Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 30 de março de 2012

2928. Cabecinha pensadora

F rancisco Assis era um completo desconhecido, para lá dos limites da rua em que morava e da porta da Câmara Municipal de Amarante para fora.

Um dia, já nem consta dos anais porquê nem se perde seja o que for com o esquecimento, aconteceu que uns quantos amarantenses se zangaram a sério consigo e, numa noite mais agitada, houve mesmo um que, exagerado como aparecem sempre alguns, lhe ferrou uma toutiçada. De raspão, ainda por cima, o incompetente!

Daqui para o estrelato só faltava a presença da TV para registar as imagens. Não faltou. Estava lá. Como convinha. E conveio.

De então para cá, Assis bota falação em tudo quanto é sítio, a propósito dos mais díspares e desconexados assuntos. È uma das estrelas mais fulgentes do círculo que vegeta no quintal da lusa verborreia.

Rara é a semana que não temos mais duas ou três extenuantes demonstrações daquele redondinho discurso, sem uma única amostra de aresta, em que é especialista, debitado à dupla velocidade do TGV que já não vaio ser, mesmo sem necessitar de um mero hausto, para retoma de fôlego. É a mais impressionante “debitação” de fraseologia isenta de significado do léxico político indígena.

Nunca uma toutiçada terá valido mais do que ser premiado com “el gordo”, como aqui.

Abençoado impaciente e façanhudo amarantense!

Nem sabes o bem que causaste àquele a quem pretendias dar uma  ensinança radical; nem calculas o quanto nos desgraçaste os ouvidos, a mente, a placidez de espírito!

* * *

Campanha negra >> Campanha de demonização …
 
Negros são eles, de pensamento; demonização praticaram eles na sua própria imagem. Não têm de que se queixem. Colhem o que olimpicamente semearam.

Que mais inventarão vocês?

Ora, aprecie lá, você que isto lê, um excelso produto desta cabecinha pensadora!...
 
* * *


Francisco Assis (PS)

* Sócrates está a ser alvo de campanha de "demonização" *

O ex-líder parlamentar do PS Francisco Assis demarcou-se hoje da posição do porta-voz socialista, João Ribeiro, sobre a herança dos governos de Sócrates, dizendo que o ex-primeiro-ministro está a ser alvo de uma "gigantesca" campanha de "demonização".

Francisco Assis falava aos jornalistas no final de uma tensa reunião da bancada socialista, depois de confrontado com a posição assumida pelo porta-voz do PS, João Ribeiro, segundo a qual a atual direção deste partido, "infelizmente, para defender o passado e honrar a assinatura de Sócrates" tem de se "calar contra medidas inaceitáveis".

"As pessoas dizem o que entendem e eu não faço comentários sobre declarações que os meus camaradas vão fazendo, mas digo agora o mesmo que já disse num órgão interno do PS e aqui perante o Grupo Parlamentar:

Está em curso uma gigantesca operação de demonização da nossa ação enquanto Governo nos últimos seis anos", sustentou o candidato derrotado no último congresso nacional do PS.

Francisco Assis disse depois que o objetivo dessa alegada campanha "é limitar drasticamente a autonomia de decisão política e estratégica da atual direção do partido".
 (…)
Francisco Assis 29Março2012

* * *
 
Wow! Uau!



quarta-feira, 28 de março de 2012

2927. Juros a baixar e eles a desesperar...

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Juros a baixar
e eles a desesperar...

Não comecem para aí a inventar, como é hábito, porque este "afundanço" dos juros é do que precisamos, se queremos ter pão para a boca.

2926. Olha a mala!

Justiça: McKinney afirmou estar arrependido de ter relatado episódio


Mala de dinheiro falada em reunião


William McKinney, irlandês que vendeu os terrenos de Alcochete ao Freeport, admitiu durante a investigação ao licenciamento do outlet que os ingleses pagaram uma comissão para que o projecto fosse aprovado e que o dinheiro foi entregue numa mala. Ontem, em tribunal, tentou justificar a afirmação como uma conversa informal e uma "piada" partilhada entre os técnicos do

projecto.


McKinney garantiu ao juiz "nunca ter ouvido falar de nenhum pedido de pagamentos" às autoridades para que o Freeport tivesse luz verde. Aí, foi confrontado com as declarações prestadas no inquérito. Numa fase inicial o irlandês afirmou que "o que o Freeport fez é assunto do Freeport" e destacou que estava "no fundo da cadeia". Perante a insistência do colectivo de juízes e do Ministério Público (MP) em torno da mala, McKinney detalhou: "Eu referi isso, efectivamente, mas em conversa informal, nunca no depoimento", garantiu.


"Fico surpreendido que essa conversa esteja no depoimento transcrito", acrescentou. Ao que o CM apurou, o antigo dono dos terrenos de Alcochete foi ouvido pelo MP e Polícia Judiciária durante um dia inteiro, com intérprete, tendo confirmado e assinado as declarações prestadas no final do depoimento.


A insistência foi tanta que McKinney acabou por confessar estar "arrependido de ter dito tal frase" e especificou que o tema da mala surgiu numa reunião de uma equipa de técnicos do Freeport, em Londres, "mas sempre em conversas informais" e a "título de piada", justificou.

O julgamento do caso Freeport prossegue amanhã com a inquirição das duas amigas, Fernanda Guerreiro e Mónica Mendes, que dizem ter ouvido Manuel Pedro afirmar terem sido pagas luvas a José Sócrates.


"Tenho muitos amigos mas nenhum Pinóquio”


Fonseca Ferreira, ex-presidente da CCDR de Lisboa e Vale do Tejo, citado num email como "amigo próximo do Pinóquio" – nome de código que surge várias vezes nos autos e que a investigação suspeitou tratar-se de José Sócrates – garantiu ontem ter "muitos amigos mas ninguém que seja apelidado de Pinóquio".

Já Jonathan Rawnsley, administrador do Freeport, disse que Charles Smith e Manuel Pedro "facilitavam reuniões com entidades oficiais com vista à aprovação do projecto".


Olha a mala!...

Olha a mala!...

Olha malinha de mão!...

Não é tua…

nem é minha…

foi p’ra França

d’avião.

http://www.jose-lucio.com/0%20Concertina/10_Mala.mid


terça-feira, 27 de março de 2012

2925. Reabertura do inquérito 25/07. 5 TELSB

Quem quiser, faça o favor de servir-se.

É só fazer o download e gravar no seu computador.

(agradeço a oferta do meu amigo JMDP)

http://ruvasa.org/inq_socrates.pdf

quinta-feira, 22 de março de 2012

2923. Confusão de identidades

Sabe o que é “confusão de identidades”?

Tem a certeza de que sabe? Pensa que sabe? Tem algumas dúvidas? Acha que a pergunta tem “coisa”?

Pois bem, deixe que lhe explique:

O primeiro-ministro chama-se, como sabe, Pedro Passos Coelho. Tem outros apelidos, mas é comummente conhecido pelo nome próprio e os apelidos acima reproduzidos. É também vulgar na Comunicação Social escrita ser referido como PPC.

Pois bem, PPC ou Pedro Passos Coelho ou o actual primeiro-ministro de Portugal deslocou-se hoje ao Porto em visita à Universidade.

Foi aguardado cá fora por centenas de manifestantes da CGTP em alta berraria, tendo sido insultado, como só aqueles eméritos cidadãos sabem fazer, com gritos de “gatuno!… gatuno!...”

Claro que não é acto de cidadania que se preze insultar seja quem for, menos ainda se se trata do primeiro-ministro de Portugal, democraticamente eleito e que está a esforçar-se para tirar o País e os cidadãos portugueses da lama em que outros os atolaram.

Mas isso é mero pormenor. Já se sabe do que a casa gasta. Os cgtpianos – ou cgtpienses? – apenas cumprem a regra da superioridade moral e cívica da “sinistra” matrapilha, folclórica e telecomandada que temos. Portanto, “isso agora não interessa nada...”

O que realmente interessa para o caso é que esta atitude de insulto de “gatuno” ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho revela à saciedade uma completa confusão de identidades por parte da turba insultuosa.

É que não consta em documento oficial ou mero escrito particular, à vista de todos ou escondido em alguma gaveta emporcalhada, que Pedro Passos Coelho seja o nome do primeiro-ministro gatuno.

Pois é, caro(a) amigo(a) que isto lê. Aqui está um exemplo muito concreto e bem elucidativo de “confusão de identidades”.

Boa noite!

2922. Lo sciopero generale...

Va bene. Allora, ciao Amici!

Me vado a Lisbuona per una missione d’ispezione.
Voglio prevenire un attaccho a questo imponente atto di cittadinanza che il grande Armenio Carlotto ha decretato in favore dei quelli che lavorano... lavorano... lavorano... (lavorano molto, ma non lavorano in abbastanza...) senza riposare un po, i poveretti!

Traduttore... tradittore:

Ok. Então, adeus amigos!
Vou a Lisboa em missão de inspecção.
Quero evitar ataques a este imponente acto de cidadania que o grande Arménio Carlos decidiu em favor daqueles que trabalham... trabalham... trabalham… (trabalham que se fartam mas não se fartam de trabalhar…) sem descansarem um pouco, os pobrezinhos!

quarta-feira, 21 de março de 2012

2921. Upa... upa...

- Então, para quem é? Para algum director de serviços?
- Ui... Upa... upa...!
- Para algum chefe de gabinete?!
- Ui... ui... upa... upa...!
- Caramba! Para algum secretário de estado?
- Ui... ui... ui... upa... upa...!
- Eh lá! Será o próprio Deus?!
- Uuuuuui... não fo Deus, não! 'Inda não fo Deus! Mas tá perto!...

2920. Vida de reformado

As pessoas que ainda estão na vida activa convencem-se de que a vida de reformado é um dolce far niente... Ora, nada mais falso. É preciso muita disponibilidade mental e física, além de inventiva e persuasão, para obter alguma satisfação, sem o que a vida é uma enorme chatice!

Por exemplo, no outro dia fui à Baixa tratar de um assunto com o meu banco. Não demorei quase nada, questão de uns meros cinco minutos.

Quando saí, um polícia municipal estava a passar-me uma multa por estacionamento indevido.

Aproximei-me rapidamente dele e disse-lhe:

-
Vá lá, sôr guarda, eu não demorei mais que cinco minutos... Deus olhe que Deus há-de recompensá-lo se tiver um pequeno gesto para com um pobre reformado...

Olimpicamente, olhou-me de alto a baixo e ignorou-me, continuando a preencher o formulário.

A verdade é que me passei um pouco e disse-lhe que devia ter vergonha.

Olhou-me novamente com a maior friezas, mesmo desprezo, e, rapando de outro impresso, iniciou o preenchimento da notificação de outra, esta por não ter colada a vinheta comprovativa do pagamento do seguro.

Aí, alterou-se-me a voz ao dizer-lhe que já tinha percebido estar a lidar com um autêntico fascista e que nem compreendia como é que ele tinha sido admitido na polícia.

Terminou a anotação da segunda infracção, colocando-a no pára-brisas, e começou um terceiro preenchimento.

Pronto! Eu já estava incomodadíssimo com a história que estava a arrastar-se por mais de 20 minutos e, confesso, cheguei mesmo a xingá-lo um pouco, chamando-lhe algumas coisas que, por algum decoro, aqui não me atrevo a reproduzir. Garanto que não sou muito destas coisas, mas a criatura estava a ultrapassar todas as marcas e há coisas que nem santo aguenta, quanto mais eu!

A cada provocação, o homem respondia com um novo papelinho onde escrevinhava mais uma infracçãozeca a que, escrevia o malvado, correspondia nova multa. Pareceu-me mesmo ver um esboço de sorriso de escárnio sacanola na deslavada cara do facínora. Raios partissem o homem! Não vir o raio de um tsunami e levá-lo de escantilhão, lá para onde o Judas perdeu as botas!

Por fim, já cansado daquilo e vendo que não o demovia da enorme patifaria que me estava a fazer, após a décima violação, cheio de raiva, regouguei-lhe nas fuças:

- Oh, que o pena! – olhou para mim, surpreso, sem dizer palavra, mas com as sobrancelhas em interrogação muda e eu fazendo-me de novas… Que pena realmente ter de ir-me embora! Sabe… o meu autocarro está mesmo a chegar…

E lá subi para o 9, em direcção ao Rato, pois moro na Rua de S. Filipe Nery.

terça-feira, 20 de março de 2012

2919. Greve é investimento !


D epois de atabalhoadamente ter tentado justificar a capacidade de os trabalhadores prescindirem de mais um dia de salário para se dedicarem a nova arremetida grevista, embora gritem as extremas dificuldades em que vivem por falta de poder de compra, Arménio Carlos, actual "cabecinha pensadora" da CGTP, esclareceu a malta:

– A greve é um investimento!

Esqueceu-se, porém, de acrescentar:

– … bem reprodutivo, pois trará consigo importantes dividendos!

E também podia ter dito mais isto, para esclarecimento total do pagode:

– Vejam bem o exemplo dos nossos colegas gregos que tanto investiram, principalmente nos dois últimos anos, com tudo já de pantanas!

E rematar com isto:

– Não fora esse investimento e não estariam agora a viver tão folgadamente…

“Malha-nos”, Deus, que Belzebu já fez a parte que lhe competia, digo eu!

segunda-feira, 19 de março de 2012

2918. Animus adversandi...

S aído das entranhas mais profundas do corporativismo instalado, diariamente se constata saídas destas:

O Governo decidiu avançar para a realização de uma medida que considera adequada, ou seja, fechar, em Lisboa e Porto, esquadras da PSP que nitidamente estão a mais, uma vez que nelas é apresentada a média de uma queixa diária, e distribuir os polícias, entre 15 e 20 necessários para que tal esquadra se mantenha aberta 24 horas por dia, pelo serviço de rua.

Pois bem, o representante do sindicato do sector, cheio de declarações televisivas e posturas cinematográficas, reconhece que é uma boa medida, que eles mesmo já teriam recomendado muitas vezes… mas!

Claro que bastava que dissesse ser uma boa medida, que o próprio sindicato já teria preconizado muitas vezes. Ficariam, assim, muito bem vistos, embora ninguém tenha dado conta de que já tivessem preconizado coisa alguma. Qual quê?! E perdia-se a oportunidade de soltar o redentor “mas”? O homem sufocaria se não…

É isso, o “animus adversandi” é levado da breca!

domingo, 18 de março de 2012

2917. Obriguem-nos a respeitar compromissos

A questão do alargamento do número de clubes que disputam os campeonatos das ligas portuguesas de futebol agora em discussão não passa de falso problema, muito útil para quem nada tem que fazer mas quer dar a impressão de que sim e que faz.

Dúzia e meia de senhores quer, à viva força, o alargamento, surdos que estão à razão da impossibilidade de os seus representados se aguentarem por mérito próprio, cegos que são à evidência perante toda a gente.

Ora, como essa dúzia e meia tem força, o melhor é não a contrariar frontalmente, muito embora a ameaça de paralisação dos campeonatos ser balela própria de meninos rabinos a precisar de um açoite no traseiro, já que não resistiriam sequer uma semana, se tivessem coragem de a levar por diante.

Mas será melhor, e muito mais refinado, deixar que os trastes levem a sua avante. Porque será a última vez. Em menos de meia época o problema estará resolvido sem espinhas. E para sempre.

Como?

Obriguem-nos a respeitar os compromissos legais dos seus clubes. Com o máximo rigor. Sem tergiversações. E nunca mais teremos de aturar cretinices. Gente desta índole só existe porque os cidadãos decentes permitem.

A receita aí está. É só segui-la. Quase como diria o poeta, “servem-se mortos, morridos e matados”. O diabo que os carregue… se puder!

sábado, 17 de março de 2012

2916. Amor sem mariquices


Meu amor por ti é hábito

E tão profundo, tamanho

Que o amor que por ti tenho

Ao Diabo não lembrava.

Nem aos Poetas d’antanho!

E se este amor singular

Algo p’ra ti significa,

Fica sabendo, minha rica,

Que o amor que por ti tenho

É bem maior que o Benfica!

2915. Queres esconjurar o Mal?

Pausa… só para os católicos…

Se, de repente e sem que percebas porquê, algumas pessoas se afastarem de ti, presta atenção e vê se não acabaste de rezar um “pai-nosso” desta forma:

sexta-feira, 16 de março de 2012

2914. O bode, o pinto e o filusufu...

Um comentário lido por aí, a propósito de uma decisão do TC:

[ O “bode” levou uma monumental cacetada na cornadura, o “pinto” um ganda pontapé nos tomates cherry e o “filusufu” já está a fazer as malas para o Caracas ].

Na verdade, só para iniciados. Que eu não sou, diga-se. Pelo que peço ajuda para descodificação. Please, oh please!

segunda-feira, 12 de março de 2012

2909. Houve deslealdade de Cavaco, sim, mas apenas para com o País

Como é bem conhecido, não simpatizo nem um pouco com Cavaco e, ao longo dos últimos 23 anos, tenho criticado opções políticas – e não só essas – que tem tomado. Sempre com fundamentos, que apresento. Não crítico descabeladamente, em completa idiotia que por aí se vê diariamente.

Ainda praticamente em Portugal não havia cão nem gato que não louvaminhasse S.Exa – particularmente os socrateiros habituais, que agora tanto se “escandalizam”, a começar pelo chefe da banda – já eu de há muito lhe apontava as deficiências de postura política e referia, abertamente por escrito – está tudo documentado, em letra de forma, a partir do terceiro trimestre de 1989 – a falta de lealdade da pessoa e o carácter de preocupação apenas com os interesses pessoais.

E mais: continuo a afirmar, como desde sempre fiz, que o homem nunca tomou uma atitude contra os desmandos de Sócrates, apenas porque pensava exclusivamente na sua própria reeleição. Havia que suportar tudo e calar, para ser eleito. Havia que deixar o País também tudo suportar até cair no estado em, que nele pegou o actual governo.

Cavaco pode dizer agora tudo quanto quiser, mas jamais se livrará da nódoa que lhe emporcalha a fatiota de ter deixado que o vilarista tivesse campeado aí pelo Pais, como se tudo isto fosse sua coutada própria, de tudo e todos podendo dispor a seu bel prazer, sem prestar contas a ninguém.

Para além de todos os desmandos que praticou, Sócrates pode ter sido institucionalmente desleal para com o Presidente da República; Cavaco, porém, foi desleal para com o País.

Portanto, estamos entendidos uma vez mais.

Sou de opinião que Sócrates desgraçou o País, sim, mas com cinco anos de bênção e sorrisos de circunstância de Cavaco.

E que venha de lá o mais pintado garantir que não, que todos os Portugueses de boa fé, mesmo que politicamente afectos ao PS, sabem que assim é e intimamente o reconhecem.

O facto de não ter a mínima consideração (para além da que é devida a qualquer ser humano) pela pessoa de Cavaco Silva – outra coisa é respeito devido ao cargo que ocupa – não me inibe, porém, de reconhecer e dizê-lo aqui abertamente, com a maior clareza – porque o destino de Cavaco pouco me importa, importando-me, sim e exclusivamente, o destino do País – que, no caso da falta de lealdade institucional reiteradamente demonstrada e praticada por Sócrates, Cavaco tem toda a razão, apenas a perdendo por ter falado – falado, repare-se, nem sequer agido… – tarde.

E aos dirigentes e ex-dirigentes socialistas, como Luís Amado, que considero, porque a grande maioria dos outros, que apenas se dedicam à chicana política, não merecem mais do que desprezo, apenas se me oferece dizer que Cavaco não só tem razão, como era sua obrigação, dever patriótico que não cumpriu – pelo que devia ser chamado à responsabilidade, política e sei lá se também criminal – em devido tempo ter denunciado o que se passava e mesmo ter evitado que se verificasse.

Eram os interesses do País, que jurou defender, que estavam em fortíssima crise, foram os soberanos interesses do País que Cavaco não privilegiou como lhe competia mais do que a ninguém, na qualidade Presidente da República, primeiro responsável pelo bem-estar dos Portugueses e zelador da dignidade nacional.

E respondendo ainda a Luís Amado, direi mais:

Isto que foi agora revelado por Cavaco – que, afinal, nada revelou que não fosse já sabido pela generalidade dos cidadãos que se interessam pela res publica – não podia ter sido deixado para outra oportunidade, para as calendas gregas. É que está na hora do acerto de contas entre o País e quem o vilipendiou durante seis anos de ignomínia. E esse acerto já vem tarde. Muito tarde.

No entanto, antes tarde do que nunca.