Aqui vão sendo deixados pensamentos e comentários, impressões e sensações, alegrias e tristezas, desânimos e esperanças, vida enfim! Assim se vai confirmando que o Homem é, a jusante da circunstância que o envolve, produto de si próprio. 2004Jul23
sábado, 10 de fevereiro de 2007
872. Vêm aí os chineses… (7) – A Nova Iorque do futuro
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Dessa viagem começara mesmo a fazer alguns relatos, quando deparei com o livro de Rampani, que me levou a suspender o que tinha vindo a fazer e a enveredar por este meio, dado que o que vira estava em perfeita sintonia com o que ele descreve, com a vantagem de a narração dele ser mais rica e conhecedora, uma vez que vive em Pequim há muitos anos. Mas sigamos F. Rampini.
«Já morei em Los Angeles e em Paris. Hoje em dia não me restam dúvidas: o centro do mundo deslocou-se aqui para Xangai», declara Liu Tao, que, para os ocidentais, americaniza o seu próprio nome para Teddy Liu. Vinte e oito anos, jornalista do_JiefangDaily, Liu apresenta os traços típicos da nova classe média urbana que tem vindo a mudar a história da China: é casado com uma mulher que trabalha para um banco de investimentos, tem um Chevrolet desportivo, faz as compras no hipermercado francês Carrefour e possui o orgulho característico do xangaiense, cidadão duma metrópole de 20 milhões de habitantes que no século XXI, de acordo com a revista Time, assumirá o papel que pertenceu a Nova Iorque no século que há pouco deixámos para trás. (…) não é difícil acreditar naquela profecia.
Em nosso redor, a Nova lorque da Ásia já ultrapassou em audácia o modelo original. O bairro de escritórios de Pudong, com os seus 4 milhões de metros quadrados de espectaculares arranha-céus erguidos em apenas dez anos, faz com que os Estados Unidos pareçam um continente antigo. Os próprios americanos parecem estar subjugados pelo fascínio deste desafio: na revista de moda do The New York Times, Qi Qi, a Linda Evangelista chinesa, exibe as novas colecções tendo por fundo as paisagens futuristas de Pudong. O The Wal! Streetjournal intitula um suplemento turístico «Shanghai Chic», apresentando uma lista dos hotéis de cinco estrelas recentemente inaugurados: Marriott, Four Seasons, Ritz-Carlton, St. Regis.
Armani, Bulgari, Louis Vuitton, Rolls-Royce: nenhuma marca de luxo se pode permitir não ter lojas em Xangai, e a Universal Studios, para aproveitar o afluxo de turistas do mundo inteiro, constrói aqui uma réplica do seu parque de atracções de Hollywood.
Nas horas de ponta, os Audis (e os Mercedes e os BMW e os Buicks e os Chrisler e os Toyota que nem sonhamos, acrescento eu) substituíram prontamente as bicicletas em engarrafamentos asfixiantes nas grandes artérias metropolitanas, de tal forma que a cidade tem de limitar o tráfego com soluções audazes: as novas matrículas são levadas a leilão. À velocidade de um raio, Xangai obliterou décadas de austeridade comunista (…) É em Pudong que se situa o hotel mais alto do planeta, os maiores grandes armazéns, a torre de televisão mais elevada, o combóio mais rápido. O objectivo é ultrapassar o mundo, isto é, a América.
(…)
De 1990 até hoje, em paralelo com a explosão do capitalismo, os nascimentos sofreram um decréscimo de 30 por cento. Trata-se em parte de uma reacção que reflecte o estilo de vida dos pais, que a política do filho único tornou excessivamente protectores: demasiados sacrifícios, demasiada dedicação ao precioso descendente. Em simultâneo, este fenómeno constitui uma outra face do afastamento da vida política que acompanhou a descolagem dos anos 90 que se seguiu à repressão de inúmeros estudantes na praça Tienanmen. Liu é a prova disso. “Anteriormente era jornalista político, agora prefiro escrever sobre negócios. É mais emocionante. Estou convencido de que esta mudança de interesses também é partilhada pelos meus contemporâneos.»
«Entre os meus colaboradores encontram-se muitos rapazes da geração que atingiu a idade adulta depois de Tienanmen», confirma Victor Ho, um advogado de negócios de Xangai que regressou à pátria depois de passar vários anos a trabalhar em Hong Kong. «Uma geração de individualistas, de hedonistas: desejam alcançar o mais depressa possível um maior bem-estar material.» O economista Liu Xen, da Universidade de Xangai, considera os seus alunos «eivados dum cinismo profundo. Desde os 10 anos de idade que estudaram nos manuais de propaganda, quando chegaram aos 18, perceberam que é tudo falso e não acreditam em nada: não lêem nada, querem apenas um diploma, dinheiro, uma carreira.»
Na Xangai de hoje, competitiva e ambiciosa, criar um filho custa caro, sobretudo se este filho tem de ser um «vencedor». A escola pública não garante um futuro coroado de êxitos, e assim explode o negócio das instituições privadas que oferecem professores de língua-mãe inglesa e cursos intensivos de matemática desde a mais tenra infância para preparar os futuros candidatos aos mestrados das universidades norte-americanas. (…)
A disparidade entre as duas Xangai, a de Armani e a dos assalariados rurais, permite medir a distância até agora percorrida pela China. Ainda vinte anos atrás, este era um país austero que racionava os bens de consumo, mas que se podia gabar dum dos níveis de desigualdades sociais mais baixos do mundo. (…) «Hoje em dia, o capitalismo é a única resposta à nossa necessidade de desenvolvimento, que ainda é muito forte», afirma o economista Liu Xin. «Pensar que a equidade social poderia ter prioridade enquanto éramos um país pobre à espera da descolagem seria um erro. Mas a China de hoje continua prisioneira duma espécie de ilusão marxista, ou seja, de que a economia é omnipotente, que o desenvolvimento tudo cura e soluciona. Assim, passámos do totalitarismo comunista a um capitalismo de tipo autoritário baseado no modelo de Singapura. (...) Por agora, mantêm-se as tréguas entre as duas Xangai: a Xangai do Grande Prémio de Fórmula Um, dos yuppies sem filhos e dos colégios bilingues e a Xangai das jovens criadas vindas de longe: com cem euros de salário mensal, os 3 milhões de trabalhadores imigrados do interior do país conseguem ainda poupar para enviar uma ajuda para casa. Para os familiares que ficaram no campo, aquele cheque que chega da remota Xangai constitui o eco longínquo da nova riqueza chinesa.
(…)
(continua)
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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
871. O embuste
A começar pelo noss'primêro, que não se coíbe de afirmar - ainda ontem o fez aos gritos, como ele tão bem sabe... - que temos que nos igualar aos países mais avançados, que não podemos deixar de "entrar na modernidade".
Vejamos, então, quem são, na Europa, os países da modernidade e os do atraso.
Está, agora, pois, a saber com quem ficaremos equiparados na questão do aborto "a pedido da mulher", que não necessitará de qualquer fundamentação em razões graves...
A quem ficaremos, pois, equiparados na modernidade...
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869. Sondagens e “primêros”…

Ontem, a Eurosondagem, empresa muito respeitável e certamente digna de ser considerada de crédito - como, aliás, qualquer empresa - pertença de um militante socialista, de seu nome Rui Oliveira e Costa, dava a conhecer que o Sim estaria à frente do Não em cerca de 6%.
Dizer-se que está na dianteira por 6% significa que está à frente, na realidade dos números, por 3%. Porquê? Porque basta que o Não suba 3% para que fiquem empatados, uma vez que a percentagem que um sobe é igual à que o outro desce.
Em menos de um mês passar de uma vantagem superior a 20% para uma outra de 3% é obra!
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868. “P’ra pior, já basta assim…”

O noss’primêro, em reunião de apoiantes do Sim, ontem à noite, botou falação.
E que disse o noss’primêro?
Apenas isto:
Portugal tem que se alinhar pelo grupo de países que já liberalizaram o aborto. Não pode, em resumo, deixar de entrar na “modernidade”.
Magnífico discurso! Muito digno.
Se nos detivermos a analisar serenamente as palavras de tão ilustre governante, uma primeira conclusão temos que retirar:
Sua excelência não diz que a legalização do aborto seja uma coisa digna, não! Diz, isso sim, que temos que copiar outros. Como no "reisinho mandado", talvez, digo eu...
Significa isto que, de novo, não se trata de pensarmos pela nossa cabeça. Devemos, pelo contrário e uma vez mais, imitar outros, independentemente da bondade ou maldade da acção que esses outros praticaram. Se eles um dia se lembrarem de ir... lamber sabão, digamos, lá teremos que ir também. E, alerto para a circunstância de lamber sabão não ser assim tão gravoso para quem não gosta. Há coisas bem piores. Se há!...
Ou seja, o noss’primêro ficará todo catita, feliz e contente se nos convencer a reduzirmo-nos a macaquinhos de imitação. Fazemos as coisas, não pelo seu real e intrínseco valor, mas porque os outros o fizeram também. Inconscientemente, sem o mais ligeiro pensamento próprio, sem o mais leve juízo crítico, portanto. Devemos actuar por cópia, como os macaquinhos de circo. Ora toma!
Elucidativo!
Continuando a analisar as palavras do noss’primêro - que nos calhou em sorte, claro! - poderemos concluir que ele acha que, legalizar a possibilidade de uma mãe, discricionariamente, se desfazer do filho que traz no ventre e que, não em todas, mas na maior parte das circunstâncias, concebeu porque assim quis ou porque foi descuidada – há tantos meios de prevenção que a dificuldade é quase só a de escolher qual o mais adequado… – é entrar na “modernidade”. Na "modernidade", tome bem nota!...
Não vale a pena acrescentar seja o que for. O noss’primêro bateu no ponto e bateu todos os pontos. Em cheio. Na mouche. Calou bem fundo.
Grande e insubstituível, o noss’primêro! Que Deus o proteja e guarde por muitos anos, entre nós, embora lá distante da turba, no assento etéreo onde o alcandoraram. Por mim, não quero outro. Este chega-me. E sobeja!
Como é que cantava o Sérgio Godinho? Ah, pois! “P’ra pior já basta assim…”
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867. Mais uma pérola do SIM

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
866. É capaz de imaginar?

É capaz de imaginar um mundo sem Teresa de Calcutá?
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É capaz de imaginar um mundo sem Wolfgang Amadeus Mozart?
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É capaz de imaginar um mundo sem Louis Pasteur?
É capaz de imaginar um mundo sem Henrique, o Navegador?
É capaz de imaginar um mundo sem Pablo Picasso?
É capaz de imaginar um mundo sem Homero?
É capaz de imaginar um mundo sem Shakespeare?
É capaz de imaginar um mundo sem Christine Keller?
É capaz de imaginar um mundo sem Michelangelo Buonarroti?
É capaz de imaginar o mundo sem Martin Luther King?
É capaz de imaginar um mundo sem Mahatma Gandhi?
É capaz de imaginar um mundo sem tantos outros seres humanos de eleição, agindo nas mais variadas áreas?
E, no entanto, seria o que teria acontecido se as respectivas mães - certamente muitas delas passando por tremendas dificuldades - não se tivessem, mesmo assim, decidido pela vida de seus ilustres filhos.
É isso.
Se discorda do que fica dito – e como discordar? -, discorde à vontade, usando todos os argumentos que melhor entender, mas, por favor, refreie qualquer impulso de oportunismo canhestro e esperteza de arrabalde, esgrimindo com a história contrária, ou seja, um mundo sem Hitler e sem tantos outros de semelhante jaez.
Deixo isto à sua reflexão. Por uns momentos, apenas. Vai ver que não custa nada chegar à única conclusão evidente e possível.
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865. Oh, dear!
Consul:.......... What is your name?
Arab:............. Abdul Aziz
Consul:.......... Sex?
Arab:............. Six to ten times a week
Consul:.......... I mean, male or female?
Arab:............. Both, male and female. Sometimes even camels.
Consul:.......... Holy cow!
Arab:............. Yes, cows and dogs too!!!!
Consul:.......... Man!... Isn't it hostile?
Arab:............. Horse style, dog style, any style
Consul:.......... Oh, dear!
Arab:............. Deer? No deer, they run too fast!
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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
864. A finalidade das leis.

Nuns casos, porque nunca foi aprendido, o que é desculpável. Quem não aprendeu, não pode saber. Há que dar algum desconto, portanto.
Em outros, porém, porque foi esquecido, de tanto ter sido espezinhado e reduzido a uma massa disforme sem, pois, as características que o definem como uma dos maiores - quiçá a maior - das conquistas da Humanidade. Nestas circunstâncias, é lamentável que tenha acontecido esse esquecimento.
Não queremos, no entanto, dar a quem se preferiu esquecer, o "benefício" de continuar esquecido.
Por essa razão, aqui se relembra esta verdade elementar. As leis, todas as leis, o conceito de lei, melhor dito, nasceu da necessidade de, em caso de conflito, se protegerem os direitos de cada ser humano.
Mas tal nem seria provavelmente necessário, se os seres humanos, todos os seres humanos, pudessem defender-se por si próprios, dispusessem de meios - força física entenda-se, primacialmente - para se defenderem. Se as pessoas pudessem todas, por si só, organizar a defesa dos seus direitos legítimos, certamente que as leis seriam prescindíveis.
Mas não é isso que acontece, como sabemos.
Haveria, evidentemente, os que bem podiam passar sem leis e até gostariam de que elas não existissem, porque a vida lhes ficaria muito facilitada, em face da panóplia de meios próprios de que disporiam para fazer valer as suas reivindicações; em contrapartida, haveria os que, por um conjunto de circunstâncias adversas, ficariam completamente à mercê da razão da força, ainda que consigo tivessem a força da razão. Precisariam, pois, de algo ou alguém que os defendesse, sem o que ficariam à mercê da arbitrariedade, totalmente indefesos.
Aqui está, pois, a razão de ser da "invenção" dessa coisa chamada "lei", de que o primeiro conjunto, pelo menos o primeiro mais antigo conhecido, constituíu o Código de Hamurábi, na cidade de Babilónia, capital da antiga Suméria, na Mesopotâmia, onde hoje, mais coisa menos coisa, se situa o Iraque, lá pelo ano 1.700 a.C., ou seja, há 3.707 anos. Imagine-se!
Ora, se as leis foram criadas para proteger os mais fracos e desprotegidos, precisamente das agressões e outras malfeitorias dos mais fortes, a intenção subjacente foi a de equilibrar os pratos da balança da Justiça, dando aos cidadãos, a todos os cidadãos, garantias de que, para além da força física, de outros meios disporiam para se defender com eficácia.

Ora, assim sendo, como justificar, de forma honrada e justa, a deturpação daquele princípio, daquela recta intenção, fazendo reverter a força de institutos para-legais, pré-legais e mesmo legais em toda a acepção da palavra, no sentido de que subvertam tudo o que está contido em tantos manuais de Direito, baseados em princípios de Ética e Moral que não podem ser obliterados?
Acontece que, por ter sido julgado insuficiente a criação dessas leis de salvaguarda, chegou-se mesmo ao, ponto de nomear agentes da Justiça - no caso os representantes do MºPº - cuja missão mais nobre consiste precisamente na da defesa dos interesses dos menores e incapazes, os mais fracos, portanto.
Legislar no sentido diametralmente oposto àquele é regredir a 3.707 anos e, pior, fazer tábua rasa de tudo o que a Civilização Humana foi criando ao longo de milénos, invertendo todo o sentido humanitário-legal, ao regulamentar que o mais forte possa, à sombra da lei - imagine-se! - cortar a vida do mais fraco, sem que, quando menos, lhe pese a consciência, já que a "lei" tal lhe faculta em plenitude.
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863. A esperança continua nos jovens de alma limpa.

861. Ah, grande Carmona!
860. Mais pérolas do SIM
Atente-se particularmente na extraordinária declaração de José António Pinto Ribeiro, um verdadeiro guru do SIM.
“Um ovo não é igual a um pinto, um ovo não tem os mesmos direitos do que um frango”
Só não deve bater-se-lhe forte e feio, porque, para sua desdita, já lhe basta o ser "capaz" de afirmações deste quilate. Na verdade, quem isto diz já está mais do que castigado. Quem com ele alinha, também.
De qualquer modo, o autor da graçola estaria antecipadamente desculpado. Afinal, trata-se de um "pinto" a falar do que sabe... do que lhe está mais de feição... e ao nível de um verdadeiro "pinto", em família, portanto. Conversa de capoeira, enfim!
Por favor, alguém que encurte a campanha, o mais depressa possível; se já chegámos à condição de pintos - os verdadeiros -, cuja inteligência é o que se sabe, se a coisa continua, onde iremos parar?
* * *
Atenção, porém: que o efeito "pinto" - muito "pintarolas", na verdade - não nos distraia da excelsa máxima do MIC!...
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859. Oportunidade de ouro
A Comissária europeia das Relações Externas, Benita Ferrero-Waldner, sublinhou ontem a necessidade de acabar com a excisão genital feminina, prática que classificou de "abominável", considerando que nenhuma tradição a pode justificar.
"Não podemos fechar os olhos a esta prática", assinalou a comissária num comunicado sobre o Dia Mundial Contra a Mutilação Genital Feminina, que ontem se assinalou, em que indica que cerca de dois milhões de raparigas são anualmente vítimas de excisão.
A União Europeia continuará a fazer o possível para pôr fim àquela prática, que ocorre não só fora das nossas fronteiras, mas também dentro, declarou Benita Ferrero-Waldner. Segundo um estudo da Universidade de Viena, o número de casos de excisão na Europa ronda os 500 mil.
A comissária assinalou que a UE incluiu um compromisso contra a mutilação genital feminina no Acordo de Cotonou, que regula as relações com 79 países de África, Caraíbas e Pacífico.
Jornal de Noticias
Ora, isto, sim, é defender as mulheres.
Se os pretensos defensores de direitos femininos que por aí vegetam, se preocupassem realmente com a situação das mulheres, em geral, e de tantos milhões, em particular, dispunham, nesta questão, como em imensas outras, aliás, de muitas oportunidades para evidenciarem e darem livre curso de acção aos seus alegados incómodos e solidariedade.
Não se pense que estas situações se verificam apenas “lá fora”. A UE já admite que as há no seu território e nada custa a acreditar que, em Portugal, as haja igualmente e em números também assustadores.
É bom que não seja esquecido que temos, dentro das nossas fronteiras, muitas comunidades oriundas de pontos do globo em que esta selvajaria – a excisão clitoridiana - é corrente, nada levando a crer que tal prática tenha sido abandonada só porque se subiu na latitude.
Isto, sim, seria uma boa causa, uma causa digna, uma causa justa para essas “almas generosas” abraçarem com todo o carinho, pundonor e entrega.
Até mesmo porque constituiria oportunidade de ouro para se dedicarem a proteger mulheres, com a vantagem de não se verem simultaneamente “obrigados” a advogar o sofrimento de outrem, a morte de outrem.
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858. Portugal 2 - Brasil 0

Soube bem, não soube?
Não tanto pelo facto de o adversário ter sido o Brasil.
Muito mais, isso sim, por ter sido uma vitória obtida com limpeza, sem eufemismos, sem sofismas, sem embustes.
E mais: quando se ganhou pôde afirmar-se, sem vergonha, que aquela vitória era a que desde o início tínhamos querido, era a que desde o início afirmáramos e, para a obter, lutámos com pundonor, com garra, com galhardia, sem ludíbrios, sem jogo sujo, sem enganar ninguém. Enfim, com toda a lisura!
É bom vencer assim. Como deve ser triste e traumatizante vencer de outro modo!...
E, se de outro modo, não se conseguir vencer, que tragédia, não? De que terão valido todas as trafulhices feitas em campo?
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
857. Pérolas do SIM...
Estas verdadeiras pérolas de mui ilustres apoiantes do SIM ao aborto - colhidas no site www.assimnao.org - devem ser abordadas, sim, mas desde que o leitor se encontre sentado e bem amparado por todos os quadrantes, não vá dar-se o caso de cair para o lado, para trás ou até para a frente, siderado com tamanha preclaridade, com filosofia de vida tão humana e, acrescente-se mesmo, tão humanitária!... Seria uma catástrofe! Bem, está avisado!...
Vejamos então:
Vitalino Canas
Partido Socialista
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"Apelo a uma campanha baseada em argumentos de ciência e racionais e não em argumentos de moral e de ética."
TSF 12 Janeiro 2007
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Sim, já cá se sabia que sempre se deram mal, muito mal, com a Moral e com a Ética.
O problema está mesmo todo aí. Na ausência de uma e de outra.
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Lídia Jorge
escritora
"(o feto de dez semanas) “é uma coisa humana”
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E nós a pensarmos que não!...
Mas, afinal, é uma "coisa", está a perceber? Ok, prontosss!, "humana", mas "coisa"!... E, como é uma "coisa", dela se pode fazer qualquer "coisa".
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Manuel Alegre
Partido Socialista
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“deixou de ser pertinente e sério insistir no tema da vida do embrião ou do feto e da sua eventual prevalência sobre a vida da grávida”
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Que grande poeta, hein? Que sensibilidade de alma! Que nobreza de sentimentos!
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856. Sócrates, o filósofo

Sócrates nasceu em Atenas, talvez cerca de 470 aC. Foi um dos grandes pensadores da Grécia.
Filósofo, foi autor do célebre método socrático que consistia na geração e validação de ideias e conceitos, baseadas em perguntas, respostas e mais perguntas. Levava o interlocutor a cair em contradição, para que chegasse à conclusão de que o seu conhecimento era limitado.
Em 399 aC, foi julgado. A acusação alegou que o ateniense “investiga indiscretamente as coisas terrenas e as celestes, tornando mais forte a razão mais débil, e ensinando aos outros”, o que foi considerado crime.
Condenado à morte, morreu com cerca de 71 anos, em pleno discurso, depois de ter ingerido grande quantidade de sicuta.
Elementos colhidos na Wikipedia
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E aqui está como este Sócrates, ateniense, filósofo brilhante, viveu em busca do conhecimento, ensinou gerações, foi julgado por ignorantes e morreu envenenado pela sicuta.
Será que V. conhece algum outro Sócrates que, não sendo ateniense, menos ainda filósofo, sequer brilhante, tenha vivido à margem do conhecimento, não tenha aprendido, quanto mais ensinado, não tenha sido julgado, nem ao menos por sábios, e não tenha morrido envenenado pela sicuta, nem, imagine!, atropelado por um recruta?
Hã?!
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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
855. Resposta a Daniel Oliveira
“Podíamos perder muito tempo aqui para debater a sua argumentação. O exemplo que escolheu, o da Bélgica, seria um bom começo. É o segundo país do Mundo com menos abortos por mil mulheres férteis. Uma tragédia, como vê. O primeiro é a Holanda. Poderia discutir consigo porque é assim nestes dois países e noutros dois (Cuba e Roménia), com legislações quase iguais, é exactamente ao contrário. Podia também dizer-lhe que os exemplos que escolheu para mostrar que aborto sobre quando despenaliza são os que tem. Na Áustria, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Itália, Noruega e Suécia desceu (números do OMS). E que podemos debater números e acreditar nuns e noutros, mas a seriedade deste debate exige que não sejamos selectivos nos exemplos que escolhemos.
Podia depois falar-lhe do número de mulheres que morrem ou ficam estéreis ou têm problemas de saúde graves por aborto clandestino, coisa que por essa Europa fora é impensável. Mas desta parte suponho que não vale a pena falar.
Alguém que se refere a uma conhecida jornalista como «namorada do 1º ministro» mostra o respeito que tem pelas mulheres.
Já agora, o sim e o não é à despenalização do aborto, não é ao aborto. É só para ajudar. Não vá o senhor chegar ao boletim de voto e julgar que se enganou.”
* * *
Tendo em atenção a importância do que está em jogo, decidi que a resposta deveria aparecer em aberto, em post, e não apenas em comentário, por norma escondido.
Ela aí fica, portanto:
* * *
Viva, Daniel Oliveira!
Suscitou-me, creia, um sorriso – não cometerei a indelicadeza de dizer-lhe que complacente – a circunstância de ter verificado que, tendo eu referido 10 pontos no apanhado/resumo que fiz de vários posts que aqui fui deixando, o meu caro ignorou todos os restantes, os mais importantes, os realmente importantes, por sinal, e pegou apenas no que tinha relevância menos notória, precisamente porque tratava de números.
Como sabemos, os números têm importância muito relativa quando são os princípios da Ética e da Moral que estão em discussão. A esses números atribuo, pois, o valor que eles efectivamente têm, isto é, o de meros faits divers, já que estão contidos no subjectivismo que sempre aparece nestas questões e que serve para distrair as atenções do fundamental. Confesso que, se fosse hoje, talvez nem a eles me tivesse referido, porque não interessam mesmo.
Acontece até que os elenquei, porque os havia metido em outro post anterior, o 849. Argumentário pelo Não – outra achega que, como poderá conferir, é mera transcrição minha de escrito de outrem.
Mas, confesso, jamais me passou pela cabeça que o meu caro iria neles pegar, pois que valem tanto quanto aqueles que o Daniel, e os que consigo estão, apresentam a par e passo, ou seja, nada por que valha a pena perder meio minuto.
Curiosamente e para minha estupefacção – ou talvez não… – sucedeu que o Daniel se agarrou a essa parte, esquecendo - certamente por não ter lido… –, os restantes pontos do post que comentou, onde tinha muita matéria para abordar, mas que preferiu ignorar. Como se ela não existisse. E como ela existe!... Nesse post e mais nos
* 815. É malhar em ferro frio, mas…
* 816. Este homem
* 826. Três razões médicas
* 845. A ética do Sim
* 846. A má consciência do Sim
* 847. Cai por terra outra falácia do Sim
* 848. Continuemos a falar com clareza
* 852. Quer parar por um momento e reflectir?
Efectivamente, nos restantes pontos, em qualquer deles e no seu conjunto, tinha matéria para um compêndio e, no entanto, imagine que não disse uma misérrima palavra! Eu sei que toda aquela matéria constitui algo que lhe causará muitos e terríveis incómodos, mas – que diabo, Daniel! – ao menos um paragrafozito, um mero período que fosse, sei lá, talvez uma meia frase, um subentendido, mesmo um mal-entendido... Mas não. Nada. Rien du tout.
Como eu gostaria que o Daniel alinhavasse um comentário, por exemplo ao ponto 10, aquele que refere que, do vosso ponto de vista, a solução dos alegados problemas de uma mulher grávida passa pela morte, por si própria decretada, do ser humano que traz dentro de si.
Na senda da sua posição, Daniel, também eu poderia dizer que podíamos perder muito tempo aqui para debater a sua argumentação. Mas não. Não poderemos… E sabe porquê? Porque ela não existiu. E não existiu porque não existe mesmo. Como acabou de se ver, ela, a sua argumentação, é apenas e somente um deserto. E, como sabemos, deserto é deserto. Nele nada se cria, nada se transforma, tudo se mata, tudo morre. Digo bem, tudo se mata e tudo, por conseguinte, morre. Tudo. Nada subsiste.
Quanto ao número de mulheres que morrem, ficam estéreis ou têm problemas de saúde graves, não seria mais correcto deixar-se de falácias, porque o assunto é sério e não se compadece com pilhérias?
O Daniel não tem nada para me dizer acerca do assunto, contrariamente ao que afirma. Sabe porquê? Porque, tal como eu e tal como qualquer cidadão comum, o Daniel nada sabe sobre a questão. Não há quaisquer dados fiáveis. Dados, há apenas os vossos que, como muito bem sabe, são falsos, porque inventados ao correr de insónias a que nem o “serenal”, pelos vistos, põe termo. Mas isso não é conhecimento. É obscurantismo de Middle Age. Em que o Daniel e muitos que o acompanham andam mergulhados e em que pretendem mergulhar incautos, não é, Daniel? É como a história, por ustedes sempre tão propalada, dos 20 e tal mil abortos clandestinos anuais em Portugal. Clandestinos! Que método usam para a respectiva contagem? O da adivinhação? Obscurantismo de novo?! Ora, discutam, sim, mas numa base de seriedade, valeu?
Já agora, a título de esclarecimento: quem está equivocado, ou quer equivocar alguém, não sou eu. Será talvez o Daniel ou quem alinha pelas suas posições.
É que, sabe?, o sim e o não, não são à despenalização do aborto, são ao aborto, ele mesmo. E ao aborto livre. O que está em questão é o aborto livre, arbitrário e patrocinado e pago pelo Estado até às 10 semanas. E apenas por agora! Lá mais para diante, logo se verá…, não é, Daniel? Por isso, deixe-se de habilidades. E, se nelas quiser persistir, então engendre-as com alguma sabedoria. Canhestramente é que não. Fica mal colocado e afasta quem ainda o possa levar a sério. Sem necessidade.
Certamente que sabe o que é eufemismo. E sofisma também. Tuteia-os, não? Muito pelo contrário, gosto de chamar às coisas o nome que as coisas têm. Não gosto de as encapotar e menos ainda aprecio que alguém me julgue básico a ponto de acreditar em primarismos como esse que o Daniel ensaiou. Está habituado – mal, evidentemente… – a tratar com gente pouco lida e pensada? Ou talvez se trate de pecha atávica.
Pode ter a certeza de que, chegado ao boletim de voto, não me enganarei. Melhor: não deixarei que me enganem. Nem o Daniel nem quantos, alegre, descuidada e prazeirosamente, talvez, mas irresponsavelmente decerto, alinham no tremendo embuste que está armado.
Mas, quer saber mais uma coisa que lhe digo, esta agora para rematar?
Desta vez pode ter a certeza de que o Daniel, e outros como o Daniel, quando a votar, lançarão os boletins de voto nas urnas. Desta vez, sim, com toda a propriedade, se poderá dizer que os estarão a fechar nas urnas. Realmente! Daí, aliás, não viria grande mal ao mundo, não fosse a lamentável circunstância de nelas não enterrarem apenas os boletins de voto.
Did I made myself clear enough?
* * *
NB.- Nota final e em footnote, porque o assunto não faz jus a outro relevo:
A senhora em causa foi apresentada urbi et orbe como namorada do noss’primêro, coisa que, aliás, me surpreendeu. Palavra! Foi assim que tive conhecimento da sua existência que, antes, ignorava por completo.
Quanto ao respeito que tenho pelas mulheres, concordo consigo: debato-me com um sério problema quanto ao respeitar mulher – ou homem – que faça uma afirmação como a que ela fez. Deixou-me estupefacto, siderado! Jamais imaginaria que alguém fosse capaz de a proferir. Mas foi...
...
854. Importa-se de repetir, pr'á gente entender?

Ora aqui têm, Vocências, um exemplo típico do "quero, mas não sei se quero", do "talvez seja melhor não querer... ou querer, sei lá!...".
.....
Alguém me ensina como se faz para agradar a todos?
...
Alguém que me ajude! (GULP!!!) ..
domingo, 4 de fevereiro de 2007
853. Aborto livre: resumindo

A que título, governantes actuando nestes termos, podem pretender o respeito dos cidadãos? Em 1998, o primeiro-ministro tomou a última atitude decente que podia tomar, ou seja, ao menos por decoro, absteve-se de intervir.
2 – Razão válida para o aborto livre, nas palavras da namorada do 1º ministro, está na miséria de ter-se um filho apenas por não se ter tido dinheiro para abortá-lo.
3 – Não há razão para que um médico ajude uma mulher na prática de um aborto. Isto, porque a destruição de um feto não é um acto médico; pelo contrário, é um acto que ofende a deontologia médica, já que uma mulher grávida não é uma doente nem o ser humano dentro dela o é igualmente.
4 – Do juramento de Hipócrates:
(…) Manterei (eu, médico) o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. (…)
5 – Qualquer disposição institucional pode ser legal e, no entanto, indigna e imoral. Os direitos humanos, com especial relevância para os direitos dos mais fracos e desprotegidos, sobrepõem-se a qualquer lei. O mesmo se diga em relação à Ética e à Moral. Nenhuma lei é legítima se não observar os impostergáveis príncípios da Ética e da Moral.
6 – Na questão do aborto livre há dois sujeitos intervenientes principais, rodeados por outros meramente secundários. São eles, a mulher e o filho que traz no ventre.
7 – Os dados que os defensores do aborto livre apresentam para sustentarem os pontos de vista que defendem são falsos. Foi o próprio ministério da justiça que, há um mês e porque a isso obrigado, o demonstrou, com os números oficiais que deu a conhecer, sob a assinatura do próprio ministro, ele mesmo um defensor do Sim ao aborto livre.
8 - Criticar fortemente agressões físicas a crianças, mesmo que tais agressões não resultem na morte, todos, defensores do Não e do Sim ao aborto livre, o fazem sem rodeios.
Insurgir-se contra abusos sexuais praticados contra crianças todos o fazem abertamente.
Denunciar violência moral contra crianças, todos se dizem dispostos a fazer, sem problemas de consciência.
Contra o aborto todos se dizem.
Porém, apenas os defensores do Não ao aborto livre, se mostram coerentes e respeitando as suas palavras, que, em plenitude, fazem coincidir com as convicções com que se afirmam.
9 – Outros dados, estes agora a desmentirem a argumentação de que a liberalização do aborto faz diminuir o seus números:
(…) no Reino Unido (…) segundo dados da Eurostat, desde a legalização o número de abortos foi multiplicado por sete e (…), em 2005, atingiu-se, no que se refere a Inglaterra e Gales, o número record de 186.416 e, no que se refere à Escócia, o número record de 12.603-(…).
Em Espanha, (…) o crescimento do número de abortos foi de 75,3% entre 1993 e 2003, e de 48,2% entre 1998 e 2003 (…).
Na Bélgica, foi atingido, em 2003, o número record de 16.707 (…).
Também não é verdade que a liberalização do aborto não se traduza no incremento de abortos múltiplos, na repetição da prática do aborto.
- A solução dos alegados problemas de uma mulher grávida passa pela morte, por si própria decretada, do ser humano que traz dentro de si.
…
sábado, 3 de fevereiro de 2007
852. Quer parar por um momento e reflectir?

Então, pense um pouco nas razões que tem ouvido ou lido dos apoiantes do Sim ao aborto livre até às 10 semanas.
...
Resumem-se a isto:
...
- A solução dos alegados problemas de uma mulher grávida passa pela morte, por si própria decretada, do ser humano que traz dentro de si.
...
Para sermos puros e duros é isto e nada mais o que os apoiantes do Sim ao aborto livre defendem. Sem enfeites. Apenas a verdade. Nua e crua.
...
Por muitos eufemismos que busquem, isto não podem modificar. Porque a verdade é inamovível.
...
É esta, pois, a ética que os determina!
...
851. O silêncio dos bons
não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos,
nem dos desonestos,
nem dos sem carácter
nem dos sem ética.
O que mais preocupa
é o silêncio dos bons.
Martin Luther King
(USA, década de 60)
* * *
Também entre nós,
Não deixe que eles se lhe imponham
Erga a sua voz,

SOLTE UM GRITO IMENSO E ATERRADOR,
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
850. Uma lástima!

849. Argumentário pelo Não - outra achega
Há que recordar, antes de mais, outros exemplos, que desmentem a diminuição progressiva do número de abortos legais ao longo do tempo.
Não é isso que se verifica no Reino Unido, país muitas vezes apresentado como modelo de políticas públicas de saúde, onde, segundo dados da Eurostat, desde a legalização o número de abortos foi multiplicado por sete e onde, em 2005, se atingiu, no que se refere a Inglaterra e Gales, o número “record” de 186.416 e, no que se refere à Escócia, o número record de 12.603 (Zenit, 29/4/2004).
Em Espanha, onde (apesar de vigorar uma lei restritiva como a que vigora entre nós) o aborto está liberalizado na prática, o crescimento do número de abortos foi de 75,3% entre 1993 e 2003 e de 48,2% entre 1998 e 2003 (ver o relatório do Instituto de Política Familiar em www.ipfe.org).
Na Bélgica, foi atingido, em 2003, o número “record” de 16.707 (La Libre Belgique, 3/9/2004).
Na Austrália, o número de abortos foi multiplicado por sete desde a legalização e atinge os cerca de 100.000 por ano (Avvenire, 4/3/2006).
Também não é verdade que a liberalização do aborto não se traduza no incremento de abortos múltiplos, na repetição da prática do aborto.
Nos Estados Unidos, a maior parte dos abortos legais é praticada por mulheres que já tinham praticado outros abortos anteriormente (v. estudo do Alan Guttmacher Institute, organização partidária dessa liberalização).
No Reino Unido, cerca de 1.300 adolescentes por ano pratica um aborto pela segunda vez (The Independent, 21/12/2006).
(...)
in "Argumentário pelo Não", de Pedro Vaz Patto
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848. Continuemos a falar com clareza!

…….. todos, defensores do Não e do Sim ao aborto livre, o fazem sem rodeios;
Insurgir-se contra abusos sexuais praticados contra crianças é dever de todos
…….. todos, defensores do Não e do Sim ao aborto livre, o fazem abertamente;
Denunciar violência moral contra crianças, todos se dizem dispostos a fazer,
…….. todos, defensores do Não e do Sim ao aborto livre, certamente que o farão, sem problemas de consciência, e, pelo contrário, com a noção do dever cumprido;
Contra o aborto todos se dizem,
Porém…
porque
…….. os defensores do Sim ao aborto livre fogem a fazer corresponder os seus actos aos discursos hipócritas que proferem;
Esforçar-se por evitar que se determine, por via legal, mas ilegítima e imoral, a morte de nascituro, apenas uns o fazem,
…….. os defensores do Não ao aborto livre;
…….. os outros, os defensores do Sim ao aborto livre apelam, objectivamente apelam, a que a lei determine que o nascituro seja morto, ainda antes de nascer, negando-lhe a mínima hipótese de fazer valer o primeiro direito a que qualquer ser humano faz jus, ou seja, o de nascer.
Onde está, pois, a contradição?
Onde está, pois, a hipocrisia?
Onde está, pois, o desrespeito pelo valor humano fundamental, que é a vida de um nosso semelhante?
Deixemo-nos de eufemismos criminosos.
Um crime é sempre um crime, aconteça em que circunstâncias acontecer. Um homicídio é sempre um homicídio. E será tanto mais grave quanto de menos possibilidade de se defender por si só dispuser a vítima.
Continuemos a fazer uso de linguagem clara, sem sofismas:
Num crime de homicídio, que é do que se trata, no aborto livre, mais criminoso é o mandante do que o executante. Pode haver, sim, atenuantes para o executante, que terá até agido sob forte pressão psicológica, desculpabilizante, situação que a lei prevê desde 1982 (artº 35 do Código Penal)(1), ou seja, de há quase um quarto de século; não as há, certamente, para o mandante.
O autorizante é uma variante do mandante. Se bem que de cariz mais atenuado. Trata-se de mandante que actua à distância, no tempo e no espaço, cegamente, sem ver sobre quem objectivamente actua, mas na plenitude da autoria moral do crime.
Continuemos a falar com clareza e sem hipocrisia.
No mínimo, quem dá autorização a que o aborto livre venha a existir, a ser praticado a coberto de uma lei imoral e ilegítima, será, a partir daí, cúmplice de todos os crimes de aborto livre que vierem a ser praticados.
Sem remissão de culpa.
(1)
Estado de necessidade desculpante
1 - Age sem culpa quem praticar um facto ilícito adequado a afastar um perigo actual, e não removível de outro modo, que ameace a vida, a integridade física, a honra ou a liberdade do agente ou de terceiro, quando não for razoável exigir-lhe, segundo as circunstâncias do caso, comportamento diferente.
2 - Se o perigo ameaçar interesses jurídicos diferentes dos referidos no número anterior, e se verificarem os restantes pressupostos ali mencionados, pode a pena ser especialmente atenuada ou, excepcionalmente, o agente ser dispensado de pena.
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
847. Cai por terra outra falácia do Sim

É tão elucidativo, tão esclarecedor, que não se vê a necessiodade de comentários adicionais.
Apenas sugiro que, para ampliar o quadro, para melhor leitura, click na imagem.
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846. A má consciência do Sim

A campanha do Sim ao aborto é cínica, hipócrita, imoral, ignorando, pura e simplesmente, o mais alto valor da Humanidade, precisamente a vida humana.
Tudo isto é sabido e nem vale a pena perder tempo com mais argumentação. Argumentar o quê, para quê, com quem e para quem?
Os campos estão extremados, porque têm mesmo que o estar. Não é possível contemporizar. Ou se está pela Vida e pelos valores humanos fundamentais ou não. Não há que ceder a sofismas.
Quem defende o Não ao aborto fala de tudo, fala de todos os intervenientes, abertamente, sem ter que calar seja o que for, tentando esconder o que convém que escondido seja. Quem defende o Não ao aborto não tem esqueletos no armário.
E quem defende o Sim? Está nas mesmas lineares e limpas condições?
Uma pergunta se impõe. Hic et nunc. Pergunta a que os defensores do Sim ao aborto não podem fugir, sob pena de cobardia pura e simples, a cobardia moral de quem sabe não ter razão e, assim sendo, esconde ou cala o que não lhe convém que seja evidenciado.
A pergunta é esta:
Na questão do aborto há dois personagens principais, aqueles que realmente contam. Os restantes são meros comparsas.
Quer saber porquê?
Por má consciência. Única e simplesmente por má consciência.
Sabem que a atitude que estão a tomar é um convite a um crime hediondo, contra a Humanidade. E temem – acima de tudo temem – que a capa de hipocrisia, com que vão vestindo a sua atitude, caia por terra em praça pública, deixando-os completamente despidos, como um dia vieram ao mundo, apenas porque as respectivas mães, felizmente para eles, não agiram como irresponsáveis.
Esta é que é a verdade. O resto são hipocrisias.
Você que me lê, tente recordar-se de quantas vezes ouviu os defensores do Sim ao aborto livre referirem-se ao ser humano que, no ventre da que devia vir a ser a sua mãe, continua, queira-se ou não, a ser o personagem mais importante de todo este processo.
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845. A “ética” do Sim…
Acima da lei
O Dr. Gentil Martins considera que os médicos podem estar acima da lei, da actual ou da futura:
«Defendendo que primeiro que a lei têm que estar os direitos humanos e a ética, Gentil Martins considerou que os médicos apenas deverão praticar os chamado «abortos terapêuticos», ou seja, quando está «em jogo» a vida da mãe. «A lei só por si não ultrapassa a ética (...), não é a ética que se tem de conformar à lei», sublinhou, fazendo votos para que se o "sim" vencer no referendo sobre a despenalização do aborto «a maioria dos médicos recuse essa situação».
Curiosamente, não se diz aqui nenhuma mentira. No entanto, veja-se a “habilidade” do parágrafo da introdução.
Eles são mesmo assim. Capazes de todas as “habilidades”.
E, ao contrário do que era suposto, o desespero não embota; parece, sim, dar asas à “criação” intelectual.
Dizer-se que Gentil Martins considera que os médicos podem estar acima da lei, da actual e da futura, é abusivo, é mesmo mentiroso, e induz ideias que o clínico não expressou. O que o antigo bastonário disse foi esperar "que a esmagadora maioria dos médicos seja objectora de consciência".
E referiu a questão da objecção de consciência porquê?
Porque partiu de premissa absolutamente correcta, ou seja, de que antes de qualquer lei estão os direitos humanos e a Ética, sobrepondo-se a qualquer lei estão os direitos humanos e a Ética.
Uma disposição pode ser muito legal e, contudo, não ser legítima, por lhe falecer toda a ética, sem a qual não pode nem deve subsistir, em sociedade humana que se preze. Ora, as leis existem precisamente para defender e fazer observar escrupulosamente a Ética e os direitos humanos.
No fundo, explícita e implicitamente – e de forma muito clara – foi o que Gentil Martins afirmou. Deturpar o que ele disse, ainda que com subtileza aldeã, no parágrafo introdutório da peça inscrita no "Sim no Referendo", e com o cuidado de, depois, transcrever correctamente o que o homem disse, é habilidade canhestra, própria de quem sabe estar a defender o indefensável e, então, resolve servir-se de todos os meios, lícitos ou não, para deturpar afirmações de quem não pertence à sua capelinha.
Ora, limite-se cada qual a argumentar com as suas ideias, de forma límpida e ética. Sem espertezas da Malveira (com vénia aos malveirenses que não têm qualquer culpa), que não colhem.
É que esta questão do aborto é coisa mesmo séria e não se compadece com espertezas burras e menos ainda com clubites sem sentido e redutoras da condição humana.
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844. A comestibilidade dos cogumelos
Acontece que alguns são-no apenas uma vez.
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843. Mentirosos e perguntadoras
A culpa é das mulheres!
Perguntam demais…
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842. A utilidade das... prateleiras.
quanto mais altas mais inúteis.
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841. Não te deites a dormir, vai já dormir!
Põe-te já a dormir!
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840. Sim, há homens assim. Generosos.
Portanto, para não as gastarem, usam as dos amigos.
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