Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 11 de junho de 2012

2955. Do aspecto nunca me queixei...


U m belo discurso retórico na mentirosa data para Comemoração da Portugalidade, o proferido por Sampaio da Nóvoa. Retórico no sentido apreciativo, que hic et nunc não se cuida de depreciar. Exemplar na função para que o autor decididamente o vocacionou.

Outros tem havido, mas este tem mais elaboração.

Dá para satisfazer gregos e troianos, os daqui e os seus antípodas, os da tese e os da antítese, os do claro e os do escuro, os do pão, talvez queijo e os do queijo, talvez pão. De total abrangência, enfim, e, como tal, amalgamado, verdadeiro albergue espanhol, não separador de águas.

Definitivamente, somos os maiores e os melhores na palavra - escrita ou falada - estando o busílis da questão todo na acção, melhor dito na inacção. E também nos velhos do Restelo e adjacências, sempre que, ao longe, a acção começa a ser esboçada. Porque o que em todos está assinalado como trade mark é a palavra, único instrumento catártico conhecido e aceite. Por enleador.

Ao ouvir a oração, veio-me à lembrança uma frase de há uma dúzia de anos atrás, proferida por meu Pai, falecido em 2001, aos 83 anos.

Já então bem atacado pela doença que haveria de vitimá-lo uns meses depois, ao ser interpelado sobre como se sentia, ao que respondera que "não muito bem, mas, enfim...", tendo recebido por réplica que "mas olhe que de aspecto está muito bem!", não resistiu:

- Pois... estou a ver. Mas, sabe, do aspecto nunca me queixei...

Nós, portugueses, estamos como meu Pai; da retórica nunca nos queixámos; o que nos corrói a saúde é o resto…

Curiosamente, Sampaio da Nóvoa socorreu-se até de textos de outras épocas, para mostrar que, afinal, apenas repetia. Nem sequer se pretendia inovador.

Claro que um discurso motivador, congregador de vontades, orientado no sentido de reerguer o País e os cidadãos, levando-os a cerrar fileiras, em torno de um objectivo nacional comum, estava fora de questão, por inconveniente... Sabemos disso.

Assim prosseguimos. Pelos vistos, até à consumação dos… milénios.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

2953. Organizem-se!


A ctualmente está na moda a fixação mais ou menos generalizada em Miguel Relvas.

Até hoje nada de concreto existe, apenas rumores. Não significa isto que rumores não possam vir a revelar-se correspondentes à verdade, mas, por enquanto, não passam de mexericos.

Isso, porém, não obsta a que Relvas (a quem gente que até actua por soundbytes chama José, tal o grau de conhecimento que do homem tem...) seja o osso – pelos vistos descarnado até ao momento – por que tanto aspiraram e desesperaram, uma vez que ainda não surgiu uma só voz a clamar que ele tenha recebido um tostão indevidamente, nem que tenha chegado ao governo teso que nem carapau e que agora veste (com nome inscrito na montra e tudo) da mais afamada e cara boutique de vestuário do mundo, situada em Rodeo Drive, Hollywood City.

Relvas, que se saiba, nem trafica nem traficou diamantes em aviões que caíram lá pela Jamba! Olha, se o tivesse feito ou sequer sonhado fazer!

Mas a culpa é dele mesmo, quanto a isso não restam dúvidas. Nada disto aconteceria se não se tivesse metido a liderar o processo de privatização de uma parte substancial da RTP e igualmente no processo de eliminação de umas quantas dispensáveis freguesias, que apenas existem para dar sinecura a outros tantos afilhados.

Porque aí é que está o busílis, já que são mais duas corporações (daquelas que apenas havia no tempo do "fassismo"...) que são postas em causa.

Resumindo, uma vez mais se constata que toda a gente achava que tudo estava mal e tinha que levar uma volta mas, ATENÇÃO, mexam em tudo o que está mal, MENOS NO MEU BUTECO, porque eu vou aos arames.

Compreende-se – embora dificilmente se aceite – que quem é directamente atingido pelas reestruturações indispensáveis, para que a escandaleira e a delapidação anual de milhões de euros (que bem precisos são para fins mais dignos do que encher os bolsos de uns quantos, à custa do erário público) prossiga alegremente.

O que não se compreende é que tal aflija também meros contribui9nyes que ao longo de todos este anos têm vindo a ser roubados nos impostos que pagam.

Afinal, quer-se que as coisas mudem e se corrija o que está mal ou tudo estava bem e como tal deve continuar?

Organizam-se e decidam-se de uma vez por todas.

* * *

Pessoalmente, não aprecio nem um milímetro, o estilo do homem. Daí, porém, a condená-lo sem que ache, em tudo quanto se lê ou ouve oficialmente, seja o que for de concreto contra o que faz ou fez, vai a distância da dignidade social.

O grande caso seria o da jornalista Maria José Oliveira do Público que, veja-se, até com o jornal em que trabalhava se zangou, dele se demitindo. Pelos vistos, só ela tem razão e todos os restantes são uma cambada… Mas o que é certo é que nem ela apresentou a mínima prova do que foi alegado. E teria sido bem fácil fazê-lo, pois é sabido que os telefonemas ministeriais – e outros – para os jornais, rádios e televisões são gravados, pois apenas assim os jornalistas se podem defender, se forem acusados de deturpação informativa. Só os ignorantes, os anjinhos e quem estiver eivado de má fé pode ignorar esta verdade simples.

A Maria José Oliveira apenas bastaria, pois, exibir a gravação do telefonema para deitar abaixo o ministro. Não o fez nem nenhum dos seus amigos. Lá saberão porquê. Talvez não desse jeito a exibição de uma gravação em que o ministro alegadamente tivesse ameaçado revelar coisas da vida particular da jornalista… que… toda a gente do meio conhece! Que ameaça mais sem nexo e estúpida, hein?!

terça-feira, 5 de junho de 2012

2952. Estamos a empobrecer?!


Propalar-se, como faz a Oposição, que o País está a empobrecer é uma evidente mentira, completa deturpação da realidade, quando a observação vem da parte dos partidos comunistas que temos. Quando, porém, surge das hostes socialistas, então resulta mesmo em ignomínia.

O País não está a empobrecer. Como é que o poderia estar se nunca saiu da condição de pobre? O País está, isso sim, a reconduzir-se à sua condição de sempre, isto é, pobre mas honrado, cumpridor dos compromissos que assume, não caloteiro, não vigarista. Não, Portugal nunca saiu da pobreza em que sempre esteve.

O que aconteceu foi que há 25 anos começou a viver alegremente à custa do suor alheio, dos impostos pagos pelos cidadãos de países seus parceiros na EU. E essa vivência alegre, despreocupada e completamente irresponsável, acentuou-se de forma inesperada há 15 anos atrás e atingiu foros de escândalo nacional – e internacional – no período de 2005-2010.

A muita gente, a muitos portugueses, dir-se-á mesmo à maioria dos portugueses, talvez seja difícil de compreender isto, de aceitá-lo, porque se trata da mais cruel das realidades e quanto mais duras as verdades mais difícil se torna reconhecer-lhes as virtualidades.

Vai, no entanto, sendo tempo de se acordar da anestesia mortal de anos e anos de mentiras que geram irresponsabilidades difíceis de erradicar. Tempo de resistir à patifaria sem nome do engano persistente da população em geral, por parte de políticos inescrupulosos que incompreensivelmente continuam a receber o apoio das suas vítimas, como se gente séria e honrada fossem.

Destes arautos da aldrabice destacam-se – pelas especiais responsabilidades que lhes cabem – o PS em primeira mão, por ser, muito destacadamente, o que mais responsabilidades tem, mas também sectores não despiciendos do PSD, para quem os interesses do País vergam sempre perante os próprios.

Prouvera a todos os portugueses que, de uma vez, fossem completamente desmascarados e postos em exposição pública, tal como efectivamente são e não com as roupagens que habitualmente vestem e que estão nos antípodas daquelas que devem vestir.

Enquanto tal não acontecer, Portugal não poderá aspirar a que lhe seja restituída a dignidade nacional que lhe é devida.

03 Junho 2012

sábado, 2 de junho de 2012

2951. O concluio das PPP


“Para perceber melhor a displicência do PGR neste caso, denunciado por muitos há muito tempo, é melhor ver este vídeo da SICN, em que José Gomes Ferreira diz expressamente que houve um conluio entre várias pessoas para esta desgraça e esta hecatombe na economia nacional. E disse mais:

Que o destemido, ou seja a PGR já vem tarde de mais. E que o presidente da República ainda terá que explicar porque assinou de cruz os diplomas legais.

Esta é a história de um grande conluio...que tem coniventes.José Gomes Ferreira enunciou os conluiados: alguns políticos, bancos, construtoras, consultoras e grandes gabinetes de advogados. Atravessa e está no coração do regime.
Faltou enunciar outros importantes conluiados: os directores de informação das televisões. Os josés albertos carvalhos e assim outras anas lourenços. Estes são responsáveis no conluio porque sabendo do mesmo, tiveram medo de o denunciar. E trataram de se proteger dos tubarões tornando-se dóceis para o poder e o establishment. São jornalistas de terceira categoria, evidentemente.

Aliás, se alguém quiser saber quem são os conluiados basta desenrolar as páginas deste e doutros blogs, ao longo da última meia dúzia de anos. Estão lá todos, mas todos mesmo”.
(blog “Porta da Loja”)

http://youtu.be/7HuWL0YX7dY

sexta-feira, 1 de junho de 2012

2950. It's now or never!


Outros e mais absorventes afazeres, de ordem principalmente familiar, têm ultimamente vindo a ocupar-me o espírito, as preocupações e o tempo, pelo que não tenho podido manter a disponibilidade anterior. Mas tenho estado mais ou menos atento e não podia deixar de vir hoje relembrar “profecias” que por aqui tenho deixado e que estão a revelar-se inteiramente acertadas. E não sou descendente dos Maias, nem de Nostradamus nem sequer do Bandarra! Serei, apenas e isso sim, mero e curioso observador da cena política nacional & surronding.

Como, desde Março passado, tenho vindo aqui a anunciar que iria acontecer, prosseguem, a cada semana que passa em sucessão geométrica, os trabalhos (es)forçados da Oposição no sentido de, seja como for, derrubar o governo, neste pré-Verão de 2012.

Como igualmente tenho referido, o alcance de tal objectivo é crucial para os interesses que visa o bloco socialista-vertentes várias e festivaleiras do comunismo retrógrado que por aí temos, uma vez que a época estival, em que o País fecha para banhos gerais é pouco propícia a grandes manobras de engrolamento nacional.

Por outro lado é o it’s now or never, pois a subida à cena dos primeiros resultados consolidados da acção que tem vindo a ser exercida pelo executivo – de que os últimos e surpreendentes – para alguns, claro! – desenvolvimentos da crónica da Fitch constituem exemplo significativo (mas só até que as restantes agências notadoras lhe sigam o rasto, para não perderem a face por completo), as coisas começam efectivamente a ser bastante adversas aos oposicionistas e principalmente aos adoradores do “filusufu” du Bois de Boulogne, o que obriga ao uso de manobras de bastidores ainda mais rasteiras do que até aqui.

É, pois, o tudo por tudo, já!, antes de que tarde seja. E o tarde tem também que ver com a saída, muito próxima já, do Encobridor Geral da República das Bananas da Zona Temperada do Norte, acima do Trópico de Câncer e abaixo do Círculo Polar Ártico.

É cada vez mais evidente que todas as manobras vão ter o desastroso resultado, para os seus agentes, que desde sempre se mostrou previsível. Tal circunstância, porém, não se tem mostrado até ao presente suficientemente clara e, portanto, desmotivadora para eles, de molde a que arrepiem caminho. O que é pena, porque, uma vez mais, vão perder o comboio da História e confinar-se à buraqueta de onde momentaneamente saíram.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

2949. A hipocrisia galopante

A hipocrisia é uma das mais marcantes características da sociedade portuguesa, melhor dito, de estratos da sociedade portuguesa, sendo o da Oposição e o da maior parte da opinião publicada bem exemplificativos.

Quando se constatou que Portugal não poderia passar sem um pedido de ajuda externa, logo se constatou igualmente que os tempos que estariam para vir seriam duros, muito duros. Havíamos andado a folgar, a rir e a cantar por tempo demasiado e essa postura de irresponsabilidade colectiva iria sair-nos caríssima, como era inevitável que acontecesse.

Quando o pedido de ajuda foi feito e conhecidos os termos do memorando, mais se acentuou a percepção de que o futuro iria ser tudo menos risonho por um período alargado e tanto mais alargado quanto menos decididamente e com custos reais para o conjunto da nação, o problema fosse atacado.

Ora, os custos a suportar – toda a gente com dois dedos de testa o sabia – teriam que fazer-se sentir na diminuição dos rendimentos da população (rendimentos fictícios, como se sabe, por não terem sustentação real no esforço nacional e respectiva produção, pelo que o suporte vinha quase exclusivamente dos impostos que os nossos parceiros europeus pagam).

E a diminuição dos rendimentos gerais teria que resultar – também todos o sabíamos – da abolição de direitos sem suporte e de regalias sem amparo.

A abolição de direitos e de regalias é evidente que teria que visar a diminuição de salários e a perda de emprego para muita gente e bem assim a suspensão de subsídios e outras prebendas similares.

Pretender-se que assim não fosse é ser-se muitas coisas e todas elas pouco dignas, mas, logo em primeira mão, completamente idiota.

Alguém em seu juízo perfeito, de boa fé e consciente das realidades é capaz de vir dizer que, quando lá no respectivo agregado familiar as coisas correm mal sob o ponto de vista económico, a atitude que toma é a de viver como se tivesse ordenado de nababo, em vez de realisticamente apertar o cinto?

Quando no agregado familiar as coisas correm mal, continua-se a pagar à mulher-a-dias ou dispensam-se-lhe os serviços e começa-se a passar a ferro por si mesmo? E, quando se dispensa a mulher-a-dias o dispensante é um patife fascista ou está a zelar pelos interesses do agregado familiar?

Ora, um país mais não é do que um agregado familiar de proporções gigantescas.

Como é que pode alguém bem intencionado pretender que numa situação como aquela em que nos puseram, os níveis salariais se mantivessem intocados e o desemprego ao nível percentual anterior à crise?

Mas isso contradiz tudo o que o senso das realidades determina. Assim sendo, não estaríamos em crise. E estamos assim, precisamente porque alguém nos meteu em crise. E nós ajudámos à festa. Já elegendo-os, mesmo quando vimos que não serviam e que estavam a tramar-nos, já levando vida de ricos, quando não passávamos de pelintras, a viver à custa de terceiros.

Só esta última condição, a de termos vivido tantos anos à custa do esforço e dos impostos alheios, devia ser tal motivo de embaraço para todos nós que uma postura de dignidade obrigar-nos-ia a manter uma atitude de recato e a trabalhar duramente para pagarmos o que devemos e sairmos rapidamente deste lamaçal.

Para nunca mais nele deixarmos que alguém nos metesse.

Pois bem, não é isso a que temos vindo a assistir, o que revela bem a falta de brio e hipocrisia que assola a sociedade portuguesa actual, de que são bem representativas as atitudes dos que isto causaram e agora começam a querer aparecer como se limpos estivessem e os culpados sejam aqueles que estão a esforçar-se por devolver a dignidade ao país e aos seus cidadãos.

Com sacrifícios, sim. Porque sem sacrifício ninguém consegue seja o que for. Porque é o sacrifício que limpa a alma e redime o pecador.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

2948. Coimbra 2011

 
Coimbra 2011 - um outro olhar, um sentimento perene



2947. Seguro, cheerleader de Hollande


E sclarecimento, talvez desnecessário:

"Cheerleader" significa chefe de claque.

Trata-se daquelas meninas que a anteceder os eventos desportivos e no seu intervalo, animam as hostes, abanando os seus atributos e plumas ou pompons, o que intenta nas ditas hostes, causar descompressão da tensão nervosa e, ao mesmo tempo, despertar a ocular.

Não fazem parte do espectáculo principal, o que realmente conta, mais não sendo do que mero derivativo, inconsequente, de foguetório, para distrair.

Se for necessário, são levadas mesmo a correr atrás das canas dos foguetes dos festejos, para que não fiquem espalhadas pelo recinto, em amontoado de fim de festa desleixado.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

2946. As bichas de racionamento


D epois da aventura do 1º de Maio, em que dezenas de milhares de desgraçados “raparam” de cem euros cada um e foram para as bichas do Pingo Doce, mostrar como dinheiro é escasso, depois de ter sido amealhado, mais do que nunca, de há 20 anos para cá, nos cofres das contas bancárias das várias classe médias que por aí pululam à míngua, agora calhou a vez de Armação de Pêra.

Mais um exemplo impressionante de como a crise está a afectar os portugas foi dado este fim-de-semana, naquela, praia algarvia.

A crise é tão grande, tão violenta, tão desmedida, tamanha, que a oferta de produtos de primeiríssima necessidade se mostra incapaz de satisfazer todos os necessitados que buscam um pequeno conforto – por mais ínfimo que seja – que lhes amenize as agruras do dia-a-dia.

Foi então que tiveram de recorrer a meios drásticos, para tentar, numa fila interminável, conseguir um lugar que lhes permitisse obter o produto de que tanto estavam a necessitar para o sustento no dia que aí vinha.

E a solução qual foi? Começarem a formar “bicha” às onze da noite da véspera, esperando pelo manhã seguinte em que, de permeio com uns quantos empurrões, certamente imensos palavrões e outros gestos de delicadeza extrema, que isto de boa educação e civismo é apenas com os pobrezinhos todos muito bem educadinhos, arrancarem para si e para os seus o produto tão desejado e tão necessário à respectiva subsistência.

E, como a crise é geral, a todos contemplando, era “malta” de todos os recantos do país, do Minho ao Algarve e só não até Timor, porque entretanto o Império… fora-se, oh, fora-se!

Mas que produto de primeiríssima necessidade é esse, que obrigou as pessoas a passarem uma noite inteirinha sentadas em cadeiras de plástico ou deitadas em soleiras de portas, na esperança de não perderem a oportunidade de matarem a fome que os atormentava?

Se é fome, só pode ser de pão, arroz? Ou batatas, cuja falta tanto os tem feito sofrer!

Não, que ideia. Trata-se de produto de muito maior carência e necessidade, que satisfaz as mais primárias necessidades de qualquer ser humano que se preze, ainda que sem dinheiro para o adquirir:

O toldo de praia !!!

Portugal está assim, que se lhe há-de fazer?

Nota:
Eu não estive lá porque, como bom capitalista, fiquei em casa, aqui na margem do Sado, a comer roer cartilagens de camarão do fino e cascas de lagosta da grossa, que é com o que diariamente mato a desgraçada da fominha.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

2945. As SCUTs

É conveniente relembrar...

O escândalo das SCUTS explicado mais em pormenor, em reportagem da TVI, de 11 de Maio de 2011.


Veja 


quarta-feira, 2 de maio de 2012

2944. Duas histórias da actualidade portuguesa (2)


C omo é hábito cá por casa, semanalmente, hoje calhou irmos fazer o rancho ao hipermercado de onde gastamos.

Ora, calhou-me ser eu a ter de ir procurar o açúcar de que precisamos para. Aproximei-me da bancada e, tendo recolhido a embalagem que me interessava, preparava-me para abandonar local quando fui interpelado por uma senhora, pedindo-me que lhe chegasse uma embalagem de outra marca de açúcar. Prontamente acedi. No entanto, reparando no preço, virei-me para a senhora que estava já a arrumar a embalagem no carrinho das compras e disse-lhe:


- Desculpe-me, mas permite-me que faça uma observação?

- Certamente, faça o favor.
- Reparo agora que a senhora vai levar o açúcar da marca “x” que é um bom produto, sem dúvida, mas talvez não saiba que o açúcar da marca da casa, ou seja, “branca” é mais barato…
- Pois é…
- … mas, além de substancialmente mais barato é o… mesmo.
- ?!?
- Sim, o mesmo. Tal como acontece com o leite UHT e tantos outros produtos, o açúcar com a marca deste hipermercado é o mesmo, é embalado no mesmo sítio que esse da outra marca que a senhora leva. A diferença está apenas na embalagem.
- Não me diga!...
- Posso garantir-lhe que é. Sei de fonte segura. E já reparou bem na diferença de preços entre ambas as embalagens, ambas de 1 quilo? De modo que é muito mais conveniente usar a marca “branca”.
- Sendo assim, tem toda a razão. Agradeço-lhe a informação. Mas, sabe… estou habituada a esta marca, pelo que a levo.

Cai o pano, com uma síncope, apenas faltando esclarecer um pormenor. A embalagem de 1 quilo do açúcar da marca que a senhora levou custava 1,39€; a embalagem, igualmente de 1 quilo do mesmíssimo açúcar, da marca da casa, “branca”, portanto, custava 0,95€ A diferença é, pois, de apenas 0,44€. Coisa pouca num singelo quilo de açúcar!...

Que se há-de fazer?!

Portugal está assim. Por mais que algumas almas queiram desmentir, Portugal está mesmo assim.

2943. Duas histórias da actualidade portuguesa (1)



N ão sei se Vocências se aperceberam do charivari, ou seja, chinfrim, balbúrdia, desordem, alvoroço, gritaria que ontem se armou nas lojas do Pingo Doce.

Já sei que vai haver algumas  almas muito piedosas que virão logo com lições de moral, dizendo que aquilo que Alexandre Soares dos Santos fez é uma patifaria aos trabalhadores e aos consumidores.

Mas confesso que estou marimbando-me para essa parte da questão, muito embora tenha alguma dificuldade em perceber como é que os consumidores se irão mostrar muito danados com o homem, depois do bodo que receberam e mesmo os trabalhadores, quando chegar o momento do pagamento que lhes vai ser feito do trabalho extraordinário que ontem tiveram. Mas, como disse atrás, não quero saber dessa questão.

O que me traz aqui é o seguinte:

Pelos vários estabelecimentos do Pingo Doce espalhados pelo País passaram ontem, dezenas de milhares de pessoas, que se empurraram, se insultaram, se bateram, se esgadanharam, pintaram a manta, para chegar aos produtos que lhes interessavam. Foi engraçado, mas também não é isso que me ocupa neste post.

O que me ocupa neste post é o que segue.

Não sei se Vocências repararam que houve ontem dezenas de milhares (pelo menos!) de pessoas que entraram nos estabelecimentos Pingo Doce para fazer aquisição de bens.

Pois….

Até aqui nada de surpreendente. As pessoas foram ao engodo de preço anormalmente aliciante, bónus antes insuspeitado. Portanto, tudo “normalmente normal”.

Só que… para terem acesso esse aliciante, a esse bónus, necessitavam de fazer compras no valor mínimo de 100 euros.

Então, é assim:

ontem, dia 1º do mês de Maio do ano da graça de 2012 da Era de Cristo Nosso Senhor, houve em Portugal – onde, rezam as crónicas de vida, diárias, se morre de penúria – dezenas de milhares (pelo menos!) de pessoas que dispunham, sob as mais diversas formas (dinheiro vivo, Multibanco, cartão de crédito, etc.) de 100 euros por cabeça, prontos a ser gastos.

Mais:

Não consta que nenhuma dessas pessoas fosse mulher, irmã, filha, enteada, sobrinha, neta, bisneta, trineta, tetraneta, amiga colorida, conúbia, e por aí fora de, por exemplo Joe Berardo ou Américo Amorim ou Duarte Lima ou José Pinto de Sousa ou outro qualquer assim, pela simples razão de que as mulheres, irmãs, filhas, enteadas, sobrinhas, netas, bisnetas, trinetas, tetranetas, amigas coloridas, conúbias desses ilustres senhores não se metem nessas coisas, por não precisarem e essas coisas se destinarem ao povoléu ou povo ao léu e não a elas.

Mas nem elas nem outras com rendimentos menos avultados, mas razoáveis ainda assim. Quem se mete nestas coisas são as gentes da classe média, maioritariamente da média baixa

Portanto e resumindo, houve ontem dezenas de milhares (pelo menos!) de pessoas do povoléu que dispuseram, sob as mais diversas formas (dinheiro vivo, Multibanco, cartão de crédito, etc.) de 100 euros – uma centena de euros!!! – por cabeça, prontos a ser gastos.


Alexandre Soares dos Santos tem destas coisas, raios o partam! De uma assentada, com é hábito, destrói, deita por terra, teorias e conceitos aceites como certos e que, afinal não passam de endrominações sem jeito.

E mais, num só gesto, demonstra aquilo que alguns, como eu e outros, de há muito andamos a tentar demonstrar por escrito.

Que se há-de fazer?!

Portugal está assim. Por mais que algumas almas queiram desmentir, Portugal está mesmo assim.

Por alguma razão os depósitos bancários têm vindo a crescer anormalmente, para o que era hábito.

sábado, 28 de abril de 2012

2942. O delinquente


De que delinquiu não restam dúvidas.

A questão que se põe é averiguar na Justiça se se tratou de o fazer apenas politicamente.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

2941. O aviso de Eduardo Lourenço


Q ue a ninguém restem dúvidas!

A atitude de
Soares e de Alegre, a que há que adicionar as movimentações dos “donos da democracia que temos” e bem assim a vozearia em uníssono que a esquerda parlamentar faz diariamente, de conluio com os principais fautores da desgraça a que fomos conduzidos ao fim da última década e meia, configuram uma tentativa semelhante à desenvolvida em 2004, que teve por apogeu a entronização, com os efeitos que estamos a suportar agora em toda a sua agudeza e extensão, da criatura de Vilar de Maçada, agora distinto filósofo.

A diferença está em que neste momento não têm, como então tiveram, ao seu dispor um presidente da república capaz de ignorar os mais elementares deveres do cargo, para servir o interesse particular de amigos e camaradas e, por isso, o esforço tem de ser maior, mais concertado e requer muita urgência, antes de que o sinal da crise que atravessamos comece a mudar se sentido, o que pode acontecer a partir do final do terceiro trimestre do corrente ano.


Para eles, como cantaria Elvis Presley, it’s now or never!


É bom que as pessoas de boa fé e que não alinham nestas manobras de política de tornozelo se capacitem disso mesmo e estejam atentas.


Em regimes ditatoriais estas atitudes são comummente aceites; em regimes democráticos como o nosso, ainda que até aqui mais formal do que outra coisa, são absolutamente inadmissíveis e por todos os cidadãos de boa fé e conscientes das obrigações cívicas a que um Estado de Direito obriga, devem ser vivamente rejeitados.


O aviso de Eduardo Lourenço, até por ser pessoa absolutamente insuspeita, de que tais movimentações “são um sin
al que se percebe, mas que pode ser lido com alguma preocupação” e que “espero que não aconteça”, porque “seria uma espécie de voltar outra vez atrás”, não deve ser desprezado nem deixado cair em saco roto. Mais claro do que aquilo…

Aqui fica, para que ninguém venha depois alegar ignorância.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

2941. As efemérides e seus donos


AS EFEMÉRIDES E SEUS DONOS

Há feriados que, embora não festejados com pompa e circunstância, não são alvo de manipulação, sendo, por isso, consensuais e outros que estão nos antípodas dessa consensualidade e, portanto, da dignidade indispensável a tais datas.

Os casos mais evidentes de uns e outros são os feriados de 25 de Abril, de 10 de Junho, de 5 de Outubro e de 1 de Dezembro.

Claro que há grandes diferenças entre uns e outros, datas relevantes da nossa História.

O de 10 de Junho, por exemplo, comemora nem se sabe bem o quê, uma vez que o primeiro e determinante acontecimento que levou à nossa identidade nacional foi a batalha de São Mamede, travada em 24 de Junho de 1128, devendo ser essa, pois, a da comemoração da Fundação de Portugal. A de 10 de Junho em nada é para o assunto chamada.

Com ela comemoramos o quê? O facto de o País ter ficado sem o seu Poeta maior, já que teria morrido precisamente nesse dia e essa a razão por que uma alma cretina se lembrou de que deveríamos comemorar o dia da Nação nessa data? Se há datas idiotas nos nossos festejos nacionais, esta é, sem dúvida a maior de todas.

E causa funda estupefacção que os revolucionários de Abril – ou alguns dos seus aviltadores – tenham deitado abaixo tudo e mais alguma coisa que lembrasse o Estado Novo e não o tenham feito relativamente, como se impunha, a uma data que não passa de uma verdadeira treta e a ninguém diz nada, excepto a uma cabecinha tonta do Estado Novo, como já referi.

Afastado o 10 de Junho, por falta de cabimento, restam as três outras, 25 de Abril, 5 de Outubro e 1 de Dezembro.

O 25 de Abril há-de vir a ter a dignidade de um 5 de Outubro. E merece-a. Ainda a não tem, contudo. E por que razão a não tem e apenas a virá a ter? E quando a virá a ter?

Pois bem, não a tem, porque aquela data, que era suposto ser de todos os Portugueses, parece cada vez mais de apenas alguns, que a têm apequenado, por se reclamarem seus donos, coutada sua.

Uma data festiva, que devia ser de alegria geral, torna-se, por isso, divisor comum, contrariamente ao que se impunha que fosse, ou seja, comum, sim, mais denominador.

Quanto ao momento em que poderá passar a ser uma data consensualizada e aceite, real e sinceramente festejada por todos, não estou em condições de precisar a data em que acontecerá. Mas, de uma coisa tenho a certeza: não acontecerá antes de que se vão todos aqueles que hoje têm a lata de se reclamar seus donos. E outra coisa estou em condições de garantir. Pode levar mais ou menos tempo, mas vai acontecer. Felizmente.

Nessa altura, sim, o 25 de Abril, chegará ao patamar do panteão onde se encontram o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro. Por enquanto, infelizmente, não. Os “pais da pátria… deles” não deixam que tal aconteça. Em desespero de causa, não deixam!...

Portanto, enquanto o feriado de 10 de Junho pouco ou nada diz a quem não foi alienado pela propaganda do Estado Novo e não é ignorante ou descuidado como os próceres abrilentos, as outras três datas são representativas de momentos da História de Portugal que merecem ser recordados. Mesmo sem esquecer que o 1º de Dezembro tem um lugar verdadeiramente à parte na História Portuguesa.

Porquê? É que, enquanto o 25 de Abril comemora a reinstauração da Democracia em Portugal e o 5 de Outubro a implantação da República, conceitos e valores de uma enorme dignidade a que todos devemos homenagem, o 1º de Dezembro celebra a restauração da independência do País, isto é, subtrai-nos ao jugo do estrangeiro. E muito embora todos se revistam de enorme dignidade, não são, ainda assim, comparáveis.

E, precisamente agora, que tanta alminha ignara por aí se indigna por alguma perda da independência, no seio de uma organização em que todos os membros a perdem em prol do bem comum que se prossegue, causa verdadeira surpresa que a reconquista da independência, sacada a ferros das mãos do agressor estrangeiro, em 1 de Dezembro de 1640, seja levada em tão pouca conta.

Uma última nota de esclarecimento necessário: não fui, não sou e presumo que jamais virei a ser monárquico.

terça-feira, 24 de abril de 2012

2940. Salvamento de golfinhos

Salvamento de golfinhos filmado às 8 da manhã de 05 de Março de 2012 na Praia de Arraial do Cabo, litoral do Rio de Janeiro.



segunda-feira, 23 de abril de 2012

2939. Seguro de inseguro, pensa Seguro


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S eguro de inseguro, pensa Seguro que Christine Lagarde é parvalhona, por dizer que as coisas em Portugal estão a seguir o rumo certo.

Que nada está bem e que ninguém deve acreditar nela, porque tudo em Portugal corre mal é o que ele propala.
Claro que os “excelentíssimos mercados” muito lhe agradecem, pois que assim não cairão no logro de investir em Portugal e o País também agradece penhorado, porque essa coisa de os estrangeiros virem cá investir para ficarem com os lucros é coisa de mafarrico.

Nada melhor para a confiança se instalar do que as “bouches” ou “buchas” ou lá o que é… do Tozé.

Keep going old chap! You got the pow(d)er!

domingo, 22 de abril de 2012

2938. Acredito... não acredito...

"Prontos"!
Agora já não acredito.

* * *

Constâncio: Regresso em 2013
 
O vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, afirma que Portugal vai melhorar o acesso aos mercados financeiros, cumprindo o programa de ajuda externa, e que regressará aos mercados na data prevista (Setembro de 2013), se a conjuntura económica se mantiver.

* * *

ÚLTIMA HORA !!!

Afinal, a declaração de Constâncio tem o aval do chefe.
Já acredito outra vez...

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quarta-feira, 18 de abril de 2012