Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

3221. Alçapões da História


O escarcéu alegadamente originado pela suspensão do feriado do 1º Dezembro é quase só fumaça e deveu-se à demagógica ignorância dos indignados.

Os Filipes de Espanha reinaram cá por 60 anos porque os portugueses (clero, nobreza e povo) assim desejaram. É facto documentado.

Na verdade, desejaram e não se limitaram a isso. Expressaram a vontade, através de seus representantes nas Cortes de Tomar, em 16 Abril 1581 e já em Janeiro de 1580 uma clara maioria reconhecera a Filipe II a legitimidade para reivindicar o trono de Portugal.

Filipe II de Espanha, I de Portugal, era o principal herdeiro da coroa deixada vaga pela morte do rei Sebastião, em Alcácer-Kibir, em 1578.

Claro que os patriotas da 25ª hora, indignados com a suspensão forçada do feriado de 1 Dezembro, têm desculpa por não saberem História.

E pelo mesmo facto devem ser desculpados por aceitarem o Dia de Portugal em 10 Junho e não em 5 Outubro (1143) ou 24 Junho (1128).

A independência de Portugal foi reivindicada e aceite em 5 Outubro 1143, em Zamora, cujo tratado findou guerra entre Afonso Henriques e Afonso VII de Leão e Castela

Também 24 Junho 1128 poderá ser alegada, porque foi a da batalha de S. Mamede, em que Afonso Henriques, venceu forças da mãe, Teresa de Leão, e do Conde de Trava e assumiu a regência do condado.

Alçapões da História que teimam em desarmar ideias


feitas com intenção de endrominar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

3220. A Rua Nova dos Mercadores do séc XVI

 (actualmente Rua da Alfândega)



 O Mistério do quadro renascentista em que se (re)descobriu Lisboa manuelinaParece um romance policial. Em 2009 duas historiadoras inglesas visitaram uma mansão perto de Oxford e aí encontraram um quadro do século XVI que retratava uma rua renascentista. Não se sabia se era uma rua real ou imaginada, nem quem a tinha pintado. Depois de uma longa pesquisa, as historiadoras chegaram à conclusão de que se trata de uma rua bem portuguesa que foi palco do comércio de mercadorias de todo o mundo.(…)Em 2009 duas historiadoras inglesas, Kate Lowe e Annemarie Jordan Gschwend, visitaram esta mansão do século XIX, Kelmscott Manor, localizada perto de Oxford. As duas historiadoras repararam num quadro do século XVI que o pintor Dante Gabriel Rossetti, amigo de Morris, lhe terá oferecido, ou vendido, e que estava atribuído à escola de Velázquez. Mostra uma rua renascentista, e não se sabia se era real ou imaginada, nem quem a tinha pintado.




Lowe e Gschwend pesquisaram longamente, à procura de referências, tanto em livros e documentos, como na própria pintura. Finalmente chegaram à conclusão, indisputada, de que se trata da Rua Nova dos Mercadores, na baixa da Lisboa manuelina. Ficava onde agora passa a Rua da Alfândega, e era o percurso mais cosmopolita numa cidade onde se negociavam mercadorias de todo o mundo. Além de algumas descrições da sua opulência, apenas existem poucas gravuras da cidade inteira, sem pormenores das ruas. A Rua Nova dos Mercadores foi evidentemente destruída pelo terramoto de 1755, e nunca mais voltou ao esplendor da Era das Descobertas. O que resta hoje é a fachada manuelina da Conceição Velha (antiga Igreja da Misericórdia de Lisboa, nota do blogue), reconstruída com um interior já pombalino.
(…)”


(extracto do artigo “O mistério do quadro renascentista em que se (re)descobriu Lisboa manuelina”, da autoria de José Couto Nogueira – A imagem foi também recolhida da mesma peça)


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

3217. A incontinência desmascara o PS


“Tinha prometido, mas não vou cumprir. A actualidade continua a ser demasiado dominada pela prisão preventiva de José Sócrates para que outros temas possam ocupar o Macroscópio.
Mas vou procurar um ângulo diferente: o dos desafios que este caso coloca ao Partido Socialista.
Até porque a ida de Mário Soares a Évora, para visitar o antigo primeiro-ministro, e as declarações que fez à saída – "Todo o PS está contra esta bandalheira" – colocaram sob pressão a linha de grande serenidade que António Costa tem vindo a impor ao partido.
Mesmo considerando que os jornalistas foram cruéis na forma como pressionaram o antigo Presidente da República, aquilo que ele disse veio de dentro, sem dissimulações, para o melhor e para o pior.”
 

José Manuel Fernandes, in Macroscópio - Observador

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

3213. Por que a cambada odeia Passos Coelho ?


A pergunta que todos os Portugueses devem fazer a si próprios, se quiserem esclarecer-se e evitar serem miseravelmente enganados é a seguinte:
- Por que razão a cambada que nos desgovernou durante 37 anos e nos deixou na bancarrota odeia Passos Coelho?
Parece que muitos ainda não fizeram tal pergunta a si próprios. Talvez por que gostem de ser enganados ou olhem para a política como para o futebol, onde se ama sempre o mesmo clube ainda que as coisas corram muito mal e ele seja mal gerido, com os dirigentes a meterem dinheiro sujo no bolso à custa de sócios e adeptos ou, ainda, apenas porque sejam distraídos.
Se fizessem a pergunta e usassem de alguma lógica de raciocínio, de imediato chegariam à inevitável conclusão de que, com a acção do actual Governo, ficaram à mostra os abusos, as incompetências, as vergonhosas patifarias que durante 37 anos foram feitas ao País e aos Portugueses. E é precisamente isso que eles, a todo o custo, pretendem esconder.
Na verdade, quanto mais o governo de Passos Coelho saneie as finanças públicas, proceda a reformas indispensáveis e não se alie aos interesses imorais – económicos e outros, como a vergonhosa pedofilia em que tantos estiveram enlameados... - que dominavam a sociedade portuguesa e que estão a ficar pela hora da morte, como se tem visto na banca e em outros sectores, mais despidos na praça pública, à frente de todo o País, ficam anteriores governantes.
Trata-se, pois, de uma questão de liminar inteligência, ou falta dela. Quem é mentalmente desprovido, deixa-se enredar, engolindo tudo o que a cambada ( de todos os partidos, entenda-se ! ) lhe quer impingir, para regressar ao poder e continuar a sua nefasta acção; quem, pelo contrário, acha que tem um mínimo de inteligência e gosta de pensar pela própria cabeça, sem aceitar as tutelas dos patifes, rapidamente encontrará a resposta certa e adequada à pergunta que cada um de nós não pode deixar de fazer a si próprio.
Como se vê, é tudo muito simples. Basta escolher um dos campos: ou o da cambada que nos desgraçou e quer continuar a fazê-lo ou o da verdade, da dignidade e da recuperação do País e dos Portugueses. Cada qual deve escolher o campo que julga mais adequado para os seus legítimos interesses. E uma vez escolhido o campo, não há desculpas por não ter seguido o caminho correcto e, por isso, cair na esparrela…
Se Passos Coelho tivesse escolhido actuar como a anterior cambada, não teria enfrentado os graves problemas e animosidades que enfrentou e continua a enfrentar. Mas teria afundado mais o País, que agora estaria sem remédio por muitas e muitas dezenas de anos.
Passos renegou a cambada e optou pelos interesses do País. E, assim, fica de consciência tranquila, aconteça o que acontecer.

A História consagrará esta atitude de dignidade e defesa de Portugal e dos Portugueses. Mas, para o bem geral, é preciso que os Portugueses procedam do mesmo modo. Se o não fizerem, o esforço terá sido em vão, o sacrifício não terá valido a pena.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

3212. "Taxes"


3211. "Catalunhos"

Os "catalunhos" farão ideia daquilo em que estão a meter-se?
É que, independentizando-se, perdem a grandeza de Espanha, com Granada e o Escorial... ... e o seu Barça passará a clube de bairro, pois dificilmente conseguirá transpor as fronteiras de Montjuic... Jogará contra quem? Em que Liga?

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

3210. O "almeida"

Miguel Veiga
"
PSD precisa de "limpeza" e Rui Rio pode ser a resposta"

Cá p'ra mim, o Miguel Veiga não gosta mesmo do Rio...

Esta de o promover a "almeida" não lembrava ao Diabo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

3209. Citius e outras pressas...

Que vos dizia eu aqui há cerca de 10 dias atrás?
Houve quem se admirasse e até quem duvidasse, não é verdade?
Agora, o que se espera é que se averigue concretamente o que ocorreu e, em caso de concretização da culpa, se puna quem deve ser punido.

* * *

Mas as averiguações não podem incidir exclusivamente sobre os responsáveis-executores do crime; os responsáveis-mandantes devem ser igualmente procurados.

Porque estas coisas, quando acontecem, não acontecem por geração espontânea. Muito pelo contrário, obedecem a intenções políticas bem determinadas e estratégias delineadas com antecedência e esquematizadas de forma a acontecerem APENAS quando fizerem mais mossa. Os executores executam mas, para tal, dispõem de backup. E o backup são os mandantes. Os primeiros, os executores têm a responsabilidade material; os mandantes, a moral, que não é menor, muito pelo contrário, do que a material.

Ora, todos sabemos que haviam sido feitos vários testes ao Citius ao longo do processo de reforma e as coisas tinham corrido sempre bem, sem terem surgido problemas. E, no próprio dia de arranque do sistema, novo teste foi executado com mesmo resultado, ou seja, sem qualquer problema. Até que, já com o processo a correr, as coisas descambaram.

Só podia ter sido por sabotagem.

Restam poucas dúvidas de que, embora em grau menor, o mesmo ou algo de muito semelhante tenha acontecido no Ministério da Educação, com a colocação de professores.

Não era possível que, na fase em que se está da política em Portugal, fosse permitido que as coisas corressem bem ou não corressem mal em dois ministérios que, conjuntamente com o da Saúde, são absolutamente fundamentais, pela sua dimensão, pela grandeza dos número de meios envolvidos,

As coisas são como são é não como por vezes gostaríamos que fossem.

NB.- O interessante da questão é que, depois de tanto barulho ter sido feito e por tanto tempo por toda a Comunicação Social acerca deste caso Citius ("citius" é uma palavra de Latim que significa "rapidamente"), esta notícia de hoje apenas tenha saído no DN e, embora em primeira página, num linguado pequeníssimo.

Fruta da época...

rvs
2014 Out 29

3208. Acabando com os mitos...


Acabando com os mitos...
Um dos mitos que vai sobrevivendo na sociedade portuguesa é o de que a actual crise é geral.

Não é. Efectivamente, ela não atingiu todos os portugueses, diga-se em abono da verdade. e, para sermos mais rigorosos ainda, ela não atingiu aqueles que, por via de regra, são os mais desprotegidos, ou seja, os de rendimentos mais baixos.


Nestes casos e pelo contrário, a crise beneficiou-os.

Há, pois, que lucidamente desfazer mitos demagógicos que por aí são apresentados aos cidadãos que, por falta de preparação, os engolem tal e qual como são servidos, sem qualquer mastigação prévia, pois..

Em primeiro lugar, a crise atingiu todos quantos perderam o seu posto de trabalho. Quanto a estas vitimas, não há a mínima dúvida. Perder o seu posto de trabalho, ainda que se tratasse apenas de um posto de emprego, é uma perda relevante e crítica.

Depois, foi relevantemente atingida apenas a classe média. E, dentro da classe média, os mais atingidos foram, sem a menor sombra de dúvida, os pensionistas. Os da classe média, sublinhe-se uma vez mais. Os funcionários públicos perderam algumas benesses é certo e os privados menos ainda por certo.

Mas as perdas havidas com a contribuição especial de solidariedade não vão ter prolongamento, uma vez que ela vai ser desactivada a partir de Janeiro próximo.

A classe mais desfavorecida não sofreu tais perdas. E acontece mesmo que, além de não ter tido cortes nem congelamentos, teve mesmo benefícios.

Porquê?

Porque os preços, tanto da alimentação, como do vestuário e do calçado e bem assim dos medicamentos - que, como é sabido, são os de maior necessidade e consumo - sofreram baixas assinaláveis, em alguns casos da ordem dos 50% a 70% relativamente àqueles a que estávamos "habituados" antes da crise. E este abaixamento de preços foi a natural consequência de dois fenómenos.

O primeiro, foi a instalação dos chineses e suas lojas em Portugal. O segundo, a própria crise que chegou mesmo ao ponto de atingir também os próprios chineses, já que o comércio indígena, que havia sido por eles perfeitamente desbaratado, acabou por desbaratá-los também de seguida, após ter sido obrigado a baixar os preços por força da crise.

Sim, a crise teve também o efeito salutar de evidenciar que os preços que se praticavam em Portugal, na alimentação, nos vestuário, no calçado e nos medicamentos eram perfeitamente abusivos.

E já nem falo no preço da restauração em geral... A queda foi a pique. E igualmente no preço das habitações. Sei de casos em que casas que se vendiam anteriormente a 80 e a 90.000 euros se venderam depois 40 e a 50.000. Não digo aqui onde, mas posso provar. E o vendedor não perdeu dinheiro com tal abaixamento de ganho. A ESPECULAÇÃO ERA ENORME.
Só quem não vive - morar é outra coisa - em Portugal é que não se apercebeu de tudo isto ainda.
Há, pois, que abrir os olhos e ver com olhos de ver mesmo, para não ser engrolado pela cambada que por aí campeia!
rvs
2014Out28

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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

3207. Registe-se...

Tome-se nota, para não haver esquecimentos:
Em menos de uma semana, foram levantadas duas atoardas acerca de Pedro Passos Coelho.
1.
Que a empresa onde teve responsabilidades, a Tecnoforma fora ilegalmente privilegiada em concurso público.
Até que chegou o esclarecimento de que não houvera qualquer situação de privilégio. O que houve, isso sim, foi um caso de concorrente único. Na verdade, a Tecnoforma foi a única concorrente a apresentar-se nesse concurso. Como tal, venceu o concurso, tal não se ficando a dever a qualquer tipo de ilicitude.
2.
Passos Coelho teria, entre 1995 e 1999, enquanto deputado, em regime de exclusividade que impede os deputados de terem outras actividades remuneradas, teria recebido quantias pagas pela Tecnoforma.
Como foi esclarecido pelos serviços da Assembleia da República, Passos Coelho não se encontrava em regime de exclusividade, pelo que a "ilicitude" não existiu.
São estes, pois, dois excelentes exemplos das actividades porcas da cambada de pulhas que anda por aí.
Mas que ninguém se iluda!
"Isto" não vai parar por aqui. Eles continuam a escarafunchar, tentando encontrar algo que o torne iguais a si, venais, corruptos, indignos, de indecência sem nome.
Há três anos que se entregam as essas actividades, Fora e dentro do próprio PSD, como se tem visto a olho nu.
Em três anos de esforços inauditos, foi "isto" o que de "melhor" conseguiram arranjar, o que os fará entrar em desespero. Ora, sabe-se o que são capazes os pulhas, quando desesperados por encontrar o que não encontram...

3206. A cambada não descansa...

Veja-se onde a patifaria já ia!

Havia já artigos preparados para desancar o homem, já inúmeros farsantes - em que se inclui um candidato a candidato a primeiro-ministro - se pronunciavam quanto à necessidade de o homem se justificar, gritando-se que não podia deixar de se justificar perante os Portugueses...

A cambada toda já afiava os dentes, preparando-se para abocanhar o seu bocado.

Que lhes interessava que o homem tivesse dado a entender que iam espetar-se ao comprido se persistissem em atacar moinhos de vento, porque dali nada levariam, a não ser figuras ridículas? O que lhes interessava, isso sim, era o escarcéu, a sandice, o foguetório e deixar na opinião pública a ideia de que o Primeiro-Ministro era tão corrupto e venal como enormíssima parte deles próprios, tantos deles que pelas bancadas dos governos e da AR foram passando desde 1974.

É que nem sequer em seu próprio benefício quiseram atentar em duas outras circunstâncias indicativas de que Pedro Passos Coelho é diferente dessa cambada toda, não pertencendo à pandilha - sendo por isso mesmo tão ferozmente atacado.

E quais eram essas circunstâncias? Tão simplesmente as seguintes: contrariamente ao que foi a prática geral, não requereu a aposentação especial de deputado nem sequer o subsídio de reintegração, quando deixou de ser deputado.

Custa a engolir, sim, mas não há outro remédio, que não o de se habituarem. O homem é sério, portanto diferente, muito diferente da corja que por aí tem andado há dezenas de anos.

Repare-se, nos links abaixo, na campanha que já por aí andava, com "notícias" fraudulentas e de uma ordinarice a toda a prova, não obstante as declarações de PPC acerca do assunto, devessem ter alertado a cambada - se não fosse mesmo cambada - para a sujeira que estava a preparar e que seria desmantelada com toda a facilidade.

Fica-se a aguardar, com muita expectativa, que, pelo menos, Seguro venha pedir desculpa pela ordinarice que alguém o obrigou a cometer com o comentário que sobre o assunto fez, e Marcelo Rebelo de Sousa venha, ele também e principalmente, de corda ao pescoço, reconhecer que a sua conhecida e enviesada maledicência e a não menos conhecida falta de frontalidade responsável constituem algo que ainda um dia o vai quilhar de vez, se entretanto não tomar tento no que afirma.

cfr. "acredito que desleixo de Passos não foi intencional". Com isto, o comentadeiro das dúzias diz, preto no branco, que, embora não intencional, houve desleixo de Passos Coelho nesta questão. Ao abrigo de que direito penal se atreveu a dizer que teria havido desleixo de Passos Coelho?

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

3205. Balcanizar a Europa é estupidez crassa!

Os "sins" escoceses nem se apercebem da facada que pretendiam dar em si próprios. Na fase em que o Mundo está, balcanizar a Europa é suicídio.

* * *

O referendo na Escócia veio evidenciar algo que parece não ter vindo a ser bem equacionado: o interesse dos povos europeus no actual contexto mundial.

Na verdade, o mundo vive dias de grande agitação e incerteza.

A Europa, em particular, debate-se com um problema de extrema dificuldade de resolução. Nem sequer me refiro aos aspectos económicos, em que a situação do continente europeu é a da noz entalada nos braços da tenaz que são o poderio económico americano a ocidente e asiático a oriente.

Ou se fortalece e resiste ou será definitivamente esmagada, porque desta vez não poderá contar com o prestimoso e salvífico auxílio do amigo americano, que muito terá que labutar para resistir, ele também, ao inevitável avanço asiático.

Não, não me refiro, pois, aos aspectos económicos, embora estes sejam de extrema gravidade, aumentada a cada ano que passa.

Refiro-me, isso sim, desta vez, à questão geo-estratégica.

E nem será preciso elaborar muito sobre o assunto para que toda a gente minimamente informada compreenda a gravidade da situação e o caminho do suicídio que muitos europeus parecem estar a ensaiar que só pode levá-los a meta da sua própria desgraça, por incapacidade de resistência.

Tal como, sob o ponto de vista económico, a Europa terá de ser forte e, a cada dia, fortalecer-se mais, sem tréguas, também do ponto de vista geo-estratégico e por maioria de razão, assim terá de ser.

Economicamente, a ameaça, como foi dito e é pacificamente reconhecido, vem de Ocidente e de Oriente. Geoestrategicamente vem do Médio oriente e do Norte de África.

A Europa tem, pois, de ser forte. E ser forte, neste caso, é constituir um bloco homogéneo e decidido a defender-se. Em conjunto.

Ora, tal desiderato não pode compaginar-se com fragmentações sem sentido, consubstanciados em orgulhos inconscientes e auto-suficiências... insuficientes.

Vejamos: em caso de agressão, seja de que tipo for, como se auto-defenderia a Escócia, pequeníssimo país com pouco menos de cinco milhões de cidadãos e sem profundidade espacial? E o mesmo se diga da Catalunha (7,2 milhões) e do País Basco (menos de 2,2 milhões).

Será preciso acrescentar seja o que for para evidenciar que balcanizar a Europa é sentenciá-la, mais tarde ou mais cedo, à mais indignificante das servidões?


rvs
2014Set19

domingo, 14 de setembro de 2014

3204. Ad perpetuam rei memoriam

"Ad perpetuam rei memoriam", ou seja, em Português, "para memória futura", aqui fica esta verdade nua e crua:

Uma das piores opções de Pedro Passos Coelho, sob o ponto de vista pessoal, enquanto primeiro-ministro, assenta na circunstância de, firmemente, embora sem grandes alaridos, ter afrontado algo que se julgava inatacável, quanto mais derrotado: os interesses instalados na sociedade portuguesa, em geral, e no próprio PSD, em particular.

 A sanha da cambada que por aí anda - incluída a de inscritos sociais-democratas que nunca o foram - provém exactamente da verificação daquela realidade.


Na verdade, tivesse o primeiro-ministro acedido às pressões que de todos os lados logo ao governo chegaram e tudo lhe teria corrido de outro modo. Ninguém o atacaria ferozmente como tem atacado e teria tido uma vida muito mais calma.


 No entanto, nada do que estava mal e de que todos nos lamentávamos teria sido corrigido, como foi e continua a ser, muito embora com a dificuldade extrema de ter de ultrapassar obstáculos sem fim.


 Os ilegítimos interesses do "centrão" político foram seriamente abalados como tem vindo a constatar quem não é cego, mentalmente desprovido ou norteado por má fé. Os efeitos na banca são, porventura, o mais visíveis. Mas há mais, muitos mais.


 Ora, com este poder de resistência e acção, sem virar a cara a dificuldades e determinado ( o malabarista de domingo, chama-lhe teimoso - pois que poderia ele chamar-lhe? ), só presumo ter havido outro político em Portugal, desde Abril de 1974: Francisco Sá Carneiro.


 E limito-me a presumir porque ao fundador do PSD - que também se debateu com enormes dificuldades, que foi superando uma após outra - não foi dado tempo para que se defrontasse com algo sequer semelhante à prova a que tem estado submetido, e que tem vindo a vencer, Pedro Passos Coelho.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

3203. "Ratices"

O PS atingiu o limite da baixeza política, da falta de carácter, da postura mais ordinária!

Imagine-se que Carlos "Zurrinho" veio ufanar-se perante as câmaras de TV, de que o partido teria conseguido aquilo que o próprio considera uma façanha de alto mérito, ou seja, evitar que Jean-Claude Juncker, tivesse atribuído ao comissário português na Comissão Europeia, Carlos Moedas, aquilo a que chama pasta de maior relevo.

Evidentemente que a pasta realmente atribuída, Investigação, Inovação e Ciência, é de enorme importância, tanto que o budget atribuído ao pelouro é de 80 mil milhões de euros, superior, portanto, ao montante da ajuda financeira de que Portugal beneficiou nestes últimos três anos, pelo que a "vitória" de Zurrinho e seus comparsas, mais do que de Pirro, teria sido, isso sim, verdadeira derrota, se fosse verdade o que o homem veio dizer.

Mas a atitude constitui a mais rematada das vilanias que alguém poderia ter para com um seu concidadão, perante os olhares dos nossos parceiros da União Europeia e do mundo em geral.

Já se imaginou tal sordidez a ser praticada por um outro qualquer partido político, europeu ou outro, que não o PS do Largo da Ratice, numa instituição internacional, contra um concidadão?

A "isto" chegou o PS! E Carlos Zurrinho conseguiu ir ainda mais fundo ao apresentar-se em praça pública a fazer, a respeito do assunto, aquilo que qualquer zurrinho que se preze se limita a saber fazer.

São zurrinhos destes, e outros ainda bem piores, que andam sedentos de chegar de novo ao Poder e, assim, reverterem o País ao que era quando de lá foram corridos.

2014Set11
rvs

terça-feira, 2 de setembro de 2014

3202. Ainda a reforma judiciária

A propósito da reforma do mapa judiciário em particular e da reforma judicial em geral, faltou dizer ainda o seguinte:

Sim, faltou dizer que Paula Teixeira da Cruz é advogada. Como tal, é das pessoas a quem, de um ponto de vista estritamente profissional e pessoal, a situação que de há muitos anos se vive na Justiça em Portugal conviria que se mantivesse. Esse também mais um motivo de louvor pela acção de limpeza e desempoeiramento que empreendeu e está a tentar levar a cabo até final.

Na verdade, quanto mais se simplifique a tramitação processual, pior para o ponto e vista de advogados – de certos advogados – pois que menos imprescindíveis passam a ser os seus duvidosos préstimos.

Parece coisa de somenos, isto que digo. Se pensa assim, porém, desengane-se. Para mais advogados do que a sua candura possa imaginar, quanto mais confusão exista nos tribunais e na tramitação dos processos, melhor. Ela, a confusão e o emaranhado de leis, cheias de alçapões são o melhor aliado de alguns profissionais do foro sem escrúpulos. Não dos magistrados nem dos oficiais de justiça, que esses são comummente vítimas do sistema em que os tribunais têm vivido…

De um modo geral, qualquer lei e facilmente perceptível por qualquer cidadão comum. O que as torna só dominadas por meia dúzia de "iluminados", são os alçapões e outras patifarias que na sua interpretação e aplicação são introduzidos, de modo a que apenas iniciados lhes possam ter acesso e consequentemente as manipulem e distorçam à medida das conveniências próprias, muito particulares.

Tudo isto é bem conhecido dos profissionais do foro. Debates a que o grande público não tem acesso, como é evidente mencionam-mo. Mas daqui não se tem passado, que as forças de bloqueio são imensas. E a linguagem é cifrada pelo que só está ao alcance de alguém do meio. Ia a escrever “millieu”, mas prefiro ficar pelo “meio”.

Também por isto, talvez maioritariamente por isto, Paula Teixeira da Cruz mereça a admiração dos portugueses. É que ela empreendeu reformas que contendem com os seus interesses profissionais e até pessoais.

Essa a razão por que tem tantos "profissionais" do foro a remar contra a maré do progresso.

E é bom que não seja esquecido que uma das mais fortes razões por que a economia portuguesa é tão frágil está precisamente no péssimo funcionamento da Justiça em Portugal. Tribunais que não funcionam são os melhores aliados da trafulhice alcandorada a instituição nacional e boicotam o fluir normal da vida de uma sociedade humana que se preze.

Sempre que se depare com guerras sem quartel às reformas na Justiça, pode, com toda a justeza, desconfiar de que ali anda gato, o gato pardo dos interesses que não são os do País e do conjunto dos seus cidadãos, mas sim o de grupos particulares, em muitos casos verdadeiramente “mafiosos”, que nada querem que mude, que como está é que convém aos seus negócios escusos, ilícitos. Quantas e quantas vezes as leis não são aprovadas precisamente por aqueles que delas vão de seguida aproveitar-se? Pensa que isto não passa de um conto de fadas? Pois, continue a deixar-se enganar…

Sempre que ouça os arautos de sempre bramar contra o que está a ser feito, dizendo que as reformas são necessárias, sim, mas não estas e sim outras (sem que digam quais...) que é preciso debater ideias, desconfie! Esses são os que, sob a capa da intenção reformista, apenas querem protelar tudo, até que tudo continue como antes porque a barafunda é a única solução que lhes convém.

Nota final:

Todos conhecemos gente do foro que é decente, honesta e digna. De todos os estratos da sociedade forense. Claro que eu também a conheço Tal como conheço, conhecemos todos, os outros, os pulhas que compram tudo e todos os que se deixam comprar, quantas vezes por dez réis de mel coado, que é o real preço da dignidade que não têm e que são muitos mais do que devia ser possível.

rvs
2914Set02