariam era que, da noite de 5ª feira para a de 6ª, portanto num máximo de 24 horas, qual milagre que actualmente já nem a Senhora de Fátima consegue realizar, os brutais prejuízos anuais da RTP – sem a devida justificação em termos de serviço público e alguns casos igualmente sem a muito merecida punição pela sua falta ou completa deturpação – resultassem em avultadíssimos ganhos e saldos positivos, apresentados em gráficos, de “barras, queijos,e linhas”, muito coloridos para mais atractivos, “acompanhados” do habitual cortejo de individualidades, “generalistas de tudo e especialistas de nada”, tonitruando definitivas sentenças, de alguidar e avental de xadrez, sobre o assunto, todas elas muito mais sábias, embora partejadas em 24 horas, do que as conclusões governamentais provenientes de estudo intensivo de cerca de um ano.

Bichana-me aqui ao ouvido o vizinho do lado – tipo sempre muito desconfiado e matreiro – que tudo não passa da habitual intoxicação da opinião pública, na tentativa de que os idiotas úteis de serviço e mais uns quantos inúteis de plantão ajudem a salvar o que salvo não merece ser, por dezenas de anos de incompetência, desvario e, em muitos casos certamente, de verdadeiros actos do foro criminal.

Não sei se o raio do vizinho terá razão ou não, pelo que me abstenho de aplaudir ou contestar. Por agora, fico-me nas minhas tamanquinhas, à espera de Godot, ou melhor, à espera de novos desenvolvimentos, que me esclareçam ou confirmem o que no íntimo penso mas a que agora não quero dar publicidade.

Será que me faço entender ou continuo canhestro?…

25 Agosto 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

2963. The astonished norwegians

Tenho duas histórias, ambas reais, para contar, que ilustram bem a conjuntura actual, mais propriamente em Lisboa, mas que bem pode ser extensiva ao País.

Uma das histórias, passou-se comigo e é agradável, pelo reconhecimento de gente insu
speita, vinda lá de fora e que não conhecia Portugal;

A outra é algo a que vamos estando já habituados, infelizmente já muito habituados.


Começo pela agradável:


* * *

Na tarde de sábado passado resolvemos – os dois membros da família, que ainda vivem cá em casa – ir até Lisboa, como acontece com frequência por lá viverem filhos e netos, mas desta vez de forma diferente e com destino diverso. Tratava-se de ir dar um giro no Terreiro do Paço e ver a qualidade das esplanadas ali agora instaladas e do respectivo serviço.

Deixámos o carro no cais do Seixalinho, ali ao Montijo e atravessámos o “mar da palha” no barco até Sul e Sueste, ao lado do nosso destino. A viagem foi de curta duração e agradável, mas, aqui que ninguém nos ouve, nada comparável aos estupendos cinquenta minutos que demoravam a fazê-la os barcos antigos, quando se viajava no tombadilho, pela alta tardinha de Verão. Podia-se, então, apreciar com todo o vagar, diria mesmo languidez, a silhueta da Ponte sobre o Tejo, a primeira, recortada no pôr-do-sol, mas sempre com atenção ao voo das gaivotas que, por vezes, pareciam autênticos bombardeiros largando as suas cargas sobre os mais aventureiros e descuidados viajantes.


Lá chegámos à mais espectacular Praça da Europa – que durante dezenas e dezenas de anos foi miserável e criminosamente descuidada, até que um dos presidentes da autarquia que mais ideias teve para a cidade e mais “torpedeado” foi precisamente por aqueles que depois lhe aproveitaram os planos, deles se apresentando como autores… – tomámos assento numa das esplanadas, dessedentámo-nos e refizemos forças, após o que ficámos a apreciar os “surroundings”.


Nisto estávamos quando fomos interpelados por um casal de uns 40 e tal 50 anos, altos como ciprestes e de um loiro flamejante, que entretanto haviam chegado vindos da Rua Augusta e se sentaram numa mesa ao lado da nossa.


A interpelação foi no sentido de que a “nossa” Lisboa era uma cidade muito bonita e extremamente agradável. Sorrimos, agradecemos e lá ficámos a trocar umas impressões...


Noruegueses de Bergen, a cidadezinha dos quase trezentos dias anuais com chuva, resolveram, depois de durante anos, nas férias, terem corrido mundo, vir até Lisboa, cidade de que tinham ouvido falar bem numa viagem a Barcelona, em Setembro do ano passado.


Tendo sabido que as coisas aqui se processavam com facilidade, que a cidade era acolhedora e os portugueses pessoas muito prestáveis, prescindiram de integrar qualquer grupo excursionista e meteram-se a caminho, tendo chegado à Portela onde apanharam um táxi para os levar ao “Four Seasons”, que acharam demasiado distante do aeroporto, uma vez que o táxi demorou mais de meia hora a lá chegar, por ruas e avenidas e avenidas e ruas… (aqui, nós sorrimos, mas achámos melhor não estragar a festa e dissemos que, pois... sim.,.. não é muito perto, não!…).


Estavam há cerca uns cinco dias em Portugal e tinham já visitado Cascais, Sintra, Mafra, enfim o circuito habitual. Não tinham vindo a Setúbal, o que era uma pena, pois que lhes dissemos que tinha uma das 7 baías mais belas do mundo, bordejada por uma serra, a Arrábida (ou “local de oração”), com vegetação da era jurássica e vistas assombrosas sobre a baía e a margem sul do Sado, com praias ininterruptas até cerca de 100 quilómetros. Claro que não nos alongámos muito porque a Aleksandra e o Rasmus são da região dos fiordes…


Naquele momento estavam ali porque tinham saído a pé do “Four Seasons” (Ritz) e tinham subido ao alto do Parque Eduardo VII. Uma vez ali, olharam para baixo e ficaram positivamente siderados (“astonished”, asseguraram) com aquela vista deslumbrante até ao Tejo, que nunca tinham encontrado em cidade nenhuma das que haviam já visitado por todo mundo. De tal modo que não resistiram e quiseram ver de perto tudo aquilo. Meteram-se a calcorrear a calçada portuguesa em passeio pelo Parque abaixo, contornaram a “beautiful square”, desceram a Avenida da Liberdade, passaram pela Peter, the fourth, square, continuaram pela August Street e só pararam na esplanada.


- We’re truly astonished! Amazing, indeed! – não se escusaram a afirmar-se


Continuámos a conversar – diga-se em abono da verdade que nós já pouco concentrados, porque envaidecidos como sempre ficamos quando as gentes lá de fora reconhecem o que de bom temos e poucos de nós apreciam e valorizam… – e, subitamente, lembrei-me de ser um pouco mais incisivo no realce das nossas qualidades e perguntei:


- Vocês estão cá há cinco dias, não é verdade?

- Sim, e ficámos encantados com Sintra, Cascais, o Guincho, tudo, enfim. Mas este passeio lá de cima até aqui deixou-nos estupefactos! Vocês são muito happy por terem estas maravilhas.

E foi então, que eu rematei a minha:


– E, nestes cinco dias e em todos os passeios, quantos polícias viram nas ruas?

– How many what?! Policeman? Hum… Let’s see… Talvez uns… quatro… cinco. Não mais do que isso.
– Pois é… E alguma vez se sentiram inseguros?
– Ah! – olharam-se surpreendidos – não, nunca nos sentimos inseguros. Andámos sempre à vontade. Até já tínhamos falado no assunto. Como é possível?
– Pois, my friends, é assim. Só nos servimos dos polícias para restabelecer a ordem… Got it?

A resposta deles foi uma imensa gargalhada e muitos “oh, I see!” que pôs os restantes frequentadores da esplanada em risco de apanharem um torcicolo, na tentativa de verem, eles também, o que se passava.

24 Agosto 2012
* * *

Um dia destes vem a outra história, a menos agradável. Tem que ver com a enorme vontade de trabalhar que há por aí.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

2962. Valerá mesmo a pena?


 

  
VALERÁ A PENA?


A saga, a despudorada sem-vergonha, continua.

Enquanto o governo tudo tenta para tirar-nos do lamaçal em que fomos atolados, os mesmos de sempre remam contra a maré e valem-se de todos os truques.

O Governo tenta introduzir na lei uma cláusula que impeça o endividamento dos gastos do Estado para além das possibilidades de cumprimento dos compromissos assumidos, ou seja, que o Estado não assuma compromissos para além daquilo que pode pagar. O princípio, pois, da sã economia, o travão ao desregramento público, para que não caiamos novamente nesta vil tristeza em que estamos.

De imediato se levanta o coro dos patifes que tudo fazem, para que tudo fique na mesma, pois querem que a bandalheira prossiga, sem o que não sobrevivem, pois falta-lhes preparação e vontade de actuarem com justiça e equidade. Apenas sabem viver na tramóia.

Agora, querem a todo o custo que o TC trave a LEI DOS COMPROMISSOS, como se ela fosse um mal para o país, quando afinal o que com ela se pretende é impedir que as autarquias e serviços públicos contraiam dívidas que não possam pagar, como, afinal, faz qualquer dona de casa minimamente competente e lúcida, que zelosamente cuida do bem-estar do agregado familiar.

Depois de tantas facécias semelhantes, alguém tem dúvidas de que o trabalho, o enorme esforço que o actual governo está a desenvolver e os sacrifícios por que os Portugueses estão a passar, por força da loucura de dezenas de anos antes, resultarão inglórios?

E quer saber porquê?

Simplesmente, porque, quando este governo terminar a missão e for substituído por outro, mais de acordo com o que antes se fez, tudo voltará à forma do costume, ou seja, à mais despudorada das bandalheiras e seremos de novo atirados para o lodaçal, que será a quarta vez numa única geração!!!

Nunca, em 900 anos de História, passámos por tamanha miséria! Impressionante!

De 1143 a 1977 (em 827 anos, portanto, estivemos em risco de perder a independência uma vez, durante a crise de 1383-1385, e perdemo-la mesmo por 60 anos, de 1580 a 1640). Pois bem, desde 1977 até 2011 (em 34 anos anos, portanto), perdemo-la efectivamente já por três vezes (1977, 1983 e 2011)… Isto devia deixar todos os Portugueses a pensar muito a sério no assunto.

Cabe aqui perguntar:

Valerá a pena continuar ou simplesmente virar costas a tudo e… que se desenvencilhem, já que assim querem? Um povo que vai nesse engano uma vez mais, que nem para si próprio e para os seus filhos e netos consegue ser bom, não percebendo o que está em jogo, será que não merece ser deixado à sua sorte, nas mãos dos patifes que o empobrecem, indignificam e humilham?

Há sacripantas – não podem ter outra designação e para os quais esta ainda é muito suave – que há muito deviam estar atrás das grades, recebendo o prémio merecido pelas barbaridades antes cometidas e que persistem em cometer.

Num país mais radical do que o nosso, estes criminosos, ainda como tal não oficialmente declarados, mas de há muito bem conhecidos, já teriam parado de vez. À força de chapada nos respectivos focinhos. Quando menos...

rvs – 22 Agosto 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

2961. O que me leva a apoiar o actual governo


N um comentário a um post no grupo “Salvar os Portugueses de si próprios, para salvar Portugal” e a propósito de várias pessoas, num outro grupo, me “acusarem” de “defender os laranjas”, comprometi-me a esclarecer as razões por que apoio e defendo o actual governo, o que nada tem que ver com “defender os laranjas”.

Em primeiro lugar, “defender os laranjas” nem sequer é pecado. Pecado seria defender laranjas podres. Mas a verdade é que eu não os defendo. Quem me conhece sabe que, em 1989, há 23 anos, portanto, me afastei, sabendo igualmente as razões, e quem me lê na Net desde 2003 também está em condições de o confirmar.

O que apoio e defendo, isso sim, é o actual governo português, pelo menos enquanto não for merecedor da minha oposição frontal. E, até hoje, não o foi.

Vejamos a quem me refiro:

* 1º Ministro - Pedro Passos Coelho
- presidente do PSD
* Finanças - Vítor Gaspar
- independente, sem filiação partidária
* Economia, Energia, Obras Públicas e Telecomunicações - Álvaro S.Pereira
- independente, sem filiação partidária
* Assuntos Parlamentares e da Presidência - Miguel Relvas
- militante do PSD
* Saúde - Paulo Macedo
- independente, sem filiação partidária
* Justiça - Paula Teixeira da Cruz
- militante do PSD
* Educação e Ensino Superior - Nuno Crato
- independente, sem filiação partidária
* Defesa – José Pedro Aguiar Branco
- militante do PSD
* Negócios Estrangeiros - Paulo Portas
- presidente do CDS-PP
* Administração Interna - Miguel Macedo
- militante do PSD
* Agricultura, Território, Mar e Ambiente - Assunção Cristas
- militante do CDS-PP
* Solidariedade e da Segurança Social - Pedro Mota Soares
- militante do CDS-PP

Por aqui se constata que Pedro Passos Coelho teve, além da precaução de escolher gente de mãos limpas, o extremo cuidado de equilibrar poderes no seio do governo, resistindo à tentação de açambarcar lugares para o seu partido, oferecendo tachos aos “boys”. O mesmo fez relativamente aos secretários de estado. Mas podia nem o ter feito, porque a diferença eleitoral entre PSD e CDS-PP nas últimas legislativas tal autorizava.

Esta circunstância tem levado o primeiro-ministro a sofrer sucessivos ataques soezes de grande parte da nomenklatura de sempre dos social-democratas, que estava louca por se sentar à mesa do banquete, como era habitual, e saiu completamente frustrada.

Escuso-me a indicar nomes, pois eles estão bem identificados por toda a gente, sendo rara a semana que não vêm lançar as mais baixas de todas as farpas ao primeiro-ministro e ao governo. Sem o mínimo pingo de vergonha na cara, porque o despeito é o que os move e sabe-se bem que o despeito cega, tentando não deixar que a verdade prevaleça.

De entre os 12 governantes escolhidos por PPC, 5 são militantes do PSD, incluindo o primeiro-ministro, 3 são do CDS-PP e 4 são independentes, sem filiação partidária. Como se vê, maior equilíbrio é difícil de encontrar.

Mas, além disso, se descontarmos os casos de Aguiar Branco e de Paulo Portas, nenhum deles integrara qualquer executivo, pelo que não estava comprometido com qualquer tipo de acção governativa anterior.

Nenhum deles contribuíra, pois, para que tivéssemos sido lançados nesta situação miserável em que estamos e de onde o actual governo tenta a todo o custo tirar-nos o mais depressa possível, arrostando com milhentos escolhos criados principalmente por quem mais o deveria apoiar e pelos já falados e sempre presentes idiotas úteis.

São, pois, gente que chegou ao governo de mãos limpas e com as palmas viradas para cima, à vista de toda a gente.

Mas mesmo os casos de Aguiar Branco e Paulo Portas são facilmente explicáveis. Não quero significar, com o que deixo dito, que estes dois últimos não tivessem as mãos limpas. Não sei se ti8nham ou não. No entanto, advirto para as seguintes circunstâncias de relevo:


* Quanto a José Pedro Aguiar Branco teve uma curtíssima passagem pelo Ministério da Justiça, o que lhe tirou logo hipóteses de as sujar, mesmo que para isso tivesse predisposição. E nada algum dia alguém lhe apontou.


* No que se refere a Paulo Portas, como disse acima, ignoro igualmente se as tinha/tem limpas ou não, mas, do ponto de vista da sua nomeação por Pedro Passos Coelho, é bom que se lembre que o governo é de coligação e em governos de coligação não é apenas uma vontade que conta. Para mais, tratando-se do presidente do partido coligado.

No entanto, há que notar que não tutela qualquer ministério de execução interna, mas sim no dos Negócios Estrangeiros, onde a incumbência principal é a da representação do País perante o estrangeiro.


Para além do que fica dito, o actual governo já deu mostras de estar imbuído de recta intenção e, embora por vezes me pareça que deveria ter chegado mais longe já – não obstante as coisas não poderem ser feitas sem os cuidados devidos, sob pena de tudo se agravar em vez de remediar, como no caso das PPPs – o que é certo é que tem vindo a fazer o que toda a gente reclamava que fosse feito, ou seja, acabar com a bandalheira de décadas, mas que alguns agora (porque lhes “bateu” à porta) parecem entender que não devia ser tocado.


Podia acrescentar mais razões, mas as que aqui deixo julgo-as mais do que suficientes para que quem me lê, sem intuitos de má fé, ajuize correctamente a posição que assumi e mantenho até ao dia em que me veja forçado a revê-la, por alteração os pressupostos que a ditaram e me levam a mantê-la até ao momento. Sem hesitação. Por dever de consciência.


(texto de um post publicado hoje no Facebook)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

2960. O amigo do Filusufu du Bois de Boulogne


O socialista
– tinha que ser socialista, pois que só eles são capazes deste descaramento inaudito… –
Guilherme de Oliveira Martins, Presidente do Tribunal de Contas, veio agora, todo pressuroso e diligente, garantir que o Tribunal em que manda vai fiscalizar muito bem a privatização da TAP.

– Acho bem, ó Guilherme, acho mesmo muito bem, que fiscalizes. É essa mesmo a tua função. Para isso te pagam. Se não fosse por isso, o lugar que ocupas não tinha razão de ser e o teu vencimento ainda menos. Deixa-me, contudo e apenas, que te manifeste a minha enorme surpresa por igual diligência e pressa não teres tido ao longo dos seis anos em que o “filusufu du Bois de Boulogne” campeou por aí como por coutada própria.
Pensando melhor, afinal não tenho surpresa nenhuma! Porquê? Porque és socialista e, assim, está tudo explicado. Tanto a pressa e diligência de agora, como a sua completa ausência de antes.
Vocês não têm mesmo um pingo de vergonha na cara!
Mas fiscaliza, pá, fiscaliza, porque é para isso que te pagam. Vê, pois, se justificas o investimento que o Estado tem feito em ti.
E também se atenuas o prejuízo de muitas centenas de milhões que Portugal tem estado a perder só por tu não teres cumprido o teu dever nas parcerias público-privadas e em tantas outras negociatas nesses seis anos feitas.
Se o tivesses feito, talvez não tivesse sido necessário pedir a ajuda externa. Imagina, tu, ó Guilherme, o que não teria sido! Já reparaste o dano que tu e o teu camaradinha Constâncio juntos deixaram que tivesse sido provocado ao País e aos Portugueses, por serem, no mínimo, desleixados e, assim, protegerem o tipo?