Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sábado, 31 de março de 2007

965. Atrasados e confusionistas...

A Comunicação Social portuguesa está, na verdade, pela hora da morte.

Dias atrás, veio o Público fazer manchete com uma notícia requentadíssima, que já tinha sido dada aqui na blogosfera, há 2 anos, precisamente em Fevereiro de 2005 (creio que no dia 18) pelo confrade António Balbino Caldeira, no seu Do Portugal Profundo.

Com um atraso de 2 longos anos, mas lá veio, ainda que omitindo algumas coisas - que não terá chegado a constatar? - mas precisando outras. A este respeito veja-se no referido blog O dossier Sócrates, precedentes e seguintes


Especulou-se um tanto quanto a este súbito interesse do jornal por um assunto já tão conhecido na blogosfera (mas não somente aqui), interesse que - por mera coincidência, presume-se - terá surgido imediatamente após a inviabilização da Opa da Sonae sobre a PT, que terá levado Belmiro de Azevedo a ficar muito arreliado com o governo. Isso, porém, pouco importa. O que realmente conta é que a Comunicação Social finalmente pegou num assunto de importância inegável para a vida comum dos portugueses e para a dignidade do Estado.

Outros jornais se seguiram. Até que hoje, para surpresa geral, também o Expresso se refere ao assunto, em primeira página e letras garrafais.

Até aqui tudo bem, muito embora a Comunicação Social e principalmente o Expresso pareçam maridos enganados...

O que se afigura estranho é o título. Não pelo tamanho garrafal - há que vender, ainda que com substancial atraso... - mas pela afirmação que, tanto quanto se sabe, não corresponde à verdade. E não se imagina que no Expresso não se saiba disso.

Efectivamente, do que se sabe - por ter vindo já a lume variadíssimas vezes - é que José Sócrates Pinto de Sousa terá concluído a sua alegada licenciatura em 8 de Setembro de 1996, ou seja num domingo, dia em que, como é sabido, à semelhança de outros Serviços e Instituições, as Universidades se encontram encerradas, não se realizando, pois, exames universitários (que são públicos, como é sabido).

Confesso que não li ainda o interior do jornal, pelo que posso estar a julgar um tanto precipitadamente. Mas apenas um tanto, pois que, relativamente ao título, parece não restarem dúvidas quanto à sua inadequabilidade.

E se o título não é o mais adequado - é mesmo uma inverdade - por que motivo o Expresso por ele optou? Casualidade? Distracção? Outro? Seria bom que uma explicação fosse dada.

E por aqui me fico.
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964. Os "uns" e os "outros"...

... ou a orgia dos porcos, como bem faz notar Kaos no seu blog We have kaos in the garden. A conferir.
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sexta-feira, 30 de março de 2007

963. Ecce Homo!

Ecce Homo
também conhecido por Jesus da Cana Verde
pintor desconhecido (provavelmente Francisco Florez)
da escola maneirista de Luis de Morales, "El Divino".

óleo s/tela, 480x335mm
c. 1580-1586

Clique na foto, para ampliar
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quinta-feira, 29 de março de 2007

962. Mas, então, como é?


O INE afirma que a despesa pública aumentou.

Mas, então, como é?

Tantos cortes têm sido feitos, tantos serviços fechados e a despesa não cessa de aumentar?

Mas, afinal, quem é que tem razão? Estava tudo tão bem, a correr sobre rodas!...

Estará o INE a fazer oposição ao governo?

Será que o dinheiro está a ir todo para propaganda, tipo ALLGARVE, em que o governo se mostra grande especialista?

Ou será que vai para o "maneta", como dizia o outro?
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quarta-feira, 28 de março de 2007

961. Pietà - Luís de Morales

Pietà
1560
óleo s/painel
Real Academia de Bellas Artes, Madrid
Luis de Morales
n. 1520(?) f. 1586, Badajoz

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960. O caríssimo plágio


Se é verdade que a "campanha" Allgarve custou ao erário público 9 milhões de euros, bem pode o governo fazê-la inscrever no Guinness Book of Records.
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Em que categoria?
Na de mais rendoso plágio da História da Humanidade.

Na verdade, a ideia não é original e, pelos vistos, nem semi-original.

Se V. inserir o url http://www.allgarve.nl/ (holandês, portanto), embora já não encontrando o site que foi notícia televisiva esta manhã, encontrará a página que, curiosamente, agora está em construção.

No entanto, o endereço continua a existir, pelo que parece não constituir ligeireza pensar-se que o detentor do site se apressou a retirar o respectivo conteúdo do ar, não fosse provocar aborrecimentos a alguém, especialmente a... si próprio.

Ora veja:



O mais interessante, porém, é que, se digitar http://www.allgarve.com/ vai encontrar:




Depois disto, caberá perguntar: E quantos mais haverá?

Nove milhões de euros por uma ideia já velha e relha, sem, portanto, nada de original, e que lesa a imagem do Algarve que tem vindo a ser laboriosamente construída de há quatro décadas a esta parte?

Quem fica a ganhar? Francamente, não sei, mas talvez que todos nós, porque o anedotário luso vai ficar mais rico. É caso para rematar com um obrigado muito sentido ao excelente governo de que padecemos. Sem ele, andaríamos muito mais bisonhos.

Mais palavras para quê?
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terça-feira, 27 de março de 2007

959. Haverá por aí alguém...





... que ainda não tenha percebido a que pântanos se referia António, Tu Erres! quando, em 2001, resolveu largar tudo e ir-se embora, a correr?
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958. Quem terá levado a Presidência da República...

... a fazer inscrever em Diário da República (e certamente em outros documentos oficiais, como a própria acta da tomada de posse) algo que está provado - e até reconhecido pelo próprio - constituir uma falsidade?

957. Os iluminados de Quadrazais de Cima


A propósito da questão ALLGARVE, a TSF está a levar a efeito um dos seus habituais “fora”.

Como é norma da casa, começou por ouvir as justificações do Secretário de Estado, creio que do Turismo, cujo nome esqueci – o que me deixa perplexo pois que, quando se trata de gente que vale a pena recordar, não esqueço.

As justificações apresentadas pelo ilustre senhor são – ele certamente me desculpará, mas o termo é mesmo o que vou empregar – de um ridículo atroz. Quem não ouviu certamente não acreditará em mim. No entanto, aconselho a que se peça à TSF que as retransmita, porque valerá a pena. Quando menos, para ficarmos todos elucidados acerca de quem integra o governo de que padecemos.

Imagine-se que, para aquele senhor – certamente terá recebido o beneplácito do respectivo ministro que, por sua vez, o terá recebido também do respectivo primeiro-ministro, para fazer declarações deste teor – entende que o Algarve necessita de uma maior divulgação, que não tem!

Foi preciso chegarem ao poder estes iluminados de Quadrazais de Cima para se concluir que o Algarve não é conhecido nessa Europa!... Os 50 anos que o turismo algarvio tem de vida foram uma treta e quem vai salvar o Algarve são estes quadrazaisenses, mal saídos da casca, para redenção do turismo do Algarve!

Imagine-se que, diz o referido senhor que o ALL vai, segundo lhe transmitiram os agentes turísticos por essa Europa fora (com especial relevo para a Escandinávia, povos a quem a campanha se dirige), dar ao Algarve uma dimensão nunca vista!

Aqui, estou de acordo. Com este wise-guyism, o Algarve vai adquirir uma dimensão nunca vista. A dimensão de pacóvio.

Disse o senhor em questão mais umas coisas do mesmo teor, graça e expediente. Não as transcrevo, porque seria dar importância demais a tal discursata de momento de lazer em esplanada de café, portanto em conversa sem qualquer relevo ou consequência que, infelizmente, foi tida aos microfones de uma rádio da dimensão da TSF.

O ex-Algarve e futuro ALLGARVE vai, pois, adquirir uma dimensão que jamais teve e com que jamais se atreveu sequer a sonhar.

E daí…

Talvez que o senhor tenha razão. Talvez que também Torremolinos, seguindo a mesma linha de pensamento iluminado, passe a designar-se Torremoulinex; ou Capri adopte o mais cosmopolita Herepri, ou até Benidorm goste de passar a chamar-se Benisleep. O reino da estupidez!...

Quem sabe?!...

Mas estes senhores não se enxergam? Mas estes senhores pensam que estão ainda em Quadrazais de Cima e que nós somos todos de Quadrazais de Baixo?

Apre, que ultrapassa o inconcebível!!!

Como se não bastasse, cometem erro de palmatória.

É que, se a campanha é dirigida especialmente aos escandinavos, porquê o ALL? Lamento não saber como se diz "tudo" em sueco; mas em norueguês é ALT. Ora, assim sendo, nos fiords a campanha deve ter como lema ALTGARVE e não ALLGARVE. E, como não é necessária campanha especial para os alemães, não iremos para o ALLEGARVE, mas certamente que teremos que adoptar também o GARVE, uma vez que os chineses é que vêm aí. E em força.

Depois destas tretas – e de outras ainda piores – talvez seja pena que, na verdade, os chineses não cheguem ainda mais cedo, para nos libertarem depressa desta canga aviltante.

"Há experiências que... matam”. De ridículo! E, se não matam, pelo menos moem que se farta.

Raios parta a nossa sorte! Antes a morte!
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Última hora:
Consta por aí que o presidente do PS, aderindo a esta espectacular campanha e disponibilizando-se para dar uma ajudinha, está já na bicha da Conservatória, para requerer a alteração do apelido. Quer ser, a partir de agora,
ALLMEIDA Santos. Também ele, vaidoso que é, quer ser mais conhecido por esse mundo fora... e houve uns agentes turístico-políticos da Kapadokya que lhe disseram que, se fizer esta alteração, vai ser canja!...
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NB.- Evidentemente que os naturais, residentes e descendentes de gente de Quadrazais, tanto de Cima como de Baixo, não têm quaisquer culpas no cartório e a referência que se lhes faz não contém quaisquer intuitos ofensivos.
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ADENDA, na mesma data, pelas 13,25 horas:

Bem me parecia que estava a esquecer uma das justificações, talvez a mais interessante e ilustrativa de todas quantas o senhor Secretário de Estado apresentou ao povoléu, qual seja a seguinte:
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- Quando não fosse por outro motivo, só por causa da polémica que tem levantado, a campanha é já um sucesso, pois toda a gente fala no assunto.
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Estamos a ser governados por esta ilustríssima e ilustradíssima forma! Abençoados sejam e que Deus os conserve assim como são, para gáudio do pagode!!!
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segunda-feira, 26 de março de 2007

956. Está assim tão desanimado com o resultado?


Se está muito desanimado com o resultado do concurso "Grandes Portugueses", não cometa suicídio já. Primeiro, páre um pouco e pense com mais vagar. Logo concluirá que:

1 - Aquilo mais não foi do que mero concurso, como tantos outros que por aí há, apenas com a virtude de dar - ainda que em muitos casos, pelos motivos errados - a conhecer a milhões (pode crer, milhões...) de portugueses actuais a História do seu país e do povo de que fazem parte, já que a escola não o faz;


2 - Quem sai derrotado e humilhado desta refrega não é você nem eu nem ninguém como nós, mas, isso sim, a classe política que nos tem governado e de que padecemos de há já bons anos para cá.


3 - Salazar jamais teria esta única vitória eleitoral e Cunhal jamais teria chegado ao lugar a que chegou se a clique que nos tem governado ao longo dos últimos anos tivesse ao menos o decoro de se mostrar - apenas mostrar, note!... - capaz e confiável.

4 - O resultado não representa, pois, uma imerecida vitória de dois tipos de ditador, de sentidos opostos, mas sim uma aviltante derrota desta democracia de pacotilha. Há que sofrê-los até que...

Mas esse sofrimento, para que seja redentor, tem de ser suportado até ao fim, sem o recurso a qualquer tipo de expediente libertador de circunstância.

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domingo, 25 de março de 2007

955. Marcelo igual a si próprio

Marcelo Rebelo de Sousa continua a "escolher", na RTP. E, decididamente, também a encolher.

O homem continua igual a si próprio.

Talvez por isso, não obstante ter mais tempo de antena que qualquer outro político alguma vez teve em Portugal, as pessoas ouvem-no, sim, mas não lhe ligam patavina!

Marcelo Rebelo de Sousa, por sua exclusiva capacidade, e sentido de posicionamento político de oportunidade erigiu-se à condição de mero fait divers.

Ponho mesmo a mim próprio a questão:

- Será que o homem é tão inteligente como pensa que é e meia dúzia tipos de olhos arregalados de espanto gostariam que fosse?

É que, sendo o que pensa que é, de há muito teria constatado que, não obstante dispor de uma tribuna privilegiada, regular e com tempo e espaço como nenhum outro - para mais sem contraditório... - não consegue levar ninguém consigo.

Politicamente é um fracasso. O maior
flop político que Portugal já conheceu.

A intervenção que teve, há pouco, acerca da questão da licenciatura de Sócrates, é um desastre para um professor de Direito que se preze.

Ter o desplante de dizer que o que interessa no assunto é saber se o cargo é bem desempenhado ou não, não a licenciatura, chegar mesmo a colocar em paralelo Sócrates e John Major e Jacques Delors - que, tanto quanto se sabe, jamais reivindicaram para si próprios aquilo que não eram - e, passando sobre tudo o resto como sobre vinha vindimada, achar que nada mais interessa ou que o que importa é apenas o facto de a Universidade Independente não funcionar correctamente, não lembrava a mais ninguém que não ao comentarista de faxina!

O ilustre professor de Direito, emérito constitucionalista, (h)orador imparável, tribuno de causas patéticas baseadas no diz-se-que-se-diz e preclaro comentarista da ágora (digo bem, da praça...) não consegue vislumbrar - ou conseguirá, apenas lhe faltando algo que os homens usam ter e é necessário para abordar de frente certos temas - a questão que realmente no assunto está em apreciação, ou seja, o ilícito consubstanciado em declaração inverdadeira de um governante a seu próprio respeito, em documento oficial do Estado.

Que tristeza, Marcelo, que tristeza!
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954. ... e Francisco Anacleto tão calado!

Mas não somente ele...

Também o sempre tão "justiceiro" irmão do advogado Ricardo Sá Fernandes...


E o sempre tão "sentencioso" Fernando Rosas...

Por que será? Porque já vão três... em Salvaterra?
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953. "Pas de deux"

"Pas de deux", em pontas, acrobático
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aqui
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sábado, 24 de março de 2007

quinta-feira, 22 de março de 2007

951. Sócrates - No comments 2

Reacção à investigação do PÚBLICO
PSD pede "cabal esclarecimento" sobre licenciatura de Sócrates
22.03.2007
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950. Aldeia global portuguesa (5) – Hoi An (Vietname)

Ponte japonesa em Hoi An

Localizada a sul de Danang, Hoi An era conhecida como Faifo, quando, no séc. XVI, navegadores putao-nhá (portugueses) foram os primeiros europeus a chegar ao Vietname.

A chegada dos portugueses deu-se no ano de 1516. Seguiram-se os missionários dominicanos, igualmente portugueses. Em 1525.

O primeiro entreposto comercial luso foi estabelecido, em 1535, pelo capitão António Faria.

Até ao séc. XIX, Hoi An foi um dos mais importantes portos do sudoeste da Ásia.

Embora a primeira missão católica portuguesa tivesse sido estabelecida em 1596, só em 1615 o cristianismo começou verdadeiramente a ganhar raízes, com os padres jesuítas, que, expulsos do Japão, tiveram guarida nestas paragens.

Após a chegada dos primeiros navegadores, outros portugueses foram arribando às costas do Vietname, designadamente missionários, como ficou dito acima. Aos portugueses seguiram-se espanhóis e também italianos e franceses. Mais tarde, vieram outros, como indianos, filipinos, indonésios e povos do Sião (actual Tailândia).

Vicissitudes várias levaram a que os europeus se fossem afastando dos contactos com os vietnamitas, de tal forma que, no princípio do séc. XVIII apenas os portugueses mantinham relações comerciais com os locais, contactos que, por força do desmanchar do império português, iniciado com a ocupação espanhola e continuado depois, se foram perdendo também.

Posteriormente, em meados do séc. XIX, os franceses colonizaram o território, que até aí havia sido independente. O domínio francês só terminou com a primeira guerra vietnamita (Dezembro de 1946 a Agosto de 1954) que foi decidida com a derrota desastrosa dos franceses, na decisiva batalha de Dien Bien Phu.

A memória da tradição oral dos locais e também algumas igrejas atestam ainda hoje a presença portuguesa em terras vietnamitas.
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949. Sócrates - No comments

Processo de licenciatura
Há falhas no dossier de José Sócrates na Universidade Independente
Ricardo Dias Felner
22.03.2007
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Por que razão decidimos fazer esta investigação

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Nota do primeiro-ministro ao PÚBLICO
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Biografia oficial alterada no dia 15
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Foto e títulos do PÚBLICO

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Um aceno de simpatia para o blog Do Portugal Profundo e muito especialmente para António Balbino Caldeira.
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quarta-feira, 21 de março de 2007

948. À cause des mouches...

... convém esclarecer que, mesmo que o governo de que padecemos estivesse a "endireitar" as coisas - que não está, como bem se sabe - apenas estaria a tentar emendar o que os socialistas fizeram, deixando o país de pantanas, em 2001.
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O país que lhes foi entregue em 1995 era um; o que deixaram em 2001 foi outro bem diferente. Em 6 anos arruinaram tudo.

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Ou já se esqueceram e querem fazer esquecer que as coisas descambaram de vez - e nunca mais tiveram a mínima hipótese de conserto - com o governo Guterres?
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E também por causa das moscas, talvez convenha relembrar que a Comissão Europeia apenas deixou de fazer as exigências que vinha fazendo relativamente ao déficit orçamental, por pressão da França e, principalmente, da Alemanha, depois de Sócrates ter tomado posse.
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É bom que isto não seja deixado cair no esquecimento. É que os socialistas são mestres nestes branqueamentos.
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Mais oui, à cause des mouches...
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947. O Moinho - Rembrandt

O moinho
Harmenszoon Van Rijn Rembrandt
cerca de 1650, óleo s/tela,
National Gallery of Art, Washington
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946. Uma vergonha!

Grandes Portugueses:
Salazar 22 mil votos à frente na votação
Na votação para o programa da RTP1, «Grandes Portugueses», Oliveira Salazar encontra-se à frente de Afonso Henriques, com 22 mil votos de diferença, registando um total de 52 mil telefonemas. Álvaro Cunhal caiu para terceiro lugar, com 25 mil votos apurados.
Diário Digital, 21-03-2007 10:07:13
Foto DN
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Estes primeiro e terceiro lugares, não só não se revelam surpresa, como vêm dar razão a quantos de nós que, na blogosfera, temos vindo a combater diariamente esta política de oportunismo, de falta de vergonha, de incompetência e de corrupção a todos os níveis a que temos assistido de há 30 anos a esta parte.

Salazar e Cunhal não fazem jus aos lugares em que figuram no concurso. E seria impensável vê-los ali, não fora a circunstância de lá "terem sido colocados" pelos maus aprendizes de feiticeiro que nos têm desgovernado ao longo de toda esta geração.
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Que é uma vergonha, lá isso é! E grande.
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terça-feira, 20 de março de 2007

945. Que mais "irá-lhe" acontecer?!...


No portal do Governo começou por ser Engenheiro Civil.
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Depois de muitas barracadas aí por blogs vários, passou a algo que não existe, como se comprova pela imagem junta (não se esqueça de clickar na imagem, para ampliar), ou seja, Licenciado em Engenheiria(???) Civil !?!?!?
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Neste momento consta ser Licenciado em Engenharia Civil.
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Ah! Tudo isto pela Universidade Independente... E, ao que parece, em número de semestres digno do Guinness Book of Records.

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Há muito quem diga que não vai ficar por aqui...
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Veja mais. Em Do Portugal Profundo, de António Balbino Caldeira. Aqui.
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Não se esqueça de ler também os comentários. No mínimo, vai divertir-se um bom bocado.
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Sim, porque, rir continua a ser o melhor remédio... ... Que mais "irá-lhe" acontecer, carago?!...
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E a nós, c'um escafandro?!

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segunda-feira, 19 de março de 2007

944. All... parvo!


Ora diga lá: acha que ainda há dúvidas? Não?

Claro! Tem toda a razão!...

Não restam dúvidas: All... parvo!


Explicava assim o sôr ministro:

- "All" é uma palavra que significa "tudo" - e nem se deu ao cuidado de dizer em que língua, certamente porque partiu do princípio de que toda a gente que assistia às suas open mind sentences conhece a língua de que se trata e a que se referia, sem o mencionar, o sôr ministro.

Ora, se é como o sôr ministro afirma, o nosso Algarve, cuja designação até agora provinha do árabe al-Gharb al-Ândalus, ou seja, o ocidente de Andaluz, mais explicitamente, a parte ocidental de uma Andaluzia, que constituía o centro islâmico da cultura, da ciência e da tecnologia da Península Ibérica, portanto, Al-Gharb, Algarve, agora deixou de ser o que sermpre foi. Por obra e graça do sôr ministro e de outras iluminações que por aí peripateticam.

Pois bem, sigamos, então, o brilhante raciocínio do sôr ministro que, certamente não por desconhecimento, menos ainda por desleixo, mas vá lá saber-se porquê!, resolveu que se deixasse passar à desfilada sobre estas coisas, como cão por vinha vindimada.

Se Algarve significa originalmente "o ocidente", e o sôr ministro, do alto da sua cátedra, afirma que "all" significa "tudo", digamos que daí se retira que Allgarve, passará a significar "tudo-ocidente", o que, assim à primeira vista, parece coisa estranhíssima... sem sentido nenhum... aberrante, não?


Dando der barato que nós, portugueses, temos que os sofrer, somos obrigados a padecer da maleita atroz que se revela este governo a cada cavadela que dá, pergunto:

- Mas... e os árabes? Que andaram os homens dos turbantes a fazer por cá, para, "all" fim, nos deixarem uma herança de raiz não árabe mas inglesa, precisamente numa época em que de ingleses e aparentados nem cheiro?


Allgarve = tudo ocidente!... Não será antes tudo-acidente? Acidente o sofrermos as dores das chagas que este governo nos inflinge quase diariamente?

ALLPARVO, sem dúvida! Ou seja, nas palavras do próprio sôr ministro - sim, que eu jamais me atreveria a não seguir rigorosamente a pisadas ministeriais - TUDO PARVO!

Eu, pelo menos, estou. Palavra! Raios me partam se esta alguma vez me passou pelo bestunto! Nem a Belzebu tal lembraria.

Numa coisa estamos todos de acordo, creio:

Há, na verdade, experiências que marcam. Como ferrete. Esta é seguramente uma delas.

Porra, minha gente! Tem que haver um limite para tudo. Até para...

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sexta-feira, 16 de março de 2007

943. Actualização do post 941

A partir daqui, pode aceder novamente ao post 941. O famigerado novo aeroporto de Lisboa - OTA, hoje actualizado.
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quinta-feira, 15 de março de 2007

942. A gripe extemporânea

- Ei, Manel, que grande gripe arranjaste! – Francisca, mulher do Manel, alarmou-se quando o cara-metade lhe apareceu em casa, completamente engripado, quase sem se ter de pé, com uma temperatura corporal que devia fazer inveja aos altos fornos da antiga Siderurgia do Seixal.

- Deixa-me cá, mulher, deixa-me cá, que estou feito num farrapo!... – respondeu o anasalado sofredor.

- Que raio de vida! – voltou ela – Isto até parece de propósito!

- De propósito?! Por que razão dizes isso, Francisca? – quis ele saber.

- Ora, ora. Então, agora que estávamos a recuperar do tremendo rombo nas finanças que tivemos com o casamento da nossa filha, é que te apareça uma treta dessas? – impacientou-se a mulher.

- Eh pá, rapariga! Sabes bem que estas coisas são assim mesmo. Aparecem sem avisar...

- Pois sim, pois sim… – Francisca mostrava-se cada vez mais aborrecida com o contratempo.

- Pois claro! Ninguém tem culpa por, de repente, lhe aparecer uma gripe. Além disso, é fruta da época!... – justificou-se ele, sem mesmo ter consciência de que não havia motivos para justificações. No entanto, com a mulher, era preciso estar-se sempre na defensiva...

- Bem, não tem culpa, uma ova! – insurgiu-se ela, deixando o tom mais ou menos moderado em que a conversa decorrera até aí, e entrando pela parte da “ignorância” pura e simples”.

- Uma… ova?! Hom’essa! – gaguejou ele. Mas logo se recompôs e, depois de 53 espirros seguidos e de umas dezenas de “cof cof cofs”, ainda mais seguidos, retrucou: - Então achas que tenho culpa, é isso?

- Claro que tens. E muita! – ela voltou à carga – Não tens cuidado nenhum. Andas ao frio e à chuva, como se fosse primavera alta… Vocês, os homens, são uns perfeitos palermas. Depois, nós é que temos que resolver as encrencas, não é assim?...

- Ó mulher de Deus! Que é que te deu? – encolheu-se ele, receoso da diatribe dela, mas, assim mesmo, não deixando de julgar-se vítima e não culpado.

Parecendo que lhe adivinhava o pensamento (e claro que adivinhava, ou não fossem eles casados há quase 40 anos...), ela retrucou:

- O que é que me deu? A mim, nada! Deu-te a ti, sim, para estares engripado e a entender que, coitadinho, não tens culpa nenhuma. Foi isso que te deu. Tal não está o mariola, hein?

- Mariola?! Mas tu ensandeceste ou quê, mulher? – o pobre coitado estava pasmado – Mariola, eu? Só porque apanhei uma gripe?...

- Não. Não és mariola por teres apanhado uma gripe – esclareceu ela – És um mariola e dos grandes, sim, por teres adoecido agora, em plena época alta das gripes e doenças correlativas…

- Doenças correlativas?!... – o homem estava a passar-se mesmo.

- Sim, gripes e doenças correlativas próprias desta época, quando sabes perfeitamente que só podes ter maleitas dessas lá mais para o Verão.

- Lá mais para o Verão?! – Os olhos do marido arregalaram-se de estupefacção – Mas, porquê, Francisca e santo Deus, porquê?

- Por uma razão simples – Ela estava a tentar acalmar-se para melhor se explicar. – Então não vês quem agora que a época das gripes e afins está alta, os preços dos medicamentos estão altos também…

- Bem, lá isso… - ia ele a concordar, mas logo foi interrompido por ela:

- … pelo que devias ter o bom senso de aguentar mais um ou dois meses, por que chegasse o Verão, portanto, fora da época das gripes e outras assim – foi ela explicando - porque então os preços baixarão muito.

- Baixarão muito? – o homem estava cada vez mais perplexo. – Onde é que já se viu uma coisa assim?...

- Não se viu, mas vai-se ver, homem dum raio! – abespinhou-se Francisca – Não estás a par das notícias? Não sabes que o governo vai permitir que as farmácias entrem em saldos?

- Ora…

- Qual ora, qual quê! – impacientou-se ela – Só se entra em saldos por remanescente de stock e por ter passado a moda, ou seja, estar-se fora da época própria, não é assim?

- Claro! – concordou ele.

- Então, já vês. Se o governo autoriza os saldos e as farmácias os irão fazer, só pode ser por os produtos remanescentes terem ficado em stock, passada a época própria.

-Sim… - disse ele, a medo.

- Logo, no Verão – prosseguiu ela - os antigripais e adjacentes, estarão muito mais baratos. E então é que é de aproveitar… – pequena pausa, para causar efeito – Ou não será assim?

Tendo atingido os 45º de temperatura corporal e os 65º de aquecimento cerebral devido ao impacte da notícia, Manel, contorceu-se num esgar, ergueu-se de um salto, aflito, pinoteou duas vezes no ar e caiu redondo no chão, completamente desacordado.

Felizmente que o amoníaco não fazia parte da lista dos “medicamentos” a saldar, pelo que havia lá em casa, a todo o momento, sempre um frasquinho, preparado para situações de emergência. Assim, Francisca pôde correr a buscá-lo, dando-o a cheirar ao mais-que-tudo que, depois de meia dúzia de tentativas, lá recuperou da tremenda da aflição…

(Esta história horrenda e de deixar qualquer um meditabundo e “escarrafouçado” estava a precisar de ilustração a condizer. O autor esteve para a fazer, mas, pensando melhor, resolveu arriscar e esperar que a sua amiga Maria João, mui celebrada artista plástica da nossa praça, tenha, também na sua área, época de saldos e, desse modo, lhe ofereça um desenhinho porreiro, para a ilustração.

Se não houver saldos, por se estar ainda fora da respectiva época, paciência, mas…)


NB.- Como a Maria Jioao está assoberbada, tive que ser eu próprio...
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quarta-feira, 14 de março de 2007

941. O famigerado Novo Aeroporto de Lisboa - OTA

Pelo evidente interesse público de que se reveste, transcrevo, sem comentários, por se mostrarem desnecessários, e-mail acabado de receber de pessoa amiga, em que se transcreve correspondência enviada ao Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, acerca da questão do novo aeroporto de Lisboa, o famigerado NAL-OTA.


Exmo Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

No passado mês de Maio, enviei uma mensagem electrónica a V. Exa e uma outra a S. Exa o Primeiro-ministro, solicitando um esclarecimento ao processo de decisão da localização do Novo Aeroporto de Lisboa.

Passado pouco mais de um mês, recebi de ambas as partes ofícios informando-me que teria sido dada a devida atenção à minha mensagem e que as minhas considerações estariam a ser objecto de análise.

No entanto, não tendo desde então recebido qualquer esclarecimento, prossegui a análise dos vários estudos e documentos disponibilizados pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (ou por entidades por ele tuteladas), referentes aos processos do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, verificando a existência de algumas questões para as quais continuei a não encontrar resposta.

No dia 17 de Novembro, enviei um novo pedido de esclarecimento do qual voltei a não obter qualquer resposta.

Nesse sentido, venho novamente por este meio, como cidadão e contribuinte, solicitar a V. Ex.cia que providencie as respostas às seguintes questões, as quais me parecem legítimas e pertinentes:

1 – Por que é que o estudo elaborado pela ANA em 1994 (que identifica a Base Aérea do Montijo como a melhor localização para o novo aeroporto e que classifica a Ota como a pior e mais cara opção) não se encontra disponível no site da NAER?

2 – Por que é que o estudo elaborado pela Aeroports de Paris em 199 (que recomenda a localização do NAL no Rio Frio e que classifica a Ota como pior opção) não justifica o facto de não ter sido sequer considerada a opção recomendada no estudo anterior?


3 – Por que é que todos os estudos e documentos disponibilizados, elaborados entre 1999 e 2005, incluindo o "Plano Director de Desenvolvimento do Aeroporto", tiveram como premissa a localização na Ota, considerada nessa altura como a pior e mais cara opção?

4 – Por que é que o documento apresentado como suporte da decisão de localização na Ota é apenas um "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental", no qual questões determinantes para a localização de um aeroporto (operações aéreas, acessibilidades, impacto na economia) foram tratadas de um modo superficial, ou não foram sequer afloradas?

5 – Por que é que na ficha técnica do atrás referido "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" não constam especialistas nas áreas da aeronáutica e dos transportes?

6 – Por que é que o "Estudo Preliminar de Impacto Ambiental" para o aeroporto na Ota usou os dados dos Censos de 1991 para calcular o impacto do ruído das aeronaves sobre a população, quando existiam dados de 2001 e uma das freguesias mais afectadas (Carregado) mais do que duplicou a sua população desde 1991?


7 - Em que documento é que são comparados objectivamente (com outras hipóteses de localização) os impactos económicos e ambientais associados à opção da Ota (desafectação de 517 hectares de Reserva Ecológica Nacional; abate de cerca de 5000 sobreiros; movimentação de 50 milhões de m3 de terra; "encanamento" de uma bacia de 1000 hectares a montante do aeroporto; impermeabilização de uma enorme zona húmida; necessidade de expropriar 1270 hectares)?

8 - Em que documento é que se encontra identificada a coincidência do enfiamento de uma das pistas da Ota com o parque de Aveiras da Companhia Logística de Combustíveis (a apenas 8 Km) e avaliadas as consequência de um possível desastre económico e ecológico decorrentes de desastre com uma aeronave?

9 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização do aeroporto no turismo e na economia da cidade e da Área Metropolitana de Lisboa?

10 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto urbanístico decorrente da deslocalização do aeroporto para um local a 45 km do centro da capital?

11 - Em que documento é que se encontra a avaliação do impacto da deslocalização dos empregos e serviços decorrente da mudança do aeroporto para a Ota?

12 - Em que documento é que se encontra equacionado o cenário da necessidade de construir um outro aeroporto daqui a 40 anos, quando o Aeroporto da Ota se encontra saturado?

13 - Que medidas estão previstas para existir uma tributação especial das enormes mais-valias que terão os proprietários dos terrenos envolventes à zona do aeroporto (e não afectados pelas expropriações) que até ao momento estão classificados como Reserva Ecológica Nacional ou Reserva Agrícola Nacional e passarão a ser terrenos urbanizáveis?

14 - Em que documento se encontra a explicação para ter sido considerada preferível uma localização para o novo aeroporto que "roubará" mercado ao Aeroporto Sá Carneiro em detrimento de captar o mercado de Extremadura espanhola?


15 – Por que é que a localização na Base Aérea do Montijo não foi sequer considerada, quando apresenta inúmeras vantagens (14 Km ao centro da cidade, posição central na Área Metropolitana, facilmente articulável com o TGV, possibilidade de ligações fluviais, urbanisticamente controlável)?

16 - Qual é a explicação para que a articulação entre as duas infra-estruturas construídas de raiz (Aeroporto da Ota e Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto) obrigue a um transbordo de passageiros numa estação a 2 Km da aerogare?

17 - Porque é que se optou por uma localização para o aeroporto que implicará um traçado da Rede de Alta Velocidade com duas entradas distintas em Lisboa, cada uma delas avaliada num valor da ordem de mil milhões de euros (percurso Lisboa/Carregado e Terceira Travessia do Tejo), quando um aeroporto localizado na margem Sul funcionaria perfeitamente só com a nova ponte?

18 - Qual é o valor do sobre-custo do traçado da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto na
margem direita do Tejo, por oposição ao traçado pela margem esquerda, fazendo a travessia na zona de Santarém?

19 - Porque é que a ligação ao Porto de Sines será construída em bitola ibérica, quando bastava que o traçado da linha Lisboa-Madrid passasse a Sul da Serra de Monfurado (um aumento de apenas 8 Km) para que fosse viável a construção de um ramal de AV para Sines (e posteriormente para o Algarve) a partir de um nó a localizar em Santa Susana (concelho de Alcácer do Sal)?

20 - Na análise custo-benefício do investimento da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto foi considerada a concorrência do Alfa Pendular (na actual Linha do Norte), o facto de o traçado não permitir o transporte de mercadorias e a necessidade de mudança de transporte para percorrer a distância das estações intermédias aos centro das respectivas cidades (Leiria,
Coimbra, Aveiro)?

21 - Por último, em que relatório se encontra a recomendação da Ota como melhor localização para o novo aeroporto por comparação com as outras alternativas possíveis (Rio Frio, Base Aérea do Montijo, Campo de Tiro de Alcochete, Poceirão)?

Antecipadamente grato pela disponibilidade de V. Exa para responder a estas 21 questões, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos

Luís Maria Gonçalves

arqº

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ADENDA, em 15 de Março de 2007,
mais uma pergunta, esta agora minha:


22 - Por que razão a(s) página(s) oficial(is) da NAER,
SA, empresa criada com o intuito de assegurar a promoção dos estudos tendentes a permitir ao governo português a tomada de decisão sobre os aspectos relacionados com a construção de novo aeroporto internacional na região da grande Lisboa, estão todas inoperacionais, razão pela qual quem quiser saber algo sobre a empresa terá que contentar-se com o que se consta da Wikipedia?
Não acredita?
Então, experimente e, na caixa de busca do Google, digite
NAER, dê o enter e espere um pouco.
Depois, procure, procure, procure... que nada irá encontrar.

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ACTUALIZAÇÃO, em 16Março2007

Afinal não fui só eu que encontrei tudo vazio ou desactivado... o que é muito curioso e revela a clareza e limpidez de todo o processo.

Vejamos quem mais, através deste texto que me chegou, também por email:

"Para ter uma ideia mais clara e, sobretudo, mais objectiva, sem preconceitos, resolvi, em meados de Fevereiro, consultar a Net e recolher a informação ali disponivel.

Em boa hora o fiz porque, hoje, tendo voltado a ir ao "site" da NAER nada encontrei. A informação que consultara, nomeadamente o Relatório Final e seus anexos da firma Parson FCG, assim como o próprio "site", desapareceram.

Para além de ser licenciado em engenharia civil, pelo IST de Lisboa, sou apenas especialista em estruturas pelo CHEC de Paris. De vias de comunicação apenas sei o que a Universidade me deu e uma dura missão no Ultramar me obrigou. Pouco mais.

No entanto, as minhas formação e experiência, assim como os dados recolhidos, permitem-me afirmar que um aeroporto na OTA é uma autêntica barbaridade técnica.

Se não acreditam, vejam o que compilei e tirem as vossas conclusões.

Como sempre, estou ao vosso dispor para qualquer esclarecimento.

Luís Leite Pinto - Engº Civil IST

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Infelizmente, não me é possível trazer aqui todas as compilações do Engº Luís Leite Pinto. Deixo, no entanto, uma foto elucidativa.
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segunda-feira, 12 de março de 2007

940. O PSD analisa 2 anos de governo socialista

O Partido Social Democrata faz o balanço de 2 anos de governo socialista.

Aborda as áreas da Economia, da Saúde, da Educação, da Cultura, do Ambiente e da criação de empregos.

No mesmo documento apresenta uma resenha das propostas que o próprio PSD apresentou naquele período de tempo, relativamente à Justiça, ao combate à corrupção, à Segurança Social, à Educação, ao combate ao desemprego, ao apoio às PME e às reformas do Estado.

Sem qualquer comentário, aqui ficam todas, tal como se apresentam no documento divulgado pelo partido, para conhecimento e análise de quem nisso estiver interessado.

O documento, em pdf, pode ser consultado aqui, ou mesmo no site do PSD.
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939. Ingres

O banho turco
Jean-Auguste-Dominique Ingres
1862 óleo s/madeira
Museu do Louvre, Paris
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domingo, 11 de março de 2007

938. Vêm aí os chineses… (10) – O planeta dos filhos únicos

(...) A lei do filho único travou brutalmente o aumento da população, que hoje em dia regista um crescimento de apenas 0,7 por cento ao ano. Ainda uma geração atrás, a China tinha um número de habitantes equivalente a uma vez e meia o da Índia: dentro de dez anos, a Índia tê-la-á atingido com o valor de 1,4 mil milhões. O êxito chinês não foi totalmente indolor. Quando, no final dos anos 70, foi decidido o controlo dos nascimentos (…) a lei era aplicada pelo Partido Comunista através de métodos autoritários (incluindo alguns abortos forçados) (…).Seguiram-se instrumentos mais suaves, com os desincentivos fiscais e assistenciais (depois do primeiro filho, os impostos aumentam e a escola encarece). (…) Actualmente, nas metrópoles «americanizadas» de Pequim, Xangai e Guangzhou, os jovens preferem desfrutar do desafogo económico, as mulheres pensam na carreira, a tendência social dos casais que decidem não ter filhos alastra sem necessidade de planificações vindas de cima, mas por sua própria escolha. De repente, o governo de Pequim dá por si a ter de enfrentar (…) todos os problemas decorrentes da diminuição da natalidade: envelhecimento acelerado da população, a necessidade dum sistema de segurança social, crises no sector da saúde.
Xangai (…) já se encontra a braços com os sintomas de falta de jovens no mercado de trabalho. Em mais uma demonstração de estar na vanguarda das mudanças políticas, Xangai foi a primeira a quebrar o tabu: as autoridades da cidade ofereceram incentivos fiscais aos casais que têm dois filhos. A nível nacional, o presidente Hu Jintao nomeou uma força de intervenção de 250 demógrafos e economistas encarregados de reexaminar a política de nascimentos. Alguns especialistas aconselham a adopção oficial da «política dos dois filhos», que será indispensável a longo prazo para estabilizar a população e garantir o equilíbrio entre velhos e novos.
(…) O desequilíbrio entre homens e mulheres encontra-se entre as consequências colaterais da campanha contra as famílias numerosas.
Ainda que dos anos 70 em diante a maioria dos chineses tenha sido forçada a acatar as directivas do filho único, não foi por isso que abandonou antigos valores como a crença na superioridade do homem: trata-se de preconceitos ancestrais, herança duma sociedade agrícola na qual as mulheres eram consideradas menos produtivas, até porque, após o matrimónio, eram obrigadas a servir a família do marido ajudando e cuidando dos sogros. Com a proibição de ter mais que um filho, para muitas famílias chinesas tornou-se ainda mais importante o facto de gerarem um herdeiro do sexo masculino. Nos anos 80, o infanticídio das recém-nascidas conheceu um novo surto alarmante, obrigando as autoridades a uma primeira alteração de rota: se o primeiro filho fosse do sexo feminino, nas zonas rurais, a autorização para ter um segundo filho era imediatamente concedida. Contudo (…) foram difundidos por toda a China novos meios, como a ecografia. A possibilidade de conhecer com certeza o sexo do nascituro determinou o recurso ao aborto em larga escala para evitar o nascimento de raparigas. (…) Pequim baniu as ecografias, mas com resultados modestos (…) a discrepância entre os dois sexos continua notória. Com base no último recenseamento demográfico, a China conta com uma proporção de 120 homens para 100 mulheres. (…). Por este andar, no final da próxima década, a China terá um número de homens adultos condenados ao celibato compreendido entre os 30 e os 40 milhões. Na ausência de medidas correctoras extremas e improváveis (…) uma superabundância tal de homens desencadeará patologias e tensões sociais. (…)
O risco contra o qual Pequim se deveria prevenir é porém de outro tipo, o risco de instabilidade interna.
(…) pressente-se o receio de criar uma geração de rapazes prontos a explodir. Basta tornar a ver as gravações televisivas de 1989 para recordar que não foi com certeza uma população de senhoras de idade avançada que desceu às ruas para se manifestar contra o regime e desafiar os seus carros blindados. A derradeira fogueira de protestos, como tantas outras que a precederam, teve como protagonistas absolutos os estudantes universitários. Na sua grande maioria, do sexo masculino. (…)
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Talvez que o sôr ingenhêro e noss’primêro devesse tomar mais atenção ao que se passa no mundo, principalmente no mundo que vai ser determinante no decurso deste século.

Se aproveitasse os momentos livres que tem para ler livros como este (Il Sécolo Cinese, de Federico Rampini) e outros, que por aí há a alertar, talvez que abandonasse a ideia de se meter, e ao país, em políticas caducas, que apenas revelam atraso civilizacional, mas também político e demográfico e, desse modo, deixássemos de ser conhecidos como meros imitadores, mas apenas do que de mau vem lá de fora.

É de duvidar, porém, que algum dia tal venha a acontecer. O sôr ingenhêro e noss’primêro tem revelado ser homem de apenas uma verdade, sem evidenciar “disposição” para apreciar outras realidades… mais realistas do que a sua.