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Aqui vão sendo deixados pensamentos e comentários, impressões e sensações, alegrias e tristezas, desânimos e esperanças, vida enfim! Assim se vai confirmando que o Homem é, a jusante da circunstância que o envolve, produto de si próprio. 2004Jul23
Assunto: O metro mais bem planeado e os autarcas mais inteligentes
Há sessenta anos que há aeroporto na Portela, e há cinquenta que há metropolitano em Lisboa.
Há quantos anos há metro no aeroporto (dentro da cidade)? Ainda não há; estão a construí-lo.
Desde que há metro que os utentes da estação de Santa Apolónia poderiam usar o metro para lá chegar – se a estação de Santa Apolónia existisse. Já existe: foi inaugurada há quatro meses.
Construí-la foi uma monumental obra pública, que teve seriíssimos problemas durante a sua execução, demorou anos e anos e custou o triplo ou o quádruplo do inicialmente previsto.
E quatro meses depois de inaugurada a conclusão de tão longa empreitada, tão trabalhosa, tão cara e tão custosa para os lisboetas, qual é a ideia?
Encerrar a estação de Santa Apolónia à actividade ferroviária
(e guardá-la para “terminal de cruzeiros” – é bem sabido que quem faz cruzeiros em Portugal anda de metro todos os dias).
Digam lá – há coisa mais bem planeada que o metro de Lisboa? Haverá pessoas mais iluminadas que os autarcas de Lisboa?
Filipe Moura
Gentileza de J.F.Faria
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Albrecht Dürer tinha um irmão, de nome Albert.
Ambos gostavam de pintura e evidenciavam assinaláveis dotes naturais, que desejavam aperfeiçoar, através do estudo.
A família Dürer, que vivia em Nuremberga, na Alemanha, era, contudo, pobre e sem possibilidade de dar estudos aos dois.
Então, os irmãos discutiram o assunto entre si e decidiram-se pelo que acharam ser uma boa solução, aliás a única, no seu caso.
Um dedicar-se-ia ao estudo, enquanto o outro ficaria a trabalhar nas minas de carvão, com o que pagava a preparação artística do irmão.
Assim foi feito.
Tiradas as sortes, coube a Albrecht o estudo, enquanto o irmão se confinava ao trabalho duro das minas.
Com uma aprendizagem adequada, Albrecht criou trabalhos que lhe deram grande fama e proventos consideráveis.
Então, não repudiando o acordo que com Alberto fizera, propôs ao irmão que fosse também estudar, que ele, Albrecht, pagaria as despesas.
Alberto, porém, agradeceu ao irmão o respeito pelo compromisso assumido, mas declinou a oferta com a alegação, verdadeira, de que os 4 anos passados nas minas lhe teriam provocado tal artrite que lhe deformara as mãos e o deixara incapaz de cumprir o sonho.
Para ele, era já tarde. No entanto, sentia-se compensado por saber que ajudara o irmão a tornar-se num artista considerado.
Em homenagem a Albert e ao seu sacrifício, Albrecht desenhou-lhe as mãos em postura de oração. São “Die Betenden Hande”, ou seja, as “Mãos que Oram”, que neste post ficam reproduzidas.
...Prezada senhora,
Faço-o aqui porque, tendo procurado um seu blog de candidatura, apenas encontrei o há dias atrás anunciado no endereço http://manuelaferreiraleite.blogspot.com.
Curiosamente, porém, sem qualquer conteúdo e impossibilitando a inserção de comentários, quando menos, depois de “filtrados” pela candidatura.
Em abono da verdade, apenas encontrei um em nome de Pedro Santana Lopes e, este sim, sem restrições. Idiossincrasias?
Pois bem, impossibilitado, assim, de lho dizer em maior recato, vejo-me na necessidade de usar este meio um pouco mais público para lhe expressar o meu sentir de militante social-democrata setubalense, com o número 29715, com as quotas actualizadas, embora sem militância.
E o meu sentir expressa-se, como irá constatar, de forma muito rápida e, espero, sem deixar lugar a quaisquer dúvidas.
Vejamos, então, qual é esse meu sentir:
1 – Agora que está a concorrer ao cargo de Presidente do Partido Social-Democrata, gostaria que ficasse a saber que os meus votos vão todos no sentido de que não seja a Senhora a escolha dos militantes do PSD.
Faço-o, porque sempre me revi no projecto de sociedade que o Partido Social-Democrata defende, muito trabalhei pelo Partido em tempos árduos e região muito difícil, sem nada pedir em troca e, continuando hoje em dia a viver muito o que no meu partido se passa, não a avalio – e peço-lhe desculpa por isso, mas não posso iludir a verdade – como pessoa adequada a conduzi-lo a bom porto;
2 – Agora que está a concorrer ao cargo de Presidente do Partido Social-Democrata, gostaria que ficasse a saber que, no caso de, contrariamente aos meus desejos, que espero que sejam os desejos da maioria dos social-democratas inscritos no Partido, vir a ser a Senhora a eleita, ficarei a formular votos muito sinceros de que ninguém do PSD lhe faça a si o que a Senhora e os seus amigos – designadamente Cavaco Silva e o que ainda hoje não conseguiu emergir do juvenil estatuto de enfant-terrible, Marcelo Rebelo de Sousa, e bem assim o inefável filósofo marmeleirense, José Pacheco Pereira, isto para chamar as pessoas pelos nomes, como bem merecem e é bom que se faça sempre – têm vindo a fazer a diversos presidentes do PSD, regular e democraticamente eleitos, com o que, mais do que ninguém, têm contribuído para o enorme desgaste e inaceitável descrédito a que o Partido foi conduzido perante os Portugueses;
3 - Agora que está a concorrer ao cargo de Presidente do Partido Social-Democrata, gostaria que ficasse a saber que, no caso de, contrariamente aos meus desejos, que espero que sejam os desejos da maioria dos social-democratas inscritos no Partido, vir a ser a Senhora a eleita, ficarei tremendamente ansioso e inquieto pelos previsíveis resultados que virá a obter no confronto a que se verá obrigada com Sócrates – o tal que não foi, não é nem virá a ser algum dia filósofo de doutrina reconhecida, aceitável ou não. É que esses resultados serão, com toda a certeza, desastrosos.
Poder-se-á dizer que, em caso de se verificar o que preconizo na parte final de 3., haveria toda a justificação para que eu me sentisse reconfortado por poder então constatar que não há culpa sem castigo e por ter assistido, de balcão, à merecida queda de mais um mito dos muitos que se passeiam pelo Partido.
Mas não, minha prezada Senhora. Não sentiria, porque sou mesmo social-democrata do PSD e os inêxitos do Partido não constituem refrigério para mim, embora nem todos tenhamos essa postura, como sabe a Senhora, como sei eu, como sabemos quase todos, afinal. Porque o Partido, como ideia de sociedade que é, conta sempre. As pessoas, contudo, são meras circunstâncias. Claro que umas mais do que outras, mas assim mesmo, circunstâncias.
Por estas razões que, presumo, terão ficado bem claramente expostas, consegue imaginar o fervor com que fico a rezar aos meus santos de maior devoção para que lhe ofereçam uma clara derrota, embora sem perda de dignidade pessoal, nas próximas “directas” do PSD? Directas essas que felizmente existem, para que o resultado que sair seja a expressão do sentir do conjunto dos militantes e não um desolador e desmotivador arranjo de capelinha.
Não nos veremos no dia 31, como não nos vimos ontem, aqui em Setúbal, nem em outro dia qualquer, com toda a certeza. Estarei, no entanto, muito atento.
Creia-me,
Ruben Valle Santos
Mil. 29715
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Esta é uma recomendação da Cruz Vermelha a nível mundial:
Há muito tempo que uso a sigla internacional conhecida por ICE (in case of emergency, ou seja, em caso de emergência ou urgência)
Tenho, pois, o ICE nos contactos do telemóvel. Como eu, milhares de portugueses, por certo, o fazem há uns anos, pois que na Internet isso foi muito divulgado.
A Cruz Vermelha (se é que se trata realmente da Cruz Vermelha...) não só vem tarde, como parece querer apresentar uma solução inovadora, quando não o é.
E o mais racional seria que a Cruz Vermelha aconselhasse as pessoas a usarem o ICE, para se harmonizar o sistema, tal como aconteceu, por exemplo, com o número de telefone para pedido de auxílio à emergência médica, que antes era o 115 e que, por questão de uniformidade na UE, alterámos para 112.
É certo que se pode rebater esta ideia com a questão de haver muitas pessoas em Portugal que não sabem o que significa in case of emergency. Tal circunstância, porém, não é impeditiva de que o usem. Desde que saibam que, em caso de acidente ou outra emergência, para contactar alguém da família devem discar o número que está no telemóvel sob a designação ICE, não haveria qualquer problema. Em todo o mundo nem toda a gente fala ou percebe inglês e, no entanto, internacionalmente é o ICE que é reconhecido.
Vir-se agora, em ar de quem descobriu a pólvora descoberta, lançar mais uma confusão, das muitas que por aí andam, não me parece bom serviço prestado pela Cruz Vermelha, pelo que ponho a dúvida a autoria de tal sugestão.
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Um casal tinha dois filhos, de 8 e 10 anos, que eram umas pestes.
Gentileza de J. F. Faria
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O autor
Artur Bual foi um pintor e escultor português.
Nasceu em 1926 e faleceu em 1999.
Cursou na Escola de Belas Artes e foi autor de numerosas obras espalhadas um pouco por todo o lado. Talvez que a sua principal fama lhe tenha advindo das inúmeras interpretações da crucificação de Cristo a que deu alma, principalmente em serigrafia, mas também em outras formas, como o carvão.
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