Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal
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domingo, 3 de fevereiro de 2008

1474. Prove ou cale-se, "seu" Neto!

Henrique Neto, empresário e militante socialista, não perdoa ao Governo ter desistido da Ota e optado por Alcochete para construir o novo aeroporto de Lisboa.

( ... )
- As gafes do ministro Mário Lino e tudo isso funcionaram para desacreditar a Ota?


- Repare, o ministro Mário Lino é uma pessoa com uma escola política muito grande. Não se esqueça que ele teve no PCP muitos anos. E o PCP é uma boa escola. Eu falo por mim porque também por lá passei. O PCP é uma boa escola de quadros, ou era, pelo menos. O ministro Mário Lino é um técnico competente. Portanto, era demasiado mau tudo aquilo que ele fez para ser verdade. Principalmente por uma outra razão. Porque ele nunca apresentou dados e estudos, que ele tem, que desmontariam e destruiriam a argumentação de Alcochete e o estudo da CIP. Escondeu-os. Até porque o estudo da CIP é muito fraquinho. Nomeadamente no plano ambiental, mas também no plano estratégico. Ora ele nunca apresentou isso. Nunca usou os argumentos de defesa da Ota que existem.
( ... )
Entrevista ao CM - 2008.02.03

Veja mais, aqui.

* * *

Mas tudo isso é muito fácil de desmontar, "seu" Neto! Se você ou usted ou you ou vous ou lei ou Sie sabe disso tudo, por que raio de treta não o veio dizer mais cedo, antes da decisão?

E mais:

Se sabe disso tudo é porque alguém lho contou, lho mostrou ou "vocência" esteve metido na tramóia... Não há que sair disto.

Ora, se lho contaram, conte agora aqui quem foi, que é para nós irmos ter com essa pessoa e ficarmos a saber também - que diabo, o sol quando nasce deve ser para todos, caraças!;

Ora, se lho mostraram, cochiche aqui ao ouvido esses argumentos de que tomou conhecimento, para que nós fiquemos a conhecê-los também - que diabo, o sol quando nasce deve ser para todos, porra!;

Ora, se esteve metido no processo, "amande" com toda a raiva e soberba possível p'ra cima da mesa da clareza e limpidez de princípios os documentos a que teve acesso, comprovativos da "sacanice", e que o autorizam a dizer tudo quanto disse, para que possamos consultá-los também - que diabo, o sol quando nasce deve ser para todos, chiça!;

Diz "seu" Neto que o ministro Lino é uma pessoa com uma escola política muito grande e um grande técnico mas, imagine-se!, não obstante essas tremendas virtudes, tudo o que fez é demasiado mau para ser verdade. Mau! Mas, afinal, o homem é bom ou mau ou nem por isso e antes pelo contrário? Esclareça lá essa "coisada", ó "seu" Neto, para ver se "a gente entendemos", okapa?

Isso, faça isso, "seu" Neto! Prove aqui, por A+B que o ministro Lino, não obstante os encómios que "seu" Neto lhe endereçou, não passa, afinal, de um pateta alegre, pois a figura que andou a protagonizar, só para fazer o jeito não se sabe bem a quem, e a cara com que ficou, quando tudo se decidiu, estão muito longe das intenções que "seu" Neto agora lhe atribui. Ou a lógica é uma batata com grelo... grelado!

É. Faça isso, seu" Neto! Ou, então, cale-se! Cale-se, ouviu?! Estamos saturados de wiseguyism... Chega! Com licença de "seu" Neto e dos leitores, não há cu que aguente tanta "pepineira" junta. C'um catano!
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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

1436. Em cima do acontecimento...


ÚLTIMA HORA !

Click na imagem,
para ampliar


O Ministério das Obras Públicas acaba de emitir um comunicado, assinado pelo próprio ministro, em que se dá a conhecer que há todas as probablidades de, não obstante os desenvolvimentos conhecidos, o novo aeroporto de Lisboa se vir a denominar

Aeroporto Intercontinental da Ota

Soube-se, entretanto, que o superior hierárquico do dito ministro admitiu já esta possibilidade e mostrou-se mesmo entusiasmado com a ideia, tendo inclusivamente marcado um conselho de ministros, que terá lugar, desta vez com todos de camisa esgargolada, no próximo fim-de-semana, no Forte do Bugio, tendo como único ponto na agenda de trabalhos, precisamente esta transcendente questão.

É, portanto, de bom aviso que os portugueses se vão, desde já, habituando à nova designação da futura plataforma aérea intercontinental da Europa.

A partir de um email
de Pedro Sérgio

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

domingo, 6 de janeiro de 2008

1372. Ainda a idiotia Alcochete <-> Ota

Cá andamos a persistir na mesma idiotia.

Que o LNEC iria entregar um relatório inconclusivo, já cá se sabia... Tem que dar para tudo.

E certamente que tal não resulta do facto de os técnicos não saberem determinar - e explicar coerentemente - a alternativa que entendem mais razoável. Não. Certamente que não são burros chapados.

O que pode ter acontecido é que tenham recebido instruções expressas nesse sentido. E, claro, não serão autónomos. Dependerão.

Repare-se neste "mimo":

"Em termos de impacto económico para o país, a Ota é mais vantajosa. Por razões financeiras Alcochete poderá ser o preferido, porque é mais barato, embora não tanto como a determinada altura foi dito, ou do que o estudo da CIP apontava."

Só neste país de opereta em que estão a transformar-nos é que uma coisa destas se escreveria.

Por que razão em temos de impacto económico é que a Ota é mais vantajosa? Quando todos sabemos - e até os técnicos do LNEC!!! - que construir um aeroporto numa zona já suficientemente povoada e com pouco espaço para se estender, é contra todos os cânones de Economia bem ordenada e não torcida para "jeitinhos".

Alcochete poderia ser preferido porque é mais barato. Mas, anote-se!, não tanto como teria sido determinado em estudos anteriores... Muitíssimo menos, quase uma migalha...

Note os preciosismos:

Ota
"é"
Alcochete
"poderá ser"


Atentou na "minudência? Isto, quando toda a gente sabe já, mesmo empiricamente que a Ota "não é" e Alcochete "é que deverá ser". Por todas as razões. Até de transparência democrática e de recusa de possíveis favorecimentos indevidos e, consequentemente, corruptos, mafiosos.


Até no que respeita à questão do desenvolvimento. Qual das duas é mais desfavorecida em termos de desenvolvimento e, consequentemente, deve ser mais apoiada?

Mas, veja mais desta treta - sim, porque se trata de uma treta, já que parece não estar a ser conduzida em termos lineares e na estrita defesa do interesse geral do país, antes parecendo revestir forma altamente capciosa - aqui.
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* * *

ADENDA
(06Jan2008 - 22,10horas)

A propósito deste assunto, acabo de tomar conhecimento de um email que me foi enviado pelo Professor jubilado do Instituto Superior Técnico, António Brotas e membro do PS, que me apresso a trazer aqui, uma vez que o referido senhor tem manifestado grande interesse em que os seus escritos sobre o assunto sejam o mais amplamente divulgados que for possível. Aí fica, para as análises indispensáveis:

SOBRE O RELATÓRIO DO LNEC

Para elaborar o estudo que lhe foi encomendado pelo Governo sobre as vantagens e inconvenientes da localização do NAL (novo aeroporto de Lisboa) na Ota e em Alcochete, o LNEC convidou para responsável pelo relatório sectorial relativo ao impacto sobre o Ordenamento do Território o Professor Jorge Gaspar, acérrimo partidário do aeroporto na Ota.

Dos 7 relatórios sectoriais que já estarão prontos, parece ser este, elaborado pelo Professor Jorge Gaspar, o mais favorável à Ota.

Assim, leio na primeira página do D.N. de hoje: “…No entanto a Ota também tem vantagens, entre as quais se contam a situação Geográfica, mais perto de uma actividade económica pujante e numa zona onde a população é mais numerosa. Razão por que a Economia a privilegia.

Faço votos para que dentro de dias, quando o LNEC entregar o seu relatório, ele seja público, para a ele poderem ser juntos comentários críticos que permitam ao Governo tomar com um melhor conhecimento do assunto, a decisão política que lhe compete.

O relatório sectorial sobre o Ordenamento do Território e o impacto sobre a Geografia Económica do país, será, provavelmente, o que dará origem a uma maior controvérsia, pois, dum modo geral, todos os outros se poderão basear em estudos mais objectivos e técnicos. Uma vez que vejo aparecerem na Imprensa as primeiras informações sobre este relatório, permito-me, desde já, fazer os seguintes comentários:

1 - Vai-se realizar em breve a Cimeira Ibérica de 2007 (atrasada dois meses devido à Presidência portuguesa da CE). É altamente provavel que, nesta Cimeira, Portugal e a Espanha se ponham de acordo em construir a breve prazo a linha de Badajoz ao Poceirão (na Península de Setubal, onde está prevista uma plataforma logística), prolongada, possivelmente, até à estação da FERTAGUS do Pinhal Novo.

2 - É inteiramente normal que a localização do NAL seja decidida depois do acordo para construir esta linha, fundamental para a nossa Economia e que será a nossa primeira ligação à rede ferroviária europeia de bitola standard,

3 - O Professor Jorge Gaspar foi um acérrimo defensor da solução ferroviária dita do T deitado de, em vez de termos duas ligações a Espanha pela Beira Alta (Vilar Formoso) e pelo Alentejo (Elvas/Badajoz) termos uma só pela Beira Baixa, na direcção de Cáceres. Com esta solução, que os espanhois nunca poderiam aceitar e que atrasou o acordo com a Espanha, a linha para Badajoz nunca seria construida.

4 - Sobre a “actividade económica pujante perto da Ota”, sem discutir agora se ela é mais importante para a Economia do país do que a actividade económica da margem Sul, afirmo que ela, a actividade perto da Ota, beneficiará muito com um aeroporto em Alcochete com grandes possibilidades de expansão e não atrofiado à partida como o da Ota, com amplas possibilidades de estacionamento e belíssimos acessos rodoviários para quem for da Margem Norte pela nova ponte do Carregado.

Terei, obviamente, o maior gosto em discutir estes assuntos com o Professor Jorge Gaspar: (7 de Janeiro de 2008)

António Brotas
(Um dos 22 co-autores do livro “O Erro da Ota “)

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sábado, 23 de junho de 2007

1147. Ota e a verdade contornada

Permitam que um leigo na matéria, cidadão comum, vos diga apenas o seguinte:

Conheço Alcochete, o respectivo campo de tiro, Poceirão, Faias, Rio Frio, etc, vai para 31 anos. E conheço bem, pois que, com frequência, em passeio, passo por lá.

Não conhecia a zona da Ota. Depois desta questiúncula toda, resolvi ir até lá para conhecer.

Do que conheço de um lado e do que vi "in loco" e por fotos de outro, "apenas" sei o seguinte, que, aliás, qualquer cidadão minimamente não desprovido da capacidade de visão e de pensamento linear e rectilineo, de imediato saberá também:

1 - construir um aeroporto no campo de tiro de Alcochete, no Poceirão, em Faias ou no Rio Frio é incomparavelmente mais fácil e, logo, mais barato do que na Ota.

2 - alargar um aeroporto, sempre que for necessário, no campo de tiro de Alcochete, no Poceirão, em Faias ou no Rio Frio é possível e incomparavelmente mais fácil e, logo, mais barato do que na Ota.

3 - construir um aeroporto no campo de tiro de Alcochete retira a possibilidade de grandes negociatas imobiliárias, já que o terreno é do Estado.

4 - manter a Portela e construir faseadamente uma alternativa no campo de tiro de Alcochete, não somente colhe os benefícios atrás apontados e cria os "desconfortos" também referidos, como lhes acrescenta mais um, a saber: impede, de forma radical, negociatas imobiliárias na Portela.

Estas são verdades incontornáveis. Tudo o que rodar à volta disto, evitando isto, parece-me mais dialéctica de pochette do que outra coisa.

5 - construir um aeroporto no campo de tiro de Alcochete, com ou sem a manutenção da Portela, é, pois, do interesse do País no seu todo.

6 - fazê-lo na Ota, será, portanto, do interesse de muitos, concedo, somente não parecendo sê-lo do País.

Poder-se-à construir o aeroporto na Ota, por conveniências várias.

Não será possível, porém, a subtracção ao labéu de que tal se fez apenas "porque sim" ou porque convinha a interesses difusos assolapados em cantos esconsos atrás de cortinados e não por razão fundamentada, estruturada, com pés e cabeça, em respeito por princípios de Ética de Estado.

A verdade não se apaga. Contorna-se, como é evidente. É, porém, insusceptível de ser apagada.
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sábado, 9 de junho de 2007

1118. Carta a António Costa

9 de Junho de 2007

Caro António Costa,

Acho que está a cometer um erro com a sua insistência em pedir aos eleitores de Lisboa para lhe darem maioria absoluta para poder governar a cidade. Está, implicitamente, a dizer que não sabe ou não se sente com capacidade para governar com maioria simples.

Ora, eu penso que é, não só provável mas também desejável, não haver neste próximos dois anos uma maioria absoluta na Câmara de Lisboa.


Os problemas actuais da cidade são demasiado difíceis para serem resolvidos por um partido com maioria absoluta. Se for o caso, a vereação ficará inevitavelmente dividida em duas partes. Uma que tentará, sem ter os meios para isso e com propostas talvez nem sempre as melhores, resolver os problemas da cidade. Outra, desresponsabilizada porque remetida para uma oposição sem poder, que
contabilizará com vantagens suas os fracassos da primeira, que não deixarão de ser fracassos para a cidade.

No caso de só haver uma maioria simples, o Presidente da Câmara terá o extraordinário trabalho de negociar, caso a caso, com todos os vereadores a solução de todos os problemas. (Não se trata de conseguir uma maioria prévia para aprovar depois todas as propostas porque, neste caso, a situação seria igual à da maioria absoluta).

Acontece que o António Costa, pelas qualidades julgo serem as suas, parece ser, de todos os candidatos, o mais capaz de desempenhar este papel de Presidente de uma Câmara sem maioria absoluta. Se, como as sondagens parecem indicar, vier a estar nesta situação, será nela que poderá mostrar ter as qualidades para governar a cidade nos 4 anos a seguir.


Temos na frente, em Lisboa, um período muito difícil, que poderá vir a ser um período criativo e muito válido para a Democracia, ou um período de descrédito em que os cidadãos se sintam cada vez mais
longe da Administração. Para já, o aparecimento de candidaturas independentes pode ser (não é certo que seja) uma lufada de ar fresco. Mas, o mais importante, é ver como é que os partidos reagem, actuam e, nalguma medida, se transformam para fazer face a esta situação.

Choca-me que, neste preciso momento, a Assembleia da República se empenhe, algo em circuito fechado, em alterar a leis eleitorais autárquicas, sem esperar pela experiência da eleição de Lisboa, em que os cidadão alguma coisa irão dizer.

Não vou votar em si nesta eleição
.

A razão é a seguinte: no programa eleitoral do PS apresentado nas últimas eleições legislativas de 2005 não há qualquer referência à privatização da ANA. No entanto, em 14 de Fevereiro, o Governo de que fazia parte aprovou a Resolução 20/2007 que determina a privatização de 51% da ANA e ainda que esta privatização e a "contratação da concepção, construção, financiamento, e exploração do novo aeroporto de Lisboa, a localizar na Ota sejam realizados através de uma operação única que conjugue aquelas componentes".


Acho que esta operação de uma gravidade extrema, que nunca foi discutida, nem em Congressos, nem
nas estruturas de base do Partido Socialista, e que está a ser preparada no segredo dos gabinetes, põe em causa, de um modo mal preparado, injustificado e desnecessário, a soberania nacional num sector em que havia todo o interesse em a conservar. O meu desejo é que o Governo e o Partido Socialista revejam o assunto. Mas, enquanto tal não for feito, não votarei em nenhuma eleição legislativa, autárquica, ou interna do PS, em nenhuma lista encabeçada por um ministro ou antigo ministro que tenha votado a Resolução 20/2007, como é o seu caso.

Espero que o assunto seja revisto e a operação nos moldes indicados não tenha seguimento, de modo a poder votar em si nas eleição para a Câmara de Lisboa, em 2009. Entretanto, seguirei com atenção a sua campanha enviarei a si e aos outros candidatos algumas notas sobre assuntos que penso terem interesse para a cidade de Lisboa.
Com as melhores saudações

António Brotas

PS - Hesitei sobre se devia enviar esta carta unicamente a si a um número restrito de pessoas ou a mais pessoas. A intervenção de ontem na Televisão do José Lelo decidiu-me a divulga-la amplamente.

Os bolds são da responsabilidade deste blog.
...
..
* * *.
Nota do titular do Blog:

Chamo a atenção para a parte que transcrevo "põe em causa, (...) a soberania nacional num sector em que havia todo o interesse em a conservar".

Talvez que agora quem me tem lido, perceba a razão por que tenho afirmado que a opção pela Ota não estará tanto subordinada a interesses particulares e paroquiais, como a outros, bem mais poderosos, que terão quiçá que ver com famosos "iberismos" que por aí "andem", como esclarecidamente como só ela, escreve a inefável Fernanda Câncio.

Pelos vistos, 367 anos depois, Castela é "quem mais ordena" de novo, cá no rectângulo.

Do modo que as coisas estão, já não sei que mais valerá...
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sexta-feira, 8 de junho de 2007

1116. Alcochete, solução mais flexível

Augusto Mateus
Alcochete seria solução mais flexível

O coordenador do estudo sobre o ordenamento do futuro aeroporto da OTA, Augusto Mateus, afirmou que Alcochete seria uma solução mais flexível para a construção do futuro aeroporto, podendo entrar em funcionamento mais rapidamente


Numa entrevista publicada esta sexta-feira pelo Semanário Económico, o antigo ministro socialista da Economia disse que a carreira de tiro de Alcochete «pode vir a ser estudada», justificando que «tem dimensão mais do que suficiente para se fazer algo mais flexível (comparando com a Ota)» e «onde eventualmente poderá ser possível oferecer, antes de 2017, uma primeira alternativa».

Augusto Mateus, que está a coordenar um estudo sobre o ordenamento das actividades na envolvente do novo aeroporto de Lisboa, considerou «redutora» a decisão do Governo de só ter estudado a localização da futura infra-estrutura na Ota e em Rio Frio.

«Outras potenciais localizações, algumas de utilização militar, não foram estudadas e podem sê-lo facilmente. Podemos vir a descobrir que temos uma localização melhor que a Ota, que pode custar menos dinheiro, que permite fazer uma coisa mais flexível, faseada, com mais oportunidades de expansão em caso de sucesso total», salientou.

Augusto Mateus sublinhou que um estudo sobre novas localizações «não demoraria um ano», ao contrário do que o Governo tem referido, esclarecendo que a localização na Ota «tem um conjunto de limitações dimensionais» apesar de ser «possível fazer um bom aeroporto».


Ainda sobre a continuidade na elaboração de estudos sobre possíveis localizações do aeroporto, o antigo ministro de António Guterres disse que a nível político as pessoas estão «muito mais abertas do que demonstram publicamente no funcionamento das instituições».


Sobre o trabalho que está a fazer, o coordenador disse que «gostaria de estar a fazer um trabalho com dois ou três locais alternativos, para poder apresentar os aspectos mais positivos e negativos do ponto de vista do desenvolvimento económico e social e das opções de ordenamento do território».

Lusa/SOL online - 2007Jun08

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* * *

Como único comentário, apenas esclareço que Augusto Mateus é, d h+a muitos anos a esta parte, um dos nomes mais proeminentes do PS.

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sexta-feira, 16 de março de 2007

943. Actualização do post 941

A partir daqui, pode aceder novamente ao post 941. O famigerado novo aeroporto de Lisboa - OTA, hoje actualizado.
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quarta-feira, 14 de março de 2007

941. O famigerado Novo Aeroporto de Lisboa - OTA

Pelo evidente interesse público de que se reveste, transcrevo, sem comentários, por se mostrarem desnecessários, e-mail acabado de receber de pessoa amiga, em que se transcreve correspondência enviada ao Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, acerca da questão do novo aeroporto de Lisboa, o famigerado NAL-OTA.


Exmo Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

No passado mês de Maio, enviei uma mensagem electrónica a V. Exa e uma outra a S. Exa o Primeiro-ministro, solicitando um esclarecimento ao processo de decisão da localização do Novo Aeroporto de Lisboa.

Passado pouco mais de um mês, recebi de ambas as partes ofícios informando-me que teria sido dada a devida atenção à minha mensagem e que as minhas considerações estariam a ser objecto de análise.

No entanto, não tendo desde então recebido qualquer esclarecimento, prossegui a análise dos vários estudos e documentos disponibilizados pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (ou por entidades por ele tuteladas), referentes aos processos do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, verificando a existência de algumas questões para as quais continuei a não encontrar resposta.

No dia 17 de Novembro, enviei um novo pedido de esclarecimento do qual voltei a não obter qualquer resposta.

Nesse sentido, venho novamente por este meio, como cidadão e contribuinte, solicitar a V. Ex.cia que providencie as respostas às seguintes questões, as quais me parecem legítimas e pertinentes:

1 – Por que é que o estudo elaborado pela ANA em 1994 (que identifica a Base Aérea do Montijo como a melhor localização para o novo aeroporto e que classifica a Ota como a pior e mais cara opção) não se encontra disponível no site da NAER?

2 – Por que é que o estudo elaborado pela Aeroports de Paris em 199 (que recomenda a localização do NAL no Rio Frio e que classifica a Ota como pior opção) não justifica o facto de não ter sido sequer considerada a opção recomendada no estudo anterior?


3 – Por que é que todos os estudos e documentos disponibilizados, elaborados entre 1999 e 2005, incluindo o "Plano Director de Desenvolvimento do Aeroporto", tiveram como premissa a localização na Ota, considerada nessa altura como a pior e mais cara opção?

4 – Por que é que o documento apresentado como suporte da decisão de localização na Ota é apenas um "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental", no qual questões determinantes para a localização de um aeroporto (operações aéreas, acessibilidades, impacto na economia) foram tratadas de um modo superficial, ou não foram sequer afloradas?

5 – Por que é que na ficha técnica do atrás referido "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" não constam especialistas nas áreas da aeronáutica e dos transportes?

6 – Por que é que o "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" para o aeroporto na Ota usou os dados dos Censos de 1991 para calcular o impacto do ruído das aeronaves sobre a população, quando existiam dados de 2001 e uma das freguesias mais afectadas (Carregado) mais do que duplicou a sua população desde 1991?


7 - Em que documento é que são comparados objectivamente (com outras hipóteses de localização) os impactos económicos e ambientais associados à opção da Ota (desafectação de 517 hectares de Reserva Ecológica Nacional; abate de cerca de 5000 sobreiros; movimentação de 50 milhões de m3 de terra; "encanamento" de uma bacia de 1000 hectares a montante do aeroporto; impermeabilização de uma enorme zona húmida; necessidade de expropriar 1270 hectares)?

8 - Em que documento é que se encontra identificada a coincidência do enfiamento de uma das pistas da Ota com o parque de Aveiras da Companhia Logística de Combustíveis (a apenas 8 Km) e avaliadas as consequência de um possível desastre económico e ecológico decorrentes de desastre com uma aeronave?

9 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização do aeroporto no turismo e na economia da cidade e da Área Metropolitana de Lisboa?

10 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto urbanístico decorrente da deslocalização do aeroporto para um local a 45 km do centro da capital?

11 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização dos empregos e serviços decorrente da mudança do aeroporto para a Ota?

12 - Em que documento é que se encontra equacionado o cenário da necessidade de construir um outro aeroporto daqui a 40 anos, quando o Aeroporto da Ota se encontra saturado?

13 - Que medidas estão previstas para existir uma tributação especial das enormes mais-valias que terão os proprietários dos terrenos envolventes à zona do aeroporto (e não afectados pelas expropriações) que até ao momento estão classificados como Reserva Ecológica Nacional ou Reserva Agrícola Nacional e passarão a ser terrenos urbanizáveis?

14 - Em que documento se encontra a explicação para ter sido considerada preferível uma localização para o novo aeroporto que "roubará" mercado ao Aeroporto Sá Carneiro em detrimento de captar o mercado de Extremadura espanhola?


15 – Por que é que a localização na Base Aérea do Montijo não foi sequer considerada, quando apresenta inúmeras vantagens (14 Km ao centro da cidade, posição central na Área Metropolitana, facilmente articulável com o TGV, possibilidade de ligações fluviais, urbanisticamente controlável)?

16 - Qual é a explicação para que a articulação entre as duas infra-estruturas construídas de raiz (Aeroporto da Ota e Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto) obrigue a um transbordo de passageiros numa estação a 2 Km da aerogare?

17 - Porque é que se optou por uma localização para o aeroporto que implicará um traçado da Rede de Alta Velocidade com duas entradas distintas em Lisboa, cada uma delas avaliada num valor da ordem de mil milhões de euros (percurso Lisboa/Carregado e Terceira Travessia do Tejo), quando um aeroporto localizado na margem Sul funcionaria perfeitamente só com a nova ponte?

18 - Qual é o valor do sobre-custo do traçado da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto na
margem direita do Tejo, por oposição ao traçado pela margem esquerda, fazendo a travessia na zona de Santarém?

19 - Porque é que a ligação ao Porto de Sines será construída em bitola ibérica, quando bastava que o traçado da linha Lisboa-Madrid passasse a Sul da Serra de Monfurado (um aumento de apenas 8 Km) para que fosse viável a construção de um ramal de AV para Sines (e posteriormente para o Algarve) a partir de um nó a localizar em Santa Susana (concelho de Alcácer do Sal)?

20 - Na análise custo-benefício do investimento da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto foi considerada a concorrência do Alfa Pendular (na actual Linha do Norte), o facto de o traçado não permitir o transporte de mercadorias e a necessidade de mudança de transporte para percorrer a distância das estações intermédias aos centro das respectivas cidades (Leiria,
Coimbra, Aveiro)?

21 - Por último, em que relatório se encontra a recomendação da Ota como melhor localização para o novo aeroporto por comparação com as outras alternativas possíveis (Rio Frio, Base Aérea do Montijo, Campo de Tiro de Alcochete, Poceirão)?

Antecipadamente grato pela disponibilidade de V. Exa para responder a estas 21 questões, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos

Luís Maria Gonçalves

arqº

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ADENDA, em 15 de Março de 2007,
mais uma pergunta, esta agora minha:


22 - Por que razão a(s) página(s) oficial(is) da NAER,
SA, empresa criada com o intuito de assegurar a promoção dos estudos tendentes a permitir ao governo português a tomada de decisão sobre os aspectos relacionados com a construção de novo aeroporto internacional na região da grande Lisboa, estão todas inoperacionais, razão pela qual quem quiser saber algo sobre a empresa terá que contentar-se com o que se consta da Wikipedia?
Não acredita?
Então, experimente e, na caixa de busca do Google, digite
NAER, dê o enter e espere um pouco.
Depois, procure, procure, procure... que nada irá encontrar.

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ACTUALIZAÇÃO, em 16Março2007

Afinal não fui só eu que encontrei tudo vazio ou desactivado... o que é muito curioso e revela a clareza e limpidez de todo o processo.

Vejamos quem mais, através deste texto que me chegou, também por email:

"Para ter uma ideia mais clara e, sobretudo, mais objectiva, sem preconceitos, resolvi, em meados de Fevereiro, consultar a Net e recolher a informação ali disponivel.

Em boa hora o fiz porque, hoje, tendo voltado a ir ao "site" da NAER nada encontrei. A informação que consultara, nomeadamente o Relatório Final e seus anexos da firma Parson FCG, assim como o próprio "site", desapareceram.

Para além de ser licenciado em engenharia civil, pelo IST de Lisboa, sou apenas especialista em estruturas pelo CHEC de Paris. De vias de comunicação apenas sei o que a Universidade me deu e uma dura missão no Ultramar me obrigou. Pouco mais.

No entanto, as minhas formação e experiência, assim como os dados recolhidos, permitem-me afirmar que um aeroporto na OTA é uma autêntica barbaridade técnica.

Se não acreditam, vejam o que compilei e tirem as vossas conclusões.

Como sempre, estou ao vosso dispor para qualquer esclarecimento.

Luís Leite Pinto - Engº Civil IST

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Infelizmente, não me é possível trazer aqui todas as compilações do Engº Luís Leite Pinto. Deixo, no entanto, uma foto elucidativa.
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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

893. Ainda o novo aeroporto de Lisboa

O professor António Brotas, de quem aqui já falei em ocasião anterior, concedeu uma entrevista ao semanário O Diabo. A determinada altura, em resposta a uma pergunta, disse o que adiante se poderá ler:

Semanário O Diabo - Alguns especialista também já criticaram o facto do Governo ter optado pela construção do metropolitano quando já havia planos para o aeroporto de Lisboa sair da Portela. Acha que estamos perante mais um grande negócio de especulação imobiliária?

António Brotas - Estava previsto que a linha vermelha do metro se prolongaria para fora de Lisboa para o lado de Sacavém. Era uma solução que evitaria a entrada de dezenas de milhares de carros em Lisboa. Recentemente, foi tomada a decisão (que não foi, que o saiba, discutida em nenhum dos orgãos da Municipalidade) de inflectir para a esquerda esta linha para a fazer chegar ao Aeroporto da Portela.


A Avenida de Berlim, que vai da Portela à gare do Oriente, tem cerca de 2 km. É um trajecto inferior ao de muitos trajectos no interior dos grandes aeroportos. Era incomparavelmente mais barato e mais cómodo para os utentes comprar e utilizar 4 autocarros com fácil entrada para as bagagens, que fizessem o trajecto intercalados de 5 em 5 minutos, com os bilhetes para os passageiros dos aviões incluídos nas taxas do aeroporto. Esta solução foi-me sugerida pelo senhor Rui Rodrigues que tem escrito muito sobre estes assuntos.

Não penso que a insistência num aeroporto na Ota seja devida só a interesses imobiliários. Há o interesse dos grandes construtores, há o interesse da "indústria dos estudos", há os consórcios interessados em ter o domínio e o exclusivo sobre os aeroportos de um país.

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